OS RUDIMENTOS DO
MUNDO
Texto: 1- Digo, pois, que
todo o tempo que o herdeiro é menino em nada difere do servo, ainda que seja
senhor de tudo;
2- Mas está debaixo de tutores e curadores até
ao tempo determinado pelo pai.
3- Assim também nós, quando éramos meninos,
estávamos reduzidos à servidão debaixo dos primeiros rudimentos do mundo.
4-
Mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher,
nascido sob a lei,
5- Para remir os que estavam debaixo da lei, a
fim de recebermos a adoção de filhos.
6- E, porque sois filhos, Deus enviou aos
vossos corações o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai.
7- Assim que já não és mais servo, mas filho;
e, se és filho, és também herdeiro de Deus por Cristo.
8-
Mas, quando não conhecíeis a Deus, servíeis aos que por natureza não são
deuses.
9-
Mas agora, conhecendo a Deus, ou, antes, sendo conhecidos por Deus, como
tornais outra vez a esses rudimentos fracos e pobres, aos quais de novo quereis
servir?
10-
Guardais dias, e meses, e tempos, e anos.
11-
Receio de vós, que não haja trabalhado em vão para convosco. (Gálatas 4.1-12).
INTRODUÇÃO
Em
três momentos distintos a humanidade é apresentada nas narrativas da Escritura
Sagrada. Primeiramente a humanidade é apresentada na ótica da perfeição,
momento em que o pecado não existia. Em segundo a humanidade é apresentada após
o pecado, isto é, período em que a degeneração é total. E por fim, com a
plenitude dos tempos Jesus que é o cordeiro de Deus é oferecido pelos pecados
da humanidade para que haja salvação.
I – A PLENITUDE DOS TEMPOS.
Deus
criou todas as coisas em perfeita harmonia com o seu caráter. O homem foi
criado sem pecado, sendo o mesmo formado conforme a imagem e a semelhança de
Deus (Gn 1.26). Entretanto, com o pecado não só Adão tornou-se pecador, mas sim
toda a humanidade e, o que era perfeito, foi corrompido pela transgressão do
primeiro homem.
1- Pecado como
divisor. O
Antigo Testamento no contexto doutrinário ao narrar à origem do pecado e seus
efeitos poderá ser dividido em dois momentos importantes. O momento anterior ao
pecado, período onde havia a perfeição e o pecado era inexistente. Já o segundo momento é o período em que Israel
e as nações passaram a se envolverem no pecado e sofrerem conforme a transgressão
de Adão representante da humanidade no pacto das Obras.
2- De servos a filhos
de Deus. A
lei condenava o melhor dos homens, por isso, “vindo a plenitude dos tempos”
Deus entregou o seu filho unigênito para que todos os que nEle crê não pereça,
mas tenha a vida a eterna (Jo 3.16).
Por
ocasião da lei os homens eram considerados servos de Deus, porém com a obra de
Cristo houve uma enorme mudança no status de relacionamento entre a humanidade
e o Senhor. A obra de Cristo corresponde com a sua morte e com a sua ressurreição.
Portanto,
o nascimento do Senhor Jesus indica que o mesmo possuía a natureza divina e
humana. O apóstolo Paulo cita que Deus enviou seu filho nascido de mulher (Gl
4.4), termo que para os rabinos indica a presença da natureza humana na pessoa
de Jesus e que convalida Gênesis 3.15, pois para os estudiosos da Judéia o
termo “semente da mulher” indica ausência da relação sexual, ou seja, a mulher
se engravidaria de maneira miraculosa e de fato isto ocorre com Maria mãe de
Jesus.
Outro
fato importante é que Jesus nasceu sob a lei, isto indica que o Messias não desfez
da lei, mas ao contrário Ele cumpriu a lei (Mt 5.17). Porém, a obra de Jesus
garantiu duas bênçãos para a humanidade; a remissão da lei e a adoção de filhos
(Gl 4.5).
3- Deus está no
controle de todas as coisas. O contentamento de Paulo estava no Senhor, pois o
apóstolo sabia que Deus cuidava dos passos dele. Na bíblia se encontra os
quatro decretos de Deus, que são: criação (decreto de Deus que deu origem a
todas as coisas), providência (que é a ação de Deus em governar o planeta
terra), redenção (pois com o pecado a humanidade tornou se necessitada do
socorro Divino no que se corresponde a redenção da alma), e por fim, a
consumação (decreto que trata da vitória final de Deus em todas as suas obras).
Os
decretos revelam que Deus está no controle de todas as coisas, sendo assim tudo
acontece conforme a vontade do Senhor, para a glória do Senhor e para o bem
daqueles que esperam no Senhor (Rm 8.28).
II – VOLTANDOA AOS RUDIMENTOS.
1- Conhecendo a Deus
e sendo conhecido por Deus. Ao receber Jesus como Salvador o ser humano
passa a deter de uma vida diferenciada. A vida do ser humano não é a mesma
quando o mesmo passa conhecer a Jesus. Da mesma forma o indivíduo é conhecido
por Deus, segundo a interpretação do texto ser conhecido por Deus é ter uma experiência
com o Senhor.
Paulo
escreveu aos Romanos que nada o separaria do amor de Cristo (Rm 8.35-39), porém
muitos homens abandonaram a caminhada cristã por encontrarem circunstâncias adversas
à fé mesmo depois de terem uma experiência impar com o Senhor Jesus e até mesmo
depois de vivenciarem a atuação do amor divino.
2- Rudimentos fracos
e pobres.
Paulo cita duas situações bem diferentes, porém comparadas da mesma maneira a
rudimentos fracos e pobres.
O
primeiro rudimento citado corresponde com o politeísmo. Crença em várias
divindades. Tal rudimento era praticado pelos crentes da Galácia. Já o segundo
rudimento corresponde com os judeus da região que tinham recebido a Jesus como
Salvador e agora estava associado à fé com as obras da lei (Gl 4.10).
III – QUANDO O TRABALHO NÃO É VÃO.
1- Quando é realizado
para a glória de Deus. Quando o servo do Senhor não faz algo para si aparecer e
tem como objetivo a glória do Senhor, logo se percebe que o trabalho não é vão.
2- Quando o objetivo
é a salvação do próximo. Quando projetos evangelísticos são postos em prática para
que haja salvação de vidas o trabalho não é vão, pois nenhuma palavra
direcionada por parte de Deus voltará vazia (Is 55.11).
3- Quando há
frutificação na obra (v.11). Aqui estar o sentido paulino no texto “o de
não ver a obra frutificar”. Paulo tinha
investido tempo, carinho e total dedicação à propagação do evangelho na Galácia
e agora o mesmo está vendo alguns membros da igreja se apegando com os
rudimentos deste mundo.
Nada
desta vida poderá tirar o autêntico cristão da presença do Senhor Jesus. Pois,
no mundo presente muitas aflições serão reais na vida daqueles que amam a Deus,
porém assim como Jesus venceu o mundo os cristãos também vencerão (Jo 16.33).
Em
suma, nada poderá fazer com que a comunidade cristã abandone os verdadeiros
fundamentos da fé.
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