A GRAÇA REMOVE TODA
DISTINÇÃO.
Texto: 23- Antes que viesse
esta fé, estávamos sob a custódia da lei, nela encerrados, até que a fé que
haveria de vir fosse revelada.
24- Assim, a lei foi o nosso tutor até Cristo,
para que fôssemos justificados pela fé.
25- Agora, porém, tendo chegado a fé, já não
estamos mais sob o controle do tutor.
26- Todos vocês são filhos de Deus mediante a fé
em Cristo Jesus,
27-
pois os que em Cristo foram batizados, de Cristo se revestiram.
28- Não há judeu nem grego, escravo nem livre,
homem nem mulher; pois todos são um em Cristo Jesus.
29- E, se vocês são de Cristo, são
descendência de Abraão e herdeiros segundo a promessa. (Gálatas 3.23-29).
INTRODUÇÃO
O
apóstolo Paulo no presente parágrafo fortifica a missão da lei em educar, ou
seja, em ser aio para conduzir a humanidade à fé em Cristo Jesus. O mesmo
também faz menção da operação da graça em proporcionar unidade entre as nações,
liberdade aos cativos e igualdade entre o gênero (homem e mulher).
E
afirma que todos os membros da igreja da carta em apreço eram filhos de Deus,
isto pelos mesmos terem aceitado a Jesus como Salvador.
I – A TUTORIA DA LEI.
1- A Lei revela a
justiça de Deus. Logo
que a lei revela a justiça divina também demonstra a injustiça por parte dos
homens. “Estávamos sobre a custódia da lei” isto indica que a lei aprisionava
os homens por serem os mesmos injustos.
A
injustiça humana era notável até mesmo na vida de personagens que viviam em
conformidade com Deus. Por exemplo: Noé após o dilúvio ao se embriagar (Gn
9.21), Abraão ao mentir (Gn 12.11-13; 20.2), Davi ao transgredir cinco dos dez
mandamentos (2 Sm 11.4,14,24,27), Uzias ao agir como sacerdote (2 Cr 26.16),
dentre outros casos.
Em
suma, a lei indicava que os homens eram injustos em suas obras e incapazes de
se salvarem, sendo que a justiça de Deus se manifesta na pessoa e na obra de
Jesus Cristo.
2- A lei é
responsável pelo ensino até a manifestação de Cristo. Anterior ao
ministério do Senhor Jesus a lei definia a educação dos judeus o que Calvino
vai considerar com a infância.
Calvino
ainda dizia que a lei era o gramático da teologia que ao conduzir a criança até
certo ponto os entregavam a fé que completava a graduação das pessoas. Para ele
o apóstolo “Paulo associou os judeus a crianças por viverem conforme os ensinos
da lei, e nós os da graça com a fase adulta”.
II – OS FILHOS DE DEUS.
A
narrativa bíblica outorga esclarecimentos de quatro tipos distintos de filhos
de Deus. O primeiro pela narrativa bíblica é Adão, sendo conhecido como filho
por formação. O segundo tipo é o conjunto de anjos, que são conhecidos como
filhos por criação. Por terceiro os judeus, que são os filhos da eleição,
dentre 70 nações foram escolhidos por Deus para ser sacerdócio de bênção entre
as nações. E por fim, a igreja, os filhos de adoção.
1- Adão, filho por
formação. Três
coisas são marcantes sobre a pessoa de Adão na bíblia. A primeira delas é que
Adão foi o primeiro homem da terra, logo ele não foi fruto de um relacionamento
amoroso, foi formado por Deus e recebeu de Deus o fôlego de vida (Gn 2.7).
Já a segunda corresponde com o pacto das
obras. Adão foi o representante da humanidade no pacto das obras que tinha como
condição a obediência e como pena a morte e por desobediência toda humanidade
pecou (Rm 5.12).
Por
fim, a terceira coisa que se chama atenção no estudo bíblico a respeito de Adão
é a desobediência.
2- Anjos, filhos por
criação. A
existência dos anjos está associada com a glória de Deus (Is 6.2,3), e com o
cuidado para com os filhos de Deus na terra (Sl 34.7).
3- Israel, filhos por
eleição. Deus
escolheu a Israel para mostrar a sua glória ao mundo. O Egito era a grande
potência da época enquanto Israel era um povo escravo. Segundo, Deus escolheu a
Israel para outorgar ao mundo as Escrituras Sagradas. E por terceiro, Deus
escolheu Israel para entregar o Salvador ao mundo. Por fim, no deserto é lugar
de aprender a depender de Deus e reconhecer a limitação humana, por isso, a
nação Israelita foi formada no deserto.
4- Igreja, filhos por
adoção. Paulo
expressa que os membros das igrejas na Galácia eram filhos de Deus mediante a
fé em Cristo Jesus, e utiliza o termo, todos, isto é, uma referência aos
membros da igreja que tinham recebido Jesus como Salvador (Jo 1.12). Os filhos
por adoção são todos os que recebem a Jesus como Salvador.
III – NÃO HÁ DISTINÇÃO.
1- O reconhecimento
da superioridade divina. Paulo faz menção de três situações diferentes. Na
primeira o apóstolo expõe o exemplo de nações “Não há judeu nem grego”, isto
indica que as nações estão debaixo da superioridade divina. Já na segunda o
apóstolo expõe o exemplo de condição perante o status adquirido “Não há... escravo
nem livre”, aqui indica que o homem em toda circunstância social é dependente
de Deus. E por último, o apóstolo apresenta a situação de gênero “Não há... homem
nem mulher”, logo não é o homem superior à mulher, mas Deus superior à criação
(Gl 3.28).
2- A promessa é para
todos.
A promessa é para todos os que receberem a Jesus como Salvador que também
passam para a condição de herdeiros. Sendo a promessa para todos indica que há
unidade.
Na
oração sacerdotal Jesus pede ao Pai que os discípulos fossem um conforme a unidade
existente entre o Pai e o Filho (Jo 17.22).
Por ser a promessa uniforme mais uma vez há a manifestação de que não existe
distinção de pessoas, pois todos são dependentes de Deus.
Portanto,
Deus mediante a sua graça outorgou para toda a humanidade a promessa de
liberdade, lançando sobre terra as cadeias que exaltava a um e outorgava a
condição de escravo para outro. Se a lei apresentava distinção de pessoas na
operação da graça não há distinção, pois, a Deus pertence o reino, o poder e a glória
para sempre. Amem (Mt 6.13).
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