Deus é Fiel

Deus é Fiel

sexta-feira, 5 de dezembro de 2025

ESPÍRITO – O ÂMAGO DA VIDA HUMANA

Subsídio para aula da Escola Bíblica Dominical – ESPÍRITO – O ÂMAGO DA VIDA HUMANA

Conforme a Verdade Prática da lição:

Uma vez livre, nossa alma recebe vida espiritual e dirige nosso corpo para adorar e servir ao Criador.

Da verdade prática compreende-se que:

Liberto por Cristo o crente tem vida espiritual;

O desejo do cristão torna-se para adorar ao Senhor;

E, verdadeiramente livre o crente busca servir constantemente ao Senhor.

É válido lembrar que os objetivos da presente lição são:

Expor que o espírito humano foi concedido diretamente por Deus como parte essencial da natureza humana, capacitando o ser humano a ter comunhão com o Criador;

Enfatizar que o pecado pode enraizar-se no espírito, gerando atitudes como soberba e inveja;

Mostrar que a regeneração espiritual é a base para uma vida de adoração genuína, vivida em espírito e em verdade.

Espírito é a palavra-chave da presente lição.

I – O SOPRO DIVINO: A CONCESSÃO DO ESPÍRITO

O espírito é a parte da composição imaterial do ser humano, do qual se compreende que a fé e a consciência descrevem as atitudes do indivíduo, sendo esse transformado, perceberá o ato do serviço, assim como a própria vida voltada para a adoração.

Para servir e adorar ao Senhor o cristão deverá possuir uma consciência não cauterizada, pois:

[...] É alimentada pelo direito natural que o Todo-Poderoso incutiu em cada ser humano. Se a consciência não for devidamente educada, fatalmente será induzida a esquecer-se dos reclamos divinos. Eis a melhor forma de se educá-la: instruída na Palavra de Deus (Andrade, 1997, p. 73)

O espírito do ser humano tem sua origem em Deus, assim como no fim da vida terrestre do indivíduo o espírito voltará para o Senhor.

É então definido de forma teológica que o [...] Espírito é a parte imaterial que o Supremo Ser insuflou no ser humano, transmitindo-lhe a vida, o movimento e a semelhança com a divindade (Andrade, 1997, p. 117).

A explicação mais didática para entender a distinção do espírito e da alma, compreende-se na aprendizagem das faculdades de ambas, pois a alma tem como descrição: a vontade, o intelecto e as emoções; enquanto que o espírito possui como faculdades, a fé e a consciência.

II – ESPÍRITO, PECADO E SANTIFICAÇÃO

Orgulho, arrogância, soberba, vanglória e a inveja, são exemplos de pecados do espírito. O corpo corresponde com o olhar do ser humano para com os outros seres humanos. A alma trata-se da ação do olhar do ser humano para si mesmo. Já o espírito é o olhar do ser humano para Deus. Daí o pecado cometido do espírito não permite o crente olhar para Deus de forma satisfatória.

Analisando apenas os efeitos da inveja compreende-se que o termo utilizado para definir inveja no NT grego é zelos. Palavra que ocorre em dois sentidos: positivo e negativo.

No sentido positivo corresponde com cuidado, tanto o cuidado de Deus para com os teus (Ez 16.37), assim como a paixão por Deus que consome e estimula o homem (Barclay, 2010, p.44). O salmista assim escreveu: o zelo da tua casa me consumiu (Sl 69.9), exemplo que corresponde com o amor do cristão para com Deus.

Já no sentido negativo zelos indica ressentimento amargo e ciumento que torna uma persuasão ao pecado, portanto, o caracteriza como obra da carne e não como fruto do Espírito.

A existência da inveja no íntimo do cristão indica que este está sendo conduzido pela velha natureza. A natureza pecaminosa, também definida como maldita herança herdade de Adão.

Os efeitos da inveja são assim exemplificados:

A inveja foi responsável pelo assassinato de Abel cometido por Caim.

A venda de José por seus irmãos.

O decreto criado para condenar Daniel.

Sendo que no NT podem ser citados os seguintes exemplos:

A inveja dos saduceus (At 5.17);

A inveja dos pagãos (Rm 1.29);

A inveja entre os cristãos (1 Co 3.3;2Co 12.20);

A inveja, obra da carne (Gl 5.21);

Inveja entre obreiros (Fp 1.15);

A origem da inveja (1 Tm 6.4);

A inveja, sentimento de amargura (Tg 3.14) – (Gomes, 2016, p. 53).

III – REGENERAÇÃO E ADORAÇÃO

O novo nascimento é definido pela palavra regeneração, que significa gerar novamente. Termo grego para regeneração é παλιγγενεσία e significa novo nascimento, regeneração, reprodução, sendo que no sentido moral corresponde com mudança pela graça, sendo a mudança da natureza carnal para uma nova vida, ou mudança de uma vida pecaminosa para uma vida santificada. Subentende ainda que regeneração pode ser definida pelas seguintes palavras: retorno, renovação, restauração e restituição.

[...] Biblicamente, é uma mudança efetivada pela graça de uma natureza carnal para uma vida espiritual (Cabral, 2024, p. 30).

O novo nascimento não corresponde com a reencarnação, nascer em um novo corpo e em uma nova vida, mas corresponde em mudança de vida e de atitudes por passar a ser morada do Espírito Santo. É nascer da água e do Espírito, verdade que corresponde com o arrepender de todos os pecados, e ser submisso e guiado pelo Espírito Santo.

Algumas referências Bíblicas descrevem a necessidade do novo nascimento por parte dos homens:

Portanto, da mesma forma como o pecado entrou no mundo por um homem, e pelo pecado a morte, assim também a morte veio a todos os homens, porque todos pecaram (Rm 5.12) – todos pecaram, logo é necessário que os que ainda estão no pecado voltem para o Senhor Jesus, pois em Cristo Jesus somos justificados.

Consequentemente, assim como uma só transgressão resultou na condenação de todos os homens, assim também um só ato de justiça resultou na justificação que traz vida a todos os homens (Rm 5.18) – a transgressão resultou na condenação de todos os homens, isto é, o pecado presente na vida do indivíduo efetua na condenação, logo é necessário que os que ainda estão no pecado voltem para o Senhor Jesus, pois a justiça de Cristo resulta na justificação que outorga vida com abundância.

A lei foi introduzida para que a transgressão fosse ressaltada. Mas onde aumentou o pecado, transbordou a graça (Rm 5.20) – o pecado tem aumentado e destruído o convívio entre as pessoas, logo é necessário que haja novo nascimento para que na vida destes transborde a graça de Deus.

Referências:

ANDRADE, Claudionor Corrêa. Dicionário Teológico, com definições etimológicas e locuções latinas. Rio de Janeiro: CPAD, 1997.

BARCLAY, William. As Obras da Carne e o Fruto do Espírito. São Paulo: Vida Nova, 2010.

CABRAL, Elienal. E o Verbo se fez carne: Jesus sob o olhar do apóstolo do amor. Rio de Janeiro: CPAD, 2024.

GOMES, Osiel. As Obras da Carne e o Fruto do Espírito, como o crente pode vencer a verdadeira batalha espiritual travada diariamente. Rio de Janeiro: CPAD, 2016.