Deus é Fiel

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quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Antropologia: Doutrina do Homem



E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo o réptil que se move sobre a terra.
E criou Deus o homem à sua imagem: à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou.
Gênesis 1.26-27

O homem foi criado à imagem de Deus e isto ocorreu no sexto dia da criação. Os campos de estudo na esfera secular definem o homem de várias maneiras. Por exemplo, a filosofia e em especial o filósofo Aristóteles afirmava que o homem é um ser pensante, político e social. Mas, a Bíblia é a única fonte segura para a compreensão do homem. É notório que outras obras possuem as mesmas afirmações descritas na Bíblia, porém todas elas tiveram como fundo de analise as Escrituras Sagradas.
A antropologia é a ciência que estuda o homem e suas relações sociais. Analisando questões políticas, sociais, religiosas dentre outras. Sendo assim, na ótica bíblica o estudo do homem é auxiliado com outras doutrinas, por exemplo: eclesiologia, que enquadra o relacionamento do ser humano com o meio religioso e com as convicções sagradas, da mesma forma a doutrina do pecado, harmatiologia em que a analise descrita se resume na culpa, na pena e na condenação do ser humano e por outro lado a soteriologia, doutrina da salvação em que existe solução para a humanidade na pessoa de Jesus Cristo (At 4.12).




I – O Homem antes e após o pecado.
Quanto ao tempo histórico da existência do ser humano é necessário que o conhecimento da raça humana seja definido no que corresponde aos fatos anteriores e posteriores ao pecado que é considerado um fenômeno espiritual.
No que corresponde aos fatos anteriores ao pecado a Bíblia narra a criação do homem, fato que ocorreu no sexto dia, também a complementação do homem com a criação da mulher e por fim a responsabilidade que o primeiro casal possuía. A narrativa bíblica relata o relacionamento que o homem possuía com Deus. Deus falava abertamente com o primeiro casal. O homem foi criado à imagem e a semelhança de Deus, isto não significa que há semelhança física entre ambos, mas que tanto Deus como o homem possui personalidade e o homem possuía semelhança intelectual e moral para com Deus.
Porém, o capítulo três de Gênesis explica como ocorreu à queda do homem. Com a queda a vida do homem passa a ser definida em períodos conturbados em que a violência, a prostituição, a corrupção e tudo de mal tornam se elementos diários na vida dos seres humanos.
Portanto, segundo a narrativa bíblica o homem não foi criado com o pecado, mas o pecado entrou no mundo pela desobediência do homem ao quebrar a aliança que tinha feito com Deus. Nesta aliança entre Deus e Adão existia uma promessa, a vida; uma condição, a obediência e uma pena, a morte. Com a desobediência o homem sofreu a morte. No caso de Adão sofreu a morte moral, espiritual e posteriormente com 930 anos a morte física.
As conseqüências não limitaram ao primeiro casal. Pelo pecado de um só homem todos pecaram e assim as conseqüências passaram a todos os homens. Ao desobedecerem tanto Adão como Eva perceberam que estavam nus (Gn 3.7), tiveram medo de Deus e se esconderam (Gn 3.8-10), e por fim foram expulsos do jardim (Gn 3.23,24).
Porém, o período de estudo da antropologia pós o pecado focaliza na pessoa de Jesus. Pois, os judeus esperavam o Libertador, ou seja, o que solucionasse os problemas de Israel. É desta maneira que o evangelista João escreve: Veio para os seus mais os seus não receberam (Jo 1.11). A rejeição de Jesus pelos os judeus outorgou às demais nações à oportunidade de gozarem do plano de salvação com todas as ações sacerdotais possíveis à igreja a qual pertenciam ao povo de Israel (Jo 1.12; I Pe 2.9).




II – As classes de seres humanos segundo a Bíblia.
Segundo as descrições da Bíblia, o ser humano poderá se enquadrar em uma destas três classes de pessoas: natural, carnal ou espiritual.
O ser humano considerado natural é aquele que não conhece a pessoa de Deus e por isso vive sem harmonia com o Senhor. É guiada por seus próprios desígnios. Realizam obras segundo seus próprios desejos sem medir as conseqüências.
Por outro lado os que compõem o grupo dos carnais são aqueles que conhecem a pessoa de Deus e também possui conhecimento dos estatutos do Senhor, mas mesmo assim continuam com práticas que desagradam a Deus. São carnais por que mesmo conhecendo a vontade de Deus não obedecem.
Ao escrever para as igrejas na Galácia o apóstolo Paulo aconselha aos membros a andarem em Espírito e não a cumprirem a concupiscência da carne e o mesmo cita as obras da carne que são: prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias, invejas, homicídios, bebedices e glutonarias (Gl 5.19-21). Note se que os que tais obras praticam são naturais por não conhecerem a vontade de Deus ou são carnais por desobedecerem à vontade de Deus.
E por fim o grupo dos espirituais que conhecem a Deus e buscam a cada instante em meio aos limites humanos obedecer aos estatutos do Senhor.
Para que o ser humano se agrupe a classe dos espirituais é necessário que o indivíduo passe pelo nascimento espiritual, ou seja, pelo processo da regeneração que é uma das doutrinas fundamentais da fé cristã. A regeneração trata-se do novo nascimento que na narrativa do evangelista João no capítulo três, se refere ao nascer da água e do Espírito. Ao passar pelo novo nascimento a vida da pessoa é mudada e tudo se torna novo (II Co 5.17). O homem espiritual desenvolve os frutos do Espírito que são: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança e contra essas coisas não há lei. E o apóstolo Paulo ainda aconselha se vivemos no Espírito, andemos no Espírito (Gl 5.22,23,25).




III – Conhecendo o ser humano com base na parábola do Bom Samaritano.
Os personagens da parábola são: um viajante, os salteadores, o sacerdote, o levita e por fim um samaritano. Esta narrativa bíblica estar registrada em Lucas 10. 25-37.
O viajante é a vítima desta narrativa. No processo histórico quantas são as vítimas do sistema? Na verdade são inúmeras. Mas, não podemos julgar ou condenar.
Os salteadores são os representantes diretos da filosofia “o que é seu é meu”. As práticas dos salteadores foram o furto e o espancamento ao ponto de deixarem o viajante meio morto.
O sacerdote e o levita representam a filosofia de vida dos egoístas “o que é meu é meu”. E estes não fizeram nada. Pelo contrário passaram de largo.
Por fim, o samaritano que viu a vítima, ouviu os gemidos do homem caído, desceu do animal que utilizava na viajem, socorreu e cuidou da vítima. O samaritano representa um terceiro tipo de filosofia de vida “o que é meu é seu”. Atitude de pessoas que ajudam e preocupam com o bem estar das outras.
As ações do homem transformado pelo Senhor Jesus são diferenciadas por atitudes cristãs. Pois o mesmo é a imagem de Deus restaurada pela obra realizada por Jesus Cristo na cruz. Sendo assim, cabe ao ser humano buscar a realização daquilo que o dignifica com o meio social. Em algum momento podemos ser a vítima, o salteador, os despreocupados ou o bom samaritano. Bom seria que cada indivíduo fizessem conforme o samaritano, porém, não é assim na prática. Mas que Deus nos guie e que nós como indivíduos transformados vivamos conforme a vontade de Deus.

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