Subsídio para aula da Escola Bíblica Dominical – ESPÍRITO – O ÂMAGO DA VIDA HUMANA
Conforme a Verdade Prática da lição:
Uma vez livre, nossa alma
recebe vida espiritual e dirige nosso corpo para adorar e servir ao Criador.
Da verdade prática compreende-se que:
Liberto por Cristo o
crente tem vida espiritual;
O desejo do cristão
torna-se para adorar ao Senhor;
E, verdadeiramente livre o
crente busca servir constantemente ao Senhor.
É válido lembrar que os objetivos da presente
lição são:
Expor que o espírito
humano foi concedido diretamente por Deus como parte essencial da natureza
humana, capacitando o ser humano a ter comunhão com o Criador;
Enfatizar que o pecado
pode enraizar-se no espírito, gerando atitudes como soberba e inveja;
Mostrar que a regeneração
espiritual é a base para uma vida de adoração genuína, vivida em espírito e em
verdade.
Espírito é a palavra-chave da presente lição.
I – O SOPRO
DIVINO: A CONCESSÃO DO ESPÍRITO
O espírito é a parte da
composição imaterial do ser humano, do qual se compreende que a fé e a
consciência descrevem as atitudes do indivíduo, sendo esse transformado,
perceberá o ato do serviço, assim como a própria vida voltada para a adoração.
Para servir e adorar ao
Senhor o cristão deverá possuir uma consciência não cauterizada, pois:
[...] É alimentada
pelo direito natural que o Todo-Poderoso incutiu em cada ser humano. Se a
consciência não for devidamente educada, fatalmente será induzida a esquecer-se
dos reclamos divinos. Eis a melhor forma de se educá-la: instruída na Palavra
de Deus (Andrade, 1997, p. 73)
O espírito do ser humano tem
sua origem em Deus, assim como no fim da vida terrestre do indivíduo o espírito
voltará para o Senhor.
É então definido de forma
teológica que o [...] Espírito é a parte imaterial que o
Supremo Ser insuflou no ser humano, transmitindo-lhe a vida, o movimento e a
semelhança com a divindade (Andrade, 1997, p. 117).
A explicação mais didática
para entender a distinção do espírito e da alma, compreende-se na aprendizagem
das faculdades de ambas, pois a alma tem como descrição: a vontade, o intelecto
e as emoções; enquanto que o espírito possui como faculdades, a fé e a
consciência.
II – ESPÍRITO, PECADO E SANTIFICAÇÃO
Orgulho, arrogância, soberba, vanglória e a
inveja, são exemplos de pecados do espírito. O corpo corresponde com o olhar do
ser humano para com os outros seres humanos. A alma trata-se da ação do olhar
do ser humano para si mesmo. Já o espírito é o olhar do ser humano para Deus. Daí
o pecado cometido do espírito não permite o crente olhar para Deus de forma
satisfatória.
Analisando apenas os efeitos da inveja
compreende-se que o termo utilizado para definir inveja no NT grego é zelos.
Palavra que ocorre em dois sentidos: positivo e negativo.
No sentido positivo corresponde com cuidado,
tanto o cuidado de Deus para com os teus (Ez 16.37), assim como a paixão por
Deus que consome e estimula o homem (Barclay, 2010, p.44). O
salmista assim escreveu: o zelo da tua casa me consumiu (Sl
69.9), exemplo que corresponde com o amor do cristão para com Deus.
Já no sentido negativo zelos indica
ressentimento amargo e ciumento que torna uma persuasão ao pecado, portanto, o
caracteriza como obra da carne e não como fruto do Espírito.
A existência da inveja no íntimo do cristão
indica que este está sendo conduzido pela velha natureza. A natureza
pecaminosa, também definida como maldita herança herdade de Adão.
Os efeitos da inveja são assim
exemplificados:
A inveja foi responsável
pelo assassinato de Abel cometido por Caim.
A venda de José por seus
irmãos.
O decreto criado para
condenar Daniel.
Sendo que no NT podem ser
citados os seguintes exemplos:
A inveja dos saduceus (At
5.17);
A inveja dos pagãos (Rm
1.29);
A inveja entre os cristãos
(1 Co 3.3;2Co 12.20);
A inveja, obra da carne
(Gl 5.21);
Inveja entre obreiros (Fp
1.15);
A origem da inveja (1 Tm
6.4);
A inveja, sentimento de
amargura (Tg 3.14) – (Gomes, 2016, p. 53).
III – REGENERAÇÃO
E ADORAÇÃO
O novo nascimento é definido pela palavra
regeneração, que significa gerar novamente. Termo grego para regeneração é
παλιγγενεσία e significa novo nascimento, regeneração, reprodução, sendo que no
sentido moral corresponde com mudança pela graça, sendo a mudança da natureza
carnal para uma nova vida, ou mudança de uma vida pecaminosa para uma vida
santificada. Subentende ainda que regeneração pode ser definida pelas seguintes
palavras: retorno, renovação, restauração e restituição.
[...] Biblicamente, é uma mudança efetivada pela graça de uma
natureza carnal para uma vida espiritual (Cabral, 2024, p. 30).
O novo nascimento não corresponde com a
reencarnação, nascer em um novo corpo e em uma nova vida, mas corresponde em
mudança de vida e de atitudes por passar a ser morada do Espírito Santo. É
nascer da água e do Espírito, verdade que corresponde com o arrepender de todos
os pecados, e ser submisso e guiado pelo Espírito Santo.
Algumas referências Bíblicas descrevem a
necessidade do novo nascimento por parte dos homens:
Portanto, da mesma forma como o pecado entrou
no mundo por um homem, e pelo pecado a morte, assim também a morte veio a todos
os homens, porque todos pecaram (Rm 5.12) – todos pecaram, logo é necessário
que os que ainda estão no pecado voltem para o Senhor Jesus, pois em Cristo
Jesus somos justificados.
Consequentemente, assim como uma só
transgressão resultou na condenação de todos os homens, assim também um só ato
de justiça resultou na justificação que traz vida a todos os homens (Rm 5.18) –
a transgressão resultou na condenação de todos os homens, isto é, o pecado
presente na vida do indivíduo efetua na condenação, logo é necessário que os
que ainda estão no pecado voltem para o Senhor Jesus, pois a justiça de Cristo
resulta na justificação que outorga vida com abundância.
A lei foi introduzida para que a transgressão
fosse ressaltada. Mas onde aumentou o pecado, transbordou a graça (Rm 5.20) – o
pecado tem aumentado e destruído o convívio entre as pessoas, logo é necessário
que haja novo nascimento para que na vida destes transborde a graça de Deus.
Referências:
ANDRADE, Claudionor Corrêa. Dicionário Teológico, com definições
etimológicas e locuções latinas. Rio de Janeiro: CPAD, 1997.
BARCLAY, William. As Obras da Carne e o Fruto do Espírito. São Paulo: Vida Nova,
2010.
CABRAL, Elienal. E o Verbo se fez carne: Jesus sob o olhar do apóstolo do amor. Rio
de Janeiro: CPAD, 2024.
GOMES, Osiel. As Obras da Carne e o Fruto do Espírito, como o crente pode vencer a
verdadeira batalha espiritual travada diariamente. Rio de Janeiro: CPAD,
2016.
