A oração do Fariseu e do publicano
Conforme a Síntese:
Na parábola do fariseu e do
publicano, Jesus nos ensina preciosas lições através das orações desses
personagens. Justificação, misericórdia divina, coração sincero e o valor da
humildade são alguns dos temas abordados.
A parábola do fariseu e do publicano realça a
importância de orar com humildade e dependência para com Deus, pois:
“Quando oramos a Deus,
devemos confiar em quem Ele é, e não em quem nós somos. Jesus ensina que são
felizes os humildes de espíritos; aqueles que reconhecem a sua real condição
diante de Deus” (GABY & GABY, 2018, p. 73).
A presente lição tem como objetivos:
Evidenciar o perigo da
glorificação do “eu” na oração do fariseu.
Demonstrar a dinâmica da
misericórdia divina na oração do publicano.
I – A ORAÇÃO DO
FARISEU
Os fariseus formavam um partido religioso
puritano, que tinham como objetivo a observância da Lei de Moisés. Eram
conhecidos por acreditarem na existência dos anjos, dos demônios e da vida após
a morte. Em número de pessoas era considerado um grupo pequeno, porém possuía
grande influência na vida social e tinham como componentes a maioria dos
escribas. Os dois pesos a este grupo na narrativa do Novo Testamento passam a
serem a falta de amor e o orgulho.
[...] Fariseu significa
“separado”, porque não somente se separava dos outros povos, mas também dos
outros israelitas. Os fariseus observavam as práticas de forma minuciosa;
contudo, esqueciam do espírito da Lei [...] (GABY & GABY, 2018, p. 73).
No que tange a oração do fariseu nota-se a hipócrita
por ser uma oração de autoapresentação de inverdades. Quem justifica o homem é
Deus. Deus deu testemunho de Abraão, chamando-o de amigo (Is 41.8); deu
testemunho de Jó, chamando de íntegro (Jó 1.8); deu testemunho de Gideão, chamando-o
de varão valoroso (Jz 6.12); deu testemunho de Davi, chamando-o de homem
conforme o meu coração (At 13.22); e, deu testemunho de Daniel, chamando-o de
homem mui desejado (Dn 10.11). Porém, no caso da parábola Deus não deu
testemunho do fariseu, mas o fariseu se autoapresentou a Deus como sendo
superior ao publicano.
Arrogância pode ser definida como
comportamento excessivamente orgulhoso, soberbo e presunçoso. A palavra grega
para arrogância é ύβρίς, que corresponde com insolência, tratamento
desrespeitoso, ultraje, orgulho, soberba e altivez.
A respeito da oração arrogante do fariseu,
assim escreveu Gaby e Gaby:
A oração do fariseu
inicialmente mostra quem ele é. Em seguida, ele passa a destacar as obras
excelentes que ele realiza. Excedia o jejum prescrito na lei (Lv 16.29ss) com
mais dois jejuns semanais. Excedia o dízimo (Lv 27.30,32; Nm 18.21,24). Ele
realmente agradece por quem ele é, mas não contente com isso, agradece também
pelo que ele faz para Deus. (GABY
& GABY, 2018, p. 78).
II – A ORAÇÃO DO PUBLICANO
Os publicanos eram cobradores de impostos e
sempre eram classificados como e com os pecadores, logo estes eram definidos
por possuírem má reputação. Segundo a parábola os dois homens subiram ao
templo, a orar, porém um deles desceu justificado, enquanto a oração do segundo
não foi ouvida.
Dois homens oram; um é
ouvido enquanto a oração do outro não ultrapassa o teto [...].
[...] Mas as Boas-Novas
dizem respeito a Deus fazer as coisas para os pecadores, a começar com o perdão
dos pecados deles. Por isso, o publicano conheceu a paz com Deus, enquanto o
fariseu foi para casa só com sua própria autoestima.
Deus nos ouve quando
reconhecemos a ruína espiritual que a Bíblia diz que somos (GUIA
CRISTÃO DE LEITURA DA BÍBLIA, p.603).
A oração do publicano foi aceita por ter sido
realizada com sinceridade e arrependimento, logo o objetivo específico do
tópico é contrastar a postura do publicano em relação à do fariseu.
A sinceridade do publicano é bem definida nas
palavras dos pastores Gaby e Gaby:
[...] O publicano sequer
consegue formular muitas palavras. Nem mesmo fazendo promessas ele conseguiria
obter quaisquer direitos. Ele tem consciência de sua condição. Ele se prostra
em sinceridade e arrependimento. A sua condição o permite apenas render-se
inteiramente às mãos de Deus (GABY & GABY, 2018, pp.
80,81).
Arrependimento significa retornar e se
dedicar a Deus, isto é, corresponde com o abandono do pecado. O pecado é tudo
aquilo que separa o ser humano de Deus. O autêntico arrependimento proporciona
a ocorrência de dois elementos: ódio ao pecado (Sl 97.10) e a tristeza por
causa do pecado (2 Co 7.10).
O arrependimento é o
primeiro aspecto da experiência inicial da salvação experimentada pelo crente,
experiência essa que é chamada conversão. A conversão autêntica é uma parte
essencial e a prova da regeneração. A regeneração é a obra de Deus no íntimo e
a conversão é a exteriorização da salvação, por parte do homem, através do
arrependimento e da fé. O arrependimento tem muito de negativo e diz ao pecado
em seus muitos aspectos e formas, especialmente ao pecado da incredulidade
(BANCROFT, p. 235).
O arrependimento outorga liberdade das
prisões manifestadas pela ação dominadora do pecado. Pois, o pecado escraviza o
indivíduo e retira a alegria outorgada por Deus. O arrependimento corresponde
com uma entrega à pessoa de Deus, para que por meio da santificação o Espírito
Santo de Deus outorgue as transformações necessárias no interior do cristão.
Percebe-se também que o arrependimento
positivo permite que o sentimento de culpa o acompanhe, assim também como a
tristeza segundo Deus (2 Co 7.10). A genuína
tristeza gerada pelo arrependimento quanto ao pecado cometido leva a pessoa a
uma mudança de mentalidade e a uma reconciliação com Deus. Como o termo
arrependimento significa voltar-se para Deus, que é o Salvador, o
arrependimento resulta em libertação espiritual e salvação (2 Co 6.2).
Infelizmente, o tipo de tristeza que o mundo gera opera a morte
(ALLEN; RADMACHER;HOUSE, p.467).
Referência:
ALLEN, Ronaldo B. RADMACHER, Earl
D. HOUSE, H. Wayne. O
Novo comentário Bíblico Novo Testamento. Rio de Janeiro:
Editora Central Gospel, 2013.
BRANCROFT.
Emery H. Teologia Elementar, doutrina e
conservadora. São Paulo: Editora Batista Regular, 2006.
GABY,
Wagner Tadeu. GABY, Eliel dos Santos. As
Parábolas de Jesus: As verdades e princípios divinos para uma vida abundante. Rio
de Janeiro: CPAD, 2018.
GUIA
CRISTÃO DE LEITURA DA BÍBLIA. Rio de Janeiro: CPAD, 2013.
Nenhum comentário:
Postar um comentário