Deus é Fiel

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terça-feira, 26 de abril de 2016

Carta aos Romanos – Tristeza e amor de Paulo para com os israelitas (2ª parte)


Tristeza e amor de Paulo para com os israelitas (2ª parte)
Texto: 1- Em Cristo digo a verdade, não minto (dando-me testemunho a minha consciência no Espírito Santo):
2- Tenho grande tristeza e contínua dor no meu coração.
3- Porque eu mesmo poderia desejar ser separado de Cristo, por amor de meus irmãos, que são meus parentes segundo a carne.
4- Que são israelitas, dos quais é a adoção de filhos, e a glória, e os concertos, e a lei, e o culto, e as promessas;
5- dos quais são os pais, e dos quais é Cristo, segundo a carne, o qual é sobre todos, Deus bendito eternamente. Amém! (Rm 9.1-5).
Os quatro primeiros privilégios foram argumentados no estudo anterior. Dando assim continuidade à análise dos oito privilégios de Deus para com a nação de Israel, cabe estudar e compreender os seguintes privilégios: culto, promessa, pais e Cristo.
O privilégio do culto
A palavra culto (gr. Λατρεία) tem como significado adoração (Rm 9.4;12.1;Hb 9.1). Paulo comenta a respeito do culto racional (Rm 12.1), isto é, ofertar é a única reação possível de ser pensada diante de todas as boas dádivas que Deus nos deu (RADMACHER; ALLEN; HOUSE, p.393).
Portanto, o privilégio outorgado a Israel no que corresponde ao culto indica que os israelitas tinham a oportunidade de ofertar a Deus o seu tempo em adoração sincera, reconhecendo a benevolência divina sobre a nação.
Na história da nação de Israel houve personagens que não abandonaram a prática da adoração, porém, o período pós-cativeiro foi o momento histórico em que os israelitas mais se preocuparam em adorar a Deus. Sendo que Ezequias foi o mentor do restabelecimento do culto em adoração a Deus.
Estavam, pois, os levitas em pé com os instrumentos de Davi, e os sacerdotes, com as trombetas.
E deu ordem Ezequias que oferecessem o holocausto sobre o altar, e, ao tempo em que começou o holocausto, começou também o canto do Senhor, com as trombetas e com os instrumentos de Davi, rei de Israel.
E o louvaram com alegria, e se inclinaram, e adoraram (2 Cr 29.25,26,30b).
Logo, o culto era alegre e festivo, tendo como liturgia, cânticos acompanhados com instrumentos musicais. Portanto, o culto era um privilégio dos israelitas.
O privilégio da promessa
O Antigo Testamento é repleto de promessas que abrange à nação de Israel, porém, a promessa ratificada a Davi apresenta os elementos essências da abrangência da aliança de Deus com o povo da promessa.
Os elementos essências são: terra, trono e reino.
Elemento essencial terra:
E prepararei lugar para o meu povo, para Israel, e o plantarei, para que habite no seu lugar e não mais seja movido, e nunca mais os filhos da perversidade o aflijam como dantes (2 Sm 7. 10).
Elementos essenciais trono e reino:
Porém, a tua casa e o teu reino serão firmados para sempre diante de ti; teu trono será firme para sempre (1 Sm 7.16).
A promessa de Deus para com Israel ratificada na pessoa de Davi será concretizada na pessoa de Jesus.
O privilégio dos pais
Portanto, nós também, pois, que estamos rodeados de uma tão grande nuvem de testemunhas, deixemos todo embaraço e o pecado que tão de perto nos rodeia e corramos, com paciência, a carreira que nos está proposta (Hb 12.1).
A nação de Israel possui uma grande lista de pais respeitados.
Pois, está em Abraão à eleição e a origem da nação, em Isaque a confirmação da promessa, e em Jacó a ratificação da palavra divina.
Em Moisés o legado da liderança segundo a vontade de Deus.
Na pessoa de Josué percebe-se a bravura de um pai que conhece a sua família.
Já na liderança de Gideão a coragem de quem é dependente de Deus.
Na biografia de Samuel, encontra-se a mensagem do pai que outorga paciência e confiança aos israelitas.
Sobre Davi, nota-se o pai segundo o coração de Deus.
Portanto, assim como escreveu o escritor da carta aos Hebreus faço minhas palavras:
O que mais direi? (Hb 11.32a).
Deus outorgou aos israelitas o privilégio de terem pais brilhantes.
O privilégio de terem Cristo
O maior privilégio dos israelitas foi ter Jesus como Salvador, porém esta dádiva foi rejeitada.
O maior privilégio para os judeus foi o fato do Messias ter vindo de Israel (RADMACHER; ALLEN; HOUSE, p.386).
Quanto Paulo utiliza o termo Cristo conclama aos leitores israelitas a voltarem ao passado e lembrarem-se dos pais que esperavam o cumprimento da promessa. Promessa do Messias, isto é, do ungido a rei, sacerdote e profeta. Veio Cristo em carne e no ministério sacerdotal, profético e real, porém foi rejeitado pelos israelitas.
Não bastar apenas ter privilégios é necessário que tenha reconhecimento do valor dos privilégios. Pois, assim como Israel teve dádivas e não soube reconhecer e vivenciá-las, há na modernidade, cristãos que não sabem reconhecer os privilégios que possuem.  
REFERÊNCIA
RADMACHER, Earl D. ALLEN, Ronaldo B. HOUSE, H. Wayne. O Novo comentário Bíblico Novo Testamento. Rio de Janeiro: Editora Central Gospel, 2013.

domingo, 24 de abril de 2016

Subsídio para as aulas da EBD – A Maravilhosa Graça


 A Maravilhosa Graça
A presente lição tem como palavras-chave: graça e morte. O salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna. Logo, o pecado condena, e como resultado da condenação a morte. Já o dom gratuito de Deus se manifesta através de Jesus Cristo, isto é, através da manifestação da maravilhosa graça de Deus.
O termo graça do latim, gratus, agradável, ou amável. Já no grego o termo é charis, que indica favor imerecido.
Já a palavra morte tem como significado separação. Sendo a morte física a separação entre o corpo e a alma.
I – OS INIMIGOS DA GRAÇA
No capítulo em estuo o apóstolo cita dois inimigos da graça: o antinomismo e o legalismo.
O antinomismo corresponde a aqueles que tinham como filosofia viver sem regras ou sem princípios morais.
Sobre o antinomismo escreve Champlin:
De modo mais geral, é aplicado aos fanáticos que se recusam a reconhecer qualquer tipo de lei, exceto suas próprias noções subjetivas sobre o que é certo. Supõem tolamente que essas noções subjetivas suplantam toda e qualquer lei, como se fossem inspiradas pelo Espírito Santo. Além disso, o termo pode ser usado em sentido bem geral para aludir á ideia que não há leis obrigatórias, e que os princípios da ética dependem do autointeresse subjetivo (2014, p.191).
Já os legalistas eram aqueles que associavam a necessidade da prática da lei para que houvesse salvação aos cristãos. Por isso, Paulo não ratifica nenhum destes meios ideológicos, pois ambos anulam a eficácia da graça. Logo, a graça não serve de desculpa para o pecado e nem omite parâmetros espirituais.
II – A VITÓRIA DA GRAÇA
O pecado tem poder, logo, o pecado tem domínio, mas a graça destrói o domínio do pecado e, outorga vida eterna, destruindo o reinado da morte.
Uma palavra sobre vida eterna:
1- É um dom divino. A vida eterna é um presente de Deus para todos aqueles que receberem a Jesus como único e suficiente Salvador. Promessa que se cumprirá para todos aqueles que perseverarem até o fim.
Sendo um dom, indica que ninguém será salvo por seus próprios méritos. A salvação não é por méritos e nem por obras próprias do ser humano, mas sim pela obra de Jesus Cristo no Calvário. Se por Adão o pecado entrou no mundo e deixou como herança a morte. Por Jesus vem à reafirmação divina da vida eterna para todos aqueles que crerem.
2- Será marcada pela ausência do pecado. Se o mundo atual que está afetado pelo pecado possui maravilhas, o que será dito quando o cristão passar a ter o seu corpo glorificado e a viver na nova cidade em que nela não haverá maldição (Ap 22.3), pois, não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor, porque já as primeiras coisas são passadas (Ap 21.4).
E Deus limpará de seus olhos toda lágrima (Ap 21.4). As lágrimas enxugadas pelo Senhor indicam o fim da dor. Porque já as primeiras coisas são passadas, isto é, toda tristeza será substituída pela alegria eterna. A alegria eterna será identificada pelos seguintes indicadores: a glorificação do crente e a habitação do tabernáculo divino com os vencedores.
III – OS FRUTOS DA GRAÇA
Os frutos da graça no presente tópico são dois: a graça liberta e a graça santifica.
A graça liberta o indivíduo do pecado.
A graça liberta o indivíduo do poder do pecado.
A graça liberta o indivíduo da punição do pecado.
A graça liberta o indivíduo da presença do pecado.
A salvação, portanto, é um processo místico, produzido pelo Espírito que vem habitar nos homens e ter comunhão com eles. Esse é um produto da graça, já que a lei jamais poderia proporcionar tal coisa...
Na graça o indivíduo pode e deve ser santificado, pois, de outra maneira, nunca poderá ver a Deus (CHAMPLIN, p. 954).
Porém, Deus não abandonou a humanidade. Jesus veio ao mundo, teve um ministério terreno abrangendo trinta e três anos, morreu e ressuscitou ao terceiro dia, confirmando suas palavras, sua vida e sua morte. Pois, pela morte de um, todos têm a oportunidade se justificarem diante de Deus, porque o dom gratuito de Deus é a vida eterna.
Referência:
CHAMPLIN. R.N. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. Volume 1. São Paulo: Hagnos, 2014.
______________. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. Volume 2. São Paulo: Hagnos, 2014.

quarta-feira, 20 de abril de 2016

Carta aos Romanos – Tristeza e amor de Paulo para com os israelitas


Tristeza e amor de Paulo para com os israelitas
Texto: 1- Em Cristo digo a verdade, não minto (dando-me testemunho a minha consciência no Espírito Santo):
2- Tenho grande tristeza e continua dor no meu coração.
3- Porque eu mesmo poderia desejar ser separado de Cristo, por amor de meus irmãos, que são meus parentes segundo a carne.
4- Que são israelitas, dos quais é a adoção de filhos, e a glória, e os concertos, e a lei, e o culto, e as promessas;
5- dos quais são os pais, e dos quais é Cristo, segundo a carne, o qual é sobre todos, Deus bendito eternamente. Amém! (Rm 9.1-5).
Os capítulos 9, 10 e11 da carta aos Romanos fazem parte da primeira divisão da epístola que tem como temática: salvação pela fé. Porém, estes capítulos tratam basicamente a respeito da incredulidade dos israelitas.
Sendo que o apóstolo Paulo demonstra sua tristeza pela incredulidade dos seus irmãos na carne, assim como o seu amor, desejando que estes viessem a ter um relacionamento com Cristo. O amor do apóstolo aos israelitas é tão grande ao ponto de desejar separar de Cristo para que os filhos da promessa alcançasse a salvação.
Paulo lista oito grandes privilégios outorgados por Deus ao povo da promessa: adoção de filhos, glória, concerto, lei, o culto, a promessa, os pais e o maior privilégio, Cristo.
O privilégio da adoção de filhos
A narrativa bíblica outorga esclarecimentos de quatro tipos distintos de filhos de Deus. O primeiro pela narrativa bíblica é Adão, sendo conhecido como filho por formação. O segundo tipo é o conjunto de anjos, que são conhecidos como filhos por criação. Por terceiro os judeus, que são os filhos da eleição, dentre 70 nações foram escolhidos por Deus para o sacerdócio. E por fim, a igreja, os filhos de adoção.

O privilégio da glória
Deus escolheu a Israel para mostrar a sua glória ao mundo. Nenhum povo contemplou tamanha glória divina revelada como a nação de Israel.
34- Então, a nuvem cobriu a tenda da congregação, e a glória do SENHOR encheu o tabernáculo. 35- Moisés não podia entrar na tenda da congregação, porque a nuvem permanecia sobre ela, e a glória do SENHOR enchia o tabernáculo. 36- Quando a nuvem se levantava de sobre o tabernáculo, os filhos de Israel caminhavam avante, em todas as suas jornadas; 37- se a nuvem, porém, não se levantava, não caminhavam, até ao dia em que ela se levantava. 38- De dia, a nuvem do SENHOR repousava sobre o tabernáculo, e, de noite, havia fogo nela, à vista de toda a casa de Israel, em todas as suas jornadas (Êx 40.34-38).
A descrição, a glória do Senhor encheu o tabernáculo, indica que a presença do Senhor foi revelada aos israelitas. A manifestação da glória do Senhor é muitas das vezes chamada de Shekinah, palavra que significa residir, isto é, a presença de Deus no meio dos seus. Logo, o privilégio da glória outorgado aos israelitas corresponde com a presença divina. Um israelita fiel e seguidor de Deus podia ver o tabernáculo e perceber que o Senhor estava lá em esplendor e poder. E com Ele, as pessoas seguiram rumo a Canaã, a Terra Prometida (RADMACHER; ALLEN; HOUSE, p.199).
O privilégio do concerto
Na Antiga Aliança Deus afirmou concerto com Adão, Noé, Abraão, Moisés e Davi. Porém, o presente texto corresponde com o concerto de Deus com Abraão. Aliança que se caracteriza em ser incondicional e perpétua, e por confirmar a promessa do Salvador (Gn 17.19).
A promessa a Abraão abrange três posteridades: a de Ismael, a de Israel e a da Igreja. A de Ismael é puramente carnal, a de Israel é carnal e espiritual, e a da Igreja é puramente espiritual (Gn 17.20; Rm 4.11; Gl 3.14). Portanto, a aliança de Deus para com Abraão é abrangente e graciosa, tornando-se eficiente e eficaz pela obra redentora de Jesus.
O privilégio da Lei
Dois benefícios são notáveis da lei para os israelitas: a lei revela a justiça de Deus e a lei é responsável pelo ensino até a manifestação de Jesus Cristo.
1- A Lei revela a justiça de Deus. A lei revela a justiça divina, assim como também demonstra a injustiça por parte dos homens. Ou seja, a lei indicava que os homens eram injustos em suas obras e por isso, eram incapazes de se salvarem, sendo que a justiça de Deus se manifesta na pessoa e na obra de Jesus Cristo.
2- A lei é responsável pelo ensino até a manifestação de Cristo. Anterior ao ministério do Senhor Jesus a lei definia a educação dos judeus. Calvino dizia que a lei era a gramática da teologia, pois para ele o apóstolo “Paulo associou os judeus a crianças por viverem conforme os ensinos da lei, e nós os da graça com a fase adulta”.
Logo, os quatro primeiros privilégios de Deus para com os israelitas são fundamentais para que haja compreensão no que diz respeito à tristeza de Paulo no que corresponde a incredulidade dos israelitas.
REFERÊNCIA
CALVINO, João. Gálatas. São Paulo: Editora Fiel, 2007.
RADMACHER, Earl D. ALLEN, Ronaldo B. HOUSE, H. Wayne. O Novo comentário Bíblico Novo Testamento. Rio de Janeiro: Editora Central Gospel, 2013.

segunda-feira, 18 de abril de 2016

Subsídio para as aulas da EBD – Os benefícios da justificação


Os benefícios da justificação
O capítulo cinco da carta aos Romanos, conforme Richards apresenta oito benefícios pertencentes aos cristãos: paz com Deus (v.1), acesso a Deus e a sua graça (v.2), justificação (v. 9), salvação hoje (v.10), reconciliação (v.11), a capacidade de viver uma vida justa (v.17), o direito a própria vida (v18), e a vida eterna (21).
I – A BÊNÇÃO DA GRAÇA JUSTICADORA (Rm 5.1-5)
Sendo, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus por nosso Senhor Jesus Cristo; pelo qual também temos entrada pela fé a esta graça, na qual estamos firmes; e nos gloriamos na esperança da glória de Deus.  (Rm 5.1, 2).
A expressão, gloria-se, é uma característica peculiar do apóstolo Paulo. O termo, gloriar, pode se referir ao orgulho humano ou satisfação por conquistas, mas o motivo que todo o cristão tem de se gloriar, conforme Paulo é na esperança da glória de Deus (v.2), nas tribulações, pois a tribulação produz paciência (v.3) e gloria-se em Deus, por Jesus Cristo por alcançar nEle a reconciliação (v.11).
Temos paz com Deus (v.1). Ter paz com Deus não corresponde a sentimento de sossego, mas ao estado de reconciliação obtida pelo cristão com Deus. Certo que pelo mérito da obra de Cristo no calvário.
Temos acesso a Deus e a Sua graça (v.2). Este benefício indica que o crente pode chegar à presença do Senhor. Portanto, por meio da oração, elemento da graça, o crente pode se aproximar de Deus, porém, conforme a esperança futura da glória de Deus, em um breve dia os fiéis serão conforme o Senhor (1 Jo 3.2).
O cristão pode se alegrar diante da esperança futura, isto é, a glória que o cristão desfrutará ao lado do Criador. Este orgulhar demonstra total segurança, porque Deus depositou no coração de cada cristão o Espírito Santo (v.5). Quem tem o Espírito Santo tem a salvação.
A esperança não traz confusão, logo os servos de Cristo não serão envergonhados ou humilhados por causa da esperança, pois ela cumprirá (RADMACHER; ALLEN; HOUSE, p.373).
A palavra tribulação pode ser compreendida pelos seguintes termos: frustração, sofrimento, pressão, perseguição, abandono etc...
Jesus não morreu para nos tornar materialmente ricos, para garantir saúde física, ou nos imunizar contra as tribulações durante nossa vida terrena. Jesus morreu para nos dar bênçãos muito mais ricas do que estas! (...)

O sofrimento ajudará a nos proteger do erro de fixar nossas esperanças naquilo que podemos ganhar aqui, amanhã, e não em Deus (...).
Deus pode usar a pobreza e o sofrimento, para manter nossos olhos fixados na riqueza espiritual que já possuímos, e nossas esperanças fixadas nele (RICHARDS, p. 297).
O gloriar nas tribulações segundo Paulo se relaciona diretamente aos resultados desta na vida do cristão:
A tribulação produz paciência, e a paciência, a experiência, e a experiência, a esperança (Rm 5. 3,4).
Através da tribulação Deus desenvolve no cristão a perseverança e o caráter. Pois, caráter é o complexo de características mentais e éticas que marcam e, geralmente, individualizam uma pessoa, grupo ou nação (MUNROE, p.34).
II – AS BÊNÇÃOS DO AMOR TRINITÁRIO (Rm 5.5-11)
Os versículos em análise deste tópico apresentam três benefícios da justificação:
Temos justificação (v.9). Ser justificado é ser absorvido, isto é, é ser declarado justo. Justificação é um termo derivado do grego dikaió, indica que o indivíduo foi declarado justo. Portanto, ser justificado, indica que o cristão foi declarado justo pela obra de Jesus no calvário.
Temos salvação (v.10). Já foi descrito em texto anterior a respeito do poder do pecado na vida do indivíduo que é definido no aprisionar e no condenar. Logo, seremos salvos pela sua vida, não corresponde a algo futuro, mas corresponde ao fato que o cristão alcançou a emancipação do poder do pecado.
Temos a reconciliação (v. 11). A aproximação para com Deus por parte do indivíduo indica que houve mudança de atitude. Ter a reconciliação é saber: Deus, que outrora tinha o pecador como Seu inimigo, agora o considera íntegro (RADMACHER; ALLEN; HOUSE, p.374).
III – AS BÊNÇÃOS DA NOVA CRIAÇÃO (Rm 5.12-21)
Os versículos em análise deste tópico apresentam três benefícios da justificação:
Temos a capacidade de viver uma vida justa (v.17). A vida justa indica uma vida sem a condenação do pecado que é a morte. Pois, no governo de Jesus o cristão passa a ser guiado para a obtenção da vida eterna.
Temos a própria vida (v.18). Logo, todos os justificados são livres em Cristo e passam a serem livres da condenação, pois são justificados em Jesus Cristo.
Temos a vida eterna (v. 21). A vida eterna corresponde a uma vida livre da presença do pecado. Isto, porque “as coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, e não subiram ao coração do homem são as que Deus preparou para os que o amam” (1Co 2.9).
Por fim, o cristão não pode em circunstância nenhuma se gloriar em sua própria força, pois os benefícios alcançados pelo crente estão diretamente associados ao agir de Deus na vida de cada indivíduo mediante a obra da salvação realizada por Jesus.
REFERÊNCIA
MUNROE, Myles. O Poder do caráter na liderança como os valores, a moral, a ética e os princípios afetam os líderes. Rio de Janeiro: Editora Central Gospel Ltda, 2015.
RADMACHER, Earl D. ALLEN, Ronaldo B. HOUSE, H. Wayne. O Novo comentário Bíblico Novo Testamento. Rio de Janeiro: Editora Central Gospel, 2013.
RICHARDS. Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2008.

terça-feira, 12 de abril de 2016

Carta aos Romanos – Grande resposta a grande pergunta


Grande resposta a grande pergunta
Texto: 33- Quem intentará acusação conta os escolhidos de Deus? É Deus quem os justifica.
34- Quem os condenará? Pois é Cristo quem morreu ou, antes, quem ressuscitou dentre os mortos, o qual está à direita de Deus, e também intercede po nós.
35- Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação, ou a angústia, ou a perseguição, ou a fome, ou a nudez, ou perigo, ou a espada? (Rm 8.33-35).
Ao escreveu a carta aos Romanos o apóstolo Paulo utilizou como forma literária a metodologia da escrita em diálogo, isto é, diatribes. Onde o apóstolo lança perguntas e ao mesmo tempo outorga as respostas. No texto em análise percebe-se que há três grandes perguntas: Quem intentará acusação contra os escolhidos de Deus? Quem os condenará? Quem nos separará do amor de Cristo?
Porém, o parágrafo se inicia com a seguinte pergunta: que diremos, pois, a estas coisas? E como resposta, outra pergunta: Se Deus é por nós, quem será contra nós? Isto é, a grande resposta se refere, Deus é por nós, sendo que a aprendizagem que se deverá ter é: de fato Deus é por nós?
Quem intentará acusação contra aos escolhidos de Deus?
A resposta a esta pergunta se dá da seguinte maneira: é Deus quem os justifica (v.33). Logo, é Deus que declara justo todos aqueles que recebem a Cristo como Salvador. Porém, a acusação se dá em três formas: psicológica, social e espiritual.
No aspecto psicológico a acusação se dá pela própria pessoa. No que se refere a atitudes voltadas para o passado de pecado, agindo no presente. Ou seja, o indivíduo é conduzido a uma vida pecaminosa que o torna incapaz de se aproximar de Deus. Participar dos cultos não indica que o indivíduo está adorando a Deus. Ser membro de um ministério não indica que o indivíduo é membro da Igreja de Cristo. Logo, o passado que foi justificado em Cristo não poderá condenar o cristão no presente.
Já o aspecto social corresponde com as ações dos membros da comunidade que tentam desestabilizar o cristão fazendo comentários para denegrir a imagem dos servos de Deus.
Por fim, no aspecto espiritual, percebe-se a ação dos demônios agindo de maneira contrária a vida santa dos servos de Deus.
Sobre o versículo 33, assim comenta Radmacher, Allen e House.
Se Deus, o Juiz Supremo, justificar-nos, então quem poderá agir contra nós e prosperar, ou ter sucesso em sua empreitada? (2013, p.386).
Entretanto, quem justifica o cristão é Deus, cabe aos servos de Deus se santificarem para estarem mais próximos do Senhor.
Quem os condenará?
Ninguém tem poder para condenar o crente em Cristo, pois quem morreu e ressuscitou, e age como intercessor dos crentes ao lado direito do Pai é o Senhor Jesus.
O versículo apresenta quatro situações a respeito da pessoa de Jesus: morte, ressurreição, localização e ação.
Sobre a morte de Jesus sabe-se que não teria proveito algum se Ele não houvesse ressuscitado. Já sobre a ressurreição compreende-se que a mesma confirma a vida, a obra e as palavras de Jesus. Em terceiro Jesus está à direita do Pai, tal situação outorga a seguinte compreensão, Ele foi glorificado com a glória que tinha antes que o mundo existisse (Jo 17.4). Por fim, Jesus intercede pelos crentes, porque há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo, homem (1Tm 2.5).
Quem nos separará do amor de Cristo?
Inicialmente o apóstolo lista as seguintes situações que podem ser chamadas de adversários e tem como objetividade causar separação entre o cristão e Cristo, isto é, ocasionando a morte espiritual.
Se ninguém pode se opor a nós e prosperar (v.31), ou acusar (v.33), ou ainda nos condenar (v.34), então é fato visível que nós temos uma relação pessoal com Deus. Devido a esse relacionamento, ninguém pode nos separar do amor de Cristo por nós. A enumeração de adversidades constantes neste versículo cobre a gama de experiências que poderiam parecer desafios consideravelmente grandes à realidade do amor de Cristo (RADMACHER; ALLEN; HOUSE, p.386).
Os adversários citados são: tribulação, angústia, perseguição, fome, nudez, perigo e espada.
Tribulação corresponde com situações desagradáveis que no presente texto são aquelas causadoras do enfraquecimento espiritual.
Já angústia descreve a respeito de situações em que o cristão é conduzido a perca do humor.
Em todo o tempo os cristãos têm sido vitimados por causa da fé e em muitos casos conduzidos à morte.
Fome e nudez são situações em que expõe os cristãos a fazerem escolhas, caso não sabendo escolher, os mesmos, poderão realizar escolhas que trarão prejuízos para a vida espiritual. Por fim, o perigo e a espada correspondem com o auge da perseguição, situação em que os cristãos muitas das vezes são conduzidos à morte.
Absolutamente nada poderá separar o cristão do amor de Deus. O apóstolo usa de grande esforço para escolher as palavras que descrevem a certeza absoluta da existência do amor de Deus em favor do cristão. Nada é tão difícil ou perigoso, nem a morte, nem a vida, que possa nos separar de Deus. Se Deus, o único ser não-criado, é por nós, nada neste mundo pode nos separar dele, o que torna a nossa segurança nele absoluta (RADMACHER; ALLEN; HOUSE, p.386).
Portanto, é Deus quem justifica o crente, foi Cristo que antes morreu, ressuscitou, e está destra do Pai e intercede pelos os cristãos e a certeza maior, é que nenhum adversário separará o servo do seu Senhor.
REFERÊNCIA
RADMACHER, Earl D. ALLEN, Ronaldo B. HOUSE, H. Wayne. O Novo comentário Bíblico Novo Testamento. Rio de Janeiro: Editora Central Gospel, 2013.

sábado, 9 de abril de 2016

Subsídio para as aulas da EBD – Justificação, somente pela fé em Jesus Cristo


Justificação, somente pela fé em Jesus Cristo
Na segunda parte da Epístola o apóstolo Paulo trata-se basicamente das doutrinas bíblicas. Sendo que a doutrina da salvação é analisada de maneira sistemática. A fé é analisada e exemplificada no modelo de vida de Abraão o pai de todos. Portanto, a justificação para se concretizar teve como ponto fundamental, a morte e a ressurreição de Jesus, pois sem a ressurreição de Jesus Cristo não haveria justificação. A ressurreição aprovou as palavras de Jesus, a vida de Jesus e as obras de Jesus. Logo, sem ressurreição não haveria a salvação.
I – A JUSTIFICAÇÃO MANIFESTADA
Para compreender o tema, justificação manifestada, três versículos são necessários para estudo (Rm 3.21,24 e 25).
Mas, agora, se manifestou, sem a lei, a justiça de Deus, tendo o testemunho da Lei e dos Profetas (v.21).
A primeira doutrina fortemente descrita pelo apóstolo Paulo foi à doutrina do pecado. O parágrafo que se inicia em Rm 3.21, demonstra que o apóstolo apresenta uma solução direta para os efeitos negativos do pecado, pois se manifestou, a justiça de Deus. Justiça é um termo muito comum no contexto jurídico. A justiça de Deus se manifestou sem lei, declaração de que a retidão é categoricamente determinante separadamente de qualquer lei (RADMACHER; ALLEN; HOUSE, p.369).

Sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus (v.24).

A palavra redenção (gr. apolytrosis), é de natureza econômica e é usado por Paulo em um sentido teológico para descrever como Cristo pagou a penalidade requerida por Deus para os nossos pecados (a saber, a morte), entregando a Sua própria vida na cruz. Quando nós aceitamos a Jesus, Ele nos livra do pecado (RADMACHER; ALLEN; HOUSE, p.397).
Ao qual Deus propôs para propiciação pela fé no seu sangue, para demonstrar a sua justiça pela remissão dos pecados dantes cometidos, sob a paciência de Deus (v.25).
A justiça de Deus foi satisfeita pelo intermédio da morte de Jesus sobre a cruz, tendo como objetivo outorgar a remissão dos pecados para todos os que estavam longe da presença de Deus.
II – A JUSTIFICAÇÃO CONTESTADA (Rm 3.27-31)
Conforme o comentarista a justificação no presente texto se opõe a salvação meritória, ao orgulho e ao antinomismo.
A salvação é mediante a fé em Jesus Cristo, e isto não corresponde ao mérito do indivíduo em ser ou em ter alguma coisa, mas ao fato da obra de Jesus que tem revelado a todos os homens o grande amor divino.  
O orgulho impossibilita as pessoas.
O orgulho impossibilita os indivíduos de se chegarem a Deus.
O orgulho impossibilita as pessoas de agradarem a Deus.
O termo lei tem sua definição do substantivo hebraico torá que significa instrução ou direção. Portanto, a palavra lei transmite a ideia de seta que corresponde com objeto indicar o caminho. A aplicação que se faz da lei é que a lei é uma seta que mostra o Caminho, isto é, a Torá indica para a pessoa de Jesus Cristo que é o Caminho que conduz o ser humano à salvação.
A lei é espiritual (Rm 7.14), pois a mesma é um reflexo moral de Deus. Por isso, a lei instrui, mas ao mesmo tempo a lei intensifica o pecado. A intensificação se dá por ser o indivíduo pecaminoso e apto para as coisas carnais.
A lei também direciona, isto é, o ser humano passa a realizar o que é conforme o querer de Deus. Porém, nas palavras de Jesus a lei e os profetas dependem de dois mandamentos. O primeiro, amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento (Mt 22. 37), e o segundo mandamento corresponde com o amor ao próximo (Mt 22. 39).
Em suma, o amor é a mais nobre de todas as leis; porém, os homens continuam mais a aprendê-la do que a pô-la em prática (CHAMPLIN, p. 759).
III – A JUSTIFICAÇÃO EXEMPLIFICADA (Rm 4.1-25)
Abraão é um dos maiores vultos da história. Dele descendem os judeus e os árabes. Estes últimos por parte de Ismael. De Abrão, pai da altura passou a ser chamado de Abraão que tem por significado pai de uma multidão de nações (Gn 17.5). Foi chamado aos 75 anos de idade (Gn 12.4), teve o nome mudado aos 99 anos de idade (Gn 17.1) e teve o seu filho aos 100 anos de idade (Gn 21.5).
Dentre as características de Abraão três em especial chamam atenção: primeira, foi chamado de amigo de Deus (Is 41.8); segunda característica, é chamado de o fiel Abraão (Gl 3.9) e por fim, como terceira característica, é considerado como o pai de todos nós (Rm 4.16).
Característica do chamado de Abraão. O chamado de Abraão teve características que o diferencia de outros personagens bíblicos.
1.1- Em primeiro o chamado de Abraão foi pela fé (Hb 11.8). Isto indica que o patriarca não andava por vista (2 Co 5.7), mas por ser justo viveu pela fé, pois o justo viverá pela fé (Rm 1.17) e o mesmo sabia que sem fé é impossível agradar a Deus (Hb 11.6).
1.2- Já em segundo, o chamado de Abraão exigiu a mudança de localidade. A mudança foi de Ur dos caldeus para ir a Canaã (Gn 11.31). A primeira mudança que Deus requer do ser humano ao chamá-lo é que o mesmo mude de atitudes. Atitude é a tendência de uma pessoa em julgar tais objetos como bons ou ruins, desejáveis ou indesejáveis. Portanto, há atitudes que menosprezam o próprio ser das pessoas, tais como atitudes egoístas, que não visualizam a vontade de Deus para si.
1.3- E em terceiro o chamado de Abraão teve um preço a ser pago. A renúncia da terra, da parentela e da casa são demonstrações do preço elevado pago por Abraão (Gn 12. 1). Abraão renunciou a terra natal, o conforto do lar, os amigos, o tradicional estilo de vida, o direito de habitar entre os teus, o direito de ter uma velhice tranquila e o direito de dirigir a sua própria vida. Renunciar é abrir mão de bens pessoais para servir a outros conforme a vontade de Deus.
Os ganhos de Abraão. Deus supre a caminhada. Tal afirmativa é notória na vida de Abraão, pois o mesmo aos setenta e cinco anos era incompleto, em se tratando, da ausência de um filho. Deus chama o patriarca. O patriarca obedece, logo vem o primeiro resultado, o nascimento do filho da promessa.
Porém, antes que a promessa do filho se concretizasse Deus mudou o nome de Abrão para Abraão. Quando o ser humano obedece ao chamado, primeiramente Deus muda o nome do mesmo, retirando todo o significado de dor, sofrimento, angústia e de exaltação, para um nome que indique bênção.
Abraão não ficou preso em um passado esquecido por seus sucessores. Todavia, a experiência de vida de Abraão em conhecer e obedecer ao chamado de Deus para a sua vida fez do mesmo um dos personagens mais ilustre da história da humanidade. A importância do patriarca não estar limita na escrita bíblica, ganhou campo e dimensão gigantesca. Tal dimensão foi conquistada pela obediência ao chamado.
Por fim, a justificação é o elo da salvação que retira a penalidade do pecado. A justificação pode ser entendida em ser:
Salvação dos pecados praticados no passado. Libertação da penalidade ou da culpa do pecado. Um ato da graça. Momentânea. E ocorre enquanto o indivíduo estiver no mundo.
Referência:
ALLEN, Ronaldo B. RADMACHER, Earl D. HOUSE, H. Wayne. O Novo comentário Bíblico Novo Testamento. Rio de Janeiro: Editora Central Gospel, 2013.
CHAMPLIN. R.N. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. Volume 3. São Paulo: Hagnos, 2014.