Habacuque: A intercessão de um homem cheio de esperança
Conforme a Síntese:
A intercessão é uma prática
preciosa aos filhos de Deus. Aprendemos com Habacuque o valor do ato de
interceder pelos justos e como ele descobriu o valor da fé e o segredo da
esperança.
Tendo como base Habacuque 1.2: Até quando, Senhor, clamarei eu, e tu não me escutarás?
Gritarei: Violência! E não salvarás? Conclui-se que:
[...] A partir de uma primeira interpretação,
somos levados a imaginar o quão desesperançado estava o profeta. Mas, quando
nos debruçamos com mais atenção nas letras escritas pelo profeta, podemos
perceber quão profundo é esse livro ao revelar uma série de diálogos entre um
simples homem e o Deus poderoso, santo, justo e misericordioso (TEDESCO,
2020, p. 91).
A presente lição tem como objetivos:
Comparar a iniquidade em Judá
e na contemporaneidade.
Contemplar o cuidado de
Deus para com os justos.
Conhecer o que é
intercessão.
I – A INIQUIDADE
DE JUDÁ
O profeta Habacuque profetizou no período
auge do império babilônico. O império babilônico na sua humilde origem
pertenceu ao império Assírio, porém no ano 622 a.C., Nabopolassar pai de
Nabucodonozor foi proclamado rei em Babilônia. Com este passo iniciava se uma
nova dinastia na mesopotâmia. Nos dias de Nabucodonozor houve a reconstrução da
babilônia que tinha sido destruída por Senaqueribe rei da Assíria.
É neste período de auge babilônico que Deus
levanta o profeta Habacuque. Deus consolou a Judá ao falar por intermédio de
Naum sobre a destruição de Nínive, porém Habacuque questiona a Deus sobre a
ação cruel dos babilônicos aos judeus.
Segundo alguns estudiosos o profeta Habacuque
pertencia à família sacerdotal e provavelmente era um profeta bem aceito pela
sociedade.
Assim como Naum o profeta Habacuque transmite
o peso de Deus aos judeus (Hc 1.5-11) e aos babilônicos (Hc 1. 12-2.1).
Contextualizando o processo de iniquidade do
passado (dias do profeta) com a atualidade compreende-se que:
A iniquidade tem se
multiplicado de forma assombrosa e as consequências geradas a partir de tal situação
assumiram proporções incontroláveis. O atual quadro de iniquidade nos
impressiona: a destruição da família e a condenação do padrão de vida
santificada; a violência urbana tem revelado uma crueldade impressionante; a
corrupção atingiu, nos últimos anos, índices jamais vistos na história da humanidade;
as multidões (de todas as ideias) que moram nas ruas mendigando e sendo
desamparadas ampliam-se a cada dia; a fome tem atingido uma parcela cada vez
maior da população; a prostituição e outras formas veladas de mercantilização
dos corpos, levando à objetificação dos seres humanos; a justiça, que não é
mais a favor do justo, mas é destruída por leis frouxas e interpretações
compradas; as doenças da alma, levando um número crescimento de pessoas ao
suicídio, mutilação e crises de muitas outras realidades aqui não mencionadas (TEDESCO, 2020, p. 93).
II – O CASTIGO DE JUDÁ
Resultados são provenientes de escolhas. A bênção,
assim como a maldição está relacionada com as decisões de cada indivíduo. Logo,
o castigo sobre Judá estava associado com as escolhas, pois a nação optou em
desobedecer ao Senhor. Em contrapartida Deus não é indiferente ao pecado e nem
à injustiça, sendo assim, no tempo determinado o juízo sobreviria sobre Judá.
Porém, o justo deverá viver da fé. O que o
profeta queria transmitir era no que correspondia ao piorar da situação. Mas, o
justo estaria interligado em esperança mediante a fé. Há uma tendência em piorar
a situação, porém cada cristão deverá se fortalecer nas promessas do Senhor. Esperança
no Senhor está diretamente associada com a prática cotidiana de quem ama a Deus
e compreende que o Senhor está no controle de todas as coisas.
E para que haja uma ação extraordinária por
parte da igreja, a fé como dom é a capacidade outorgada pelo Espírito Santo ao
cristão para que coisas sobrenaturais ocorram. A fé como dom sobrenatural
ultrapassa a esfera natural das coisas. A fé em si é o firme fundamento das
coisas que se esperam e a prova das coisas que se não veem. Logo, a fé é o
firme fundamento da esperança e a certeza do cristão.
A fé como dom não corresponde com a fé
natural, pois a fé natural é o resultado das observações da natureza. A fé como
dom não corresponde com a fé salvífica, pois a fé salvífica é o resultado da
pregação do Evangelho. A fé como dom não corresponde com a fé como fruto do
espírito, pois a fé como fruto do Espírito está relacionada com a fidelidade.
Ser fiel a alguém corresponde a estar bem
consigo e faz com que o indivíduo compreenda o valor e os efeitos da
fidelidade. A ausência da fidelidade no mundo estar associada com a
multiplicação da iniquidade, porém, quando a fidelidade se manifesta não há
lugar para insegurança.
III – A ORAÇÃO DE HABACUQUE
Ouvi, Senhor a tua palavra e
temi; aviva, ó Senhor, a tua obra no meio dos anos, no meio dos anos a
notifica; na ira lembra-te da misericórdia (Hc
3.2).
Avivamento significa trazer de volta à vida.
Porém, o avivamento só é possível aos vivos, pois um pecador não pode ser
avivado. Quando alguém é avivado isto indica que ele está vivo, está
despertado, é um ser animado e é um indivíduo estimulado.
Portanto, avivamento corresponde com o ato da
conversão e com o ato da santificação. A conversão é o momento em que o homem é
tirado do mundo, enquanto que a santificação é a retirada do mundo do coração
do homem.
A oração é a dinamização do avivamento. Nos
dias hodiernos muitos são os focos de avivamento espalhado pelo mundo, porém
poucos são os focos que se espalham para o mundo. A dinamização assim como a
propagação do avivamento é possibilitada pela oração.
Entretanto, a oração proporciona avivamento,
porém é fundamental entender que há orações que Deus não aceita, tais como: a
oração daqueles que não dão ouvidos ao Senhor (Pv 1.24-31), a oração dos ímpios
(Pv 15.29) e a oração realizada por pecadores (Jo 9.31).
REFERÊNCIA
TEDESCO,
Marcos. Ensina-nos a orar: exemplos
de pessoas e orações que marcaram as escrituras. Rio de Janeiro: CPAD, 2020.
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