Abraão, a vida de oração de um homem de fé
Conforme a Síntese:
A vida de Abraão nos traz
grandes ensinamentos sobre a oração como um estilo de vida.
Pois, Abraão é
conhecido por todos nós como o pai da fé e tornou-se uma referência a todos os
que creem (Rm 4.11). Através da vida desse patriarca, Deus nos ensina grandes
lições a respeito da fé, da confiança, da submissão e da disponibilidade de se
deixar conduzir pela direção divina nos mais variados momentos
(TEDESCO, 2020, p. 19).
A presente lição tem como objetivos:
Compreender o conceito bíblico
de paciência e longanimidade.
Mostrar que Abraão foi um
intercessor em favor de Sodoma e Gomorra.
Saber que a oração nos
protege de nos enganar a respeito da vontade de Deus.
I – A ORAÇÃO NOS
TORNA PACIENTES, LONGÂNIMES
A palavra paciência no grego μακροθυμέω e
significa longanimidade, perseverança e firmeza.
Longanimidade define o indivíduo que tem como
qualidade grandeza de ânimo, indivíduo corajoso em meio às adversidades e que
age em favor de alguém, termo também relacionado com o ato de ser bondoso ou
generoso. Perseverança define o indivíduo persistente que tem constância nas
suas ações e não desiste diante das dificuldades. Firmeza é o termo apropriado
para caracterizar o indivíduo que não duvida dos princípios aprendidos e os
colocam em prática.
O Senhor não retarda a sua
promessa, ainda que alguns a têm por tardia; mas é longânimo para conosco, não
querendo que alguns se percam, senão que todos venham a arrepender-se (2 Pe 3.9).
Deus não deixou de cumprir
nenhuma das suas promessas. Na verdade, o ritmo pausado que Ele adotou é
motivado pela paciência. Deus está esperando para estender a oportunidade aos
seres humanos, para que se arrependam (RICHARDES, 2008, p. 528).
A paciência deverá ser uma das virtudes que
caracteriza o cristão em meio às tribulações da vida, pois em Cristo deverá ser
lançada toda ansiedade, Ele tem cuidado da sua Igreja (1 Pe 5.7).
II – ABRAÃO INTERCEDE EM
FAVOR DOS MORADORES DE SODOMA E GOMORRA (Gn 18.23-33)
O presente tópico introduz com a descrição
que não há dificuldade para o cristão orar por pessoas justas, porém tem como
objetivo apresentar a ação de Abraão que intercede por pessoas perversas, isto
é, uma lição para os cristãos da modernidade que devem agir em oração em prol
de todos os homens, sendo estes justos ou injustos.
Lembrando que Sodoma e Gomorra são cidades
que tem como descrição o pecado, como bem relata Tedesco:
Muitos eram os pecados
cometidos pelos habitantes dessas cidades. A Bíblia menciona alguma dessas
graves ofensas à santidade divina: violência e imoralidade sexual (Jd 7), o
orgulho acerca de seus pecados (Is 3.9) e a insensibilidade para com os que
sofrem e o desprezo pelos necessitados (Ez 16.49-50).
Abraão preocupava-se com
Ló e sua família. Os laços de parentesco e o passado em comum falavam alto. Abraão,
ao saber do iminente juízo que cairia sobre as cidades, intercedeu a Deus para
que a destruição não acontecesse. O coração de Abraão sofria por conta de seu
sobrinho e, nesse sentido, intercedeu com fé. Deus, de uma forma diferente da
pensada pelo patriarca, poupou a vida de Ló e suas filhas. O Pai salvou os
justos, mas não poupou os ímpios. O juízo divino, no tempo certo, sempre se
cumpre (TEDESCO, 2020, p. 24, 25).
Em suma, a oração intercessora é identificada
e notabilizada como fruto do amor em que Deus desperta no coração do cristão
(TEDESCO, 2020).
III – A ORAÇÃO NOS PROTEGE
DE NOS ENGANAR A RESPEITO DA VONTADE DE DEUS
Conforme o apóstolo Paulo a vontade de Deus é
boa, perfeita e agradável (Rm 12. 2). Porém, para alcançar esta bem-aventurança
é necessário que o crente tenha intimidade com Deus em oração, pois por meio da
oração o cristão compreenderá a vontade do Senhor.
Lembrando que: em qualquer circunstancia a
vontade do Senhor sempre será boa.
No que tange em ser a vontade do Senhor
agradável compreende-se que ela gera bem-estar.
Por fim, a vontade do Senhor é perfeita, ou
seja, a vontade de Deus para com os homens não apresenta erros.
Sobre Romanos 12.2 e 3 Gonçalves faz a
seguinte narrativa que agrega valores importantes para a compreensão do tópico
em apreço:
[...] Há uma natureza adâmica
que guerreia conta a nova vida. Essa natureza é estimulada pela cultura mundana
que também está afastada de Deus. O crente, portanto, vive em um mundo que lhe
é hostil. Seus inimigos são o Diabo, a carne e o mundo. O que fazer então para
não se deixar subjugar diante dessa cultura caída? [...]
Uma mente transformada e
renovada está pronta para a adoração verdadeira. Não há dúvida de que a pobreza
de nossa adoração é um reflexo das mentes velhas que participam do culto. Somente
uma mente renovada experimenta a boa, agradável e perfeita vontade de Deus (2016,
p. 107).
REFERÊNCIA
GONÇALVES,
José. Maravilhosa Graça: o evangelho
de Jesus Cristo revelado na Carta aos Romanos. Rio de Janeiro: CPAD, 2016.
RICHARDS.
Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural
do Novo Testamento. Rio
de Janeiro: CPAD, 2008.
TEDESCO,
Marcos. Ensina-nos a orar: exemplos
de pessoas e orações que marcaram as escrituras. Rio de Janeiro: CPAD, 2020.
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