Deus é Fiel

Deus é Fiel

segunda-feira, 27 de março de 2017

Culto de Doutrina: Não temas, porque eu sou contigo, abençoar-te-ei e multiplicarei a tua semente

Não temas, porque eu sou contigo, abençoar-te-ei e multiplicarei a tua semente
Texto: E apareceu-lhe o Senhor naquela mesma noite, e disse: Eu sou o Deus de Abraão teu pai; não temas, porque eu sou contigo, e abençoar-te-ei, e multiplicarei a tua descendência por amor de Abraão meu servo (Gn 26.24).
A presente passagem Bíblica reafirma a aliança abraâmica, em que Deus multiplicaria os descendentes de Abraão.
O versículo apresenta três motivos para Isaque não ter medo: primeiro, eu sou contigo; segundo, abençoar-te-ei; e, terceiro, multiplicarei a tua descendência.
Eu sou contigo
Nada é mais precioso do que a presença de Deus. Adão falava com Deus pela viração do dia (Gn 3.8). Moisés falou com Deus face a face (Nm 12.8). Israel desfrutou da manifestação da glória de Deus no Monte Sinai (Êx 19. 18-20).
A frase, eu sou contigo, tem como definição teológica, a presença de Deus outorga paz, segurança, provimento, esperança, em suma, a presença de Deus outorga tudo o que é necessário para o bem estar daqueles que servem ao Senhor.
Foram abertos dois poços, eseque, que tem como significado contenda e sitna que significa inimizade. Ambos os poços aos serem abertos provocaram intrigas entre os pastores de Gerar com os pastores de Isaque. Porém, na abertura do terceiro poço, reobote, não houve contenda por parte dos pastores de Gerar, fato que permitiu o seguinte significado ao poço, alargamento, ou seja, agora nos alargou o Senhor, e crescemos nesta terra (Gn 26.22).
Portanto, Deus manifesta a sua glória mediante a sua presença em banir com contendas e com inimizades.
Abençoar-te-ei
Abençoar no grego εύλογέω, tem como significado falar bem de, louvar, exaltar em reconhecimento dos benefícios. Pode ser compreendido em três dimensões: de homens para Deus, de homens para homens, e de Deus para homens.
De homens para Deus, corresponde com a adoração do cristão desenvolvida em ações de graças.
De homens para homens, corresponde na invocação em que servos de Deus realizam para o benefício de outros, ou seja, invocar a benção de Deus para os que necessitam. Assim também como pedir a benção de Deus para com o pão de cada dia.
Já de Deus para os homens, corresponde com marcar com favor, prosperar, e fazer do indivíduo uma pessoa feliz. Isto é, favor conferido, dádiva, benefício ou doação.
Isaque foi agraciado com a terceira dimensão do termo abençoado. Isaque recebeu benefícios da parte do Deus de Abraão.
Multiplicarei a tua descendência
Assim como Sara era estéril, Rebeca sua nora também sofreu da mesma fragilidade feminina para a época. Isaque orou instantemente ao Senhor e o Senhor abriu a madre de Rebeca, tendo assim dois filhos, Jacó e Esaú (Gn 25.21).
Quando Deus disse que multiplicaria a descendência de Isaque estava reafirmando a promessa a Abraão e ao mesmo tempo estava convalidando os feitos na vida de Isaque, quando o Senhor abriu a madre de Rebeca.
Deus não abandona os escolhidos. Deus ratifica a promessa renovando-a a cada manhã (Lm 3.23).

Isaque não precisava ter medo, pois assim Deus disse ao patriarca: eu sou contigo, e abençoar-te-ei, e multiplicarei a tua descendência por amor de Abraão meu servo. Tais palavras eram motivadoras, pois Isaque teria a presença de Deus lhe outorgando, paz, segurança, provimento e esperança. Seria abençoado com o fim das contendas e das inimizades. E as nações da terra veriam a multiplicação da semente de Isaque.

sábado, 25 de março de 2017

Subsídio da E.B.D: A Formação do Caráter Cristão

A Formação do Caráter Cristão
O termo caráter no grego χαρακτήρ significa reprodução ou representação. Corresponde a uma ferramenta para gravação, isto é, uma coisa estampada, cunhada, ou seja, um caráter, uma marca, ou sinal de distinção.
A verdade prática salienta que o homem nascido de novo tem o seu caráter transformado pelo Espírito Santo.
Logo, na presente lição se estudará a definição dos termos: caráter e personalidade. E também a respeito da deformação e redenção do caráter humano.
I – O CARÁTER NA REALIDADE DO HOMEM
Caráter é a qualidade inerente a um indivíduo e corresponde com o temperamento próprio e a índole de cada pessoa.
Caráter significa:
Ter um comprometimento com um conjunto de valores sem comprometer-se...
Ser dedicado a um conjunto de padrões sem hesitar...
Esforçar-se continuamente para integrar seus pensamentos, palavras e ações...
Fazer sacrifícios para manter os seus princípios...
Ter autodisciplina para manter seus valores e padrões morais (MUNROE, 2015, p.204-211).
A marca distintiva do caráter é a lealdade. Lealdade é o produto da estabilidade criada pelas provações que surgem ao longo do tempo (MUNROE, 2015, p.219).
Conforme o pastor Antônio Gilberto o caráter:
É um componente da personalidade.
É adquirido, não herdado.
A criança herda tendências, não caráter.
Resulta da adaptação progressiva do temperamento às condições do meio ambiente: o lar, a escola, a igreja, a comunidade, e o estado socioeconômico (1998, p.223).
Já a personalidade é o conjunto de atributos e qualidades físicas, intelectuais e morais que caracterizam o indivíduo. Os principais elementos formadores da personalidade são a hereditariedade e o meio ambiente. Hereditariedade são os fatores herdados, isto é, a natureza humana transmitida pelos pais. Esses fatores hereditários nascem com o indivíduo e afetam e agem no mesmo através: do sistema nervoso; do sistema endócrino; dos demais órgãos internos (SILVA, p.222).
II – A DEFORMAÇÃO DO CARÁTER HUMANO
O homem foi criado à imagem e semelhança de Deus. Imagem e semelhança descreve o mesmo sentido, sendo que o homem foi criado com semelhança moral para com Deus, pois Adão não possuía pecado, era também semelhante naturalmente, pois Adão era um ser pessoal, com espírito, emoções e livre-arbítrio.
Com o pecado esta semelhança para com Deus em estado de moral ficou deturpada, pois Adão pecou e si distanciou de Deus. Porém, não somente ele, mas todos pecaram e si distanciaram do Criador (Rm 5.12).
A deformação do caráter humano é percebida pelas percas sofridas no que corresponde ao relacionamento para com Deus, para com o próximo e para com a natureza.
No relacionamento para com Deus o homem perdeu a ligação direta da comunhão, perdendo a conformidade para com o Criador.
Para com o próximo, o homem tem perdido laços de amizades e comunhão. E isto por falta de caráter, ou seja, pela falta de conformidade para com as pessoas próximas.
Já a deformação do caráter para com a natureza se percebe pelas ações de desmatamento, poluição e degradação ambiental. Pois, com perca do caráter o homem perdeu a essência da construção e passou a se caracterizar pela essência da destruição.
III – A REDENÇÃO DO CARÁTER HUMANO
Se alguém não nascer de novo não pode ver o reino de Deus (Jo 3.3). Os que estão na carne não podem agradar a Deus (Rm 8.8). Ambas as passagens bíblicas indicam que o homem após o pecado tornou-se incapaz. Logo, com a incapacidade humana, de si chegar à presença de Deus, o próprio Deus traçou o caminho para que a humanidade se aproximasse dEle.
A regeneração só é possível na pessoal do Senhor Jesus Cristo (At 4.12). Enquanto, a conversão é à saída do indivíduo do mundo, a santificação é à saída do mundo de dentro do cristão. A regeneração é a abrangência da conversão com a santificação.
Em Cristo a imagem de Deus no homem é restaurada, pois quando o indivíduo volta para Deus, é por Deus santificado, porque Ele é a fonte de todo o bem.
Portanto, a Palavra de Deus muda o caráter das pessoas. Pela Palavra de Deus ocorre a santificação. E quando há santificação percebe-se que houve a confirmação da redenção do caráter humano.
Referência:
MUNROE, Myles. O poder do caráter na liderança. Rio de Janeiro: Editora Central Gospel, 2015.

SILVA, Antonio Gilberto da. Manual da Escola Dominical: um curso de treinamento para professors iniciantes e de atualização para professores veteranos da Escola Bíblica Dominical. 17ª ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1998.

segunda-feira, 20 de março de 2017

Culto de Doutrina: A transformação da água em vinho, primeiro milagre realizado por Jesus

A transformação da água em vinho, primeiro milagre realizado por Jesus
Texto: Disse-lhes Jesus: enchei de água essas talhas. E encheram-nas até em cima. E disse-lhes: tirai agora e levai ao mestre-sala. E levaram... Jesus principiou assim os seus sinais em Caná da Galileia e manifestou a sua glória, e os seus discípulos creram nele (Jo 2.7,8,11).
A água e o vinho são dois elementos importantes para a compreensão de alguns significados próprios do cristianismo. Purificação e alegria da salvação são definições simbólicas destes elementos. Porém, o texto em análise relata a respeito do primeiro milagre de Jesus que permite ao leitor da Bíblia identificar: a realização de uma cerimônia com a presença do mestre-sala, a presença de convidados ilustres, a importância do diálogo entre Jesus e Maria, e por fim, o real sentido do milagre da transformação da água em vinho.
A cerimônia
A realização de um casamento nos tempos Bíblicos, período do Senhor Jesus, era desenrolado em três acontecimentos: acordo legal realizado pelos pais, procissão do noivo e convidados até a casa da noiva, e por último, o retorno à casa do noivo, local onde seria realizada a comemoração.
A comemoração do casamento durava até uma semana e os noivos se vestiam e eram tratados como realeza. Sendo que o mestre-sala era o encarregado de recepcionar bem os convidados, levando-os às mesas e cuidando no contexto geral da cerimônia.
O relato encontrado em João corresponde com o terceiro acontecimento da realização de um casamento.
Os convidados
Provavelmente Maria tinha parentesco com a família anfitriã da cerimonia. Logo, por este motivo Jesus e seus discípulos foram também convidados.
Jesus não tinha ainda se manifestado como o Messias, porém, a sua mãe tinha pleno conhecimento que a chegada deste dia não iria demorar.
Assim como Jesus foi convidado para as bodas no início de seu ministério terreno é necessário que os futuros casais convidem a Jesus para fazer parte de suas vidas conjugais. Na narrativa Bíblica é demonstrado que o vinho acabou. A ausência de vinho corresponde com a ausência de vida, de abundância, de esperança e de alegria.
A presença de Jesus outorga ao ser humano vida, abundância, esperança e alegria.
Na ausência de vinho Jesus ordenou que a água fosse colocada nas seis talhas, ou seja, se cada talha tinha duas ou três metreta, e se cada metreta possuía em média 30 a 40 litros de água, foram depositadas em média 480 a 720 litros de água.
Na ausência de vinho a água foi utilizada. Na ausência de alegria é necessário que o cristão busque a purificação no Senhor Jesus.
O diálogo entre Jesus e Maria
O presente diálogo permite compreender que há uma informação clara a respeito do reconhecimento de Maria a respeito da divindade de Jesus e do respeito de Jesus para com Maria.
Na fala de Maria “não tem vinho” indica que ela estava informando ao filho a respeito do que estava acontecendo, e assim Ele agiria conforme a sua sabedoria e vontade.
Porém, a resposta de Jesus foi: mulher o que tenho eu contigo? O termo mulher correspondia a uma forma respeitosa de se dirigir a alguém. A resposta de Jesus não foi uma negação à situação e nem uma forma de desrespeito a sua mãe. É tanto que ela responde aos empregados: fazei tudo quanto ele vos disser; frase que demonstra que a tonalidade de Jesus a Maria indicava que Ele faria alguma coisa.
O verdadeiro sentido da transformação
Há três aspectos para explicar o verdadeiro sentido da transformação: aspecto real, aspecto ministerial e aspecto aplicativo.
Aspecto real corresponde com o real sentido literal do fato Bíblico narrado, ou seja, corresponde com o acontecimento que era a cerimônia das bodas. A ausência do vinho seria humilhante para os noivos.
Já o aspecto ministerial se confirma com a seguinte frase, os seus discípulos creram nele (v.11), fato que indica que muitas vezes o seguir vem antes de crer.
Por fim, o aspecto aplicativo define que Jesus é poderoso para transformar o caráter do indivíduo e outorgar alegria da salvação, pois sem Jesus não há vida, não há prosperidade, não há esperança e não há alegria. Jesus principiou assim os seus sinais em Caná da Galileia e manifestou a sua glória (v.11). Ao manifestar o seu poder criador, Jesus estava testemunhando a verdade de sua missão e a grandeza de sua natureza; e seus discípulos, cuja fé era muito viva, procuravam um novo motivo para crer nele e unir-se mais intimamente ao Mestre! (FILLION, 2016, p. 90).
Referência:
FILLION, Louis-Claude. Enciclopédia da vida de Jesus: a nação de Jesus, Cristo antes da encarnação e a vida oculta de Jesus – Volume 2. Rio de Janeiro: Editora Central Gospel, 2016.

domingo, 19 de março de 2017

Subsídio para aula da E.B.D: Uma vida de frutificação

Uma vida de frutificação
A verdade prática afirma que o crente só terá uma vida frutífera se estiver ligado à Videira Verdadeira.
A presente lição tem como objetivo geral: explicar que o crente só terá uma vida frutífera se estiver ligado à Videira Verdadeira. E como objetivos específicos: compreender a singularidade da videira e seus ramos; mostrar o fundamento da frutificação espiritual; e, explicar que fomos chamados para frutificar.
Tendo como texto áureo: toda vara em mim que não dá fruto, a tira; e limpa toda aquela que dá fruto, para que dê mais fruto (Jo 15.2).
Há três informações fundamentais no presente texto:
Primeira informação; toda vara está ligada em Cristo.
Segunda informação; a que não dá fruto será tira.
Terceira informação; a que dá fruto será limpa para que dê mais frutos.
I – A VIDEIRA E SEUS RAMOS
A Videira é o próprio Senhor Jesus. Sendo que no AT há citações que indicam ser Israel uma videira plantada por Deus em excelência, mas no decorrer esta planta se degenera e torna-se estranha (Jr 2.21). Porém, no NT a videira serve para identificar a pessoa de Jesus Cristo e não a Igreja, verdade que se concretiza por dois motivos:
1- A videira é um organismo vivo que supre as necessidades de outros organismos.  A existência da videira garante o suprimento das necessidades dos outros seres vivos. A extração do fruto da videira, a uva, outorga o saciar das necessidades físicas.
As necessidades humanas são divididas em matérias e espirituais. Sendo que as necessidades materiais se subdividem em necessidades específicas: física, quando se trata da saúde; financeira, quando se trata das questões econômicas; e, emocionais, trata-se dos relacionamentos entre as pessoas. Já as necessidades espirituais correspondem com o relacionamento entre o indivíduo e a pessoa de Deus.
Portanto, o Senhor Jesus é a Videira Verdadeira que outorga o suprimento das necessidades de todos aqueles que se aproximam do Pai.
2- A videira permanece nos ramos. Estai em mim, e eu em vós (v.4), a permanência da Videira nos ramos outorga a vitalidade através da seiva. No meio natural há ocorrência em que a seiva não é conduzida ao ramo, tornando este infrutífero. Aplicando ao crente, percebe-se que este está na Videira, mas por não dá fruto a Videira não está neste ramo, o que acontecerá será a retirada deste para ser lançado no fogo.
Os discípulos ao serem comparados com os ramos da Videira são hermeneuticamente definidos pela natureza, pela honra alcançada, pelas dificuldades vivenciadas e pela alegria a ser conquistada.
De fato estes ramos devem ser limpos pela Palavra, e terão como resultados pela comunhão com Cristo a oração respondida e a permanência em Cristo, porém, o grande ganho presente no texto é ser reconhecido como discípulos e amigos de Cristo.
Todos os ramos que dão frutos serão limpos pela Palavra para que possam dá mais frutos. Portanto, o cristão que obedece a Palavra este dá muitos frutos.
Nitidamente dois são os resultados da comunhão entre os ramos e a videira: frutificação (v. 2) e orações respondidas (v. 7).
Porém, cinco são os resultados daqueles que permanecem em Jesus Cristo:
Têm as orações respondias (v.7).
Dão muitos frutos (v.8).
Cumprem propósitos (v.8).
Vivenciam o amor (vv.9,10).
Vivem em plenitude de alegria (v.11).
Os que permanecem são considerados discípulos e amigos de Cristo (vv. 8,15). Em ambientes em que há bons frutos, haverá boas sementes que espalharão. Quando os servos de Deus anunciam as Boas Novas em Cristo tornam-se seus discípulos. Pois, estão seguindo as normas de Jesus Cristo, obedecendo aos seus mandamentos.
Além de discípulos os onze apóstolos foram chamados de amigos e não mais de servos. O servo recebe ordens, já os amigos conhecem a vida dos outros por cultivar a comunhão.
II – O FUNDMANETO DA FRUTIFICAÇÃO ESPIRITUAL
O fundamento para a frutificação é o amor, pois o amor é o fruto mais excelente, sendo que Cristo é o exemplo máximo do amor incondicional. Paulo escreveu à Igreja em Coríntios que mostraria o caminho mais excelente (1 Co 12.31), sendo este, o amor, regra básica e indispensável para o crescimento da Igreja de Cristo.
O amor deve ser visto pela sociedade na prática cotidiana dos cristãos em obras.
Sendo que o amor é gerado nos corações dos cristãos mediante a ação do Espírito Santo.
III – CHAMADOS PARA FRUTIFICAR
Cada cristão foi vocacionado para frutificar. Frutificar espiritualmente, ou seja, experimentar maior comunhão com Deus, mediante os frutos do Espírito que se associam com o cristão e Deus; amor, gozo e alegria. Frutificar socialmente, experimentar na prática os efeitos dos frutos do Espírito que se relaciona entre o cristão e o próximo; longanimidade, benignidade e bondade. Frutificar mediante o relacionamento pessoal; fidelidade, mansidão e temperança.

Por fim, Jesus Cristo é a Videira Verdadeira, o Pai é o Lavrador, e os membros da Igreja são os ramos. Logo, é necessário que os membros da Igreja sejam purificados pela Palavra para que possam frutificar em um mundo cheio de maldades. Já aqueles que não estão em Cristo deverão se santificar para desfrutarem do grande amor de Deus.

segunda-feira, 13 de março de 2017

Subsídio para aula da E.B.D: Quem ama cumpre plenamente a Lei Divina

Quem ama cumpre plenamente a Lei Divina
A verdade prática afirma que amar a Deus e ao próximo é cumprimento plenamente a Lei divina.
A presente lição tem como palavra chave: amor. No grego αγάπη, que tem como significado amor, afeição, estima a mais sublime virtude cristã.  Refere-se ao amor de Deus ou de Cristo aos homens Rm 5.8. Também se define como sendo a essência de Deus 1 Jo 4.8, 16. Assim também como pode caracterizar o amor de homens, a Deus ou a Cristo, Jo 5.42; ou a outras pessoas 2 Co 8.7 (GINGRICH & DANKER, 1993, p. 10).
I – A SINGULARIDADE DO AMOR AGÁPE
No grego há ainda dois tradicionais termos para a palavra amor, são eles: philéo e eros (palavras transliteradas).
Philéo é a palavra mais nobre no grego secular para expressar o amor (BARCLAY, 2010, p.61). O termo philein se associa com beijar e acariciar, logo, o amor quando definido por philia poderá diminuir e o calor se esfriar. Porém, este tipo de amor é mais utilizado ao relacionar o sentimento entre amigos, que pode se esfriar ou aumentar. Sendo assim os cristãos deverão orar por seus amigos.
Já a palavra eros é caracteristicamente para o amor entre sexos, o amor de um rapaz para com uma jovem; sempre há um lado predominantemente físico, e sempre envolve o amor sexual (BARCLAY, 2010, p.60).
Conforme o evangelista João um dos atributos morais de Deus é o amor.
Aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor (1 Jo 4.8).
O caminho mais excelente, o caminho do amor, segundo o qual somos exortados a andar, identifica as características que Deus nos revelou na sua Pessoa e na sua obra (1 Co 12.31-13.13). Se seguirmos o seu exemplo, produziremos o fruto do amor, e andaremos de tal maneira que os dons 9charismata) do Espírito Santo cumprirão em nós os seus propósitos (HORTON, 1996, p. 138).
Santidade e o Amor se definem como atributos morais de Deus, pois são atributos que expressam a majestade da natureza divina.
Deus é santo, e assim como Ele é, cabe a cada cristão o dever de se santificar (Jo 17.17; 1Pe 1.16).
Deus é amor (1 Jo 4.8). O amor como atributo expressa a natureza de Deus. Cinco são os aspectos do atributo do amor de Deus: complacência, compaixão, afeição, benevolência e misericórdia.
O aspecto do amor da complacência ensina que Deus concorda com a oração dos fiéis e usa de benevolência para com os teus (Mt 17.5).
O amor da compaixão ensina que a ação de Deus está associada com a aflição dos que por Ele são amados (Êx 3.9).
O amor da afeição ensina sobre o aspecto da relação íntima entre Deus e o seu povo (Jo 17.23).
Já o aspecto da benevolência se define na ação divina em outorgar e usar de bondade (Lc 6.35).
Por fim, o quinto aspecto do amor divino é a misericórdia. Do substantivo hesed (transliteração do hebraico), corresponde com a benignidade, o amor firme, a graça, e com a palavra misericórdia, fidelidade, bondade e devoção. Já o substantivo – eleos – presume necessidade por parte de quem a recebe, e recursos adequados para satisfazer a necessidade daquele que a mostra. Deus age com misericórdia. As misericórdias do Senhor proporcionam ao cristão a possibilidade de sonhar e de lutar para que o melhor de Deus se concretize.
II – AMAR A DEUS E AO PRÓXIMO
Há três dimensões para compreender a ação do amor.
Dimensão vertical, amor a Deus. O amor a Deus por parte do homem deve ser exclusivo (Mt 6.24), alicerçado na gratidão (Lc 7.42), obediente (Jo 14.15) e comunicativo (BARCLAY, 2010, p. 74).
Dimensão horizontal, amor ao próximo. O amor ao próximo é definitivamente fruto do Espírito.
Dimensão interior, amor a si mesmo. O indivíduo só poderá amar a Deus se amar a si mesmo. Da mesma forma o indivíduo só amará o próximo se a amar a si mesmo.
III – SOB A TUTELA DO AMOR, REJEITEMOS AS OBRAS DAS TREVAS
Segundo a narrativa bíblica o homem não foi criado com e nem no pecado, mas o pecado entrou no mundo pela desobediência do homem ao quebrar a aliança que tinha feito com Deus. Nesta aliança entre Deus e Adão existia uma promessa, a vida; uma condição, a obediência; e uma pena, a morte. Com a desobediência o homem sofreu a morte. No caso de Adão sofreu a morte moral, espiritual e posteriormente com 930 anos a morte física.
As consequências do pecado não se limitaram ao primeiro casal. Pelo pecado de um só homem todos pecaram e assim as consequências passaram a todos os homens. Ao desobedecerem, tanto Adão como Eva, perceberam que estavam nus (Gn 3.7), tiveram medo de Deus e se esconderam (Gn 3.8-10), e por fim foram expulsos do jardim (Gn 3.23,24).
Porém, o amor é o antídoto contra o pecado, pois quem ama não peca contra Deus e nem peca em denegrir a imagem de Deus, isto é, o seu próximo. O amor conduz os cristãos à obediência, pois quem ama a Deus obedece a Palavra de Deus.
Em fim, para concluir utilizamos a escrita da introdução da revista: a maior marca de uma igreja não é sua teologia, seu templo, tradições, mas sim o seu amor para com o Senhor Jesus e para com o próximo.
Referência:
BARCLAY, W. As Obras da Carne e o Fruto do Espírito. São Paulo: Vida Nova, 2010.
GINGRICH, F. Wilbur. DANKER, Frederick W. LÉXICO DO NOVO TESTAMENTO GREGO / PORTUGUÊS. São Paulo: Edições Vida Nova, 1993.

HORTON, S.M. Teologia Sistemática. Rio de Janeiro: CPAD, 1996.

segunda-feira, 6 de março de 2017

Culto de doutrina: Jesus chama os primeiros discípulos

Jesus chama os primeiros discípulos
Texto: 18- E Jesus, andando junto ao mar da Galiléia, viu a dois irmãos, Simão, chamado Pedro, e André, seu irmão, os quais lançavam as redes ao mar, porque eram pescadores; 19- E disse-lhes: Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens. 20- Então eles, deixando logo as redes, seguiram-no. 21- E, adiantando-se dali, viu outros dois irmãos, Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão, num barco com seu pai, Zebedeu, consertando as redes; E chamou-os; 22- eles, deixando imediatamente o barco e seu pai, seguiram-no (Mt 4.18-22).
A liderança do Senhor Jesus sobre os discípulos ratifica a necessidade de líderes que valorize aqueles que por Deus foram chamados. A liderança de Jesus em escolher, instruir e enviar doze homens ensina a Igreja do século XXI a não desistir daqueles que possuem um chamado da parte de Deus.
Deus chama, Deus capacita e Deus envia. Deus chama pessoas para realizarem aquilo que as incomoda. Deus chama pessoas para realizarem aquilo que gostam de fazer. Deus chama pessoas dedicadas e compromissadas. Indivíduos oscilantes dificilmente porão as mãos no arado, pois estas facilmente olharão para traz.
Portanto, quando se estuda a respeito do chamado de Jesus para com os discípulos, percebem-se dois pontos fundamentais: a pessoa que chama e as pessoas que são chamadas.
Jesus é quem chama
Pedro, André, João e Tiago já conheciam a Jesus. É só observar Mateus 4.12 “Jesus, porém, ouvindo que João estava preso, voltou para a Galileia” e comparar com João 1.35-40, texto que cita diretamente os nomes de André e Pedro, e indiretamente o nome de João, sendo que estes foram citados quando dois destes eram discípulos de João Batista. Logo, Jesus já era conhecido por estes personagens. O conhecimento daquele que chamado a respeito daquele que o chama é necessário e fundamental para o sucesso ministerial dos vocacionados.
1- Jesus é quem chama. Três são os tipos de chamados de Jesus para com as pessoas. Primeiramente Jesus chama as pessoas para serem salvas. Em segundo Jesus chama as pessoas para servirem. E por fim, Jesus chama os indivíduos para serem glorificados com Ele na glória celestial. Vinde após a mim, e eu vos farei pescadores de homens (v.19), descrição que ratifica o chamado dos primeiros discípulos para servirem a Jesus.
2- Jesus é quem instruí. Toda pessoa chamada para o serviço, deverá ser instruída para a realização eficiente e eficaz da obra de Deus. A instrução de Jesus para com os discípulos poderá ser observada na abrangência de três metodologias: oração (Jo 17.1-26), explicações dialógicas (Jo 14. 26) e o exemplo (Jo 14.9).
3- Jesus é quem envia. Cada pessoa que nasce neste mundo tem da parte de Deus um chamado específico. José foi chamado para cumprir eficazmente a Palavra de Deus a Abraão, que a descendência do patriarca viveria em uma terra estranha (Gn 15.13), porém Deus levanta José para outorgar segurança a Israel. Já Moisés foi vocacionado para conduzir a saída do povo de Israel do Egito em direção à Terra Prometida. Poderia registrar nomes como de Daniel, Jeremias, Isaías, Jonas, faltar-me-ia o tempo contando de Gideão, e de Baraque, e de Sansão, e de Jefté, e de Davi, e de Samuel, e dos profetas, os quais, pela fé, venceram reinos, praticaram a justiça, alcançaram promessas, fecharam as bocas dos leões (Hb 11.33,34). Em suma, cada um destes no próprio tempo foram enviados por Deus para marcarem em santidade as suas gerações.
Deus continua a enviar nos dias atuais, pessoas para pregarem o Evangelho às almas cativas. Ao serem enviados os discípulos deveriam conhecer aquEle que os tinham enviado, pois no nome de Jesus há poder para sujeitar os demônios (Lc 10.17).
Discípulos são pessoas vocacionadas por Jesus
O termo discípulo do grego μαθητης significa aprendiz, ou seja, aquele que aprende de um mestre. Ouvir as palavras do mestre, compreender as instruções do mestre e aprender os ensinos do mestre definem o termo aprendiz do grego.
André e João (João o evangelista provavelmente era o outro discípulo, que foi até a casa de Jesus Jo 1.35,39), já conheciam a Jesus, tinham informações a respeito do Cristo e passaram boa parte de um dia na casa do Mestre.
1- Pessoas são chamadas para realizarem aquilo que as incomodam. Inúmeras são as necessidades em que os indivíduos da atual sociedade estão enquadrados. Deus levantou o profeta Miquéias para corrigir os ricos de Israel que maltratavam os pobres.
Ele te declarou, ó homem, o que é bom; e que é o que o Senhor pede de ti, senão que pratiques a justiça, e ames a beneficência, e andes humildemente com o teu Deus? (Mq 6.8).
Assim também foi com o profeta Amós (Am 4.1).
Portanto, Deus chama pessoas para realizarem aquilo que as incomodam. Se no cenário político algo incomoda o cristão, Deus levanta este para servi-lo no âmbito público. Caso seja na educação, Deus levanta pessoas para servi-lo no processo de ensino-aprendizagem. Se por acaso é no contexto eclesiástico, Deus levanta pessoas para servi-lo como líderes. Em suma, o que incomoda as pessoas é o demonstrativo do propósito do chamado de Deus.
2- Para a realização da obra Deus deposita sentimento nos chamados. Fazer o que não gosta não motiva ninguém a nada. Mas, quando a pessoa gosta, esta é motivada para a concretização e realização de grandes coisas. Logo, Deus chama pessoas para realizarem aquilo que elas gostam. Paulo o maior teólogo de todos os tempos só conquistou tal mérito por causa de sua dedicação ao Senhor, e claro por realizar aquilo que gostava que de fato era, ensinar a Palavra de Deus.
3- Deus chama pessoas dedicadas e compromissadas com o que praticam. Os primeiros discípulos a serem vocacionados eram pescadores e estavam ocupados em suas tarefas. Pedro e André estavam lançando as redes. João e Felipe estavam consertando as redes (Mt 4.18,21).
4- Para atender ao chamado há um preço e uma recompensa. João e Felipe deixaram o pai e seguiram a Jesus. Abraão saiu do meio de sua parentela para obedecer ao chamado de Deus (Gn 12.1-3). Porém, há uma recompensa, pois, todo aquele que tiver deixado casas, ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou mulher, ou filhos, ou terras, por amor do meu nome, receberá cem vezes tanto e herdará a vida eterna (Mt 19.29).

Por intermédio da Igreja o Senhor Jesus continua a chamar, a instruir e a enviar pessoas redimidas para a concretização de grandes obras. A seara é realmente grande, mas poucos são os ceifeiros. Rogais, pois, ao Senhor da seara que mande ceifeiros para a sua seara (Mt 9.37,38).

domingo, 5 de março de 2017

Subsídio para aula da E.B.D: Vivendo de forma moderada

Vivendo de forma moderada
A verdade prática afirma que a temperança ajuda o crente a ser moderado em todas as áreas e circunstâncias da vida.
A presente lição tem como palavras-chaves: temperança, prostituição e glutonaria.
Temperança é capacidade de controlar a si mesmo. Três são os pontos fundamentais para serem controlados: a língua, as paixões e os desejos que são contrários à vontade de Deus.
A prostituição corresponde com a imoralidade sexual, enquanto que a glutonaria significa descontrole no uso de alimentos, sendo que tal pecado está também relacionado com o envolvimento com drogas e sexo.
I – TEMPERANÇA, O DOMÍNIO DAS INCLINAÇÕES CARNAIS
Temperança no grego εγκράτεια, (transliteração egkrateia) que significa autocontrole (At 24.25; Gl 5.23; 2 Pe 1.6), também poderá encontrar o termo έγκρατεύομαι  (transliteração agkrateuomai) que significa controlar-se, exercer autocontrole (1 Co 7.9; 9.25). E εγκρατής, (transliteração agkratés) definido por ter pleno controle de si mesmo, disciplinado (Tt 1.8).
Portanto, a temperança faz parte dos frutos do Espírito interligados com o relacionamento pessoal e é definido por autocontrole, ou exercício do autocontrole, e também por ser o pleno controle de sim mesmo, isto é, disciplinado.
Disciplinado às questões impulsivas da carne, como sexuais e a glutonaria.
A palavra grega egkrateia significa temperança ou domínio próprio até sobre as paixões sensuais. Inclui, portanto, a castidade (HORTON, 1996, p. 492).
Gomes assim acrescenta a respeito da temperança:
Na temperança, o homem não se entrega a diversões ou prazeres dissolutos, corruptos, mas tem a posse de si mesmo, sabe controlar seus desejos, emoções (Gn 43.31). Muitos estudiosos falam que no aspecto ético o homem que tem controle de si é prova de que sua alma está agindo, de modo que ele repele aquilo que pode prejudicá-lo. Mas como isso é possível quando tudo no seu ser está contaminado pelo pecado? (2016, p. 133).
II – PROSTITUIÇÃO E GLUTONARIA, O DESCONTROLE DA NATUREZA HUMANA
Prostituição no grego πορνεία (transliteração porneia) significa prostituição, fornicação, de vários tipos de relação sexual ilícita.
Porneia descreve o relacionamento em que uma das partes pode ser comprada e descartada como um objeto, e onde não há união de personalidade nem respeito por estas (BARCLAY, 2000, p.26).
Porneia está associada com as obras da carne que correspondem com atos sexuais. E são quatro os tipos de pecados que correspondem com atos sexuais e estão diretamente ligados com a desobediência do sétimo mandamento “não adulterarás” (Êx 20.14). São eles: adultério, fornicação, impureza e lascívia.
Adultério: para muitos eruditos a prática do adultério corresponde com a traição entre casais e, de fato adultério tem como significado dormir em cama estranha.
Fornicação: a relação sexual entre jovens sem haver a venda do corpo e sem corresponder com a traição de um terceiro se resume em fornicação.
Impureza: correspondem com pecados sexuais, atos pecaminosos e vícios. Porém, este tipo de pecado é alimentado por pensamentos e desejos da alma (Ef 5.3, Cl 3.5).
Lascívia: corresponde com o pecado da sensualidade. Tal prática conduz as pessoas ao ponto de perderem a vergonha. Por isso, tornou-se natural no presente contexto civilizatório à falta de decência e a perca do pudor.
O vocábulo glutonaria no grego é κώμοι significa banquete ou orgia. Sendo que o termo orgia em Gl 5.21, se refere à obra da carne, isto é, corresponde com aqueles que vivem se entregando à comida, bebida, festividades, não tendo compromisso com nada e com ninguém. Logo, a glutonaria identifica e caracteriza a pessoa a um rebelde.
III – VIVENDO EM SANTIFICAÇÃO E DEIXAND OS EXCESSOS
No esfriar do amor, extinguir se a santidade.
O fruto é a maneira de se exercer os dons. Cada fruto vem acondicionado no amor, e qualquer dom, mesmo na sua mais plena manifestação, nada é sem o amor. Por outro lado, a plenitude genuína do Espírito Santo forçosamente produzirá também frutos, por causa da vida renovada e enriquecida da comunhão com Cristo. Conhecer o amor, poder e graça de Deus, inspiradores de reverente temor, deve fazer de nós vasos de bênçãos cheios de ternura. Não merecemos os dons. Nem por isso Deus se nega a nos revestir de poder. E passamos a ser obreiros do Reino, prontos para trazer a colheita. Subimos a um novo domínio (HORTON, 1996, p.493).
Portanto, viver da maneira que agrada a Deus é possível. E que a cada dia o Espírito Santo fortaleça a Igreja e encha os membros do poder do alto, santificando a cada membro para poderem desfrutar do pleno relacionamento com os demais membros da comunidade cristã.
Referência:
BARCLAY, W. As Obras da Carne e o Fruto do Espírito. São Paulo: Vida Nova, 2010.
GOMES, Osiel. As Obras da Carne e o Fruto do Espírito, como o crente pode vencer a verdadeira batalha espiritual travada diariamente. Rio de Janeiro: CPAD, 2016.

HORTON, S.M. Teologia Sistemática. Rio de Janeiro: CPAD, 1996.