EBD – Uma mensagem à igreja local e a
liderança
A
presente lição possui duas palavras chaves: igreja
e liderança.
O
termo igreja deriva se da palavra grega ekklesia, que tem por significado
assembleia pública. O termo aparece no Novo Testamento, quando Jesus disse que
edificaria a sua igreja. A doutrina que estuda a igreja é conhecida como
eclesiologia, sendo que esta doutrina expõe diferença entre igreja local
(visível) e igreja universal (invisível). A igreja invisível se caracteriza por
todos que receberam a Jesus como único Salvador, já a visível trata-se do grupo
local de irmãos que se reúnem para adorarem a pessoa do Senhor Jesus.
Já
o termo liderança deriva do verbo liderar, isto é, aquele que guia. Liderança
corresponde à arte de conduzir pessoas a um lugar seguro. Para Cupaiolo,
liderança é um tema relacionado diretamente com pessoas, com o trabalho em
equipe, em suma, é uma forma de relacionamento entre pessoas. Ao se relacionar, as pessoas causam impacto na vida uma da
outra (p.169).
I – AS EPÍSTOLAS PASTORAIS.
Ao
escrever sobre o tema: quando a morte se aproxima. O apóstolo Paulo escreve a
seguintes cartas: 1 Timóteo, 2 Timóteo e Tito.
As
cartas que compõem a este grupo de escritos do apóstolo Paulo são endereçadas a
liderança das igrejas com uma tonalidade de despedida. Estes líderes eram dois
nobres amigos de Paulo, o jovem Timóteo e Tito. Portanto, esta seção é também
conhecida por Cartas Pastorais.
O propósito
da primeira carta escrita a Timóteo está na preocupação do apóstolo Paulo com a
organização da igreja do Senhor Jesus. Por isso, onze tópicos são necessários
para compreender a epístola.
Já
na segunda carta ao jovem Timóteo o apóstolo Paulo enfatiza a importância do
ministério e exorta a Timóteo a permanecer fiel (1.6-18).
A
importância da carta a Tito para os dias hodiernos se percebe na descrição da
organização da igreja (1.5), na liderança das igrejas (1.5-9), no combater as
falsas doutrinas e os falsos mestres (1.10-16), no autêntico ensino da sã
doutrina (2.1), na promoção da ética cristã (2.2-10), no praticar as boas obras
(2.11-14), e na submissão às autoridades (3.1-11).
II – PROPÓSITO E MENSAGEM
A
mensagem do apóstolo Paulo nas cartas pastorais se desenvolve com base nos
seguintes propósitos: orientar os líderes quanto à vida pessoal e encorajar aos
líderes a combater as heresias.
Para
Paulo o líder deveria se orientar para poder orientar os liderados.
Atendei por vós e por todo o rebanho sobre o qual o Espírito
Santo vos constituiu bispos, para pastoreardes a igreja de Deus, a qual ele
comprou com o seu próprio sangue (At
20.28).
O
versículo acima se divide em duas belas lições sobre liderança bem sucedida:
primeira para uma liderança bem sucedida é necessário o cuidado próprio e a
segunda lição é cuidar do rebanho.
Para
Baxter olhar para nós mesmos para:
Não
suceder estarmos vazios da divina graça salvadora...
Não
suceder que convivamos com os mesmos pecados contra os quais pregamos.
Não
sejamos despreparados para as grandes tarefas que nos incumbimos de levar a
cabo.
Não
virem a ser exemplo de doutrina contraditória (p.58-65).
Com
base ainda em Baxter o cuidado próprio possibilita ao líder entender que há um
céu para ganhar ou perder. Que a natureza humana é depravada. Olhem por si mesmos, pois as almas dos seus ouvintes e o
sucesso dos seus labores dependem muito disso (p. 75).
III – UMA MENSAGEM PARA A IGREJA LOCAL E
A LIDERANÇA DA ATUALIDADE.
Segue
se o conceito para a prosperidade bíblica:
Sendo
obedientes nos dízimos e nas ofertas o cristão colherá de Deus o melhor para a
sua vida, em todas as áreas, sejam elas; física, emocional, profissional,
ministerial e principalmente espiritual.
Se
o primeiro meio para alcançar a prosperidade é ser fiel, o segundo é ser
dedicado ao labor diário, ou seja, é trabalhar. Ninguém alcançará a verdadeira
prosperidade sem trabalho, lembrando que o trabalho dignifica o ser humano.
Em
terceiro, a prosperidade está relacionada aos cuidados com a obra missionária.
Quando o servo de Deus se entrega a obra missionária, logo este colherá todos
os frutos provindos da dedicação e entrega a proclamação do Reino de Deus.
Em
quarto os cuidados com os líderes, Paulo assim escreveu aos tessalonicenses: e
rogamos-vos, irmãos, que reconheçais os que trabalham entre vós, e que presidem
sobre vós no Senhor, e vos admoesta; e que os tenhais em grande estima e amor,
por causa da sua obra. Tende paz entre vós (2 Ts 5. 12,13).
O
objetivo de Deus prosperar a igreja e a cada um individualmente está associado
à manutenção própria de cada pessoa e também o compromisso da igreja como
organização, em segundo para que a obra evangelizadora seja exercida, cada
cristão deverá ser um verdadeiro evangelista, e esta atividade é desenvolvida
pela contribuição, pela oração e pela entrega ao serviço de evangelização, e
por fim, Deus prospera para que haja auxílio aos necessitados.
Portanto,
a doutrina da prosperidade erra em não reconhecer o valor da dependência
divina. E por isso, outros erros são visíveis como, por exemplo:
Ø Desconhecer a doutrina da mordomia.
Ø Associar consequências do pecado original com o pecado atual.
Lucas registra uma boa parte daquilo que Jesus tinha a dizer
sobre o dinheiro. Contudo, aqui temos as palavras mais condenatórias de todas.
As riquezas do mundo, se vistas como um meio que podemos usar com o propósito
de servir a Deus, são moralmente neutras. Mas, se valorizarmos as riquezas do
mundo em si, nos tornamos idólatras, e as riquezas afastarão o nosso coração do
Senhor (RICHARDS, p. 173).
O
apóstolo Paulo assim escreveu a Timóteo: porque o amor ao dinheiro é a raiz de
toda espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé e se
transpassaram a si mesmos com muitas dores (1 Tm 6.10). O texto é claro ao
expor que o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males, pois por causa dele
pessoas se casam e se divorciam, outros por causa dele mentem e matam. Por
isso, Agur assim escreveu: Duas coisas te pedi; não mas negues, antes que
morra: afasta de mim a vaidade e a palavra mentirosa; não me dês nem a pobreza
nem a riqueza; mantém-me do pão da minha porção acostumada; para que,
porventura, de farto te não negue e diga: Quem é o Senhor? Ou que, empobrecido,
venha a furtar e lance mão do nome de Deus (Pv 30. 7-9). Portanto, o dinheiro é
excelente servo e péssimo patrão.
IV – MENSAGEM PARA A LIDERANÇA.
As
qualificações dos bispos (3.1-7). Paulo enfatiza que o bispo deverá governar
bem a sua própria casa (1 Tm 3.4,5). Administrar é planejar, organizar, dirigir
e controlar. É função ao ministério do bispo; planejar, ou seja, estabelecer
objetivos para as atividades concernentes ao crescimento da Igreja. Assim como
também é pertencente ao bispo à função de auxiliar o pastor na organização,
direção e coordenação da igreja. Entretanto, a administração do bispo inicia se
na sua própria casa, pois o mesmo mostrará como bom governante para a igreja
local quando tiver seus filhos submissos a ele (1 Tm 3.4). Ao ser provado na
administração da sua própria casa, assim o bispo passa a ser aprovado como
ministro da casa do Senhor. O bispo não poderá ser um recém-admitido no corpo
de Cristo, pois é necessário que haja tempo para a preparação e crescimento
espiritual. Para cuidar dos outros é necessário que o cristão tenha preparo e
conhecimento, logo para chegar ao presbitério é necessário que o anelante ao
ofício cresça na graça e no conhecimento de Cristo Jesus (2 Pe 3.18).
Referência:
BAXTER,
Richard. O Pastor Aprovado, procura
apresentar-te a Deus aprovado. São Paulo: PES, 2006.
CUPAIOLO,
Eduardo. Contrate preguiçosos: conselhos
pouco ortodoxos que tornam o ambiente de trabalho mais humano e produtivo.
São Paulo: Mundo Cristão, 2006.
RICHARDS.
Lawrence O. Comentário
Histórico-Cultural do Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2008.