Deus é Fiel

Deus é Fiel

sábado, 23 de março de 2019

Subsídio da EBD: Orando sem Cessar


Orando sem Cessar
Assim está escrita a verdade prática: O Novo Testamento nos ensina que a oração deve ser uma prática contínua dos cristãos, desde a primeira até a segunda vinda de Cristo.
Com base na descrição acima da verdade prática, conclui-se que:
ü     A oração é e deverá continuar sendo uma prática cristã.
Lembrando que a presente lição tem como objetivo geral:
Mostrar que a oração deve ser uma prática contínua dos cristãos.
E como objetivos específicos:
Apresentar o conceito de oração.
Refletir a respeito da oração no Sermão do Monte.
Compreender o significado da oração modelo do Pai-Nosso.
I – A ORAÇÃO
O termo oração é definido pela palavra diálogo, ou seja, oração significa conversa que se dá entre o cristão e a pessoa de Deus. A oração na prática não é um sacrifício, mas ao contrário é um privilégio outorgado aos que descobriram o seu valor.
A oração não pode ser desenvolvida por palavras soltas, mas a oração deve ser o momento em que o cristão fala com Deus e escuta a voz de Deus. Pois, oração não é um monólogo em que apenas uma pessoa fala, se o crente tem algo a falar, tem muito mais o que ouvir da parte de Deus. Portanto, na oração o cristão também escuta a voz de Deus.
Jesus constantemente em seu ministério utilizou (Mc 6.46) e ensinou sobre a oração (Mt 6.9-13). De fato que a oração sacerdotal de Jesus passa a ser modelo para a Igreja de hoje, assim como também é riquíssima ao apresentar a vontade de Deus para com o seu povo.
A oração realizada pelo Senhor Jesus no capítulo 17 do evangelho de João é considerada a conclusão do ministério particular do Mestre com os seus discípulos. Ou seja, após as instruções de Jesus para com os discípulos, o Mestre encerrou com uma oração, sendo esta, sacerdotal. Esta oração é considerada sacerdotal pelo seguinte motivo: é intercessora.
A oração sacerdotal está dividida em três partes:
1- Jesus ora por si mesmo. O momento em que Jesus ora por si mesmo, Ele apenas faz um pedido, glorifica a teu Filho (v.1). Porém, neste pedido há duas razões: primeira, para que o teu Filho te glorifique (v.1), e; segunda, eu glorifiquei-te na terra (v.4).
O pedido glorifica a teu Filho, indica que Jesus estava pronto para ser o sacrifício que justificaria a humanidade.
Para que o Filho fosse glorificado necessário seria que houvesse o sacrifício, isto é, que o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo fosse morto. Mas, que ao terceiro dia viesse a ressuscitar para que a sua vida fosse confirmada, sua morte fosse confirmada e suas palavras fossem confirmadas perante o Pai.
2- Jesus ora pelos discípulos. Jesus pede ao Pai que guarde os discípulos os livrando do mal (vv. 12,15). Essa proteção pleiteada por Jesus para os seus nada mais era do que a continuação e o aperfeiçoamento de uma condição moral já existente. No entanto, apesar de sua sinceridade, os onze ainda precisavam não só da guarda divina, mas também de aperfeiçoamento; por esta razão seu Mestre continuou a orar por sua santificação, tendo em vista, na verdade, não apenas sua perseverança, crescimento e maturidade na graça como soldados cristãos, mas especialmente que fossem equipados para a função do apostolado (BRUCE, 2007, p.490).
3- Jesus ora pela Igreja. Eu não rogo somente por estes, mas também por aqueles que, pela sua palavra, hão de crer em mim (v.20). O presente versículo mostra a abrangência da oração sacerdotal de Jesus, pois Ele intercede em prol dos que em um dia iria recebê-lo. Para a Igreja o pedido de Jesus é que haja unidade.
II – A ORAÇÃO NO SERMÃO DO MONTE
O presente tópico destaca três pontos fundamentais da oração:
Primeiro, a oração não poderá ser alvo de engrandecimento próprio. Os fariseus oravam nas praças e nas sinagogas não tendo como propósito a adoração a Deus, mas buscavam o reconhecimento dos homens.
Segundo, a oração não é meio para a ostentação, mas em compensação a oração em secreto com total dependência ao Senhor proporciona o recebimento inúmeras bênçãos do Senhor.
Terceiro, a eficácia da oração não está na sua extensão nem nas repetições das palavras, pois oração é também comunhão com Deus (REVISTA, Subtópico: As vãs repetições).
Portanto, por meio da oração o cristão apresenta a Deus suas necessidades, assim como por meio da oração o cristão adora ao Senhor.
III – O PAI NOSSO
Portanto, por ser a oração um diálogo realizado entre o cristão e Deus, sendo que na oração o indivíduo fala com Deus. Jesus promete “tudo que pedirdes na oração, crendo, o recebereis” (Mt 21.22), “e tudo quando pedirdes em meu nome, eu o farei, para que o Pai seja glorificado no Filho” (Jo 14.13). Portanto, a oração deverá ser feita em nome de Jesus e com fé.
A oração não poderá excluir o louvor a Deus, o desejo do Reino, o pedido de provisão, o perdão e a dependência para com Deus.
Na oração do Pai nosso o louvor ocorre tanto no início como no fim. O louvor no início indica o reconhecimento de quem é (pelo nome e pelo atributo) e onde está Deus. Já no final o louvor é o reconhecimento das propriedades de Deus; Reino, poder e glória.
Em segundo, a oração do Pai nosso apresenta o desejo do cristão para com o Reino de Deus “venha a nós o teu Reino; seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu”.
Em terceiro, a oração do Pai nosso apresenta o reconhecimento por parte do cristão no que corresponde a origem de toda provisão: “dá-nos hoje o nosso pão de cada dia”.
Já como quarto, na oração não poderá ficar de fora o pedido de perdão.
Em quinto, a oração do Pai nosso descreve o saber que a proteção e segurança são provenientes da parte de Deus.
Em último, o louvor de reconhecimento das propriedades pertencentes a Deus.
Referência:
BRUCE. A.B. O Treinamento dos Doze. Rio de Janeiro: CPAD, 2007.

segunda-feira, 18 de março de 2019

Culto de Doutrina: Apocalipse capítulo 9 – A quinta e a sexta trombeta


Apocalipse capítulo: 9 – A quinta e a sexta trombeta
O nono capítulo de Apocalipse está dividido em quatro parágrafos, e tem como objetivo descrever os fenômenos contidos no tocar da quinta e sexta trombeta. Lembrando que as quatro primeiras trombetas estão relacionadas com episódios que atingirão diretamente a natureza, porém as três últimas trombetas se relacionarão aos efeitos do juízo divino sobre os ímpios, isto é, diretamente aos seres humanos.
A quinta trombeta
A quinta trombeta notifica a queda de uma estrela que possuía a chave do poço do abismo, sendo, pois aberto o poço uma fumaça saiu do mesmo que escureceu o sol e o ar, e da fumaça surgirão gafanhotos que possuíam poder igualmente aos escorpiões, sendo a estes, outorgado poder para ferir os que não tinham o sinal de Deus.
Os homens feridos pelos gafanhotos buscariam a morte, porém não a encontrariam. O presente período descreve a fuga da morte, os ímpios estarão ansiosos pela mesma, porém a morte fugirá, proporcionando grande tormento.
Os versículos 7 ao 11 narram as características dos gafanhotos, sendo elas:
Semelhança de cavalos aparelhados para a guerra; semelhança que se relaciona ao aspecto bélico correspondente aos presentes seres.
Sobre a cabeça havia como coroas de ouro; o que pode descrever com a glória relacionada à missão na qual os gafanhotos estariam agindo por um período de cinco meses.
Rosto semelhante ao rosto de homem; ou a face irada do homem caído.
Cabelos como cabelos de mulher; demonstra que os gafanhotos terão presente no físico, aspecto feminino.
Dentes como de leão; o que corresponde a terrível capacidade de destruição.
Couraças como couraças de ferro; descreve a imunidade a qualquer ação pessoal que busque a destruição.
Ruído das asas como ruído de carros; relação direta com atitudes bélicas ligadas aos gafanhotos.
Cauda semelhante ao dos escorpiões, ou caudas de ataque.
Aguilhão na cauda; indica força irresistível.
E tinham como rei, o anjo do abismo, isto é, o próprio satanás.
A sexta trombeta
Com o tocar da sexta trombeta quatro anjos que estavam preparados para a hora, e dia, e mês, e ano, a fim de matarem a teça parte dos homens foram soltos.
Três pragas foram deliberadas sobre os homens: o fogo, a fumaça e o enxofre.
Sobre estas pragas escreveu Silva:
Três substâncias nocivas (quando não controladas) à saúde humana. Esta tríplice representação encontra-se também nas couraças dos cavaleiros. Isto exprime toda a incompreensibilidade das forças do mal: número espanto (200 000 000), aspecto infernal e inumerável, estranha interioridade inconcebível, proveniente de suas bocas e letal para um terço da humanidade (SILVA, 1997, p134).
Referência:
SILVA, Severino Pedro. Apocalipse, versículo por versículo. Rio de Janeiro: CPAD, 1997.

domingo, 17 de março de 2019

Subsídio da EBD: Vivendo em Constante Vigilância


Vivendo em Constante Vigilância
Assim está escrita a verdade prática: A vigilância na fé cristã significa permanecer acordado quanto à vinda de Cristo, atento no zelo de não se afastar de Jesus e perseverar na cautela contra os falsos profetas.
Com base na descrição acima da verdade prática, conclui-se que:
ü     É necessário que o cristão permaneça firme na esperança no que corresponde à vinda de Cristo.
ü     É indispensável que o cristão seja vigilante para não afastar de Jesus Cristo.
ü     É fundamental que os crentes em Cristo persevere com cautela contra os falsos profetas.
Lembrando que a presente lição tem como objetivo geral:
Ressaltar a importância da vigilância para a vida cristão, pois a Segunda Vinda do Senhor está próxima.
E como objetivos específicos:
Explicar o conceito de vigilância no contexto bíblico.
Apresentar detalhes da oração de Jesus no Getsêmani.
Destacar a vigilância como um aspecto fundamental no exercício da fé cristã.
I – O SIGNIFICADO DE VIGILÂNCIA
A vigilância está diretamente relacionada com os cuidados próprios para com a vida espiritual, assim como para com a vinda do Senhor Jesus. No que corresponde com a vida espiritual é necessário que o cristão venha dedica-se a cada dia ao Senhor, já no que corresponde à vinda de Jesus é necessário que os cristãos estejam atentos para com os sinais.
Sinais que se cumprirão na Igreja, nos céus e na terra. É necessário que os cristãos vigiem no que corresponde à apostasia que é um sinal que demonstra que Jesus breve virá.
A apostasia é um adultério espiritual, ou seja, é uma traição a Deus. E assim escreveu Lima:
Apostasia (gr. apostasia) significa desvio, afastamento, abandono. Tem o sentido também de revolta, rebelião, no sentido religioso. Numa definição clara, apostasia quer dizer abandono da fé [...] Apostasia, no original do Novo Testamento, vem do verbo aphistemi, com o sentido de rejeitar uma posição anterior, aderindo a posição diferente e contraditória à primeira fé, repelindo-a em favor de nova crença (2015, p.23).
A apostasia é o abandono premeditado da fé. E conforme os ensinos bíblicos é um tipo de adultério espiritual. No contexto ministerial há líderes que se apostataram da fé, abraçando posições que outrora eram rejeitas pelo mesmo. Porém, o maior problema causado por tal atitude se refere ao desvio de uma comunidade. Líderes que mudam suas concepções erroneamente levam consigo inúmeras pessoas. E pelo o passar do tempo percebe o fracasso espiritual de inúmeras famílias. Logo, é necessário que o cristão seja vigilante para não cair em tentação.
II – JESUS NO GETSÊMANI
No Getsêmani a oração do Senhor Jesus foi feita com intensidade, repetição e submissão. Enquanto o Mestre orava, os discípulos não vigiavam, portanto o Getsêmani é lugar de solidão, de angústia, de tristeza e de desolação da alma.
Getsêmani tem como significado lugar de azeite, de fato o Getsêmani era um jardim, situado ao nascente de Jerusalém, logo ao atravessar o Cedron, no sopé do monte das Oliveiras. Lugar para onde Jesus tinha costume de se retirar, Lc 22.39; Jo 18.2. O jardim onde ocorreu a cena da Sua agonia, Mt 26.36 (BOYER, p.352).
No jardim era necessário que os discípulos (Pedro, Tiago e João) vigiassem com Jesus, porém quando o Mestre voltava-se para os apóstolos estavam eles dormindo, sendo assim, Cristo falou as seguintes palavras: Então, nem uma hora pudeste vigiar comigo? Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; na verdade, o espírito está pronto, mas a carne é fraca (Mt 26.40,41).
III – EXORTAÇÃO À VIGILÂNCIA
Para o bom andamento da vida cristã a vigilância é necessária para que o cristão não caia em pecado, proporcionando a este o afastamento de tudo aquilo que desagrada à pessoa de Deus.
Conforme Mateus 26.41, vigiar corresponde a estar acordado, ou seja, está atento para manter-se fiel a Deus, portanto o estar vigilante para manter a fidelidade ao Senhor Jesus e nunca se apartar dele. Trata-se de uma advertência solene a todos os crentes em todos lugares e em todas as épocas para viverem atentos em todos os momentos da vida (Ef. 6.18) (SOARES & SOARES, 2018, p.144).
Por fim, compreende-se que o espírito está pronto, mas a carne é fraca, sendo que no presente texto carne pode significar fraqueza da natureza humana, como herança do pecado original cometido por Adão no Éden. Entretanto, a vigilância na fé cristão pode ser entendida o ato de permanecer acordado no contexto escatológico, estar atento ao cuidado de não se afastar de Jesus, e manter uma observância meticulosa contra os falsos profetas e as falsas doutrinas (SOARES & SOARES, 2018, p.139).
Referência:
BOYER, Orlando. Pequena Enciclopédia Bíblica. Rio de Janeiro: CPAD, 1966 (primeira edição).
LIMA, Elinaldo Renovato de. O Final de todas as coisas, esperança e glória para os salvos. Rio de Janeiro: CPAD, 2015.
SOARES & SOARES. Batalha Espiritual: o povo de Deus e a guerra contra as potestades do mal. Rio de Janeiro: CPAD, 2018.

terça-feira, 12 de março de 2019

Culto de Doutrina: Apocalipse capítulo 8 – A abertura do sétimo selo


Apocalipse capítulo: 8 – A abertura do sétimo selo
O oitavo capítulo de Apocalipse está dividido em seis parágrafos, e tem como objetivo desvendar o mistério contido no sétimo selo. Porém, o capítulo em apreço se estabelece na narrativa em que proporciona a compreensão dos cristãos para com o tocar das quatro primeiras trombetas.
Na abertura do sétimo selo, sete anjos tocarão sete trombetas que se notabilizarão na descrição de sete acontecimentos, sendo que o capítulo oito disserta a respeito das quatro primeiras trombetas que serão tocadas como sinal da revelação divina no que confere a acontecimentos apropriados para o período da grande tribulação.
1- O tocar da primeira trombeta (v. 7). A terça parte da terra e da vegetação será queimada. Ação esta que dificultará a existência da vida no plante Terra. Pois, a vegetação está diretamente relacionada com a produção do oxigênio, enquanto que a terra está diretamente associada com a produção de alimentos.
A saúde humana e a manutenção alimentícia serão prejudicadas, abrangendo assim percas aos meios: natural e humano.
2- O tocar da segunda trombeta (v.8). Terça parte das criaturas do mar será queimada. A atividade econômica aqui relacionada é a extração marítima que com o atingir dos seres viventes será prejudicada. Por mais uma vez há descrição da situação produtiva em colapso.
3- O tocar da terceira trombeta (vv.10,11). Queda de um grande meteoro sobre a terra (v.10), sendo este chamado de absinto (v.11). O termo absinto pode se definir como amargor, fato que se notabiliza com a morte de muitos homens por terem tido contato com as fontes de água que se tornaram amargas por terem sido atingidas pela estrela.
4- O tocar da quarta trombeta (12). A terça parte dos astros é atingida e a terra será afetada por falta de luminosidade. O sol será atingido, a lua será atingida e também as estrelas serão atingidas. Além da ausência de boa parte de luminosidade, os homens serão atingidos também por alterações na interferência dos astros na condução das marés e na formação de chuvas.
Treze versículos que relatam a ruína que cairá sobre os objetos naturais. O mundo da natureza é diretamente usado por Deus para punir os homens (SILVA, 1997, p116). Porém, o momento histórico em análise será propício para o anticristo se notabilizar como salvador conduzindo assim muitos ao engano.
Referência:
SILVA, Severino Pedro. Apocalipse, versículo por versículo. Rio de Janeiro: CPAD, 1997.

domingo, 10 de março de 2019

Subsídio da EBD: Discernimento de Espíritos – Um Dom Imprescindível


Discernimento de Espíritos – Um Dom Imprescindível
A verdade prática da presente lição ratifica uma grandeza Bíblica: o discernimento de espíritos é um dos dons espirituais concedidos aos crentes, em Jesus; ele nos capacita a distinguir o real do aparente e a verdade da mentira.
Com base na descrição acima da verdade prática, conclui-se que:
ü     O dom de discernimento de espírito não é único.
ü     O dom é uma capacitação divina para que o crente desenvolva a obra do Senhor.
Lembrando que a presente lição tem como objetivo geral:
Conscientizar sobre a imprescindibilidade do Discernimento de Espírito.
E como objetivos específicos:
Discorrer sobre Discernir e Discernimento.
Explicar as artimanhas da adivinhadora de Filipos.
Mostrar como desmascarar os ardis de Satanás.
Portanto, a palavra dom tem como significado dádiva, ou seja, presente oferecido pelo Espírito Santo aos crentes para os encorajarem a irem além no executar da missão.  De maneira mais prática dom quer dizer “ministério em ação”. Em suma os dons são dádivas do Espírito Santo aos santos para a execução da evangelização e para a edificação da igreja. Porém, os dons de maneira didática no Novo Testamento são apresentados em três categorias: dons de serviço, dons espirituais e dons ministeriais. O dom discernimento corresponde com a categoria dos dons espirituais.
I – DISCERNIR E DISCERNIMENTO
Os dons espirituais estão agrupados em três partes: dons de elocução (profecia, variedades de línguas e interpretação de línguas); dons de poder (fé, curas e de operação de maravilhas) e dons de revelação (ciência, sabedoria e discernimento). Logo, a presente lição estará direcionada a estudar o dom de discernimento.
Para atender o objetivo do presente tópico percebe-se a necessidade de distinguir os termos discernir versus discernimento. Discernir significa examinar ou investigar, enquanto que discernimento tem como significado julgamento ou distinção de algo.
O discernimento para os cristãos abrange mais do que distinguir espíritos; trata-se também de usar a razão para tomar decisões no dia a dia. Como cristãos comprometidos com a igreja e uma vida de adoração, a prática do discernimento é um desafio para estarmos atentos à rotina e identificarmos a interação de Deus conosco, reconhecendo a oportunidade para rejeitar o mal, buscar uma vida de santidade e praticar o amor e a justiça para abençoar as pessoas ao nosso redor. Em Cristo, guiados pelo Espírito Santo, podemos refinar nosso discernimento a fim de identificar a vontade de Deus para nossa vida e responder à voz divina (SOARES & SOARES, 2018, p.131).
O dom de discernimento de espírito é indispensável, pois as manifestações espirituais possuem como origem três meios específicos: humana ou carnal, diabólica e divina.
A manifestação humana ocorre por meio da meninice. Há pessoas que por buscarem admiração da parte da igreja se apresentam como detentores de dons espirituais. Estes querem a atenção para si, e não querem servir a Deus e nem tão pouco querem servir ao próximo.
Já a manifestação diabólica ocorre com o objetivo de enganar o cristão. Satanás como ladrão tem como missão tríplice: roubar, matar e destruir.
Por fim, a manifestação de Deus não produz confusão, pois esta liberta, edifica, proporciona a união dos membros entre si, e fortalece a noiva de Cristo.
II – A ADIVINHADORA DE FILIPOS
O presente tópico permite compreender que se trata de uma jovem que estava possessa e que tinha o espírito de adivinhação, outorgando assim lucro para os seus proprietários, pois esta jovem não passava de uma escrava.
Assim como descrito na própria lição a adivinhação é uma antiga arte de predizer o futuro por meios diversificados: intuição, explicação de sonhos, cartas, leituras de mão etc.
Em deuteronômio está escrito: Porque estas nações, que hás de possuir, ouvem os prognosticadores e os adivinhadores; porém a ti o Senhor teu Deus não permitiu tal coisa (Dt 18.14).
Orlando Boyer cita alguns meios em que os adivinhadores tentam desvendar o passado, informar o presente e predizer o futuro, são eles:
Astrologia, adivinhar por meio dos astros (Is 47.13).
Belomancia, adivinhar por meio de flechas (Ez 21.21).
Hepatoscopia, adivinhar por meio da inspeção do fígado das vítimas (Ez 21.21).
Hidromancia, adivinhar por meio da água (Gn 44.5).
Necromancia, adivinhar por meio de evocação dos mortos (Dt 18.11).
Rabdomancia, adivinhar por meio de varinha mágica (Os 4.12).
Sonhos, adivinhar dormindo junto às sepulturas dos antepassados (Is 65.4).
Sortilégio, adivinhar por meio de lançar sortes (Ez 21.21).
Terafim, imagem de escultura que era utilizada para a adivinhação (2 Rs 23.24).
Por fim, no oferecimento dos filhos em holocaustos, adivinhação por meio do sacrifício dos filhos (pp. 23,24).
III – DESMASCARANDO OS ARDIS DE SATANÁS
O discernimento é uma arma espiritual que protege os cristãos de ataques demoníacos proporcionando o conhecimento exato da origem da manifestação sobrenatural, pois sempre há uma estratégia demoníaca para confundir o povo de Deus, exemplo Atos 16, em que a jovem possessa clamava: Estes homens, que nos anunciam o caminho da salvação, são servos do Deus Altíssimo (At 16.17). Tal atitude demoníaca era conduzir as pessoas a pensarem que Paulo e Silas pregavam uma mensagem que corroborava com a prática da jovem adivinhadora.
A libertação da jovem permite compreender que a sociedade está mais preocupada com os lucros no cenário econômico do que, com a paz espiritual alcança pela libertação no nome de Jesus Cristo, fato que se assemelha com a libertação do homem que morava nos sepulcros, que após liberto os moradores observaram apenas a perca com os porcos e não se maravilharam com a libertação do endemoninhado.
Concluímos que as seguintes palavras do apóstolo Paulo: Portanto, procurai com zelo os melhores dons (1 Co 12.31a). Lembrando que o dom de discernimento é imprescindível para os dias atuais.
Referência:
BOYER, Orlando. Pequena Enciclopédia Bíblica. Rio de Janeiro: CPAD, 1966 (primeira edição).
SOARES & SOARES. Batalha Espiritual: o povo de Deus e a guerra contra as potestades do mal. Rio de Janeiro: CPAD, 2018.

terça-feira, 5 de março de 2019

Culto de Doutrina: Apocalipse capítulo 7 – Os Cento e quarenta e quatro mil assinalados e os mártires na glória


Apocalipse capítulo: 7 – Os Cento e quarenta e quatro mil assinalados e os mártires na glória
O sétimo capítulo de Apocalipse está dividido em quatro parágrafos. Sendo que o primeiro em oito versículos descreve a respeito dos cento e quarenta e quatro mil judeus assinalados, sendo que os demais parágrafos correspondem com a descrição da visão do evangelista João a respeito dos mártires na glória.
Portanto, compreende que o capítulo sete é um parêntese entre o sexto e o sétimo selo do Apocalipse.
Nota-se também que o capítulo está dividido em duas partes: a primeira se refere aos judeus selados no início da grande tribulação; e, a segunda parte corresponde com os mártires que saíram vitoriosos da grande tribulação.
Os Cento e quarenta e quatro mil
Os oito versículos que correspondem com o primeiro parágrafo estão divididos em duas narrativas: a primeira descreve a ação de cinco anjos; e a segunda, mostra com clareza os cento e quarenta e quatro mil judeus assinalados.
1- Os anjos citados (vv. 1-3). Quatro anjos posicionados nos quatro cantos da terra, isto é, na direção dos pontos cardeais, sendo que um quinto anjo sobe da banda do sol nascente, tendo este o selo do Deus vivo, ou seja, tendo a marca que o identifica como propriedade de Deus, sendo que este transmite aos demais anjos a seguinte mensagem: não danifiques a terra, nem o mar, nem as árvores, até que os cento e quarenta e quatro mil sejam assinalados.
2- Os assinalados das doze tribos de Israel. No início da grande tribulação cento e quarenta e quatro judeus serão selados para preservação da integridade física e moral. O evangelista João não menciona Dã e Efraim, mas no lugar destes menciona José e Levi.
2.1- Judá, Rubem e Gade (v.5). Judá significa louvor a Deus, Rubem significa um filho, enquanto Gade quer dizer uma companhia ou uma fortuna.
Portanto, o significado da primeira citação dos filhos de Jacó transmite como significado: Louvor a Deus por um filho que faz companhia. O que indica que na tribulação homens e mulheres serão fiéis a Deus e com Deus caminharão em integridade.
2.2- Aser, Naftali e Manassés (v.6). Aser significa bendito, Naftali quer dizer lutando contra, e Manassés tem como significado esquecimento.
Portanto, esta sequência tem como significado, bendito lutando contra o esquecimento. A grande tribulação deverá ser esquecida pelos benditos que lutará conta as hostes do inimigo em um período tão sombrio.
2.3- Simeão, Levi e Issacar (v.7). Simeão quer dizer ouvindo e obedecendo, Levi significa reunindo, enquanto que Issacar quer dizer recompensa, isto é, ouvindo e obedecendo a Palavra apegando-se (reunindo) a recompensa.
Entretanto, a obediência à Palavra outorgará como recompensa aos salvos um novo lar.
2.4- Zebulom, José e Benjamin (v.8). Zebulom significa abrigo, José quer dizer adição e Benjamin significa filho da mão direita de Deus. Logo, o significado desta última lista tem como significado: lar como adição do filho da mão direita de Deus.
Por fim, anexando todos os doze nomes dos representantes das tribos teremos como significado:
Louvor a Deus pelo filho que faz companhia aos benditos que lutam contra o esquecimento, ouvindo e obedecendo a Palavra e apegando-se a recompensa do lar como adição do filho da mão direita de Deus.
Visão dos mártires na glória
1- O segundo parágrafo do capítulo (vv.9,10). Uma grande multidão que estava diante do trono trajando vestes brancas e com palmas em suas mãos clamavam por salvação. Palmas nas mãos simbolizam vitória e paz, lembrando que o presente texto descreve a respeito dos cristãos gentios que vencerão a grande tribulação.
2- O terceiro parágrafo (vv. 11,12). Os anjos que estavam ao redor do trono assim como os anciãos e os quatro animais vigentes prostraram e adoraram a Deus, portanto percebe-se que a adoração no capítulo sete é desenvolvida a Deus Pai, assim como no capítulo quatro.
A presente adoração reconhece a eternidade de Deus, que és digno de todo louvor e glória, de sabedoria e ações de graças, honra, poder e força.
3- Diálogo de João com um dos anciãos (vv. 13-17). Compreende a respeito da origem da grande multidão, ou seja, os que vieram da grande tribulação que lavaram as vestes no sangue do Cordeiro (v.14) e estão cobertos pela sombra daquele que está assentado no trono, sendo que estes não sofrerão mais, pois serão guiados pelo o Cordeiro.
3.1- Salvação na grande tribulação. Na dispensação da graça três dispositivos voltados para a salvação são nítidos: a graça, a fé e o sangue do Cordeiro; porém, no período sombrio da tribulação apenas dois dispositivos serão perceptíveis: a fé e o sangue do Cordeiro.
3.2- A sombra daquele que está assentado no trono. Sombra no presente texto corresponde com a glória de Deus. Na Antiga Aliança os judeus na travessia do deserto contaram com a nuvem de Deus que os cobriam em meio ao forte calor emitido pela intensidade do sol. Descrição que passou a ser definida pela palavra shekiná, habitação de Deus ou proteção de Deus mediante a sua presença.
Em suma, a grande tribulação será um período de tormenta e grande perseguição para os que de certa maneira compreenderão o engano do inimigo, mas também será um período em que Deus pela sua infinita misericórdia salvará aqueles que se apegarem à sua Palavra, sendo estes judeus ou gentios.

domingo, 3 de março de 2019

Subsídio da EBD: Poder do Alto contra as hostes da maldade


Poder do Alto contra as hostes da maldade
A verdade prática da presente lição ratifica uma grande verdade Bíblica: as obras das trevas são demolidas pelo poder de Deus no trabalho de pregação do Evangelho de Cristo.
Com base na descrição acima, conclui-se que:
ü     As obras das trevas são reais e poderosas, porém, não são invencíveis.
ü     O poder de Deus mediante a pregação do Evangelho demole toda ação do maligno.
Lembrando que a presente lição tem como objetivo geral:
Deixar claro que precisamos do poder do alto para vencer as hostes da maldade.
E como objetivos específicos:
Explicar o contexto histórico de Samaria.
Expor sobre o Evangelho entre os samaritanos.
Mostrar Filipe em Samaria e Simão, o Mágico.
E a respeito do texto áureo podemos compreender que:
Esta é uma referência ao batismo no Espírito Santo no dia de Pentecoste (At 2). Foi prometido em Joel 2.28 (At 2.14-18) e em Jeremias 31.31-33. Pedro chama esta vinda do Espírito de o começo (At 11.15), porque o real cumprimento da promessa de salvação se iniciaria nas pessoas unidas pelo Espírito para estabelecer a Igreja do Senhor.
Ficai, porém, na cidade de Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de poder. Os discípulos deveriam ficar em Jerusalém até que o Espírito os capacitasse no Dia de Pentecostes (RADMACHER; ALLEN; HOUSE, 2013, p.216).
I – CONTEXTO HISTÓRICO DE SAMARIA
O Reino do norte, também conhecido como reino de Israel era formado por dez tribos e teve como primeiro rei Jeroboão. Em todo o período histórico do reino do norte 19 foi o número exato dos monarcas, porém não apenas de uma mesma, mas de 9 dinastias diferentes.
Jeroboão por medo de perder a sua liderança fundou um falso sistema religioso, fazendo dois bezerros de ouro e pondo os em Betel e em Dã (1 Re 12. 26-30). Portanto, com Onri foi fundada a cidade de Samaria que mais tarde seria a capital política do reino do norte.
[...] Onri comprou um monte de um cidadão chamado Semer, onde fundou uma cidade à qual deu o nome de Samaria, em homenagem ao dono anterior, e fez dela a capital do seu reino (1 Rs 16.24). Acabe construiu nela um templo a Baal (1 Rs 16.32) e desde então a cidade se tornou um centro de idolatria (Jr 23.23; Os 8.5,6) (SOARES & SOARES, 2018, p.124).
Entretanto, no ano de 722 a.C o reino do norte tornou se cativo da Assíria (1 Re 17. 6,7). Os assírios tinham como prática de colonização misturar povos diferentes em um mesmo ambiente, fato que ocorreu com as dez tribos do norte (2 Rs 17.24-31), resultando que os descendentes dos israelitas não eram completamente judeus e nem gentios, mas daí o surgimento dos samaritanos.
II – O EVANGELHO ENTRE OS SAMARITANOS
Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até aos confins da terra (At 1.8).
O presente versículo didaticamente se divide em duas partes: recebereis a virtude do Espírito Santo e, ser-me-eis testemunhas. Primeiramente os apóstolos receberiam o poder necessário para executarem a tarefa. E em segundo, os apóstolos seriam testemunhas até os confins da terra, ou seja, fica nítida a ordem de Jesus para que o evangelho fosse pregado.
Deus capacitou seus discípulos para serem testemunhas fiéis e fervorosas, ainda que enfrentando a mais veemente oposição. Essa mesma virtude para testemunhar é acessível a nós hoje. Nossa tarefa não é convencer pessoas, mas testemunhar a verdade do evangelho (RADMACHER; ALLEN; HOUSE, 2013, p. 290).
E na propagação do Evangelho em Samaria há como destaque Felipe que exerceu com primazia a ação de um evangelista e sobre papel do evangelista escreveu Lima:
O papel do evangelista envolve a demonstração do poder de Deus na mensagem. O evangelista Filipe foi a Samaria e fez um trabalho digno de ter seu registro no Novo Testamento (At 8.5-8) – (LIMA, 2014, p.102).
Logo, compreende que o batismo com o Espírito Santo é um revestimento e derramamento de poder do alto, com a evidência física inicial de línguas estranhas, conforme a vontade do Espírito Santo.
Porém, o batismo com o Espírito Santo não é salvação. Para alcançar a salvação o meio de apropriação é a fé em Cristo. Também o batismo com o Espírito Santo não é santificação. A santificação ocorre de maneira progressiva.
Dentre os efeitos do Batismo com o Espírito Santo se destaca a edificação espiritual do próprio crente, pois mediante o falar em línguas o cristão é edificado (1Co 14.4). Outro efeito é a obtenção de maior dinamismo espiritual, ocasionando maior disposição e maior coragem na prática da vida cristã.
O batismo é também um meio em que Deus outorga os dons espirituais, que são: a palavra da sabedoria, a palavra da ciência, discernimento de espíritos, fé, dons de cura, operação de maravilhas, profecia, variedade de línguas e interpretação de línguas (1Co 12.7-10).
III – FELIPE EM SAMARIA E SIMÃO, O MÁGICO
O evangelista Lucas nos ensina alguns pontos para compreendermos a respeito de Simão o mágico, são eles:
Homem que exercera em Samaria a arte mágica (At 8.9).
Homem que tinha iludido os samaritanos em ser uma grande personagem (At 8.9).
Homem que era admirado por todos como grande virtude de Deus (At 8.10).
Homem que creu na mensagem pregada por Felipe (At 8.12)
Homem que foi batizado (At 8.13).
Homem que ficou de contínuo com Felipe (At 8.13).
Homem que tratou o dom do Espírito com mercadoria (At 8.18).
Por fim, Simão foi o homem repreendido por Pedro (At 8.20).
De Simão surgiu o termo simonia que na Idade Média correspondia com a prática de compra e venda de posições eclesiásticas [...] O termo é usado ainda hoje, principalmente aos charlatões, que tratam o dom de Deus como se fosse mercadoria (SOARES & SOARES, 2018, p.128).
Referência:
LIMA. Elinaldo Renovato de. Dons espirituais e ministeriais. Rio de Janeiro: CPAD, 2014.
RADMACHER, Earl D. ALLEN, Ronaldo B. HOUSE, H. Wayne. O Novo comentário Bíblico Velho Testamento. Rio de Janeiro: Editora Central Gospel, 2013.
SOARES & SOARES. Batalha Espiritual: o povo de Deus e a guerra contra as potestades do mal. Rio de Janeiro: CPAD, 2018.