Deus é Fiel

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domingo, 31 de janeiro de 2021

Subsídio para aula da Escola Bíblica Dominical – Lições Bíblicas Jovens – Jeremias: A oração e o lamento de um profeta

 Jeremias: A oração e o lamento de um profeta

Conforme a Síntese:

Devemos buscar a vontade de Deus para nossas vidas diariamente, pois a vontade do Senhor é boa, agradável e perfeita.

No que se refere a Jeremias pode-se afirmar que:

[...] Essa é a história de um dos profetas mais longevos de seu tempo.

Chamado por Deus ainda jovem, Jeremias descreve, com muita simplicidade e beleza, o seu chamado: “E estendeu o Senhor a mão, toco-me na boca e disse-me o Senhor: Eis que ponho as minhas palavras na tua boca” (Jr 1.9).

Filho de um sacerdote, nunca veio a se casar, dedicando-se inteiramente ao ministério profético por longas quatro décadas (TEDESCO, 2020, p. 67).

A presente lição tem como objetivos:

Refletir acerca da vocação e a primeira visão de Jeremias.

Sintetizar como se deu o juízo do Senhor sobre Judá.

Mostrar que a oração de Jeremias em favor do povo foi em vão.

I – A VOCAÇÃO E A PRIMEIRA VISÃO DE JEREMIAS

Há três tipos de chamados específicos no texto Sagrado. O primeiro tipo de chamado corresponde ao chamado para a salvação. Já o segundo corresponde ao chamado para o serviço. E por fim, o terceiro tem como tangência a glorificação.

Deus chamou Jeremias para o ministério profético. O profeta tinha como função básica representar a Deus diante do povo. Logo, o profeta era o porta-voz de Deus na terra.

Podemos ver em Jeremias alguém que viveu intensamente o seu chamado, aceitou pagar o preço necessário e gastou-se diante de tal propósito. Suas palavras tão fiéis às ordens de Deus são entregues envoltas em personalidade, cumplicidade, sentimento e convicção de um chamado. Que possamos também nos permitir sermos tocados por tal inspiração (TEDESCO, 2020, p. 69).

Os profetas eram usados por Deus também por meio de visões, sendo que a primeira visão de Jeremias, a vara de amendoeira, tem por significado:

[...] No tempo certo, a resposta do Senhor se fará presente. Assim como a amendoeira anuncia a chegada da primavera, as profecias de Jeremias anunciavam a proximidade do juízo do Senhor. A Palavra de Deus iria se cumprir. O profeta era apenas aquele que anunciaria o juízo, já a obra seria realizada pelo Altíssimo (TEDESCO, 2020, p. 70).

II – A REBELIÃO DO POVO E A INVASÃO ESTRANGEIRA ANUNCIADA

Em 606 a.C, Nabucodonosor invadiu o território dos judeus. Iniciando nesta data o cativeiro de Judá. Para melhor compreensão histórica nota-se que o cativeiro dos judeus ocorreu em três etapas.

a) a primeira etapa; no ano de 606 a.C, onde que os tesouros do templo foram levados (2 Cr 36.7) e também a elite de Judá: o rei Joaquim, os oficiais da corte e entre eles Daniel e seus três amigos (Dn 1.1-7).

b) segunda etapa; no ano de 597 a.C, Jerusalém foi pela segunda vez invadida pelos babilônicos e desta vez foram conduzidos 10.000 homens para Babilônia entre eles Ezequiel (2 Re 24.14).

c) terceira etapa; no ano 586 a.C, pela terceira vez Jerusalém é invadida e desta vez o templo e a cidade são destruídos ficando na cidade apenas os pobres (2 Re 25.12).

Entretanto, o cativeiro babilônico durou 70 anos, sendo este período de tempo profetizado por Jeremias (Jr 25.12). Em setenta anos os judeus andaram errantes em meio a um povo idólatra. Porém, Jeremias ficou em Jerusalém, enquanto o povo foi levado cativo, deste episódio originou a obra Lamentações de Jeremias, em que o profeta enfatiza as misericórdias do Senhor como causa da existência dos judeus (Lm 3.22).

III – JEREMIAS, EM VÃO, INTERCEDE PELO POVO (Jr 14)

Como introdução do presente tópico:

É importante destacarmos o fato de que o trabalho de Jeremias não foi em vão. Mesmo não havendo arrependimento, nem restauração, a missão desenvolvida pelo profeta cumpriu também um importante papel de promover na mente das pessoas uma reflexão a respeito de um juízo que teria começo, meio e fim, esse seria um processo necessário para que houvesse o desejo de um concerto com Deus envolvendo profundo arrependimento e genuína restauração (TEDESCO, 2020, p. 75).

Porém, há muitas orações que não são atendidas por Deus pelas seguintes verdades:

a) Orações que são feitas com palavras repetitivas e vazias:

b) Orações que são feitas com corações ambiciosos: pedis e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos deleites (Tg 4.3).

c) Orações que são feitas com amargura no coração por alguém: quando estiverdes orando, perdoai se tendes alguma coisa contra alguém, para que também vosso Pai que está no céu, vos perdoe as vossas ofensas (Mc 11.25-26).

REFERÊNCIA

TEDESCO, Marcos. Ensina-nos a orar: exemplos de pessoas e orações que marcaram as escrituras. Rio de Janeiro: CPAD, 2020.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2021

Subsídio para a Escola Bíblica Dominical: Santificação: Comprometidos com a Ética do Espírito

 Santificação: Comprometidos com a Ética do Espírito

O texto áureo da presente lição tem como descrição:

Santificação é especialidade do Espírito Santo; ela é instantânea e ao mesmo tempo progressiva, pois acompanha o crescimento espiritual do crente.

Sendo que o objetivo geral do estudo é Mostrar o quanto devemos estar comprometidos com a ética do Espírito. E como objetivos específicos: apresentar a santificação no Antigo Testamento; explicar a santificação no Novo Testamento; e, aplicar o exemplo de santificação à vida dos alunos.

Para Soares:

A santificação é uma doutrina importante para a vida cristã porque ela surge a partir da revelação de um Deus que é santo em si mesmo, em essência e natureza, em grau infinito. Sendo Deus santo, exige santidade de todos nós. É dever nosso conhecer o verdadeiro significado da palavra “santificação” e seus cognatos como, “santidade, ser santo, santificação”. O que significa todo esse conjunto de palavras? São termos de uso comum entre nós, mas há ainda muitos que confundem santificação com legalismo e práticas exteriores; outros esperam ser santificados por meios de recursos próprios, esquecendo que se trata de uma obra da livre graça de Deus (2020, p. 87).

I – A SANTIFICAÇÃO NO ANTIGO TESTAMENTO

Tendo como base Levítico 19.2:

Fala a toda a congregação dos filhos de Israel e dize-lhes: Santos sereis, porque eu, o Senhor, vosso Deus, sou.

“Santos sereis”, indica que o povo deveria se santificar a cada momento. A palavra, santo, aparece no livro de Levítico por mais de cem vezes e quando relacionada ao ser humano a palavra se define por pureza e por obediência. Assim como era nos dias de Israel enquanto estavam no deserto, deverá ser nos dias hodiernos, enquanto os cristãos estão na terra.

Os israelitas deveriam se santificar nas cerimônias, logo a santificação dos cristãos devem ser vista nas cerimônias (Lv 17). As cerimônias não podem ser vistas como obrigações sem compromisso. O compromisso com Deus define o real teor das cerimônias. Porém, assim fazem os que por Deus são santificados.

Os israelitas deveriam se santificar no momento da adoração, logo a santificação deverá ser vista no instante em que os cristãos adoram a Deus (Lv 23-25). Muitos eventos não passam de apresentações tidas como show gospel. Perdendo a essência cristã e reduzindo a atitude dos vocacionados por Deus. Não é cabível ao cristão realizar shows, mas fazer da sua vida um altar de adoração a Deus. Portanto, apenas os que por Deus são santificados não perdem a real importância da adoração e por Deus são procurados, porque Deus procura os que o adoram em espírito e em verdade (Jo 4.23).

Por fim, os israelitas deveriam se santificar principalmente em sua vida diária. Logo, os cristãos devem se santificar em todos os instantes da sua vida (Lv 18-22). E só será possível pela leitura e estudo da Palavra de Deus, pela prática da oração e pela presença na igreja.

II – A SANTIFICAÇÃO NO NOVO TESTAMENTO

No Novo Testamento percebe-se que a santificação é uma obra da trindade e é uma necessidade a ser suprida pelos cristãos.

As três pessoas da trindade são apresentadas pela santidade. Deus (Pai) é santo, e assim como Ele é, cabe a cada cristão o dever de se santificar (1 Pe 1.16). O Filho é santo (Lc 1.35). E assim também como o Espírito Santo é apresentado com o atributo da santidade (Ef 4.30). Logo:

[...] A salvação em Cristo é acompanhada da santificação, e seu agente ativo é o Espírito que habita no interior do crente (1 Co 3.16; 2 Tm 1.14).

[...] Assim Deus disponibilizou três meios para a santificação – o sangue de Jesus (Hb 13.12), o Espírito Santo (2 Ts 2.13) e a Palavra de Deus (Jo 17.17; Ef 5.26) (SOARES, 2020, p. 87).

A santificação por ser uma necessidade indica o estado em que se encontra o cristão diante de Deus. O cristão no cotidiano executa meios necessários para o desenvolvimento que o separe do mundo, teologicamente nomeada de santificação presente. Também conhecida como santificação progressiva, isto é, aquela que se dá constantemente.

Conforme os Escritos Sagrados à santificação se dá mediante a fé na obra redentora de Jesus; para lhes abrir os olhos e convertê-los das trevas para a luz e da potestade de satanás para Deus, a fim de que recebam eles remissão de pecados e herança entre os que são santificados pela fé em mim (At 26.18). Também se dá mediante a palavra de Deus. Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade (Jo 17.17). A santificação progressiva também se dá mediante uma vida de oração, se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça (1 Jo 1.9).

 Assim também como no frequentar a igreja, pois na congregação os santos se reúnem para louvarem a Deus, buscarem a face de Deus e aprenderem de Deus mediante o ensino da Escritura Sagrada.

III – A SANTIDADE APLICADA AO CRENTE

Sobra a definição de ética, duas concepções são bem descritivas: a primeira, descrição de cunho teológico; e a segunda, descrição de cunho filosófico.

Portanto, a ética pode ser definida em:

Estudo sistemático dos deveres e obrigações do indivíduo, da sociedade e do governo. Seu objetivo: estabelecer o que é certo e o que errado. Ela tem como fonte a consciência, o direito natural, a tradição e as legislações escritas; mas, acima de tudo, o que Deus estabeleceu em Sua Palavra – a Ética das éticas (ANDRADE, p.121).

O destaque da primeira descrição está quando o autor descreve a relação da origem da ética em ser superior a todos os demais conceitos éticos desenvolvidos e vivenciados.

Ética é o conjunto de valores e princípios que usamos para responder a três grandes questões da vida: 1. quero? 2. devo? e 3. posso? Nem tudo que eu quero eu posso; nem tudo que eu posso eu devo; e nem tudo que eu devo eu quero. Você tem paz de espírito quando aquilo que você quer é ao mesmo tempo o que você pode e o que você deve (CORTELLA, 2014).

Por fim, a ética cristã é a ação do cristão em obedecer a Deus mediante os princípios da ética Bíblica que se resume nas palavras imutável e universal. A base da ética vivenciada pelo cristão é a Bíblia que não altera a sua mensagem e visualiza universalizar as práticas que agradam a Deus.

REFERÊNCIA:

ANDRADE, Claudionor Corrêa. Dicionário Teológico, com definições etimológicas e locuções latinas. Rio de Janeiro: CPAD, 1997.

CORTELLA, Mário Sérgio e BARROS FILHO, Clovis de. Ética e Vergonha na Cara. São Paulo: Editora Papirus, 2014.

SOARES, Ezequias. O Verdadeiro Pentecostalismo: A atualidade da Doutrina Bíblica sobre a atuação do Espírito Santo. Rio de Janeiro: CPAD, 2020.

domingo, 24 de janeiro de 2021

Subsídio para a Escola Bíblica Dominical: Fruto do Espírito: o eu crucificado

 Fruto do Espírito: o eu crucificado

O texto áureo da presente lição tem como descrição:

O fruto do Espírito é um dos temas mais vibrantes da ética cristã, pois mostra para o mundo o que Espírito Santo colocou dentro de cada um de nós.

Sendo que o objetivo geral do estudo é Demonstrar que o Fruto do Espírito é um dos temas mais vibrantes da vida cristã. E como objetivos específicos: conceituar o fruto do Espírito; distinguir e relacionar fruto do Espírito e dons espirituais; e, conscientizar que o Espírito se opõe à carne.

Para Horton:

O fruto tem a ver com o crescimento e o caráter; o modo da vida é o teste fundamental da autenticidade. O fruto, em Gálatas 5.22,23, consiste nas “nove graça que perfazem o fruto do Espírito, o modo de vida dos que são revestidos pelo poder do Espírito que neles habita” (1996, p. 488).

I – O FRUTO DO ESPÍRITO NA VIDA DO CRENTE

Conforme Esequias:

[...] O fruto do Espírito é o resultado natural de um processo de amadurecimento e a consequência de um desenvolvimento natural de crescimento espiritual. Ele surge paulatinamente dentro de cada crente como resultado da regeneração do Espírito Santo de forma instantânea e também gradativa por meio do crescimento na graça de nosso Senhor Jesus Cristo, como acontece com a santificação (2020, p. 75).

Sendo que a vida de santidade proporciona comunhão com Deus. Um viver santo é saber distinguir entre o certo e o errado; praticar o que é correto e invalidar o incorreto. Ser santificado por Deus não indica que o cristão é santo, mas que o cristão é separado por Deus, para o uso de Deus e para Deus.

Separado por Deus indica que é Deus que o santifica. Para o uso de Deus, indica que Deus separa pessoas para serem seus instrumentos de bênção. E para Deus, corresponde que os cristãos pertencem a Deus.

Portanto, os cristãos são separados para serem usados por Deus e para terem comunhão com Deus. Para uma vida de comunhão com Deus é necessário o investimento de tempo em oração, jejum, frequência na Igreja e dentre outros, a leitura da Bíblia.

II – DIFERENÇA E RELAÇÃO ENTRE O FRUTO E OS DONS DO ESPÍRITO

A respeito da relação percebe-se que o fruto e os dons possuem na origem a mesma fonte: o Espírito Santo da Verdade; porém, se distingue na durabilidade. Pois, o fruto tendo como base, o amor, é eterno, enquanto os dons não serão necessários com a conclusão da missão da Igreja na terra.

Didaticamente o fruto do Espírito pode ser dividido em três grupos:

Primeiro grupo: virtudes interligadas ao relacionamento com Deus – amor, alegria e paz.

Segundo grupo: virtudes interligadas ao relacionamento com os outros – longanimidade, benignidade e bondade.

Terceiro grupo: virtudes interligadas ao relacionamento pessoal – fé, mansidão e temperança.

O fruto presente no testemunho cristão revela nove graças, a partir do amor: gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio. É, na verdade, a ética do Espírito. Os dons espirituais e o fruto, embora distintos, se relacionam por terem a origem na mesma fonte e por ambos glorificarem a Cristo (SOARES, 2020, p. 77 e 78).

III – O ESPÍRITO SE OPÕE À CARNE

As obras da carne são demonstrações físicas e espirituais da degeneração humana. E didaticamente podem ser agrupadas em quatro grupos.

Primeiro grupo: pecados sexuais – adultério, fornicação, impureza e lascívia.

Segundo grupo: falsa religiosidade – idolatria e feitiçaria.

Terceiro grupo: atitudes impróprias para com o próximo – inimizade, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias e invejas.

Quarto grupo: assuntos relacionados com o domínio próprio – homicídio, bebedice e glutonaria.

Por fim:

E os que são de Cristo crucificaram a carne com as suas paixões e concupiscências (Gl 5.24).

O versículo indica a vitória sobre a carne, logo os frutos do Espírito são desenvolvidos para esta finalidade, vencer os desejos exagerados da carne, sendo que os mesmos são identificadores da real transformação ocorrida na vida do cristão.

REFERÊNCIA

HORTON, Stanley M. Teologia Sistemática uma perspectiva Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1996.

SOARES, Ezequias. O Verdadeiro Pentecostalismo: A atualidade da Doutrina Bíblica sobre a atuação do Espírito Santo. Rio de Janeiro: CPAD, 2020.

sábado, 23 de janeiro de 2021

Subsídio para aula da Escola Bíblica Dominical – Lições Bíblicas Jovens – Neemias: a oração de um construtor

Neemias: a oração de um construtor

Conforme a Síntese:

Com Neemias aprendemos duas valiosas lições: Que a oração é uma ferramenta indispensável para vencermos os maiores desafios e que precisamos eleger as prioridades certas em nossas vidas.

Pois, [...] Neemias: um homem que, em constante oração, se permitiu ser usado por Deus para abençoar vidas, construir uma verdadeira fortaleza, restaurar a identidade de um povo e produzir frutos em abundância (TEDESCO, 2020, p. 55).

A presente lição tem como objetivos:

Mostrar a tristeza de Neemias diante da miséria do seu povo.

Demonstrar a importância do jejum e da oração.

Enfatizar os resultados da oração de Neemias.

I – A TRISTEZA DE NEEMIAS DIANTE DA MISÉRIA DO SEU POVO

Hanani contou a Neemias a situação em que se encontrava a cidade de Jerusalém: Os restantes, que ficaram do cativeiro, lá na província estão em grande miséria e desprezo; e o muro de Jerusalém fendido e as suas portas queimadas a fogo (Ne 1.3).

A vida era difícil para o povo em Jerusalém, em grande parte, devido às condições do muro da cidade. No antigo Oriente Médio, o muro de uma cidade fornecia proteção aos habitantes e, conforme criam, era sinal da proteção do deus (ou deuses) cultuado(s) por aquele povo. Logo, o estado arruinado do muro de Jerusalém envergonhava o nome de Deus (RADMACHER; ALLEN; HOUSE, 2013, p. 746).

Com a má notícia recebida, Neemias se angustiou, jejuou e orou. Deus atentou à oração em despertar o rei a atender ao pedido de Neemias. Fato que corrobora com o que está escrito em Mateus 21.22: E, tudo o que pedirdes em oração, crendo, o recebereis.

A atitude de Neemias é acrescentada por duas virtudes extremamente preciosas que são, a sensibilidade e a empatia, sobre as quais comenta Tedesco:

Foram essas duas qualidades [...] que fizeram que Neemias tomar uma importante decisão: pedir ao rei a permissão para deixar o conforto, a solidez e a opulência da corte para ir até Jerusalém viver uma nova história entre as ruínas que sobraram e as pessoas que sofriam e clamavam por misericórdia (2022, p. 58).

II – NEENIAS ORA E JEJUA EM FAVOR DO SEU POVO

Com base na vida de Neemias aprende-se que uma pessoa de atitude se revela por manter intimidade com o Senhor (uma vida de oração), logo, ao manter a atitude de uma vida fervorosa em oração percebe-se que as lágrimas tornam-se cotidianas no processo do desenvolvimento espiritual.

O choro ocupou um período necessário na narrativa de Neemias, porém logo uma nova etapa teve início: o tempo de jejum e oração (TEDESCO, 2002, p. 61).

Sendo que o jejum significa abster – se de alimento por determinado tempo. A abstinência poderá ser total ou parcial. O jejum tem como objetivo aprimorar o exercício da oração e da meditação e como alvo primordial aproximar o cristão de Deus.

Tipos de Jejum. O jejum poderá ser parcial quando compreende apenas a abstinência de determinados alimentos. Também poderá ser total quando o indivíduo abstém de todo tipo de alimento com exceção de água. E por fim um terceiro tipo de jejum é o absoluto quando a abstinência compreende a todo tipo de alimento e também com a ausência do consumo de água.

Jejum no Antigo Testamento. A pratica do jejum no Antigo Testamento é descrita com as seguintes razões: como expressão de arrependimento (1 Sm 7.6), como desejo de vida (2 Sm 12.16), como precedente a uma ação (Et 4.16), como meio a benevolência e proteção Divina (Ed 8. 21-23) e como fortalecimento do espírito em meio aos desejos egoístas da alma (Sl 69.10).

Jejum no Novo Testamento. A prática do jejum no Novo Testamento é descrita com as seguintes razões: como forma de submissão e adoração ao Senhor (At 12.2), como forma de escolher e enviar missionários (At 12.3) e como consagração ao Senhor tanto no orar por pessoas (Mt 17.21), assim como no implantar igrejas (At 14.23).

O ensino de Jesus sobre o jejum. Jesus reprovou a atitude dos fariseus que tinham como objetivo a aprovação e admiração dos homens. Nos ensinos de Cristo o jejum é fruto da alegria (Mt 6.16), o jejum requer dedicação, pois é feito para glória de Deus (Mt 6.17) e não é ato de penitência (Mt 6.18).

III – OS RESULTADOS DA ORAÇÃODE NEEMIAS

Analisando os dias de Neemias em Jerusalém percebe-se que os inimigos atacaram a comunidade judaica com a utilização das seguintes armas:

Desprezo (que fazem estes fracos judeus? – Ne 4.2),

Escárnio (vivificarão dos montões de pó as pedras que foram queimadas? – Ne 4.2),

Mentira (Ne 6.8),

Astúcia (Ne 6.3)

E ameaça (Ne 4.9).

Porém, tendo como foco a pessoa do líder Neemias, conforme bem define Renovato conclui-se que:

1) Ele não perdeu o foco de sua missão. Estou fazendo uma grande obra...

2) Não desceu ao nível dos adversários [...] Neemias se encontrava em posição mais elevada não só geograficamente, mas acima de tudo, espiritualmente. Fazer acordo com inimigos da obra é descer ao nível deles [...]

3) Não quis perder tempo [...] Os inimigos não se conformaram com a resposta de Neemias. Tentaram vencer sua resistência à exaustão. “E da mesma maneira enviaram a mim quatro vezes; e da mesma maneira lhes respondi.” (2020, p. 68,69).

Em suma, a ida de Neemias à Jerusalém foi fruto da oração. As conquista desfrutadas por Israel no decorrer histórico em análise também foi fruto da oração. Logo, é direito e dever do cristão orar sem cessar (1 Ts 5.17). Lembrando que o termo oração é definido pela palavra diálogo, ou seja, oração significa conversa que se dá entre o cristão e a pessoa de Deus. A oração na prática não é um sacrifício, mas ao contrário é um privilégio outorgado aos que descobriram o seu valor.

REFERÊNCIA

RADMACHER, Earl D. ALLEN, Ronaldo B. HOUSE, H. Wayne. O Novo comentário Bíblico Velho Testamento. Rio de Janeiro: Editora Central Gospel, 2013.

RENOVATO. Elinaldo. Livro de Neemias: Integridade e Coragem em Tempos de Crise. Rio de Janeiro: CPAD, 2020.

TEDESCO, Marcos. Ensina-nos a orar: exemplos de pessoas e orações que marcaram as escrituras. Rio de Janeiro: CPAD, 2020.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2021

Subsídio para a Escola Bíblica Dominical: A atualidade dos dons espirituais

 A atualidade dos dons espirituais

O texto áureo da presente lição tem como descrição:

Ser pentecostal significa crer na atualidade das manifestações do Espírito Santo, e isso envolve o batismo no Espírito e os dons espirituais.

Sendo que o objetivo geral do estudo é Apresentar a atualidade dos dons espirituais. E como objetivos específicos: apontar a necessidade dos dons espirituais hoje; situar a função dos dons espirituais; e, reconhecer que os dons revelam a unidade na diversidade.

A palavra dom tem como significado dádiva, ou seja, são presentes oferecidos pelo Espírito Santo aos crentes para os encorajarem a irem além no executar da missão.  De maneira mais prática dom quer dizer “ministério em ação”. Em suma, os dons são dádivas do Espírito Santo aos santos para a execução da evangelização e também são para a edificação da igreja.

Logo, o batismo no Espírito Santo poderá ser definido como o:

Os dons espirituais são necessários porque a igreja não avança nenhum passo sem eles. A igreja está numa batalha contra o reino das trevas. O conflito está fora da esfera física, ela é espiritual. O nosso inimigo é invisível aos olhos físicos, detectamos os efeitos maléficos da ação deles. É uma luta que ninguém poder vencer sem ajuda de Deus. Jesus disse: “Porque sem mim vocês não podem fazer nada” (Jo 15.5) o mesmo pode ser dito do Espírito Santo, o outro consolador (Jo 14.16). E os dons espirituais são capacitações especiais e sobrenaturais concedidas pelo Espírito de Deus ao crente para serviço especial na execução dos propósitos divinos por meio da Igreja. São meios pelos quais o Espírito equipa os membros do corpo de Cristo para realizar o que não seria possível por meio dos recursos humanos. Além disso, é por meio deles que confessamos o nome de Jesus e somos edificados (SOARES, 2020, p. 57).

I – A NECESSIDADE DOS DONS ESPIRITUAIS HOJE

Os dons são importantes para a execução do ministério no qual o cristão foi vocacionado. Portanto, os dons espirituais não caracterizam se o cristão que possui algum dom é superior ao cristão que não possui o determinado dom. Há uma diversidade de dons e estes existem para suprir as necessidades da igreja.

Sobre diversidade compreende-se que os dons proporcionam o suprimento das necessidades do ser humano. Há uma variedade, sendo esta variedade soluções que edificam e solucionam problemas desde o corpo a alma.

Muitas coisas melhoraram para a Igreja dos dias de hoje. As construções dos templos são melhores e maiores, existem rádios, coros e bandas à disposição dos pastores. Eles possuem automóvel, literatura à vontade, etc. Porém, nenhuma dessas coisas boas e úteis pode jamais substituir os dons do Espírito (BERGSTÉN, 2019, p. 108).

Sendo que os dons espirituais são recursos espirituais que outorgam maior harmonia e interação entre Deus e os cristãos, assim como entre os cristãos e o próximo.

II – A FUNÇÃO DOS DONS ESPIRITUAIS

Didaticamente o apóstolo Paulo ao escrever para a Igreja em Coríntios descreve nove dons espirituais que para compreensão eficiente os estudiosos os dividem em três grupos.

Primeiro grupo o de revelação: sabedoria, palavra da ciência e discernimento dos espíritos.

O dom da palavra da sabedoria corresponde “a uma capacitação divina sobrenatural para tomada de decisões sábias e em circunstâncias extremas e difíceis”.

O dom da Palavra da Ciência corresponde com o resultado da iluminação do Espírito Santo proporcionando ao cristão o conhecimento a respeito das profundezas da Escritura Sagrada e também o conhecimento de fatos e circunstâncias atuais que estão ocultos.

E o dom de discernimento de espíritos permite que a igreja de Deus não seja enganada.

Segundo grupo o de poder: dom da fé, dons de curar e dons de operações de maravilhas.

Para que haja uma ação extraordinária por parte da igreja, a fé como dom é a capacidade outorgada pelo Espírito Santo ao cristão para que coisas sobrenaturais ocorram. A fé como dom sobrenatural ultrapassa a esfera natural das coisas.

Os dons de cura são importantes para a igreja nos dias de hoje pelos seguintes motivos: a cura proporciona evangelização, a cura proporciona glorificação; e, a cura proporciona vitória.

O dom de operações de maravilhas altera a ordem natural das coisas consideradas impossíveis e impensáveis. Como exemplo, a ressurreição e o acalmar o vento e a tempestade.

E o terceiro e último grupo os de elocução: profecia, variedade de línguas e interpretação de línguas.

O dom de profecia corresponde com a mensagem verbal inspirada pelo Espírito Santo na língua conhecida pelo mensageiro e pelo destinatário. Sendo que a mensagem é divina.

O dom de interpretação corresponde com a identificação da mensagem divina e não com a tradução de uma língua.

III – OS DONS REVELAM A UNIDADE NA DIVERSIDADE

Indiretamente o apóstolo Paulo trata-se da Trindade no capítulo em apreço de 1 Coríntios 12 ao citar:

Diversidade de dons, associando ao Espírito Santo;

Diversidade de ministérios, associando a pessoa de Jesus Cristo;

E, ao citar diversidade de operações, relatando sobre a ação do Pai.

Porém, o grande objetivo do apóstolo é enfatizar que em meio à diversidade há uma unidade operante (v.11). Pois:

[...] os vv. 12 e 13 formam o elo entre os dons e os membros do corpo de Cristo, que o apóstolo usa uma linguagem metafórica nessa ilustração. A ilustração do corpo humano com a Igreja nos versículos seguintes, além de mostrar a unidade na diversidade, nos ensina também que precisamos uns dos outros (1 Co 12.21), diferimos uns dos outros (1 Co 12.18) e precisamos cuidar uns dos outros (1 Co 12.25). Isso é Igreja (SOARES, 2020, p. 71).

REFERÊNCIA

BERGSTÉN, Eurico. Teologia Sistemática. Rio de Janeiro: CPAD, 2019.

SOARES, Ezequias. O Verdadeiro Pentecostalismo: A atualidade da Doutrina Bíblica sobre a atuação do Espírito Santo. Rio de Janeiro: CPAD, 2020.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2021

Subsídio para aula da Escola Bíblica Dominical – Lições Bíblicas Jovens – Moisés: Um líder de oração

 

Subsídio para aula da Escola Bíblica Dominical – Lições Bíblicas Jovens – Moisés: Um líder de oração

Conforme a Síntese:

Moisés foi um líder que se destacou pela forma como se relacionava com Deus.

Pois, Desde sua formação inicial em solo egípcio, passando pelas experiências durante os anos de solidão como um pastor do deserto e as magníficas histórias protagonizadas à frente do povo israelita no êxodo, a vida de Moisés foi marcada por uma condicionante decisiva: um relacionamento de grande intimidade com Deus (TEDESCO, 2020, p. 32).

A presente lição tem como objetivos:

Identificar o efeito da oração na vida de um líder.

Descrever a íntima relação entre Deus e Moisés.

Enfatizar a importância em definir prioridades.

I – MOISÉS FALA COM DEUS

Moisés significa o que foi tirado, nome outorgado pela filha de faraó que o chamou de Moisés e disse: Por que das águas o tenho tirado (Ex 2.10). Moisés viveu 120 anos e nestes a sua vida foi dividida em três etapas, porém duas delas abrangem o período de Israel no Egito (Moisés no palácio e Moisés no deserto) e a última corresponde ao período de Israel no deserto (Moisés no deserto guiando o povo em direção à terra prometida).

Ao relatar a respeito da vida de Moisés percebe-se que ele pode ser considerado um homem experimentado, pois a etapa que corresponde ao palácio mostra a chegada de um menino descendente dos hebreus que se torna príncipe. Já no segundo momento a experiência do líder se dá por intermédio dele não aceitar a violência aos descendentes de Abraão. Em resumo, Moisés em todos os seus anos alcançou experiências o que o torna um homem experimentado no labor da liderança.

Porém, na última etapa percebe-se a construção da experiência no que se refere à formação do grande líder Moisés. E o grande desafio era liderar um povo que inicialmente se apresenta por característica em ser obstinado. Característica que não fez com que Moisés os negligenciasse, mas permitiu que:

Movido por um amor só encontrado naqueles que verdadeiramente servem a Deus, Moisés queria algo mais do que apenas a sobrevivência física do povo hebreu. Ele queria o perdão e a restauração do povo almejava a presença do Pai celeste à frente de um povo arrependido e confiante em marcha triunfante (TEDESCO, 2020, p. 34).

II – DEUS FALA COM MOISÉS FACE A FACE

O presente tópico tem como olhar específico para o texto de Êxodo 33. 11: E falava o Senhor a Moisés face a face, como qualquer fala com o seu amigo; depois tornava-se ao arraial; mas o seu servidor, o jovem Josué, filho de Num, nunca se apartava do meio da tenda (Êx 33.11).

No que tange “e falava o Senhor” pode compreender que:

O diálogo aqui estudado (Êx 33.11-23) nos mostra um impressionante padrão no relacionamento existente entre Moisés e Deus. As orações desse grande homem assumiam uma dimensão de profunda intimidade, algo que evidencia um amadurecimento espiritual do ser humano dirigido a Deus em uma verdadeira oração de fé (TEDESCO, 2020, p. 36).

A maioria dos cristãos não se despertaram para escutar a voz de Deus enquanto estão em oração, pois a oração corresponde a um diálogo, ou seja, ambos falam e ambos escutam.

Moisés escutava a voz de Deus. Moisés falava com Deus. Logo, Moisés possuía intimidade com o Senhor. A intimidade com o Senhor se constrói por intermédio de uma vida de oração.

III – MOISÉS ROGA A DEUS A SUA PRESENÇA

O diferencial de um grande líder está no Ps (palavra e presença).

Todo líder deverá ser fiel em suas palavras e sempre se apresentar nos momentos em que seus liderados necessitarem de sua presença.

Aplicando à liderança cristã percebe-se que é necessário entender que a Palavra de Deus condiciona a eficiência e a eficácia no desenvolvimento das funções do líder. Fato que também é corroborado pela presença do Senhor. Sabendo desta realidade Moisés roga a presença do Senhor.

A aprendizagem que se tem da oração do personagem em apreço é que Moisés tinha como prioridade a presença de Deus.

Sendo assim:

Devemos, assim como Moisés, buscar com intensidade a presença de Deus em nossas vidas. Que possamos sentir Cristo em nós, promovendo uma sede crescente pela glória, graça e bondade do Pai. E, para tanto, a oração torna-se um caminho vital em direção a um constante amadurecimento do relacionamento entre a criatura e o Criador (TEDESCO, 2020, p. 41).

 REFERÊNCIA

TEDESCO, Marcos. Ensina-nos a orar: exemplos de pessoas e orações que marcaram as escrituras. Rio de Janeiro: CPAD, 2020.