Neemias: a oração de um construtor
Conforme a Síntese:
Com Neemias aprendemos duas
valiosas lições: Que a oração é uma ferramenta indispensável para vencermos os
maiores desafios e que precisamos eleger as prioridades certas em nossas vidas.
Pois, [...] Neemias:
um homem que, em constante oração, se permitiu ser usado por Deus para abençoar
vidas, construir uma verdadeira fortaleza, restaurar a identidade de um povo e produzir
frutos em abundância (TEDESCO, 2020, p. 55).
A presente lição tem como objetivos:
Mostrar a tristeza de
Neemias diante da miséria do seu povo.
Demonstrar a importância
do jejum e da oração.
Enfatizar os resultados da
oração de Neemias.
I – A TRISTEZA DE
NEEMIAS DIANTE DA MISÉRIA DO SEU POVO
Hanani contou a Neemias a situação em que se
encontrava a cidade de Jerusalém: Os restantes, que
ficaram do cativeiro, lá na província estão em grande miséria e desprezo; e o
muro de Jerusalém fendido e as suas portas queimadas a fogo (Ne
1.3).
A vida era difícil para o
povo em Jerusalém, em grande parte, devido às condições do muro da cidade. No
antigo Oriente Médio, o muro de uma cidade fornecia proteção aos habitantes e,
conforme criam, era sinal da proteção do deus (ou deuses) cultuado(s) por
aquele povo. Logo, o estado arruinado do muro de Jerusalém envergonhava o nome
de Deus (RADMACHER; ALLEN;
HOUSE, 2013, p. 746).
Com a má notícia recebida, Neemias se
angustiou, jejuou e orou. Deus atentou à oração em despertar o rei a atender ao
pedido de Neemias. Fato que corrobora com o que está escrito em Mateus 21.22: E, tudo o que pedirdes em oração, crendo, o recebereis.
A atitude de Neemias é acrescentada por duas
virtudes extremamente preciosas que são, a sensibilidade e a empatia, sobre as
quais comenta Tedesco:
Foram essas duas
qualidades [...] que fizeram que Neemias tomar uma importante decisão: pedir ao
rei a permissão para deixar o conforto, a solidez e a opulência da corte para
ir até Jerusalém viver uma nova história entre as ruínas que sobraram e as
pessoas que sofriam e clamavam por misericórdia (2022, p. 58).
II – NEENIAS ORA E JEJUA EM
FAVOR DO SEU POVO
Com base na vida de Neemias aprende-se que
uma pessoa de atitude se revela por manter intimidade com o Senhor (uma vida de
oração), logo, ao manter a atitude de uma vida fervorosa em oração percebe-se
que as lágrimas tornam-se cotidianas no processo do desenvolvimento espiritual.
O choro ocupou um período
necessário na narrativa de Neemias, porém logo uma nova etapa teve início: o
tempo de jejum e oração (TEDESCO,
2002, p. 61).
Sendo que o jejum significa abster – se de
alimento por determinado tempo. A abstinência poderá ser total ou parcial. O
jejum tem como objetivo aprimorar o exercício da oração e da meditação e como
alvo primordial aproximar o cristão de Deus.
Tipos de Jejum. O
jejum poderá ser parcial quando compreende apenas a abstinência de determinados
alimentos. Também poderá ser total quando o indivíduo abstém de todo tipo de
alimento com exceção de água. E por fim um terceiro tipo de jejum é o absoluto
quando a abstinência compreende a todo tipo de alimento e também com a ausência
do consumo de água.
Jejum no Antigo
Testamento. A pratica do jejum no
Antigo Testamento é descrita com as seguintes razões: como expressão de
arrependimento (1 Sm 7.6), como desejo de vida (2 Sm 12.16), como precedente a
uma ação (Et 4.16), como meio a benevolência e proteção Divina (Ed 8. 21-23) e
como fortalecimento do espírito em meio aos desejos egoístas da alma (Sl
69.10).
Jejum no Novo Testamento. A prática do jejum no Novo Testamento é descrita
com as seguintes razões: como forma de submissão e adoração ao Senhor (At
12.2), como forma de escolher e enviar missionários (At 12.3) e como
consagração ao Senhor tanto no orar por pessoas (Mt 17.21), assim como no
implantar igrejas (At 14.23).
O ensino de Jesus sobre o
jejum. Jesus reprovou a atitude dos
fariseus que tinham como objetivo a aprovação e admiração dos homens. Nos
ensinos de Cristo o jejum é fruto da alegria (Mt 6.16), o jejum requer
dedicação, pois é feito para glória de Deus (Mt 6.17) e não é ato de penitência
(Mt 6.18).
III – OS RESULTADOS DA
ORAÇÃODE NEEMIAS
Analisando os dias de Neemias em Jerusalém percebe-se
que os inimigos atacaram a comunidade judaica com a utilização das seguintes
armas:
Desprezo (que fazem estes fracos judeus? – Ne
4.2),
Escárnio (vivificarão dos montões de pó as
pedras que foram queimadas? – Ne 4.2),
Mentira (Ne 6.8),
Astúcia (Ne 6.3)
E ameaça (Ne 4.9).
Porém, tendo como foco a pessoa do líder
Neemias, conforme bem define Renovato conclui-se que:
1) Ele não perdeu o foco
de sua missão. Estou fazendo uma grande obra...
2) Não desceu ao nível dos
adversários [...] Neemias se encontrava em posição mais elevada não só
geograficamente, mas acima de tudo, espiritualmente. Fazer acordo com inimigos
da obra é descer ao nível deles [...]
3) Não quis perder tempo [...]
Os inimigos não se conformaram com a resposta de Neemias. Tentaram vencer sua
resistência à exaustão. “E da mesma maneira enviaram a mim quatro vezes; e da
mesma maneira lhes respondi.” (2020,
p. 68,69).
Em suma, a ida de Neemias à Jerusalém foi
fruto da oração. As conquista desfrutadas por Israel no decorrer histórico em
análise também foi fruto da oração. Logo, é direito e dever do cristão orar sem
cessar (1 Ts 5.17). Lembrando que o termo oração é definido pela palavra
diálogo, ou seja, oração significa conversa que se dá entre o cristão e a
pessoa de Deus. A oração na prática não é um sacrifício, mas ao contrário é um
privilégio outorgado aos que descobriram o seu valor.
REFERÊNCIA
RADMACHER, Earl D. ALLEN, Ronaldo B. HOUSE, H. Wayne. O Novo comentário Bíblico Velho
Testamento. Rio de Janeiro: Editora Central Gospel,
2013.
RENOVATO.
Elinaldo. Livro de Neemias: Integridade
e Coragem em Tempos de Crise. Rio de Janeiro: CPAD, 2020.
TEDESCO,
Marcos. Ensina-nos a orar: exemplos
de pessoas e orações que marcaram as escrituras. Rio de Janeiro: CPAD, 2020.
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