Subsídio E.B.D - Deus dá a sua Lei ao Povo de Israel
Duas palavras são imprescindíveis para a compreensão da presente
lição: lei e decálogo.
Lei
Sobre a Lei cabe ao professor saber que a o significado da palavra
indica seta. E seta serve para mostrar o caminho, portanto, a Lei mosaica tinha
como objetivo mostrar Jesus Cristo à nação de Israel e esta por sua vez
propagar às nações a santidade de Deus. A missão da nação israelita era centrípeta,
isto é, as nações iriam a Israel, enquanto a missão da igreja é centrífuga,
isto é, a igreja vai ao encontro das nações.
Razão da existência da lei.
1- Por causa da
transgressão. Paulo demonstra aos gálatas que
a existência da Lei está associada com a presença da transgressão. Logo, a
transgressão é tudo aquilo que impede o ser humano de se chegar a Deus.
Até existe um provérbio que enfatiza que “boas leis são provenientes de más condutas”. Por isso, as Leis foram mediadas para que os hábitos maus fossem
refreados. Para Paulo a existência da Lei era disciplinar e educativa, pois
pelo meio educativo os israelitas conheceriam as suas culpas.
A morte, a culpa e a corrupção foram às consequências do pecado
cometido por Adão. A Lei foi promulgada não por causa da obediência de alguns, mas
por causa da desobediência de muitos. Porque a Lei na sua instrução se aplica à
corrupção humana.
A tutoria da Lei.
1- A Lei revela
a justiça de Deus. Logo que a lei revela a justiça
divina também demonstra a injustiça por parte dos homens. “Estávamos sobre a custódia da lei,” isto indica que a lei aprisionava os homens por serem os mesmos
injustos.
A injustiça humana era notável até mesmo na vida de personagens
que viviam em conformidade com Deus. Por exemplo: Noé após o dilúvio ao se
embriagar (Gn 9.21), Abraão ao mentir (Gn 12.11-13; 20.2), Davi ao transgredir cinco
dos dez mandamentos (2Sm 11.4,14,24,27), Uzias ao agir como sacerdote (2Cr
26.16), dentre outros casos.
Em suma, a lei indicava que os homens eram injustos em suas obras
e incapazes de se salvarem, sendo que a justiça de Deus se manifesta na pessoa
e na obra de Jesus Cristo.
2- A lei é
responsável pelo ensino até a manifestação de Cristo. Anterior ao ministério do Senhor Jesus a lei definia a educação
dos judeus o que Calvino vai considerar com a infância.
Calvino ainda dizia que a lei era a gramática da teologia que ao
conduzir a criança até certo ponto os entregavam a fé que completava a
graduação das pessoas. Para ele o apóstolo “Paulo associou os judeus a crianças
por viverem conforme os ensinos da lei, e nós os da graça com a fase adulta”.
3- A lei gerou
discípulos. Dentre os discípulos gerados no
período da lei podem ser citado os profetas e sacerdotes. Um dos oficiais de
Deus no Antigo Testamento foram os sacerdotes. A missão principal do sacerdote
era possibilitar a relação entre o homem e Deus. Ou seja, tinha como missão
levar o homem até Deus por meio de sacrifícios e pela oração intercessora.
Jesus em seu ministério foi Sacerdote perfeito, pois por meio da sua morte,
Jesus foi o próprio sacrifício oferecido ao Pai para a salvação de todos que
creem.
No Antigo Testamento o homem deveria aproximar se de Deus através
de um sacrifício e manter-se junto de Deus por meio da intercessão. O sacerdote
era responsável pelo sacrifico e também pela intercessão. Logo, o sacerdote era
o elo entre o homem e Deus. Ao contrário do profeta que era o elo entre Deus e o
homem.
O profeta era o elo entre Deus e o homem, ou seja, o ministério
profético corresponde à atividade de entregar a mensagem de Deus a quem lhe é
direcionada. No Antigo Testamento a palavra de Deus foi direcionada a líder
político (1Sm 15.10-23), a líder religioso (1Sm 2.27-36) e a profeta (1Re
13.20-22) por meio do ministério profético.
Decálogo
O relacionamento entre Deus e Israel teve seu auge no momento em
que Deus outorgou o decálogo a Moisés (Êx 20.1-17), ensinando aos israelitas
que na vida há deveres e direitos.
Segundo os versículos um ao sete é dever de todo o povo israelita
adorar e respeitar o nome de Deus. Já nos versículos seguinte percebem-se os
direitos, que são; direito ao descanso (v.7), direito ao respeito na própria
casa (v.12), direito a vida (v.13), direito a fidelidade conjugal (v.14),
direito a segurança (v.15) e direito ao respeito na sociedade (vv.16,17).
O decálogo é um resumo da lei moral de Deus. Dez mandamentos em
duas tábuas. Do primeiro ao quarto mandamento na primeira tábua. Do quinto ao
décimo na segunda tábua. Na primeira tábua encontrava os mandamentos que
estavam diretamente relacionados com a vida do indivíduo para com Deus com
direção vertical. Já a segunda tábua com sentido horizontal trata dos
mandamentos que outorgam ligação entre o indivíduo e o seu próximo. O decálogo
corresponde com a ética cristã: amar a Deus acima de todas as coisas (sentido
vertical) e amar o próximo como a si mesmo (sentido horizontal).
Os motivos do decálogo são
tríplices:
Prover um padrão de justiça, pois os dez mandamentos proporcionam a formação do caráter e da
conduta do ser humano. O caráter corresponde com o modo de ser de cada
indivíduo. E a conduta corresponde com o modo de agir. Ambas se definem no Ser
e no Fazer.
Identificar e expor a malignidade do pecado, pois os dez
mandamentos expõe os seguintes tipos de pecado: idolatria, desrespeito,
desonra, assassinato, traição, roubo, concupiscência...
Pecado é tudo aquilo que separa o servo do seu Senhor. Logo, os
dez mandamentos tem como propósito identificar o pecado, por isso, Paulo
escreveu “pela lei vem o conhecimento do pecado” (Rm 5.20).
Revelar a
santidade de Deus, Deus é Santo e isto se torna
evidente com os dez mandamentos. Pois, se a lei revela o pecado e requer que
aquele que aproxima de Deus não peque, logo se conclui que Deus é Santo.
O primeiro
mandamento indica que Deus é único. O segundo mandamento
indica que não há por parte humana um meio para descrever em fórmula a pessoa
de Deus. O terceiro mandamento indica que o nome de Deus representa a
pessoa dEle mesmo, por isso, é necessário respeito ao usar o nome do Senhor.
Já o quarto mandamento guardar sábado é o único não citado no Novo
Testamento. Isto por que este mandamento era um sinal para os israelitas. A
lição que se pode tirar deste mandamento para os dias atuais está no
significado da palavra sábado que quer dizer cessar ou interromper, isto é, o
ser humano não poderá ser escravo do trabalho.
Porém, no que corresponde ao guardar o sábado como meio de
salvação há um equivoco, pois a salvação só é possível pelo sacrifício de
Cristo na cruz. Na Nova Aliança o guardar o sábado não é uma obrigação.
A perfeita relação entre pais e filhos está inserida nos dez
mandamentos. A ética cristã está associada a duas dimensões: divina e humana. A
ética na sua dimensão humana inicia-se com o relacionamento entre filhos e
pais.
Sexto mandamento corresponde com o direito à vida. Por isso, o
cristianismo tem assumido um compromisso em favor da vida e é totalmente contra
o aborto e a eutanásia.
Sétimo mandamento corresponde com o direito à fidelidade do
cônjuge. Porém, torna se fundamental entender que às traições ocorrem mais por
dois motivos básicos: concupiscência e carência.
Oitavo mandamento corresponde com o direito de possui o que lhe
pertence e não ser obstruído por outros.
Nono mandamento com o direito a não difamação.
Décimo mandamento com o respeito ético a tudo que pertence ao
próximo.