Deus é Fiel

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domingo, 28 de fevereiro de 2021

Subsídio para a Escola Bíblica Dominical: O Senhor Jesus Cura Hoje

 O Senhor Jesus Cura Hoje

A Verdade Prática da presente lição tem como descrição:

A cura de enfermidades é um dos benefícios da obra redentora do Calvário.

Sendo que o objetivo geral do estudo é Esclarecer que a cura divina acontece hoje. E como objetivos específicos: conceituar a cura divina na Bíblia; pontuar a cura divina como parte da salvação; e, refletir sobre a cura divina e os desafios atuais.

I – A CURA DIVINA NA BÍBLIA

No Antigo Testamento compreende-se que a saúde do povo era uma promessa divina, mas não retirava do povo a responsabilidade prática, principalmente no que correspondia com a obediência.

Assim também como os sacerdotes tinham funções sanitaristas no agir em prol da saúde da comunidade. Sobre as funções sanitaristas dos sacerdotes é certo afirmar:

Eram funções preventivas.

Funções que outorgavam aos sacerdotes o poder de interditar as casas caso o imóvel tivesse contaminado ou até mesmo a demolição do imóvel.

E também tinha como função ao perceber a lepra em vestes a de queimá-las.

Andrade complementa ao descrever a respeito das leis urbanas descritas no livro de Levítico.

De acordo com as leis urbanas que encontramos no Levítico, a urbanização de Israel deveria começar de dentro para fora; do interior das casas ao centro da cidade. Se uma casa estava doente, todos os demais domicílios corriam perigo; a epidemia era eminente (ANDRADE, 2018, p. 51).

Já no Novo Testamento nota-se que as curas ministradas pelo Senhor Jesus representavam um ponto essencial de Seu ministério público. A respeito das curas ministradas por Jesus dois pontos merecem atenção: Jesus curou na diversidade das doenças e na diversidade da nacionalidade das pessoas enfermas; e, Jesus utilizou da multiforme maneira para curar.

Jesus curou. O Senhor curou na diversidade, primeiramente, na diversidade de doenças: O Senhor não era especialista de um tipo específico de enfermidade, mas de fato Ele curava todos os que se aproximavam dEle, ou seja, Jesus curou paralítico (Mt 9.2-8), cego (Mt 20.29-34), e dentre outros um hidrópico (Lc 14.1-4). Em segundo, Jesus curou na diversidade da nacionalidade e da condição socioeconômica das pessoas: o servo do centurião romano (Mt 8.5-13), o filho do oficial do rei (Jo 4.46-54), a filha da mulher cananeia (Mt 15.21-28) e dentre outros a sogra de Pedro (Mt 8.14,15).

As multiformes maneiras que Jesus utilizava para curar. Jesus curou por meio de palavras: levanta-te, e toma o teu leito, e vai para tua casa (Mc 2.11). Assim como Jesus curou por meio de contato físico e até mesmo com a própria saliva (Jo 9.6).

No que corresponde às atitudes preventivas na atualidade assim comenta Soares:

[...] A prevenção de saúde é dever individual de cada pessoa e isso é bíblico. A alimentação saudável e a higienização adequada são bons hábitos que contribuem para a salvação (2020, p. 127).

II – A CURA DIVINA COMO PARTE DA SALVAÇÃO

A Palavra salvação deriva do grego, soteria, tendo por significado, liberdade ou ser livre de um perigo iminente. O termo salvação no Novo Testamento insere como compreensão o propósito de Deus, que é a salvação da humanidade.

Nos livros do Antigo Testamento percebe-se que a palavra salvação diz respeito à libertação da escravidão e também se associa com a preservação da vida, pois o termo hebraico, yasha, que é traduzido por salvar tem como significados: ajudar, libertar, livrar e salvar. Corresponde com livramento de grandes perigos e de risco de morte.

O conceito de salvação no Novo Testamento inclui a maioria dos elementos e aspectos aludidos no Antigo Testamento, acrescentando-lhe dimensões espirituais. O termo grego soteria compreende tanto a salvação nacional como a pessoal (RADMACHER; ALLEN; HOUSE, 2013, p. 18).

Soares categoricamente associa a salvação com os demonstrativos da cura da seguinte maneira:

[...] De modo que a cura de enfermidades é um dos benefícios da obra redentora do Calvário. Dos 36 milagres específicos de Jesus registrados nos evangelhos, 27 deles envolvem cura e libertação, ou seja, salvação (2020, p. 130).

III – A CURA DIVINA E OS DESFIOS ATUAIS

A origem de todas as doenças está associada com o pecado original. Também há doenças que estão diretamente associadas com pecado atual cometido pelo próprio indivíduo. Logo, não cabe aos cristãos associarem a doença de um irmão com pecado cometido pelo mesmo. Outro cuidado básico se associa com não relacionar as doenças com possessão maligna.

Em suma, excelentes são as palavras de Soares para concluir as descrições argumentativas sobre o presente tema:

A cura de enfermidades é um milagre, direta ou indiretamente. A ciência médica é intermediária nesse processo que vem evoluindo ao longo dos séculos e os médicos, independentemente de sua confissão religiosa, consciente ou não, estão nas mãos de Deus. É que Deus trabalha no silêncio (2020, p. 129).

Referência

ANDRADE, Claudionor de. Adoração Santidade e Serviço: os princípios de Deus para a sua Igreja em Levítico. Rio de Janeiro: CPAD, 2018.

RADMACHER, Earl D. ALLEN, Ronaldo B. HOUSE, H. Wayne. O Novo comentário Bíblico Novo Testamento. Rio de Janeiro: Editora Central Gospel, 2013.

SOARES, Ezequias. O Verdadeiro Pentecostalismo: A atualidade da Doutrina Bíblica sobre a atuação do Espírito Santo. Rio de Janeiro: CPAD, 2020.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2021

Subsídio para aula da Escola Bíblica Dominical – Lições Bíblicas Jovens – A oração do Fariseu e do publicano

 A oração do Fariseu e do publicano

Conforme a Síntese:

Na parábola do fariseu e do publicano, Jesus nos ensina preciosas lições através das orações desses personagens. Justificação, misericórdia divina, coração sincero e o valor da humildade são alguns dos temas abordados.

A parábola do fariseu e do publicano realça a importância de orar com humildade e dependência para com Deus, pois:

“Quando oramos a Deus, devemos confiar em quem Ele é, e não em quem nós somos. Jesus ensina que são felizes os humildes de espíritos; aqueles que reconhecem a sua real condição diante de Deus” (GABY & GABY, 2018, p. 73).

A presente lição tem como objetivos:

Evidenciar o perigo da glorificação do “eu” na oração do fariseu.

Demonstrar a dinâmica da misericórdia divina na oração do publicano.

I – A ORAÇÃO DO FARISEU

Os fariseus formavam um partido religioso puritano, que tinham como objetivo a observância da Lei de Moisés. Eram conhecidos por acreditarem na existência dos anjos, dos demônios e da vida após a morte. Em número de pessoas era considerado um grupo pequeno, porém possuía grande influência na vida social e tinham como componentes a maioria dos escribas. Os dois pesos a este grupo na narrativa do Novo Testamento passam a serem a falta de amor e o orgulho.

[...] Fariseu significa “separado”, porque não somente se separava dos outros povos, mas também dos outros israelitas. Os fariseus observavam as práticas de forma minuciosa; contudo, esqueciam do espírito da Lei [...] (GABY & GABY, 2018, p. 73).

No que tange a oração do fariseu nota-se a hipócrita por ser uma oração de autoapresentação de inverdades. Quem justifica o homem é Deus. Deus deu testemunho de Abraão, chamando-o de amigo (Is 41.8); deu testemunho de Jó, chamando de íntegro (Jó 1.8); deu testemunho de Gideão, chamando-o de varão valoroso (Jz 6.12); deu testemunho de Davi, chamando-o de homem conforme o meu coração (At 13.22); e, deu testemunho de Daniel, chamando-o de homem mui desejado (Dn 10.11). Porém, no caso da parábola Deus não deu testemunho do fariseu, mas o fariseu se autoapresentou a Deus como sendo superior ao publicano.

Arrogância pode ser definida como comportamento excessivamente orgulhoso, soberbo e presunçoso. A palavra grega para arrogância é ύβρίς, que corresponde com insolência, tratamento desrespeitoso, ultraje, orgulho, soberba e altivez.

A respeito da oração arrogante do fariseu, assim escreveu Gaby e Gaby:

A oração do fariseu inicialmente mostra quem ele é. Em seguida, ele passa a destacar as obras excelentes que ele realiza. Excedia o jejum prescrito na lei (Lv 16.29ss) com mais dois jejuns semanais. Excedia o dízimo (Lv 27.30,32; Nm 18.21,24). Ele realmente agradece por quem ele é, mas não contente com isso, agradece também pelo que ele faz para Deus. (GABY & GABY, 2018, p. 78).

II – A ORAÇÃO DO PUBLICANO

Os publicanos eram cobradores de impostos e sempre eram classificados como e com os pecadores, logo estes eram definidos por possuírem má reputação. Segundo a parábola os dois homens subiram ao templo, a orar, porém um deles desceu justificado, enquanto a oração do segundo não foi ouvida.

Dois homens oram; um é ouvido enquanto a oração do outro não ultrapassa o teto [...].

[...] Mas as Boas-Novas dizem respeito a Deus fazer as coisas para os pecadores, a começar com o perdão dos pecados deles. Por isso, o publicano conheceu a paz com Deus, enquanto o fariseu foi para casa só com sua própria autoestima.

Deus nos ouve quando reconhecemos a ruína espiritual que a Bíblia diz que somos (GUIA CRISTÃO DE LEITURA DA BÍBLIA, p.603).

A oração do publicano foi aceita por ter sido realizada com sinceridade e arrependimento, logo o objetivo específico do tópico é contrastar a postura do publicano em relação à do fariseu.

A sinceridade do publicano é bem definida nas palavras dos pastores Gaby e Gaby:

[...] O publicano sequer consegue formular muitas palavras. Nem mesmo fazendo promessas ele conseguiria obter quaisquer direitos. Ele tem consciência de sua condição. Ele se prostra em sinceridade e arrependimento. A sua condição o permite apenas render-se inteiramente às mãos de Deus (GABY & GABY, 2018, pp. 80,81).

Arrependimento significa retornar e se dedicar a Deus, isto é, corresponde com o abandono do pecado. O pecado é tudo aquilo que separa o ser humano de Deus. O autêntico arrependimento proporciona a ocorrência de dois elementos: ódio ao pecado (Sl 97.10) e a tristeza por causa do pecado (2 Co 7.10).

O arrependimento é o primeiro aspecto da experiência inicial da salvação experimentada pelo crente, experiência essa que é chamada conversão. A conversão autêntica é uma parte essencial e a prova da regeneração. A regeneração é a obra de Deus no íntimo e a conversão é a exteriorização da salvação, por parte do homem, através do arrependimento e da fé. O arrependimento tem muito de negativo e diz ao pecado em seus muitos aspectos e formas, especialmente ao pecado da incredulidade (BANCROFT, p. 235).

O arrependimento outorga liberdade das prisões manifestadas pela ação dominadora do pecado. Pois, o pecado escraviza o indivíduo e retira a alegria outorgada por Deus. O arrependimento corresponde com uma entrega à pessoa de Deus, para que por meio da santificação o Espírito Santo de Deus outorgue as transformações necessárias no interior do cristão.

Percebe-se também que o arrependimento positivo permite que o sentimento de culpa o acompanhe, assim também como a tristeza segundo Deus (2 Co 7.10). A genuína tristeza gerada pelo arrependimento quanto ao pecado cometido leva a pessoa a uma mudança de mentalidade e a uma reconciliação com Deus. Como o termo arrependimento significa voltar-se para Deus, que é o Salvador, o arrependimento resulta em libertação espiritual e salvação (2 Co 6.2). Infelizmente, o tipo de tristeza que o mundo gera opera a morte (ALLEN; RADMACHER;HOUSE, p.467).

Referência:

ALLEN, Ronaldo B. RADMACHER, Earl D. HOUSE, H. Wayne. O Novo comentário Bíblico Novo Testamento. Rio de Janeiro: Editora Central Gospel, 2013.

BRANCROFT. Emery H. Teologia Elementar, doutrina e conservadora. São Paulo: Editora Batista Regular, 2006.

GABY, Wagner Tadeu. GABY, Eliel dos Santos. As Parábolas de Jesus: As verdades e princípios divinos para uma vida abundante. Rio de Janeiro: CPAD, 2018.

GUIA CRISTÃO DE LEITURA DA BÍBLIA. Rio de Janeiro: CPAD, 2013.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021

Subsídio para a Escola Bíblica Dominical: Vivendo o Fervor Espiritual

 Vivendo o Fervor Espiritual

A Verdade Prática da presente lição tem como descrição:

Ser cheio do Espírito pode se referir tanto ao batismo no Espírito Santo como também à vida plena no Espírito.

Soares salienta que o viver o fervor espiritual corresponde a:

[...] ser cheio do Espírito Santo. A expressão “cheio do Espírito Santo”, ou fraseologia similar, pode se referir tanto ao batismo no Espírito Santo como também à vida plena no Espírito (2020, p. 115).

Sendo que o objetivo geral do estudo é Mostrar a necessidade de se viver o fervor espiritual. E como objetivos específicos: destacar a importância da devoção na vida do crente pela Palavra e oração; enfatizar a importância de manter-se “cheio do Espírito”; e, prevenir a respeito da frieza espiritual.

I – A IMPORTÂNCIA DA DEVOÇÃO PELA PALAVRA E ORAÇÃO

Devoção, isto é, o zelo espiritual do cristão se manifesta por meio do fervor na prática à oração e a leitura da Palavra de Deus. Logo, os dois pontos centrais para a compreensão do presente tópico corresponde com a oração e a leitura da Palavra de Deus.

No que tange a respeito da oração, compreende-se que:

A oração é, primeiramente, uma forma de relacionamento. Quem ora quer se relacionar, conversar, ser respondido, abrir o coração e levar suas percepções e anseios a Deus. Oração é diálogo e troca; é uma ação que implica liberdade e aconchego com aquele a quem nos dirigimos (TEDESCO, 2020, p. 9).

E dentre as finalidades da oração pode ser citado:

A oração proporciona melhor relacionamento com Deus. A prática da oração outorga segurança em meio aos desafios. Uma vida de oração possibilita melhor visão diante das questões espirituais e até matérias. E por fim, a oração vivifica a esperança em meio a qualquer situação da vida.

Tedesco acrescenta:

Por intermédio da oração, preparamo-nos, de forma progressiva e vigorosa, para as grandes experiências espirituais em nossa trajetória de vida (2020, p. 9).

Já no que corresponde a leitura da Palavra compreende-se que a Palavra de Deus outorga força para o fraco, ânimo para os que perderam a esperança, e dentre outros fatores, vida para quem está morto espiritualmente. Lembrando que:

[...] uma das grandezas das Escrituras é a sua aplicabilidade na vida diária, na família na igreja, no trabalho e na sociedade. Deus é o nosso Criador e somente ele nos conhece e sabe o que é bom para suas criaturas. E essas orientações estão na Bíblia, o “manual do fabricante” (Rm 12.1,2) (SOARES, 2020, p. 117).

II – A IMPORTÂNCIA EM MANTER-SE “CHEIO DO ESPÍRITO”

E não vos embriagueis com vinho, em que há contenda, mas enchei-vos do Espírito (Ef 5.18).

Ser cheio do Espírito corresponde a ir além de receber o selo, indica que a cada instante o cristão necessita se encher. A descrição: mas enchei-vos, corrobora para uma ordem outorgada, ou seja, indica uma ação constante que deve ser desenvolvida.

O ser cheio do Espírito Santo corresponde a não ter uma vida estática. Um ministério parado e limitado às ações humanas, pois ser cheio do Espírito corrobora para que o crente possua uma vida dinâmica sobre a direção do Consolador. Verdade ratificada pela palavra de Jesus a Nicodemos quando disse a ele que o que é nascido do Espírito é igual ao vento (Jo 3.8), isto é, o nascido de novo é dinâmico e não se limita a um espaço específico. E conforme as descrições utilizadas na atualidade seria uma pessoa fora de série.

[...] A ação do Espírito na vida cristã não é estática nele somos renovados no nosso dia a dia. Essa experiência acontece reiteradamente em nossos dias e isso vem desde o Pentecostes (SOARES, 2020, p. 117).

III – VIGILANTES COM A FRIEZA ESPIRITUAL

A vigilância está diretamente relacionada com os cuidados próprios para com a vida espiritual, assim como para com a vinda do Senhor Jesus. No que corresponde com a vida espiritual é necessário que o cristão se dedique a cada dia ao Senhor, já no que corresponde à vinda de Jesus é necessário que os cristãos estejam atentos para com os sinais.

Os versículos 19, 20 e 21 do capítulo 5 da Carta aos Efésios transmitem três ações que são desenvolvidas por parte de quem anda em vigilância.

Falando entre vós em salmos, e hinos, e cânticos espirituais; cantando e salmodiando ao Senhor no vosso coração; Dando sempre graças por tudo a nosso Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo; Sujeitando-vos uns aos outros no temor de Deus (Ef 5.19-21).

Logo, as três ações são:

Atitude de adorador (Falando entre vós em salmos, e hinos, e cânticos espirituais; cantando e salmodiando ao Senhor no vosso coração);

Coração grato (Dando sempre graças por tudo a nosso Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo);

E, submissão aos desígnios de Deus (Sujeitando-vos uns aos outros no temor de Deus).

A característica plena de um adorador está diretamente associada ao princípio de adorar ao Senhor em qualquer situação. Enquanto o possuir um coração grato corresponde a ser compreensivo para com a vontade de Deus. E por fim, a submissão indica obediência, dependência e humilde para com desígnios de Deus.

REFERÊNCIA:

SOARES, Ezequias. O Verdadeiro Pentecostalismo: A atualidade da Doutrina Bíblica sobre a atuação do Espírito Santo. Rio de Janeiro: CPAD, 2020.

TEDESCO, Marcos. Ensina-nos a orar: exemplos de pessoas e orações que marcaram as escrituras. Rio de Janeiro: CPAD, 2020.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2021

Subsídio para aula da Escola Bíblica Dominical – Lições Bíblicas Jovens – Habacuque: A intercessão de um homem cheio de esperança

 Habacuque: A intercessão de um homem cheio de esperança

Conforme a Síntese:

A intercessão é uma prática preciosa aos filhos de Deus. Aprendemos com Habacuque o valor do ato de interceder pelos justos e como ele descobriu o valor da fé e o segredo da esperança.

Tendo como base Habacuque 1.2: Até quando, Senhor, clamarei eu, e tu não me escutarás? Gritarei: Violência! E não salvarás? Conclui-se que:

 [...] A partir de uma primeira interpretação, somos levados a imaginar o quão desesperançado estava o profeta. Mas, quando nos debruçamos com mais atenção nas letras escritas pelo profeta, podemos perceber quão profundo é esse livro ao revelar uma série de diálogos entre um simples homem e o Deus poderoso, santo, justo e misericordioso (TEDESCO, 2020, p. 91).

A presente lição tem como objetivos:

Comparar a iniquidade em Judá e na contemporaneidade.

Contemplar o cuidado de Deus para com os justos.

Conhecer o que é intercessão.

I – A INIQUIDADE DE JUDÁ

O profeta Habacuque profetizou no período auge do império babilônico. O império babilônico na sua humilde origem pertenceu ao império Assírio, porém no ano 622 a.C., Nabopolassar pai de Nabucodonozor foi proclamado rei em Babilônia. Com este passo iniciava se uma nova dinastia na mesopotâmia. Nos dias de Nabucodonozor houve a reconstrução da babilônia que tinha sido destruída por Senaqueribe rei da Assíria.

É neste período de auge babilônico que Deus levanta o profeta Habacuque. Deus consolou a Judá ao falar por intermédio de Naum sobre a destruição de Nínive, porém Habacuque questiona a Deus sobre a ação cruel dos babilônicos aos judeus.

Segundo alguns estudiosos o profeta Habacuque pertencia à família sacerdotal e provavelmente era um profeta bem aceito pela sociedade.

Assim como Naum o profeta Habacuque transmite o peso de Deus aos judeus (Hc 1.5-11) e aos babilônicos (Hc 1. 12-2.1).

Contextualizando o processo de iniquidade do passado (dias do profeta) com a atualidade compreende-se que:

A iniquidade tem se multiplicado de forma assombrosa e as consequências geradas a partir de tal situação assumiram proporções incontroláveis. O atual quadro de iniquidade nos impressiona: a destruição da família e a condenação do padrão de vida santificada; a violência urbana tem revelado uma crueldade impressionante; a corrupção atingiu, nos últimos anos, índices jamais vistos na história da humanidade; as multidões (de todas as ideias) que moram nas ruas mendigando e sendo desamparadas ampliam-se a cada dia; a fome tem atingido uma parcela cada vez maior da população; a prostituição e outras formas veladas de mercantilização dos corpos, levando à objetificação dos seres humanos; a justiça, que não é mais a favor do justo, mas é destruída por leis frouxas e interpretações compradas; as doenças da alma, levando um número crescimento de pessoas ao suicídio, mutilação e crises de muitas outras realidades aqui não mencionadas (TEDESCO, 2020, p. 93).

II – O CASTIGO DE JUDÁ

Resultados são provenientes de escolhas. A bênção, assim como a maldição está relacionada com as decisões de cada indivíduo. Logo, o castigo sobre Judá estava associado com as escolhas, pois a nação optou em desobedecer ao Senhor. Em contrapartida Deus não é indiferente ao pecado e nem à injustiça, sendo assim, no tempo determinado o juízo sobreviria sobre Judá.

Porém, o justo deverá viver da fé. O que o profeta queria transmitir era no que correspondia ao piorar da situação. Mas, o justo estaria interligado em esperança mediante a fé. Há uma tendência em piorar a situação, porém cada cristão deverá se fortalecer nas promessas do Senhor. Esperança no Senhor está diretamente associada com a prática cotidiana de quem ama a Deus e compreende que o Senhor está no controle de todas as coisas.

E para que haja uma ação extraordinária por parte da igreja, a fé como dom é a capacidade outorgada pelo Espírito Santo ao cristão para que coisas sobrenaturais ocorram. A fé como dom sobrenatural ultrapassa a esfera natural das coisas. A fé em si é o firme fundamento das coisas que se esperam e a prova das coisas que se não veem. Logo, a fé é o firme fundamento da esperança e a certeza do cristão.

A fé como dom não corresponde com a fé natural, pois a fé natural é o resultado das observações da natureza. A fé como dom não corresponde com a fé salvífica, pois a fé salvífica é o resultado da pregação do Evangelho. A fé como dom não corresponde com a fé como fruto do espírito, pois a fé como fruto do Espírito está relacionada com a fidelidade.

Ser fiel a alguém corresponde a estar bem consigo e faz com que o indivíduo compreenda o valor e os efeitos da fidelidade. A ausência da fidelidade no mundo estar associada com a multiplicação da iniquidade, porém, quando a fidelidade se manifesta não há lugar para insegurança.

III – A ORAÇÃO DE HABACUQUE

Ouvi, Senhor a tua palavra e temi; aviva, ó Senhor, a tua obra no meio dos anos, no meio dos anos a notifica; na ira lembra-te da misericórdia (Hc 3.2).

Avivamento significa trazer de volta à vida. Porém, o avivamento só é possível aos vivos, pois um pecador não pode ser avivado. Quando alguém é avivado isto indica que ele está vivo, está despertado, é um ser animado e é um indivíduo estimulado.

Portanto, avivamento corresponde com o ato da conversão e com o ato da santificação. A conversão é o momento em que o homem é tirado do mundo, enquanto que a santificação é a retirada do mundo do coração do homem.

A oração é a dinamização do avivamento. Nos dias hodiernos muitos são os focos de avivamento espalhado pelo mundo, porém poucos são os focos que se espalham para o mundo. A dinamização assim como a propagação do avivamento é possibilitada pela oração.

Entretanto, a oração proporciona avivamento, porém é fundamental entender que há orações que Deus não aceita, tais como: a oração daqueles que não dão ouvidos ao Senhor (Pv 1.24-31), a oração dos ímpios (Pv 15.29) e a oração realizada por pecadores (Jo 9.31).

REFERÊNCIA

TEDESCO, Marcos. Ensina-nos a orar: exemplos de pessoas e orações que marcaram as escrituras. Rio de Janeiro: CPAD, 2020.

domingo, 14 de fevereiro de 2021

Subsídio para a Escola Bíblica Dominical: Comprometidos com a Palavra de Deus

Comprometidos com a Palavra de Deus

A Verdade Prática da presente lição tem como descrição:

A autoridade divina da Bíblia deriva de sua origem em Deus, e isso por si só encerra a suprema autoridade das Escrituras como plena e total garantia de infalibilidade.

Sobre a infalibilidade das Escrituras escreve Andrade:

Doutrina que ensina ser a Bíblia infalível em seus propósitos. Eis porque a Palavra de Deus pode ser assim considerada: 1) Suas promessas são rigorosamente observadas; 2) Suas profecias cumprem-se de forma detalhada e clara (haja vista as Setenta Semanas de Daniel); 3) E, o Plano de Salvação é executado apesar das oposições satânicas.

Nenhuma de suas palavras jamais caiu, nem cairá, por terra (1997, p. 158).

Sendo que o objetivo geral do estudo é Demonstrar o nosso compromisso com a Palavra de Deus. E como objetivos específicos: afirmar a autoridade da Bíblia; mostrar o zelo pela boa doutrina; e, pontuar os cuidados quanto aos modismos.

I – A AUTORIDADE DA BÍBLIA

A autoridade da Bíblia quando descrita pelo pilar da Reforma Protestante “somente as Escrituras” permite compreender que a Palavra de Deus é:

[...] a única regra de fé e prática para a vida cristã, e é por meio dela que podemos conhecer a Deus e entender a sua vontade (2 Tm 3.14-17), e não as Escrituras e a Tradição juntas (SOARES, 2020, p. 106).

Sendo que a autoridade da Bíblia é garantida pela veracidade da mesma. E a veracidade da Bíblia é definida pelas seguintes integridades: geográfica, etnológica, cronológica e histórica.

Integridade geográfica, pois as descobertas arqueológicas provam com exatidão o local em que as circunstâncias descritas na Bíblia aconteceram.

É também definida pela integridade etnológica, isto é, as afirmações bíblicas sobre as raças são corroboradas pelas descobertas acerca dos povos antigos narrados nas Escrituras.

Há também a integridade cronológica que relaciona período do fato e não há controvérsia em datas quando se trata das narrativas da Bíblia com as descobertas.

E por fim, a integridade histórica, na Bíblia nomes de reis e personagens importantes são citados, o que corresponde com as narrativas de anais históricos das antigas civilizações.

Caso você deseja ler sobre a História da Igreja no Período da Reforma, clique no seguinte link - http://andresoncorte.blogspot.com/2019/12/historia-da-igreja-periodo-da-igreja_9.html

II – ZELO PELA DOUTRINA

Ter zelo pela doutrina significa cuidar. O versículo chave para entender a necessidade do cristão em manter zelo pela doutrina trata-se da palavra de Paulo dirigida a Timóteo:

Cuide de você mesmo e da doutrina. Continue nestes deveres, porque, fazendo assim, você salvará tanto a si mesmo como aos que o ouvem (1 Tm 4.16).

Soares com base no presente texto realiza a seguinte aplicabilidade para com os crentes da atualidade:

[...] a) o cuidado pessoal, “tem cuidado de ti mesmo” (ARC), o líder deve servir de exemplo para o rebanho, se dedicar à oração e à leitura da Bíblia; b) o cuidado “da doutrina”, didaskalia, “ensino, aquilo que é ensinado, doutrina” (2020, p. 109).

A necessidade do cuidado pessoal está diretamente associada com o entendimento de que a Bíblia é a fonte de todo o conteúdo que auxilia o cristão a crescer na presença de Deus. Pois, o conhecimento da Bíblia proporciona crescimento e melhoramento na conduta da vida dos indivíduos. Sendo assim o conhecimento Bíblico permite aos cristãos serem abençoados espiritualmente, fisicamente, financeiramente, emocionalmente e ministerialmente.

1- Espiritualmente. “Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade” (Jo 17.17). Vida espiritual abençoada é proporcionada pelo conhecimento da Palavra de Deus.

2- Fisicamente. “Se vos estiverdes em mim, e as minhas palavras estiverem em vós, pedireis tudo o que quiserdes, e vos será feito” (Jo 15.7). O conhecimento da Escritura proporciona uma vida abençoada fisicamente.

3- Financeiramente. “Crede no Senhor, vosso Deus, e estarei seguros; crede nos seus profetas e prosperareis” (2 Cr 20.20b). A Palavra de Deus quando conhecida pelo cristão proporciona bênção financeira.

4- Emocionalmente. “Pode uma mulher esquecer-se tanto do filho que cria, que se não compadeça dele, do filho do seu ventre? Mas, ainda que esta se esquecesse, eu todavia, me não esquecerei de ti” (Is 49.15). O conhecimento do Senhor proporciona alívio e segurança ao cristão.

5- Ministerialmente. “Toda Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça, para que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente instruído para toda boa obra” (2 Tm 3.16,17). O conhecimento do chamado proporciona despertamento para com a leitura da Bíblia.

III – CUIDADO QUANTO AOS MODISMOS

Procura apresentar-te a Deus aprovado como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade (2 Tim 2.15).

Três tipos de conduta são apresentados por Paulo no presente versículo: espiritual, disciplinar e pedagógica.

A conduta espiritual “procura apresentar-te a Deus aprovado”. Conduta que se associa com uma vida santa e comprometida com Deus.

Já a conduta disciplinar “como obreiro que não tem de que se envergonhar”, ou seja, o obreiro deverá ser um exímio exemplo no trato e no testemunho. E a conduta pedagógica “que maneja bem a palavra da verdade”, isto é, que ensine a Palavra de Deus com profundidade e simplicidade.

Em suma, a Bíblia é a palavra de Deus revelada aos homens e nela Deus é revelado como Pai e Senhor.  Pois, é a Bíblia a única regra de fé e prática do cristão, por isso, é dever do cristão conhecer as Escrituras Sagradas.

REFERÊNCIA

ANDRADE, Claudionor Corrêa de. Dicionário Teológico. Rio de Janeiro: CPAD, 1997.

SOARES, Ezequias. O Verdadeiro Pentecostalismo: A atualidade da Doutrina Bíblica sobre a atuação do Espírito Santo.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2021

Subsídio para aula da Escola Bíblica Dominical – Lições Bíblicas Jovens – Daniel: Um estadista que orava

 Daniel: Um estadista que orava

Conforme a Síntese:

Daniel é um grande exemplo para todos os cristãos. Veremos o quanto a oração e a fidelidade a Deus permitiram que o profeta vencesse grandes desafios e chegasse a ser um grande estadista. No que se refere a Daniel e sua vida de oração pode-se afirmar que:

[...] No entanto, atenção de forma singular: sua vida de oração. Em cada momento de sua trajetória estava a prática da oração em que, em um diálogo com Deus, a vida era direcionada em uma dinâmica que glorificava a soberania divina e evidenciava um comprometimento com a santificação, adoração e esperança no Senhor (TEDESCO, 2020, p. 79).

A presente lição tem como objetivos:

Entender o propósito da educação de Daniel e seus amigos na corte babilônica.

Evidenciar a necessidade da oração em tempos difíceis.

Destacar a oração como o grande segredo das vitórias de Daniel e as revelações do Senhor a ele.

I – A EDUCAÇÃO DE DANIEL E DE SEUS AMIGOS NA CORTE BABILÔNICA (Dn 1)

Daniel foi conduzido à Babilônia com os primeiros judeus que foram levados cativos no ano 606 a.C. A explicação exata para compreender um pouco a respeito deste profeta encontra-se em Daniel 1.3,4 que é apresentado com as seguintes características:

Era Daniel da linhagem real e nobre.

Jovem em que não havia defeito físico e formoso de aparência.

Instruído em ciência e sabedoria.

E possuía habilidades específicas para viver em palácio.

Tanto Daniel como os seus amigos se apresentaram com integridade mediante os princípios recebidos do Senhor. Os judeus foram levados cativos por serem desobedientes a Deus. Porém, mesmo convivendo com um povo desobediente estes quatro jovens se mantiveram fiéis ao Senhor. Na Babilônia também foram testados, pois eles poderiam usufruir de todas as ilusões outorgadas por um povo pecaminoso, entretanto, eles se posicionaram em não se contaminar. E tendo como foco a alteração da identidade cultural dos povos vencidos, era prática por parte dos babilônicos a alteração dos nomes dos conquistados. Mesmo assim Daniel e seus amigos se mantiveram em comum acordo com Deus.

Logo, o indivíduo não poderá justificar a prática de erros cometidos tendo como aparato a corrupção desenvolvida por outros. Daniel vivia em meio a um povo corrupto, porém, mesmo assim não se corrompeu, ao contrário foi íntegro a Deus em toda sua maneira de viver. A integridade está diretamente associada com as faculdades da alma, que são: emoção, conhecimento e vontade.

II – A ORAÇÃO EM TEMPOS DIFÍCEIS

Uma das inúmeras lições que Daniel outorga aos crentes do presente século corresponde com a disciplina da oração. Daniel orava com e sem decreto que proibisse a prática da oração. Pois, a oração não era uma obrigação para o profeta, mas um privilégio de estar diante do Senhor em adoração.

A palavra integridade terá como significado na vida de Daniel, solidez, isto é, todo o ser de Daniel estava envolvido com a pessoa de Deus. Logo, os inimigos do profeta conseguiram a aprovação de uma lei para limitar o agir de Daniel ou até mesmo a condenação à morte. Caso Daniel temesse a lei aprovada ele não oraria por um período de trinta dias, se caso continuasse a orar, seria condenado à morte.

Com Daniel se aprende que é possível ser íntegro em meio à corrupção, e pessoas íntegras não se esconde, pois, suas vidas são transparentes.

III – A ORAÇÃO E AS REVELAÇÕES DO SENHOR (Dn 9)

Antes do cativeiro babilônico Deus usou o profeta Jeremias para escrever as seguintes palavras: certamente que, passados setenta anos na Babilônia, vos visitarei e cumprirei sobre vós a minha boa palavra, tornando-vos a trazer a este lugar. Estas palavras despertaram o profeta Daniel a interceder pelo povo de Israel. O pedido do profeta era a restauração do reino israelita. E o reino de Israel se restabeleceu.

A oração de Daniel se destaca ainda em dois pontos. No primeiro, pelo reconhecimento da culpa da nação israelita por ter pecado contra Deus e no segundo por reconhecer a justiça de Deus.

Portanto, no que se refere às orações que Deus ouve entende-se que há alguns motivos específicos que são:

a) Orações que são feitas segundo a vontade de Deus: E esta é a confiança que temos nele, que se pedirmos alguma coisa segundo a Sua vontade, Ele nos ouve (1 Jo 5.14).

b) Orações que são feitas em nome de Jesus: E tudo quanto pedirdes em meu nome, eu o farei, para que o Pai seja glorificado no Filho. Se me pedirdes alguma coisa em meu nome, eu a farei (Jo 14.13,14).

c) Quando vivemos em plena comunhão com Deus e com sua palavra: Se vós permanecerdes em mim, e as minhas palavras permanecerem em vós, pedi o que quiserdes, e vos será feito (Jo 15.7).

Por fim, é visível que contrário a Salomão o profeta Daniel na sua velhice não se distanciou de Deus e nem sentiu se ameaçado ao ponto de parar suas atividades espirituais. Por isso, mesmo sendo um homem idoso, o profeta Daniel permaneceu no que tinha aprendido e ensinado no longo dos seus dias de juventude.

REFERÊNCIA

TEDESCO, Marcos. Ensina-nos a orar: exemplos de pessoas e orações que marcaram as escrituras. Rio de Janeiro: CPAD, 2020.