Deus é Fiel

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quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019

Homilética: a oratória sacra


Homilética: a oratória sacra
No decorrer da história cristã inúmeros oradores se destacaram pela exposição sistemática da Palavra de Deus. Exposição Bíblica repleta de conhecimento e desenvolvida com plena eloquência, somando teoria e prática, para maior alcance do objetivo ao anunciar o Evangelho. Portanto, nos dias atuais é necessário que os cristãos exerçam com primazia a vocação na qual foram chamados. Tornando-se necessário a preparação espiritual, física e intelectual para o pleno exercício ministerial.
O presente texto tem como objetivo proporcionar o conhecimento básico a respeito da homilética como “ciência que estabelece regras básicas para a preparação de discurso” (CABRAL, 2013, p.16).
Assim como compreender conforme escreveu Waltensir Leocádio da Silva:
 [...] que a Homilética soma um complicado sistema de preparação, que se caracteriza pela harmonia entre o terreno e o celestial, o humano e o divino, o transitório e o eterno, o racional e o sobrenatural, em que Deus fala ao homem por meio de homem, fala do desconhecido usando o conhecido, fala ao homem na linguagem do homem (apud CABRAL, 2013, p.17).
Além das regras e dos princípios da preparação do discurso é necessário entender também a importância do uso correto da voz, assim como das palavras, para a eficiência da pregação Bíblica. Por fim, identificar a posição correta do corpo no instante em que o obreiro estará anunciando a poderosa Palavra de Deus.
Regras e princípios necessários para a preparação da mensagem a ser pregada
Regras e princípios no presente tópico são compreendias pelo termo cuidado, ou seja, o pregador do Evangelho deverá ter cuidados necessários para sempre se encontrar em prontidão para a atuação ministerial.
Os cuidados são: espiritual, físico e intelectual.
1. Cuidado espiritual. A leitura da Bíblia, o está presente nos trabalhos da igreja, desenvolver diariamente o ministério da oração e a prática constante do jejum, são demonstrações que descrevem o cuidado espiritual do pregador. “No cultivo da espiritualidade, alguns requisitos morais e espirituais devem nortear a vida do pregador: piedade, devoção, oração, sinceridade, humildade, otimismo” (CABRAL, 2013, p.61).
2. Cuidado físico. A saúde é necessária para os que pregam o Evangelho, pois como transmitir a mensagem de salvação e de cura se o próprio ministro está doente. Para boa saúde é necessário que bons hábitos sejam desenvolvidos, exemplo: boa alimentação e atividades físicas. “O pregador pode vir a ficar enfermo em função do trabalho, mas deve cuidar do corpo, exercitando-se, alimentando-se e descansando o necessário, para desenvolver melhor o seu ministério” (CABRAL, 2013, p.56).
3. Cuidado intelectual. Pregar requer conhecimento, como pregar o Evangelho se não possuir o conhecimento necessário para expor as verdades Bíblicas. Bons livros são recomendados, porém a Bíblia é o livro dos livros.
O cultivo da mente exige tempo. O pregador deve administrá-lo de tal forma, que o peso do conhecimento e o da vida espiritual se equilibrem. A falta de novos conhecimentos torna os sermões monótonos. Pregadores repetitivos não despertam o interesse do povo (CABRAL, 2013, p. 59,60).
Voz e o uso correto corpo
A respeito do uso correto da voz, três elementos são necessários: abrir bem a boca, falar com muita força e pronunciar claramente as palavras (SILVA, 2012, p. 64). É necessário tomar cuidado com o uso excessivo de palavras que tornam cacoetes, exemplo: aleluia, amém, glória, ne, ok, entendeu, etc.
Já a respeito do uso correto do corpo é necessário entender que o corpo fala quando o pregador está expondo a Palavra de Deus. “A cabeça do orador não deve ser mantida muito para cima, nem comicamente lançada muito para a frente, nem descair e ficar pendendo, por assim dizer, sobre o peito; nem deve ficar inclinado para um lado ou para o outro; mas deve ser mantida modesta e decentemente ereta, em seu estado de posição natural” (WESLEY, apud SILVA, 2012, p. 73,74).
Em suma, a homilética é a arte da pregação da Palavra, é a oratória em serviço do Reino de Deus, por isso é necessário aos que buscam exercer o ministério da pregação que se preparem e exerçam com primor tão grandiosa obra.
Referência:
CABRAL, Elienai. Pregador Eficaz. 23ª ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2013.
SILVA, Severino Pedro. Homilética: o pregador e o sermão. 22ª ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2012.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019

Culto de Doutrina: Apocalipse capítulo 6 – A abertura dos seis primeiros selos


Apocalipse capítulo: 6 – A abertura dos seis primeiros selos
O sexto capítulo de Apocalipse está dividido em seis parágrafos. Sendo que os quatro primeiros parágrafos tratam-se a respeito dos quatro cavaleiros. E o quinto parágrafo que corresponde também ao quinto selo corresponde com os mártires da grande tribulação e o sexto selo corresponde com as catástrofes universais do período da Grande Tribulação.
Portanto, compreende que o capítulo seis marca o início do período sombrio da Grande Tribulação (SILVA, 1997, p.85).
Os cavaleiros do Apocalipse
Quatro são os cavaleiros que estão montados nos seguintes animais representados pelas cores: branco, vermelho, preto e amarelo. E podem representar pelas cores: a guerra, a violência, tragédias e julgamento divino.
1- O cavaleiro do cavalo branco (v.2). Este cavaleiro corresponde ao anticristo que só manifestará quando a igreja for arrebatada. É evidente que o diabo por não saber a hora em que a igreja será arrebatada tem sempre pessoas em seu plano como possíveis gestores da Grande Tribulação, porém, no longo da história muitos homens se passaram por Cristo, entretanto, o verdadeiro Cristo já se manifestou neste mundo com toda a sua glória e em um dia futuro virá e arrebatará sua igreja.
Já o anticristo é conhecido como o homem do pecado e como filho da perdição (2 Ts 2.3), será o agente gestor de satanás na terra, fará uma aliança com Israel, tornará se governador mundial, mediante o poder satânico operará grandes sinais, maravilhas e milagres com a seguinte finalidade: a propagação do engano (2 Ts 2.9).
2- O cavaleiro do cavalo vermelho (v.4). O cavalo vermelho tem como significado a guerra e ao cavaleiro foi lhe dada à missão para retirar a paz da terra e que na sua atuação os homens se matassem.
Até a primeira Guerra Mundial são contabilizados nos anais bélicos 901 conflitos mundiais, isto é, as principais guerras, porém no período da Grande Tribulação com a retirada da igreja a terra estará entregue à desordem o que corresponde à ocorrência desenfreada de guerras.
3- O cavaleiro do cavalo preto (v.5). A missão do terceiro cavaleiro é ditar a fome no período da Grande Tribulação. Ao cavalo percebe-se pela cor o aspecto de tristeza com demonstração sombria. Na mão do cavaleiro estava uma balança que tem como significado a racionalização dos alimentos.
4- O cavaleiro do cavalo amarelo (v.7). Cavaleiro que tem como missão propagar a morte, sendo acompanhado pelo inferno, com poder para eliminar a quarta parte da terra com espada, isto é, por meio das guerras, por meio da fome, com peste e com as feras da terra.
O quinto selo
É notório que o quinto parágrafo corresponde com os mártires da Grande Tribulação, porém percebe-se que três versículos são necessários para explicar a respeito destes personagens (v.9,10 e 11).
Primeiramente compreende que estes se tornaram em mártires por morrem por amor a Palavra de Deus e por amor do testemunho (v.9).
Em segundo nota-se que os mártires estão localizados debaixo do altar de onde clamavam por vingança (v.10) o que permite compreender que aqui não se trata dos mártires que testificaram em vida a fé anteriormente ao período da Grande Tribulação.
Por último, a estes foi dito que repousassem (v.11) até que se completasse o número de seus conservos que teriam igualmente a eles que sofrer a morte.
Portanto, mártir inicialmente, este substantivo servia para designar a todos os que prestavam testemunho do Evangelho. Com as perseguições romanas, passou a identificar o que morria por não negar a sua fidelidade a Cristo (ANDRADE, 1997, p.178,179).
O sexto selo
O sexto selo abrange a mensagem dos versículos 12 ao 17 e pode ser resumido sobre a seguinte descrição:
Grande tremor de terra, acompanhado por eclipse total do sol, a lua ficará vermelha (v.12), e dentre outros os meteoros cairão no espaço terrestre (v.13) ocasionando a morte de muitos homens.
O versículo 16 revela que o homem em seu delito pecaminoso procura pela morte e não pela presença de Deus. Pois, o que mais o teme não é a morte, mas sim a presença de Deus.
Em suma, o capítulo seis de Apocalipse relata a respeito da abertura dos seis primeiros selos eventos referentes ao período da Grande Tribulação.
Referência:
ANDRADE, Claudionor Corrêa. Dicionário Teológico, com definições etimológicas e locuções latinas. Rio de Janeiro: CPAD, 1997.
SILVA, Severino Pedro. Apocalipse, versículo por versículo. Rio de Janeiro: CPAD, 1997.


Subsídio da EBD: Conhecendo a Armadura de Deus


Conhecendo a Armadura de Deus
O texto áureo da presente lição apresenta a necessidade de se revestir de toda armadura de Deus, tendo como objetivo resistir o dia mal e após tudo, permanecer firme.
Portanto, a presente lição tem como objetivo geral:
Conscientizar que é a vontade de Deus que sejamos revestidos de toda a armadura espiritual.
E como objetivos específicos:
Mostrar a guerra e seu sentido metafórico.
Discutir a metáfora bíblica da armadura.
Elencar outras armas usadas como ilustração.
I – A GUERRA
Para Champlin, “o zelo com que os homens guerreiam reflete a depravação da natureza humana” (2014, p.986). Compreende também que os conflitos proporcionam benefícios para a sociedade o que não deveria ocorrer.
Além disso, há a questão dos valores. É verdade que a guerra tem feito os homens inventarem coisas que chegam a ser úteis, em tempos de paz. Posto que a necessidade é a mãe das invenções, com frequência, as guerras têm dado motivo para a invenção de coisas que, depois, já em tempos de paz, mostram ser de utilidade. Mas, nem por isso a guerra é justificada (CHAMPLIN, 2014, p.986).
Percebe-se que a guerra aparece na Bíblia no sentido figurado, apresentando a maldade dos ímpios (Ec 8.8; Sl 55.21). É necessário entender que mesmo com tanta ocorrência de guerras no Antigo Testamento não é cabível ao cristão se preparar para os conflitos, pois a nossa guerra não é contra carne nem contra o sangue. Pois, na Nova Aliança a guerra tem como descrição seu sentido metafórico.
Para Silva metáfora:
Consiste num termo usado para designar o sentido natural de uma palavra para substituir outra, em relação de semelhança subentendida. É uma espécie de comparação (apenas mental). Não se deve, entretanto, confundir metáfora com a comparação no sentido primário do termo. Nesta, os dois termos vêm expressos e unidos por nexos comparativos (2014, p.97,98).
II – A METÁFORA BÍBLICA
O apóstolo Paulo escreveu as cartas de Efésios, Filipenses, Colossenses e Filemom quando a prisão era uma realidade em sua vida. Logo, a convivência com os soldados romanos permitiu a Paulo comparar a armadura espiritual com a romana, outorgando significados Bíblicos para plena compreensão da vestimenta daqueles que abandonaram o pecado e agora pelejam contra as astúcias ciladas do inimigo.
A couraça da justiça corresponde com a prática da justiça desenvolvida em uma vida justa. Proporcionando abrigo contra as feridas morais e espirituais. Pois, a couraça ou peitoral protegia os órgãos vitais do tórax e da parte superior do abdômen. O que para o soldado era uma proteção extremamente importante, assim é a justiça ou retidão para o crente (CHAMPLIN, 2014, p.281).
III – OUTRAS ARMAS USADAS COMO ILUSTRAÇÃO
Pés equipados com o evangelho da paz: o evangelho proporciona paz, pés equipados com o evangelho da paz, indica a propagação da mensagem pacífica que proporciona salvação em Cristo Jesus.
[...] Os pés são nosso órgão de locomoção e viagem, aquele órgão que leva o mensageiro aos lugares onde ele deve anunciar a mensagem do estabelecimento da paz com Deus, o Pai celeste, bem como do estabelecimento da concórdia com os homens (CHAMPLIN, 2014, p. 281).
Escudo da fé: corresponde à fidelidade a Deus e a esperança em Deus. Parte da armadura que corresponde a defesa. A fé é um escudo que defende os cristãos das astúcias ciladas do diabo. [...] representa não somente aquilo em que cremos, mas nossa ativa confiança em Cristo, dia-a-dia, mediante a qual nos fortalecemos e cumprimos nossa missão. Essa fé ajuda-nos a afastar os ataques do inimigo, que querem destruir nossa fé e nossa expressão espiritual (CHAMPLIN, 2014, p.284).
Capacete da salvação: isto é, a nova vida em Jesus possibilita uma nova identidade.
Espada do Espírito: parte da armadura que corresponde com a Palavra de Deus. Por fim, a Palavra é vivificada pelo Espírito, tornando-se assim uma força impulsionadora para o bem (CHAMPLIN, 2014, p. 284).
Referência:
CHAMPLIN, R.N. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. 12 ed. São Paulo: Hagnos, 2014, v.1.
CHAMPLIN, R.N. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. 12. ed. São Paulo: Hagnos, 2014, v.2.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2019

Culto de Doutrina: Apocalipse capítulo 5 – O Livro selado com sete selos


Apocalipse capítulo: 5 – O Livro selado com sete selos
O quinto capítulo de Apocalipse está dividido em dois parágrafos. O primeiro parágrafo abrange os versículos 1 ao 5, já o segundo parágrafo abrange os versículos 6 ao 14.
O primeiro parágrafo
Possui como divisão explicativa: a destra do que estava assentado sobre o trono havia um livro selado, o brado do anjo, o choro de João e a fala de um ancião.
1- O livro selado a destra de Deus (v.1). Há constantemente questionamentos referentes ao livro selado a destra de Deus, porém sobre este livro pode descrever que se trata do plano de intervenção de Deus na história humana que é ratificado na análise sistemática dos decretos de Deus.
Decreto (latim decretum), decisão manifestada oficial e publicamente. Deus tem publicamente manifestado suas decisões.
Portanto, quatro verdades sobre os decretos de Deus merecem total atenção. A primeira verdade indica que os decretos são para a glória de Deus. Já a segunda verdade descreve que os decretos são a real expressão da vontade de Deus. A terceira verdade afirma que os decretos de Deus são eternos. E por fim, a quarta verdade sobre os decretos divinos não torna o homem um autônomo e nem viola o livre-arbítrio que Deus outorgou a este.
Compreende ainda que biblicamente quatro são os decretos de Deus: criação, providência, redenção e consumação.
2- O brado do anjo (vv. 2,3). O termo anjo em seu sentido literal corresponde com a ideia de ofício, isto é, anjo é um mensageiro. Portanto, os anjos são seres criados por Deus que adoram, mas não devem ser adorados. Sobre o anjo presente no capítulo em apreço percebe-se que ele é caracterizado como forte o que pode definir com a importância da missão deste ser angelical.
3- O choro de João (v.4). E eu chorava muito [...] a presente citação do evangelista descreve que seu choro era audível. Ainda sobre o choro de João compreende que esta é a única vez em que o choro é registrado em ocorrência nos lugares celestiais. Compreende que o choro de João foi motivado por não haver alguém capaz de abrir e revelar o que estava descrito no livro.
4- O consolo do ancião (v.5). Não chores, eis aqui o Leão da tribo de Judá, a Raiz de Davi, que venceu [...]. O ancião apresenta Jesus como o que saiu para vencer e venceu e não como aquele que ainda iria guerrear. Logo, a dignidade de abrir e desatar os selos descreve que Jesus venceu por meio de sua vida e obra.
O segundo parágrafo
Possui como divisão explicativa: um cordeiro como havendo sido morto e a adoração desenvolvida em honra ao Cordeiro.
1- Um cordeiro como havendo sido morto (v.6). No versículo cinco Jesus é apresentado como o Leão da tribo de Judá, o que corresponde com o poder de exercer o juízo contra os ímpios, já no versículo seis Jesus é apresentado como o cordeiro, isto é, a humildade de Jesus é exaltada por meio da mansidão em que o Messias trata os seres humanos.
2- Adoração ao Cordeiro (vv. 8-14). O capítulo quatro apresenta uma adoração desenvolvida no céu, sendo esta direcionada a Deus Pai, já a adoração no capítulo cinco é direcionada ao Cordeiro e caracteriza por: reconhecer a dignidade do Cordeiro por comprar com o seu sangue homens de diversas nacionalidades, transformando estes em reis e sacerdotes (vv. 8, 9, 10), também em reconhecer o merecimento do Cordeiro (vv. 11 e 12), e por fim, em reconhecer a perpetuidade da adoração ao Cordeiro por toda a eternidade (vv. 13,14).
2.1- A adoração dos quatro animais e dos vinte e quatro anciãos (vv. 8, 9 e 10). Adoração que reconhece a ação do Cordeiro em salvar e em tornar homens condenados pelo pecado em reis e sacerdotes pela transformação do sangue.
2.2- A adoração de muitos anjos ao redor do trono (vv. 11 e 12). Conforme o ofício os anjos tem como missão adorar ao Senhor: Louvai-o, todos os seus anjos (Sl 148.2). No presente texto os anjos na prática da adoração reconhece a ação de Cristo por meio da morte em salvar os seres humanos que crer, e declara sete palavras de elogios na adoração: o Cordeiro é digno de receber, poder, riquezas, sabedoria, força, honra, glória e ações de graças.
2.3- A adoração de todas as criaturas (v. 13). A adoração desenvolvida por todas as criaturas descreve o reconhecimento direto da perpetuidade da adoração ao Cordeiro por toda a eternidade.
Por fim, louvem o nome do Senhor, pois só o seu nome é exaltado; a sua glória está sobre a terra e o céu. Ele também exalta o poder do seu povo, o louvor de todos os seus santos, dos filhos de Israel, um povo que lhe é chegado. Louvai ao Senhor (Sl 148. 13,14).

domingo, 17 de fevereiro de 2019

Subsídio da EBD: Nossa luta não é contra carne e sangue


Nossa luta não é contra carne e sangue
O texto áureo da presente lição se divide em três partes: a primeira parte descreve o que não corresponde à origem das armas de nossa milícia, não são carnes; já a segunda parte, caracteriza estas armas em serem poderosas em Deus; e, na terceira parte, Paulo descreve o efeito das armas que é positivo, destruir as fortalezas.
Portanto, a presente lição tem como objetivo geral:
Explicar que a nossa luta é espiritual, e não física e material.
E como objetivos específicos:
Destacar a inclusão do tema, “nossa luta não é contra carne e sangue”, no final da epístola.
Salientar que o crente depende exclusivamente de Deus.
Mostrar que a nossa luta é contra os poderes das trevas.
I – A TENTAÇÃO
A carta aos Efésios é dividida em duas partes: a primeira parte é de âmbito teológico, já a segunda, de cunho prático.
Na primeira parte de amplitude teológica (cap.1-3), a ênfase paulina se dá nas doutrinas centrais da fé cristã, que são:
Ø  O plano de Deus para a humanidade (1.3-23).
Ø  A salvação pela graça (2.1-22).
Ø  A multiforme sabedoria de Deus em vocacionar pessoas.
Ø  E conclui com a descrição da prática da oração (3.1-21).
Paulo se refere à Igreja como o Corpo de Cristo, e não como uma igreja local específica. E, se as cartas aos Coríntios estão repletas de problemas na congregação local, em Efésios essas alusões não aparecem de modo algum (RADMACHER; ALLEN; HOUSE, 2013, p.501).
Já na segunda parte de cunho prático, o apóstolo Paulo descreve como as verdades espirituais devem refletir na conduta cristã (cap.4-6). E são:
Ø  A unidade da fé mediante a diversidade dons dons (4.1-6),
Ø  A nova vida com Cristo (4.7-5.21).
Ø  O bom relacionamento com Jesus e com a família (5.22-6.9).
Ø  E por fim, a armadura espiritual do cristão (6.10-20).
Portanto, o presente tópico tem como versículo chave, Ef 6.10: No demais, irmãos meus, fortalecei-vos no Senhor e na força do seu poder.
Fortalecei-vos também poderia ser traduzido por sede feitos fortes. A voz passiva do verbo no original grego sugere que nós mesmos não podemos fazer isso; só podemos ser fortalecidos pela graça do Senhor em nós, por meio de nossa fé que coopera com Ele (RADMACHER; ALLEN; HOUSE, 2013, p.514).
Portanto, Deus é a fonte de toda força e poder, elementos que são outorgados aos cristãos mediante a graça.
II – DEPENDÊNCIA DE DEUS
Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para que possais estar firmes contra as astutas ciladas do diabo (Ef 6.11), este é o versículo chave para compreender o presente tópico, pois:
Toda a armadura de Deus é a proteção do cristão contra o mal e o maligno. Paulo usou a armadura usada pelo soldado romano em combate como uma alegoria da proteção espiritual que o cristão desfruta, tendo a salvação, a justiça, o evangelho e a Palavra, a fé, a paz como poderosas armas à sua disposição para combater o bom combate e vencer.
Ciladas do diabo são truques sutis de Satanás para enganar e enredar os cristãos na guerra espiritual (2 Co 11.3). (RADMACHER; ALLEN; HOUSE, 2013, p.514).
Se a armadura é de Deus, logo, somos dependentes do Senhor, sendo que com a armadura de Deus teremos a condição espiritual para vencer as ciladas do diabo.
III – CONTRA OS PODERES DAS TREVAS
Porque não temos que lutar contra carne e sangue, mas, sim contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais (Ef 6.12).
O presente versículo nos ensina que não temos que lutar contra carne e sangue, isto é, a batalha cristã não é humana, pois não é contra pessoas, mas contra os principados [...], ou seja, nossa batalha é contra seres espirituais demoníacos que habitam nos lugares celestiais, sendo então uma luta espiritual.
A armadura espiritual é composta por:
Cinturão da verdade: que corresponde com a sinceridade e honestidade como prática da vida cristã.
Couraça da justiça: que corresponde com a prática da justiça desenvolvida em uma vida justa.
Pés equipados com o evangelho da paz: o evangelho proporciona paz, pés equipados com o evangelho da paz, indica a propagação da mensagem pacífica que proporciona salvação em Cristo Jesus.
Escudo da fé: corresponde à fidelidade a Deus e a esperança em Deus.
Capacete da salvação: isto é, a nova vida em Jesus possibilita uma nova identidade.
Espada do Espírito: parte da armadura que corresponde com a Palavra de Deus.
Por fim, orando em todo tempo com toda oração e súplica no Espírito e vigiando nisso com toda perseverança e súplica por todos os santos (Ef 6.18).
Referência:
RADMACHER, Earl D. ALLEN, Ronaldo B. HOUSE, H. Wayne. O Novo comentário Bíblico Velho Testamento. Rio de Janeiro: Editora Central Gospel, 2013.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2019

Subsídio da EBD: Tentação – A Batalha por nossas Escolhas e Atitudes


Tentação - A Batalha por nossas Escolhas e Atitudes
A presente lição apresenta a palavra tentação como chave para a compreensão sistemática do tema a ser estudado. Porém, o apóstolo Tiago é quem nos permite compreender a respeito da tentação como elemento presente na vida diária daqueles que servem a Deus, sendo que Tiago nos ensina que nenhuma tentação é proveniente de Deus (Tg 1.13). Lembrando, que o termo tentação tem como significado (do grego, peirasmos), prova, provação ou teste.
Portanto, a presente lição tem como objetivo geral:
Mostrar que Jesus venceu a tentação.
E como objetivos específicos:
Conceituar a tentação.
Explicar o processo da tentação de Jesus.
Elencar as tentações de Jesus.
I – A TENTAÇÃO
Um dos objetivos da tentação para o cristão é o fortalecimento.  Pois, ninguém cresce na fé, sem passar por tentação. Isto porque as provas exercitam a fé do cristão. Logo, a tentação passa a ser uma disciplina que educa o cristão a ser forte, porém, quando este não é vencido pela tentação.
Se associar a tentação com a tribulação perceberá que após tribulação surgirá à paciência, a experiência e a esperança (Rm 5.3-5). Isto é, a tentação quando vencida proporciona fortalecimento, aumenta a paciência, desenvolve a experiência e como resultado proporciona a esperança.
Por fim, a tentação não é motivo para o isolamento do cristão, mas torna-se motivo de alegria, pois ao vencer a tentação o prêmio será a coroa da vida (Tg 1.12).
Para a maioria dos cristãos a tentação é apenas diabólica, porém, é notório que Tiago não enfatiza a origem da tentação à Satanás, mas expõe com clareza o indivíduo como fonte, isto é, pela própria concupiscência.
Os servos de Deus deverão fugir de três terríveis inimigos que tem levado muitos a serem vencidos pela tentação.
Eles são: o dinheiro, o orgulho e as questões sexuais.
O dinheiro é um bom servo, porém, é um péssimo patrão (1 Tm 6.10). Já o orgulho corresponde com o sentimento de superioridade e de independência. Enquanto, que o sexo tem se tornado um problema enorme no seio da sociedade. O sexo após o casamento e entre o casal não é uma maldição, mas uma benção do Senhor, porém quando ocorrido fora da instituição acima citada transforma se em um terrível mal.
Para vencer a tentação o cristão deverá ser dependente de Deus, desenvolver uma vida de oração, ter como prática constante a fé e conhecer a Palavra do Senhor (Jo 17.17).
II – A TENTAÇÃO DE JESUS
O deserto é lugar de manifestação e de revelação. No deserto as pessoas se manifestam, não a quem elas aparentam ser, mas quem de fato elas são, fato que torna uma revelação.
O presente tópico também tem como objetivo nos despertar para a prática do jejum que tem como significado: abster-se de alimento por determinado tempo. A abstinência poderá ser total ou parcial. O jejum tem como objetivo aprimorar o exercício da oração e da meditação que tem como alvo primordial aproximar o cristão de Deus.
O jejum poderá ser parcial quando compreende apenas a abstinência de determinados alimentos. Também poderá ser total quando o indivíduo abstém de todo tipo de alimento com exceção de água. E por fim um terceiro tipo de jejum é o absoluto quando a abstinência compreende a todo tipo de alimento e também com a ausência do consumo de água.
No Novo Testamento compreende que Jesus foi conduzido pelo Espírito Santo ao deserto e lá o mestre jejuou quarenta dias e quarenta noites, depois teve fome (Mt 4.1,2). O termo teve fome indica que o jejum de Jesus foi total com o consumo de água, pois quarenta dias e quarentas noites sem consumir líquido, o corpo não aguentaria e Jesus como homem não poderia lançar mão de nenhum meio que não estivesse à disposição do cristão cheio do Espírito Santo.
Ao ensinar a respeito da prática do jejum Jesus reprovou a atitude dos fariseus que tinham o jejum como objetivo a aprovação e admiração dos homens. Nos ensinos de Cristo o jejum é fruto da alegria (Mt 6.16), o jejum requer dedicação, pois é feito para glória de Deus (Mt 6.17) e não é ato de penitência (Mt 6.18).
III – A TRÍPLICE TENTAÇÃO
Após ser batizado Jesus foi conduzido pelo Espírito Santo ao deserto para ser tentado pelo diabo, isto é, para ser colocado a prova, ou seja, para ser testado e aprovado. A tentação de Jesus em sua origem se divide didaticamente em três: humanidade, divindade e missão.
1- Tentado a ser saciado. A primeira tentativa de satanás em levar Jesus a pegar foi por meio da necessidade física, pois Cristo estava em consagração e em jejum, abrangendo um período de quarenta dias e quarenta noites, logo o mestre estava com fome.
As necessidades físicas são sempre utilizadas pelo inimigo para levar pessoas a se corromperem. Portanto, o inimigo em suas ciladas desperta a ganância no íntimo do ser humano para que este venha a desejar a posse de bens matérias ao ponto de passar por cima de tudo e de todos.
Em sua humanidade Jesus foi tentado, mas venceu a satanás dizendo: nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus (Mt 4.4).
2- Tentado a ser notado. A segunda ação do inimigo foi em tentar Jesus a ser notado pelos anjos. Quantos são tentados a serem notados? Quantos são ativos em suas ações para serem notados? Tudo que o cristão desenvolve na obra de Deus deverá ser para honra e glória de Deus.
Em sua divindade Jesus foi tentado, mas venceu a satanás dizendo: não tentarás o Senhor, teu Deus (Mt 4.7).
3- Tentado a ser celebrado. Por terceiro, satanás tenta a Jesus no que corresponde ao possuir poder. A busca do poder passou a ser notório nas repartições públicas e até nas repartições religiosas em que pessoas fazem de tudo para possuírem o lugar do outro.
Em sua missão Jesus foi tentado, mas venceu a satanás dizendo: ao Senhor, teu Deus, adorarás e só a ele servirás (Mt 4.10).

terça-feira, 5 de fevereiro de 2019

Culto de Doutrina: Apocalipse capítulo 4 – João arrebatado em espírito


Apocalipse capítulo: 4 – João arrebatado em espírito
O quarto capítulo de Apocalipse está dividido em dois parágrafos. O primeiro parágrafo abrange os versículos 1 ao 8, já o segundo parágrafo abrange os versículos 9, 10 e 11.
O primeiro parágrafo
Possui como divisão explicativa: João foi arrebatado em espírito ao céu, o que estava assentado sobre o trono era na aparência semelhante à pedra de jaspe e de sardônica, os vinte e quatro anciãos, diante do trono havia um como mar de vidro e os quatro animais.
1- João foi arrebatado em espírito. O evangelista João inicia o capítulo com as seguintes palavras: “depois destas coisas”, o que corresponde ao novo contexto da narrativa apocalítica, isto é, aos fatos futurísticos. Já a descrição “uma porta aberta no céu” define o livre acesso que o apóstolo teria na compreensão da revelação divina.
Há três portas até então na escrita do evangelista João corresponde com: a porta missionária, oportunidade para a propagação do Evangelho pela igreja de Filadélfia (Ap 3.8); com a porta da salvação, aos crentes da igreja de Laodicéia (Ap 3.20); e, por fim, com a porta da revelação, aberta no céu.
2- O que está assentado no trono. A aparência do que estava assentado no trono é comparado à pedra de jaspe e a de sardônica. A presente comparação descreve a santidade e a retidão de Deus. Deus é santo, descreve que em Deus não pecado. Deus é reto, corresponde com ação divina em manter-se firme nos seus desígnios para com a criação.
3- Os vinte e quatro anciãos. A numeração corresponde aos 12 patriarcas de Israel e aos 12 apóstolos. Os primeiros representam os salvos no período da Antiga Aliança, enquanto os últimos indicam os salvos na Nova Aliança.
4- Um mar de vidro. Significa povos e nações, por estarem diante do trono correspondem aos salvos que lavaram as suas vestes no sangue do cordeiro.
5- Os quatro animais. A semelhança dos quatro animais desperta curiosidade, pois:
O primeiro é apresentado com semelhança de um leão, o que indica, para alguns estudiosos, o Evangelho de Mateus que apresenta Jesus como o Leão da tribo de Judá, o leão é o mais exaltado dos animais selvagens.
O segundo animal é semelhante ao bezerro que descreve humildade, porém é o mais exaltado dos animais domésticos, e representa o Evangelho de Marcos.
Já o terceiro animal é semelhante ao homem, definitivamente representa o Evangelho de Lucas, em que Jesus é apresentado como o Filho do Homem, logo o homem é o mais exaltado de toda a criação.
Por fim, o quarto animal é semelhante à águia, que representa o Evangelho de João, que nas narrativas joanina Jesus é apresentado em superioridade a tudo e a todos, sendo que a águia é a mais exaltada entre as aves.
O segundo parágrafo
O segundo parágrafo descreve o ato da adoração que é dividia em duas partes: a adoração dos quatro animais e a adoração dos vinte e quatro anciãos.
1- A adoração dos quatro animais. A adoração dos quatro animais se caracteriza por dar glória, honra e ações de graças ao que vive para sempre. Ou seja, adoração que reconhece a eternidade de Deus.
2- A adoração dos vinte e quatro anciãos. Caracteriza-se por ser desenvolvida por uma ação de plena submissão, prostravam-se, e lançavam as coroas diante do trono, isto é, o reconhecimento da vitória como proveniência da ação daquEle que está assentado sobre o trono.
Em suma, o capítulo quatro trata-se do início das coisas que depois destas hão de acontecer (Ap 1.19), ou seja, o presente texto descreve as temáticas escatológicas e transmite lições referentes ao arrebatamento e a nova vida dos salvos em corpo glorificado.