Texto: Porque a graça de Deus se há manifestado, trazendo
salvação a todos os homens, ensinando-nos que, renunciando à impiedade e às
concupiscências mundanas, vivamos neste presente século sóbria, justa e
piamente, aguardando a bem-aventurada esperança e o aparecimento da glória do
grande Deus e nosso Senhor Jesus Cristo, o qual se deu a si mesmo por nós, para
nos remir de toda iniquidade e purificar para si um povo seu especial, zeloso
de boas obras. Tt 3.11-14.
O
termo graça faz referência ao favor imerecido outorgado por Deus ao ser humano. Por meio da graça
Deus predestina, chama, justifica, glorifica (Rm 8.30) e capacita por meio da
fé. O objetivo da graça se resume na ação de Deus salvar o homem do poder e
da condenação do pecado.
1- Panorama Bíblico
da Graça
No
contexto bíblico de Gênesis a Apocalipse encontraremos sete dispensações. As
dispensações integram o estudo das eras bíblicas, no contexto tempo. Da
primeira a quinta dispensação o ser humano falhou e não conseguiu de maneira
digna agradar a Deus. A primeira dispensação é da inocência, seguida pela da
consciência, também pela a dispensação do governo humano, dos patriarcas e da
lei. A sexta dispensação é a da graça que abrangem a primeira e a segunda
vinda de Cristo. Que é e será de âmbito universal. Paulo escreve aos irmãos
de efésios e declara que é prisioneiro de Jesus Cristo por trabalhar em prol do
evangelho aos gentios e faz referência a dispensação da graça. E por fechamento
das dispensações teremos a do milênio.
Biblicamente,
a graça conforme a sua abrangência poderá ser comum, no que
corresponde aos favores de Deus para toda a humanidade, com propósito manter a
vida e os recursos básicos para a manutenção da vida do ser humano, e também
encontraremos nos escritos sagrados a respeito da graça especial que
é obtida mediante a fé na obra vicária de Cristo na cruz, pela qual, Deus nos
salva e nos outorga o direito de filhos de adoção.
Porque
a graça de Deus se há manifestado, trazendo salvação a todos os homens (Tt
2.11), neste versículo três aspectos da graça são expostos. O primeiro aspecto
é a graça de Deus, isto indica
que a graça pertence a Deus que é Santo, Fiel e Justo. Segundo, a graça se há manifestado, que
corresponde a manifestação de Jesus Cristo nosso Salvador o que era preparação
na antiga aliança, torna se visível na nova aliança, pois o verbo se fez carne
(Jo 1.14) a manifestação do verbo é a manifestação da graça outorgando paz (Jo
16. 33), vida em abundância (Jo 10.10) e principalmente o direito a vida eterna
(Jo 17.3). E em terceiro, trazendo
salvação a todos os homens o que tornou possível graça a manifestação
do Senhor Jesus.
A
graça se manifestou, “epifania”, termo grego utilizado para descrever a
aparição do sol ao amanhecer. Isto é, epifania corresponde à aparição de
alguém ou de alguma coisa que estava invisível.
2- Meios da graça
Nos
versículos seguintes o apóstolo Paulo trata se dos meios da graça. São
recursos da graça especifica; os ensinos das Escrituras Sagradas, as
ordenanças (batismo e santa ceia), o serviço cristão, a oração, a comunhão, o
batismo no Espírito Santo, os dons espirituais (profecia, interpretação,
variedades de línguas, cura, fé, operação de maravilhas, discernimento de
espíritos, palavra de sabedoria e palavra da ciência) e por fim a esperança da
vinda de nosso Senhor Jesus Cristo no dia do arrebatamento da igreja.
Um dos meios da graça
é o ensino, pois por ela, a manifestação da graça Deus, aprendemos a renunciar as
concupiscências mundanas. A concupiscência é um desejo insaciável, que
proporciona o surgimento de outros pecados como a cobiça. Segundo o evangelista
João a concupiscência não é de Deus, mas do mundo e o mesmo distingue a concupiscência
dos olhos, o desejo exagerado da visão que nos leva a analisar o que não
devemos, por isso é dever de cada cristão não por coisa má diante dos olhos (Sl
101.3), e em segundo a concupiscência da carne o que é de fato um apetite
desenfreado da carne (sarx) termo que no grego corresponde a tudo que é
realizado pela nossa carne que desagrada a Deus (I Jo 2.16). Mas, segundo o que
Paulo escreve a Tito a graça é um meio eficaz do ensino de Deus para nós mantermos
uma vida de renúncia à impiedade e a vivermos de maneira justa e piamente. Pois,
a impiedade trata-se de tudo que é contra e sem Deus. Já a colocação do
apóstolo Paulo: vivermos de maneira
justa e piedosa corresponde ao relacionamento com o próximo de maneira
integra nos deveres do dia a dia. A
salvação produz mudanças de situação e de atitude. O velho homem com todos os costumes contrários
a Deus morreu e tudo se fez novo (II Co 5.17).
A
graça nos ensina a guardar com viva esperança a vinda da glória de Deus e ter
como memorial a obra da salvação realizada por Cristo na cruz. Portanto, a
graça nos proporcional a função de mordomos a de aguardarmos a bem aventurada
esperança.
Por
fim, a epifania da graça trouxe salvação a todos os homens, isto é, o propósito
da graça. Lembrando que Jesus se deu a si mesmo por nós, para nos remir, aqui
estar à operação da graça. Por último a graça outorga resultados e o resultado
da graça é purificar para si um povo especial, zeloso de boas obras. A graça se
manifestou no passado, produzindo resultados no presente, e nos proporciona a
fixar os olhos para o futuro na epifania da glória de Deus.
Andreson Côrte, 24 de Abril de 2012. Culto de Doutrina.