Deus é Fiel

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terça-feira, 25 de janeiro de 2022

A purificação do Templo

 A purificação do Templo

E achou no templo os que vendiam bois, e ovelhas, e pombos, e os cambiadores assentados. E tendo feito um azorrague de cordéis, lançou todos fora do templo, também os bois e ovelhas; e espalhou o dinheiro dos cambiadores, e derribou as mesas; E disse aos que vendiam pombos: Tirai daqui estes, e não façais da casa de meu Pai casa de venda. E os seus discípulos lembraram-se do que está escrito: O zelo da tua casa me devorou (Jo 2.14-17).

O presente texto tem como objetivo responder a seguinte pergunta: Gostaria de tirar uma dúvida no capítulo 2.13-16, quer dizer que não podemos vender coisas na igreja? Tipo: feijoada, bazar...

Para responder a pergunta acima, duas outras deverão ser utilizadas no momento em que lemos o texto. Primeira, o que o texto quis dizer no período em que foi escrito? E, segunda, o que texto quer dizer nos dias atuais?

A primeira permite o desenvolvimento prático da exegese, enquanto a segunda outorga a aplicabilidade, tendo como objetivo que o cristão viva em conformidade com a vontade do Senhor.

Portanto, no que tange a compreensão do texto para o período em que foi escrito é necessário entender o seguinte ponto essencial:

E achou no templo os que vendiam e os cambiadores.

Deus não é contra o comércio, todo judeu é exímio empreendedor, porém o local e como o comércio estava sendo desenvolvido não eram conforme a vontade de Deus. Sobre o local compreende que o Templo é local de adoração e não de negociação de produtos e de ofertas. Ofertas, por quê? Por ser empreendedor os judeus começaram a negociar os animais que eram oferecidos em sacrifício no templo, assim o judeu no ato de deslocar para Jerusalém para a prática da adoração não precisaria sair de sua casa com a oferta, compraria no próprio Templo, o que inicialmente parecia ser benéfico, mas por outro lado a venda era uma extorsão desenvolvida pelos comerciantes sob a proteção dos sacerdotes.

[...] Um estudo fascinante das circunstâncias econômicas do povo da Jerusalém do século I observa que os preços das frutas eram entre três a seis vezes mais caros na cidade do que no campo! Mas isto não se pode comparar com os preços inflacionados exigidos em Jerusalém pelos pombos para sacrifício, que eram aproximadamente cem vezes mais do que se cobrava nas áreas rurais! A casa de Deus não havia somente sido convertida em um mercado por aqueles comerciantes que compravam e vendiam ali sob a proteção dos príncipes dos sacerdotes. Ela havia se transformado num mercado, onde os pobres, para quem a lei de Deus fazia a provisão necessária, tornavam-se vítimas de extorsão (RICHARDS, 2008, p. 201).

Os que vendiam e os cambiadores estavam no lugar certo, o Templo, porém fazendo a coisa errada, cuidando de seus próprios interesses materiais. Cuidado este fora do padrão, pois os lucros eram absurdos. Sendo que a resposta de Jesus em dizer que a casa de meu Pai é casa de oração, indica que os que vendiam e os cambiadores estavam transformando a casa do Senhor em um comércio.

Já no que tange a aplicabilidade é válido dizer que na casa do Senhor não poderá ter um olhar direto para a comercialização em que interesses pessoais sejam supridos.

Mas, enquanto a venda como hoje é desenvolvida para auxílio a projetos evangelísticos ou a departamentos não há uma associação direta com a motivação em que teve Jesus de expulsar os comerciantes do Templo, porém alguns cuidados devem ser observados e praticados, que são:

A venda de produtos no interior da igreja não é permitido por algumas denominações (o que no meu ver dentro da igreja é inaceitável qualquer comercialização mesmo que seja para a própria obra, na parte externa tranquilamente).

Venda com objetivo obter lucros absurdos e ainda utiliza a seguinte frase para justificar: é para ajudar a obra de Deus.

Venda no momento posterior ao culto, pois cantina aberta no momento do culto é o escape justificável daqueles que gostam de saírem, principalmente no momento da mensagem.

Por fim, todo cristão tem que saber que a primeira fonte para que projetos evangelísticos e as festividades dos departamentos ocorram com os recursos necessários, os dízimos e as ofertas não devem ser sonegados.

Referência:

RICHARDS, Lawrence O. Comentário Histórico-cultural do Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2008.

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