Deus é Fiel

Deus é Fiel

terça-feira, 28 de junho de 2016

Carta aos Hebreus – Permanecendo firme no que tem aprendido


Permanecendo firme no que tem aprendido
1- Portanto, convém-nos atentar, com mais diligência, para as coisas que já temos ouvido, para que, em tempo algum, nos desviemos delas.
2- Porque, se a palavra falada pelos anjos permaneceu firme, e toda transgressão e desobediência recebeu a justa retribuição,
3- como escaparemos nós, se não atentarmos para uma tão grande salvação, a qual, começando a ser anunciada pelo Senhor, foi-nos, depois, confirmada pelos que a ouviram;
4- testificando também Deus com eles, por sinais, e milagres, e várias maravilhas, e dons do Espírito Santo, distribuídos por sua vontade? (Hb 2.1-4).
O escritor continua sua linha de raciocínio argumentando a superioridade de Jesus sobre os anjos. Porém, em meio aos argumentos percebe-se uma exortação aos crentes para que estes permaneçam firmes diante do Senhor.
Em toda carta há cinco exortações (Hb 2.1-4; 3.1-4.16; 5.11-6.20; 10.19-39; 12.1-29), no que corresponde a permaneça dos cristãos diante de Deus. Sendo que algumas frases são importantes para a compreensão destas exortações: em tempo algum, nos desviemos delas (Hb 2.1); participemos da vocação celestial (Hb 3.1); não façais negligentes para ouvir (Hb 6.12); não deixando a nossa congregação como é costume de alguns (Hb 10.25); olhando para Jesus, autor e consumador da fé (Hb 12.2).
Em tempo algum, nos desviemos delas (Hb 2.1-4)
1- Atentar para as coisas que já temos ouvido. Imaturidade e negligencia passam a serem palavras descritas pelo escritor da carta. Imaturidade no atentar para as coisas ditas por populares da sociedade, e negligência por não atentar para o que é certo e o que tem aprendido.
Deus tem levantado e usado pessoas para edificar os crentes por meio do ensino da Palavra. E todo cristão deverá permanecer firme diante de Deus mediante o que tem aprendido, pois o conhecimento da Palavra liberta (Jo 8.32), o conhecimento da Palavra proporciona crescimento (1 Pe 3.18) e o conhecimento da Palavra conduz a santificação (Jo 17.17).
2- Como escaparemos nós se não atentarmos para uma tão grande salvação. Tão grande salvação, frase que corresponde com a abrangência da doutrina da salvação, iniciando-se com a justificação, confirmando-se com a santificação e por fim, concretizando-se com a glorificação. Portanto, os cristãos não podem de maneira nenhuma perder a oportunidade de reinar com Cristo. Ao que perder a salvação será por Deus punido (Ap 20.15).
3- Testificando Deus com sinais, e milagres. O versículo três deixa claro que o escritor da carta não teve contato direto com Jesus e o versículo quatro conduz a seguinte suposição interpretativa: os cristãos que receberam a carta faziam parte de uma geração que até poderia ter presenciado milagres, mas não os ter realizado.
A igreja cresce mediante a presença de Deus. A presença de Deus é confirmada com a manifestação de poder. Quando não há manifestação de poder da parte de Deus, surge a identificação de que alguns desviaram das coisas que foram ensinados.
Participantes da vocação celestial
Pelo que, irmão santos, participantes da vocação celestial, considerai a Jesus Cristo, apóstolo e sumo sacerdote da nossa confissão (Hb 3.1). Se da parte de alguns havia desconsideração a respeito de Cristo em ser Ele enviado pelo Pai e sumo sacerdote, logo se percebe que existiam pessoas na congregação que não eram mais participantes da vocação celestial.
1- Vocação celestial. Termo que se associa com a glória futura em que os vencedores terão um corpo glorificado e reinarão com Cristo para todo o sempre (1 Co 15. 52-54).
2- Considerai a Jesus. Jesus foi enviado pelo Pai para concretizar a obra da salvação outorgando libertação a todos aqueles que se aproximarão dEle. Os crentes que recebiam a carta deveriam reconhecer a Jesus como apóstolo, ou seja, aquele que foi enviado, e como sumo sacerdote, isto é, o responsável pela confissão dos cristãos.
Não façais negligentes para ouvir
Do qual muito temos que dizer, de difícil interpretação, porquanto vos fizestes negligentes para ouvir (Hb 5.11).
Muitos da congregação pelo tempo deveriam exercer o ministério do ensino, isto é, pelo tempo estes já eram para serem mestres dos demais, porém, por serem descuidados não foram pessoas aptas para aceitarem as palavras daqueles que foram fiéis e pacientes. Porém, aos que se dedicaram e se tornaram aptos é necessário saber que Deus não é injusto para se esquecer da vossa obra e do trabalho da caridade que, para com o seu nome, mostrastes, enquanto servistes aos santos e ainda servis (Hb 6.10).
Explicar as Escrituras para quem é negligente torna-se uma tarefa difícil, pois, não há motivação própria da pessoa para receber a mensagem.
Os cristãos correm constantemente o perigo de não permanecer inteiramente fiéis na esperança que devem ter em Cristo. Devemos manter nosso compromisso com Cristo firme até o fim (RADMACHER; ALLEN; HOUSE, p. 650).
Não deixando a nossa congregação como é costume de alguns
Não deixando a nossa congregação, como é costume de alguns; antes, admoestando-nos uns aos outros; e tanto mais quanto vedes que se vai aproximando aquele Dia (Hb 10.25).
O escrito deixa bem claro, três motivos que são identificadores dos que deixam a casa de Deus: primeiro, o coração não purificado (Hb 10.22); segundo, a não retenção da confissão (Hb 10.23), e; por terceiro, a desconsideração para com os outros (Hb 10.24).
Na congregação cada crente pode contribuir para o bem-estar do outro, eis por que o autor exorta os hebreus a congregar e a manter-se unidos. É provável que alguns cristãos deixassem de comparecer às reuniões da Igreja por talvez temerem perseguições (RADMACHER; ALLEN; HOUSE, p. 658).
Portanto, na congregação cada crente tem por obrigação edificar o seu irmão e nunca transformar a Palavra de Deus em um meio para justificar suas ações e provocar a ira nos demais.
Olhando para Jesus autor e consumador da fé
Olhando aqui significa fixando os olhos de forma confiante. Precisamos concentrar-nos de forma constante em Cristo, em lugar de nas circunstancias (RADMACHER; ALLEN; HOUSE, p. 658).
Em suma, o cristão não pode de maneira nenhuma se entregar às dificuldades provenientes da vida e abandonar a Cristo, pessoa a quem o cristão deverá focar o seu olhar.
Dentre as exortações do escritor para os cristãos do primeiro século fica a lição da necessidade da obediência à Palavra de Deus que foi ministrada pelos santos. Oxalá que os ouvem a Palavra de Deus hoje, se transforme em grandes pregadores e mestres. Pois, o ensino da Palavra proporciona crescimento espiritual e santificação, meios que aproximam os crentes de Deus.
Referência
RADMACHER, Earl D. ALLEN, Ronaldo B. HOUSE, H. Wayne. O Novo comentário Bíblico Novo Testamento. Rio de Janeiro: Editora Central Gospel, 2013.

segunda-feira, 27 de junho de 2016

Subsídio para aula da E.B.D: O que é Evangelização


O que é Evangelização
Os evangelistas Mateus e Marcos registram os principais versículos correspondentes à evangelização.
Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-as a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado (Mt 28.19,20).
Este versículo geralmente é interpretado como se contivesse três mandamentos, ou seja,: ir, batizar, fazer discípulos ou ensinar. Mas, na verdade, a Grande Comissão gira em torno do mais imperativo deles: fazer discípulos. Fazer discípulos envolve três passos: ir, batizar e ensinar, principalmente os dois últimos. O batismo aponta para a decisão de crer em Cristo. Quando uma pessoa cria em Cristo, ela deveria ser batizada; não há nenhum cristão no Novo Testamento que não tivesse sido batizado (RADMACHER; ALLEN; HOUSE, p.88).
No texto original o ide não aparecesse no imperativo. A explicação está na missão de cada cristão em pregar o Evangelho. Cada crente prega o evangelho, com palavras e sem palavras. E o mais importante a salientar é que os crentes pregam o evangelho através do testemunho. Assim foi com a igreja primitiva que através do testemunho de vida conseguiram levar muitos a Cristo. Portanto, o imperativo aparece no fazer discípulos, isto é, ensinai. O crescimento da igreja se dá na obediência à Palavra de Deus.
E disse-lhes: ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura (Mc 16.15).
Em Marcos percebe-se a confirmação e a veracidade da Grande Comissão. Porção Bíblica que relaciona a existência de milagres na igreja com a obediência à propagação do evangelho.
I – EVANGELISMO E EVANGELIZAÇÃO
O termo evangelismo corresponde com a parte teórica, isto é, os métodos para uma evangelização eficiente e eficaz. Enquanto, que evangelização é a prática destes métodos.
Evangelismo corresponde com o tempo em que cada cristão aprende a respeito dos métodos. Antes de enviar os setenta para uma missão o Senhor Jesus os instruiu (Lc 10.1-11). Sendo que as instruções foram similares àquelas transmitidas aos doze. A ilustração de uma grande colheita sugere aos discípulos levar a mensagem do evangelho, mesmo sabendo que haveria muita rejeição (RADMACHER; ALLEN; HOUSE, p. 173).
Já evangelização corresponde com a prática da pregação, sendo esta pregação pessoal ou coletiva, tendo como finalidade o cumprimento da Grande Comissão, fazer discípulos. O comentarista assim perora sobre a evangelização, a evangelização não é um trabalho opcional da Igreja, mas uma obrigação de cada seguidor de Cristo (1 Co 9.16).
II – POR QUE TEMOS DE EVANGELIZAR
O comentarista apresenta quatro razões que explicam o motivo da evangelização:
Primeira razão: é um mandamento de Jesus.
Segunda razão: é a maior expressão de amor da Igreja.
Terceira razão: o mundo jaz no maligno.
Quarta razão: porque Jesus em breve virá.
Dentre outros motivos que motivam a participação dos crentes à evangelização torna-se necessário citar à situação crítica mundial, que conforme o saudoso pastor Valdir Bícego, situação esta que se resume na palavra crise.
Crise moral:
Divórcio, previsão sexual, orgia, pornografia e drogas.
Crise social:
Violência, fomes e flagelos, falta de moradia, falta de recursos para educação.
Crise econômica:
Inflação, desemprego, concordatas e falências.
Crise política:
Guerras, altos investimentos em armamentos, instabilidades, indefinições e escândalos.
Crise religiosa:
Disseminação de seitas e grupos religiosos. O mundo já conta com milhares de religiões. Na época em que Jesus estava exercendo seu ministério terreno já havia muitas religiões, e foi a respeito delas que o Mestre disse: todos quantos vieram antes de mim são ladrões e salteadores (BÍCEGO, p.25,26).
III – COMO EVANGELIZAR
A evangelização deverá ser abrangente, isto é, a evangelização deverá incluir do indivíduo à comunidade. A igreja da atualidade deverá se preocupar com a evangelização de um, assim como a evangelização de um grupo.
O evangelismo pessoal corresponde com a pregação direta a uma pessoa. Se há alguém necessitado de ouvir o Evangelho é de responsabilidade dos crentes pregarem as boas novas.
Já o evangelismo coletivo corresponde com a pregação que alcança a massa. Um bom exemplo são as cruzadas evangelísticas.
Porém, a Igreja tem que desenvolver meios para que o Evangelho chegue aos lugares mais longínquos. Desde os lugares mais longe do próprio país, caso do Brasil um país continental, assim como dos países mais distantes. Portanto, é dever da Igreja pregar o evangelho do Reino de Deus.
Referência:
ALLEN, Ronaldo B. RADMACHER, Earl D. HOUSE, H. Wayne. O Novo comentário Bíblico Novo Testamento. Rio de Janeiro: Editora Central Gospel, 2013.
BÍCEGO, Valdir. Manual de Evangelismo, aprendendo a ganhar almas para Cristo. Rio de Janeiro: CPAD, 2007.

terça-feira, 21 de junho de 2016

Carta aos Hebreus – Jesus é superior aos anjos


Jesus é superior aos anjos
5- Porque, a qual dos anjos disse jamais: Tu és meu Filho, Hoje te gerei? E outra vez: Eu lhe serei por Pai, E ele me será por Filho?
6- E outra vez, quando introduz no mundo o primogênito, diz: E todos os anjos de Deus o adorem.
7- E, quanto aos anjos, diz: Faz dos seus anjos espíritos, E de seus ministros labareda de fogo.
8- Mas, do Filho, diz: Ó Deus, o teu trono subsiste pelos séculos dos séculos; Cetro de equidade é o cetro do teu reino.
9- Amaste a justiça e odiaste a iniquidade; por isso Deus, o teu Deus, te ungiu com óleo de alegria mais do que a teus companheiros.
10- E: Tu, Senhor, no princípio fundaste a terra, E os céus são obra de tuas mãos.
11- Eles perecerão, mas tu permanecerás; E todos eles, como roupa, envelhecerão,
12- E como um manto os enrolarás, e serão mudados. Mas tu és o mesmo, E os teus anos não acabarão.
13- E a qual dos anjos disse jamais: Assenta-te à minha destra, Até que ponha a teus inimigos por escabelo de teus pés?
14- Não são porventura todos eles espíritos ministradores, enviados para servir a favor daqueles que hão de herdar a salvação? (Hb 1.5-14).
Jesus é superior aos anjos, pois os anjos são filhos, enquanto Cristo é o Criador. A superioridade é também notável no instante em que os anjos adoram o Senhor Jesus. Na narrativa Bíblica os anjos estão divididos em categorias e nestas os mesmos desenvolvem missões específicas em prol da glorificação a Deus.
O termo anjo em seu sentido literal corresponde com a ideia de ofício, isto é, anjo é um mensageiro. Portanto, os anjos são seres criados por Deus.
Compreendendo a doutrina dos anjos
1- Características dos anjos. Dentre as características pode afirmar que os anjos são: seres criados (Sl 148.2,5), seres espirituais (Hb 1.13,14), seres pessoais (2 Sm 14.20), seres que não se casam e nem se reproduzem (Mt 22.30; Mc 12.25), seres imortais (Lc 20.35,36), seres poderosos (Sl 103.20), seres dotados de inteligência (2 Sm 14.17,20), seres gloriosos (Lc 9.26) e seres números (Dt 33.2).
2- Classificação dos anjos. Didaticamente os anjos são estudados com base nas referências da Escritura Sagrada pela seguinte classificação: arcanjo, querubins e serafins.
Biblicamente existe apenas um arcanjo, termo que significa: quem é semelhante a Deus? Seu nome ocorre três vezes. Em Dn 12.1, onde é mencionado seu trabalho especial a favor do remanescente de Israel, é chamado Grande Príncipe. Em Judas, versículo 9, lemos da sua contenda  com o diabo em torno do corpo de Moisés. Em Ap 12 aparece como vitorioso líder das hostes celestiais em guerra contra Satanás e seus anjos (BANCROFT, p. 296).
Já o termo querubim significa aquele que guarda, pois a palavra tem como origem o termo hebraico kerub, isto é, guardar ou cobrir. Este grupo tem como função zelar pela santidade de Deus e Satanás pertencia a essa classe de anjos (Ez 28.14-16).
Os serafins têm como função louvar e glorificar a Deus.
3- Anjos maus. Todos os anjos foram criados santos, porém muitos desobedeceram a Deus. Os que desobedeceram se opõem aos propósitos de Deus, afligem os servos de Deus e agem conforme a liderança de Satanás.
Satanás foi criado perfeito, porém por causa do orgulho foi rebaixado e deposto de sua posição (Ez 28.17; Is 14.12).
Parece ser ensinado nas Escrituras que o diabo foi criado perfeito em seus caminhos, como pessoa de grande beleza e brilho, exaltado em posição e honra que, em resultado de orgulho pela sua própria superioridade, ele procurou desviar para si a adoração devida exclusivamente a Deus; e que, em consequência desse seu pecado, ele foi rebaixado em sua pessoa, posição e poder, tornando-se o grande adversário de Deus e o inimigo do homem (BANCROFT, p. 302).
A superioridade de Jesus
1- Jesus é exaltado pelo Pai (v.5). A citação, hoje te gerei, corresponde com o dia da exaltação de Jesus ao assentar a direita do Pai, isto após concretizar o seu trabalho na terra como Cristo. Porém, antes aparece a seguinte descrição: tu és meu Filho. O termo filho indica semelhança e também corresponde com herança. Portanto, quando Jesus é chamado de Filho indica que Ele é o próprio Deus o criador de todas as coisas (v.10).
2- Os anjos adoram a Jesus (v.6). Adoração unicamente a Deus.  A Bíblia em sua escrita enfatiza que apenas Deus deve ser adorado. Logo, se os anjos adoram a Jesus indica que Jesus é superior aos anjos, portanto Jesus é Deus.
Sobre o versículo 6 segue a seguinte pontuação:
a) Quando outra vez introduz no mundo. Percebe-se uma referência à volta de Cristo.
b) O primogênito. Corresponde à posição de Cristo, ou seja, afirmação que Ele está acima de todos. Também por isso lhe darei o lugar de primogênito; fá-lo-ei mais elevado do que os reis da terra (Sl 89.27).
c) Os anjos de Deus o adorem. Como herdeiro de tudo (1.2), Jesus, o Filho de Deus, é adorado da mesma maneira como Deus Pai, por todos os anjos de Deus (RICHARDS, p.492).
3- Os anjos são ministros (vv.7,14). Os anjos são servos de Deus, enquanto o Filho é adorado. Os anjos são enviados para servir a favor daqueles que hão de herdar a salvação. Salvação aqui não se refere à justificação, porque o verbo está no futuro, não no passado. Refere-se à condição dos crentes quando vierem e herdar o Reino e a reinar com Cristo, como recompensa por seu serviço ao Filho (RADMACHER; ALLEN; HOUSE, p. 640).
4- Jesus possui trono eterno (v.8). Se o trono de Jesus é eterno, isto indica que Jesus é eterno. Enquanto, os anjos não são eternos porque eles foram criados por Deus.
Em sua natureza, isto é, como pessoa Jesus é superior aos anjos, porque Ele é o criador dos anjos e de todas as coisas. Em sua posição Jesus é superior, porque Ele é Deus e os anjos são obras de sua criação. Por fim, Jesus é superior em poder aos anjos por possuir todo poder em suas mãos (Mt 28.18).
Referência
BANCROFT, Emery H. Teologia Elementar, doutrina e conservadora. São Paulo: Editora Batista Regular, 2006.
RADMACHER, Earl D. ALLEN, Ronaldo B. HOUSE, H. Wayne. O Novo comentário Bíblico Novo Testamento. Rio de Janeiro: Editora Central Gospel, 2013.
RICHARDS. Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2008.

segunda-feira, 20 de junho de 2016

Subsídio para a aula da EBD – O cultivo das relações interpessoais


O cultivo das relações interpessoais
Conforme a verdade prática Deus deseja que os cristãos cultivem relacionamentos saudáveis, portanto apresente lição tem como objetivo geral compreender que os crentes precisam cultivar relacionamentos saudáveis. Porém, é necessário saber que existem ameaças para com as relações interpessoais.
I – A IMPORTÂNCIA DAS RELAÇÕES INTERPESSOAIS
O cristão deve amar as pessoas e usar as coisas. No meio social percebe-se que os seres humanos amam os objetos e usam as pessoas. Triste é saber que esta realidade ocorre no cenário religioso, em que as pessoas não são valorizadas.
Febe torna-se um exemplo de serva de Deus que amava as pessoas, tanto que Paulo cita a atividade desenvolvida por ela em hospedar a muitos.
Serve é um verbo ligado ao termo utilizado para o ofício de diácono (Fp 1.1; 1 Tm 3.8,10,12). O fato de esse termo ser utilizado aqui com a expressão na igreja parece sugerir que Febe ocupava uma posição oficial. Ao afirmar que Febe teria hospedado a muitos (v.2), Paulo deseja afirmar que ela exercia a atividade de patrona ou benfeitora, insinuando que ela era alguém dotada de posses e de boa posição (RADMACHER; ALLEN; HOUSE, p.404).
Logo, percebe-se o valor do trabalho feminino e não apenas o trabalho desenvolvido pelas mulheres, mas o valor das mulheres na Igreja de Cristo. Assim como as mulheres serviram a Jesus em seu ministério terreno, também estiveram presentes na propagação do Evangelho. Houve caso em que mulheres estiveram na linha de frente, como por exemplo, Priscila que teve o auxílio de seu esposo.
Descrever sobre a irmandade e companheirismo, nota-se que surge a compreensão que a Igreja é uma família. Família abrangente que trata - se da família que inclui membros por afinidade, ou seja, por laços afetivos. O grande exemplo deste tipo de família é a igreja primitiva (At 2.46).
II – AS AMEAÇAS AS RELAÇÕES INTERPESSOAIS
O segundo tópico tem como objetivo identificar as atitudes que ameaçam as relações saudáveis. Tendo Rm 16. 17,18 como texto chave.
 A frase os que promovem dissensões significa estar apartados, ou causar divisão. No Novo Testamento, o termo grego com tais traduções possíveis só aparece aqui e em Gl 5.20. A discussão e a dissensão são as causas das rivalidades que, eventualmente, conduzem às divisões em uma igreja (Rm 13.13; Gl 5.20) Tal dissensão causa escândalos, ou seja, torna-se uma armadilha. É o mesmo que colocar tropeço no caminho alheio (essa palavra é utilizada em Rm 14.13). Os contenciosos, as pessoas que gostam de fomentar divisões, podem fazer os outros tropeçarem, e por causa disso eles devem ser evitados. Paulo ensina esse tipo de disciplina como necessária à Igreja em outras de suas cartas (1 Co 5.9-13; 2 Ts 3.6; 2 Tm 3.5; Tt 3.10) - (RADMACHER; ALLEN; HOUSE, p.404, 405).
III – A FONTE DAS RELAÇÕES INTERPESSOAIS
As relações interpessoais existem em razão da sabedoria e soberania de Deus, assim como também em razão da graça de Deus.
O que concerne à soberania de Deus se identifica no plano da salvação desenvolvido pelo Senhor para outorgar o livramento do pecado a todos àqueles que se aproximarem de Deus.
Já o encontrar a fonte das relações interpessoais em razão da graça de Deus é possível mediante a ação do Senhor em aproximar dEle a todos os que estavam distantes e isto é mediante a graça.
Deus ordenou nas Escrituras que o evangelho do reino seja pregado a todas as nações, a fim de que todas as pessoas possam obedecer à Sua ordem de crer.
Deus, em sua sabedoria, salva aqueles que, ao ouvirem a pregação da Sua Palavra, a Bíblia, especialmente o evangelho, confiem em Jesus Cristo para todo o sempre (RADMACHER; ALLEN; HOUSE, p.404, 405).
REFERÊNCIA
RADMACHER, Earl D. ALLEN, Ronaldo B. HOUSE, H. Wayne. O Novo comentário Bíblico Novo Testamento. Rio de Janeiro: Editora Central Gospel, 2013.

terça-feira, 14 de junho de 2016

Carta aos Hebreus – Jesus a revelação plena de Deus para com os homens


Jesus a revelação plena de Deus para com os homens
1- Havendo Deus, antigamente, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos, nestes últimos dias, pelo Filho.
2- A quem constituiu herdeiro de tudo, por quem fez também o mundo.
3- O qual, sendo o resplendor da sua glória, e a expressa imagem da sua pessoa, e sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, havendo feito por si mesmo a purificação dos nossos pecados, assentou-se à destra da Majestade, nas alturas;
4- Feito tanto mais excelente do que os anjos, quanto herdou mais excelente nome do que eles (Hb 1.1-4).
A carta aos Hebreus se caracteriza por começar como um tratado, dando continuidade como um sermão e termina como uma epístola. A visão panorâmica da epístola poderá ser definida em três divisões: Jesus é declarado como a plena revelação de Deus à humanidade, Jesus o sumo sacerdote e por último, admoestações finais que enfatizam a necessidade da perseverança dos crentes salvos em Jesus para que estes não retornem aos rudimentos antigos do judaísmo. Portanto, a carta tem como propósito fortalecer os irmãos perseguidos e aconselha-los a permanecerem firmes. A palavra chave de toda carta é melhor, pois Jesus Cristo é melhor do que os anjos, palavra que se apresenta 13 vezes na presente obra.
Autor, data e destinatários
1- Autor. A grande pergunta que se faz sobre a carta aos Hebreus corresponde à autoria: quem a escreveu?
Para a Igreja em Alexandria a autoria da carta pertencia ao apóstolo Paulo. Porém, há elementos na própria epístola que retira tal credenciamento, pois ao contrário às demais cartas não há apresentação do autor, sendo que Paulo sempre se identificava. Outro fator decisivo no que se pode afirmar que a carta não é de autoria do apóstolo, se dá no fato em que Hebreus 2.3 o autor recebeu informações a respeito da salvação através de servos de Cristo e não do próprio Senhor Jesus.
Já Tertuliano sugere que Barnabé seja o autor, enquanto Martinho Lutero associa a autoria a Apolo, e Adolf Harnack sugere a autoria a Priscila.
Portanto, não se sabe e não pode definir uma autoria sem as provas necessárias, mas os destinatários originais provavelmente sabiam quem escreveu a carta (Hb 13.18,22-24), mas não nos deixaram sugestão alguma (RADMACHER; ALLEN; HOUSE, p. 637).
2- Data e destinatários. Os destinatários eram cristãos de Roma, sendo estes cristãos judeus, pois há grande ênfase a temas judaicos, como: os anjos, Moisés, Josué, sacrifício, sacerdócio, concerto e promessas.
Não se sabe também exatamente quando a epístola foi, escrita, embora supor uma data seja mais fácil do que presumir o autor. Se foi escrita para os judeus cristãos em Roma, como geralmente é aceito, o fato de que a comunidade não havia sido ainda chamada a enfrentar a morte por causa da fé sugere ser a carta datada de antes da perseguição de Nero aos cristãos, que ocorreu no ano 64 depois de Cristo (RADMACHER; ALLEN; HOUSE, p. 637).
Jesus revelação plena de Deus para com os homens
Os quatros primeiros versículos da carta aos Hebreus são textos introdutórios. Sendo que nesta introdução percebe-se o interesse de Deus para com os homens, a supremacia de Cristo enumerada em sete grandes revelações e por fim, sendo Jesus mais excelente dos que os anjos.
1- O interesse de Deus para com os homens. João 3.16 torna-se o versículo chave para saber que Deus tem planos eternos para com os homens, porém este texto não é o único que demonstra o amor de Deus para com a humanidade. Em Hebreus 1.1 nota-se que havendo Deus, antigamente, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos, nestes últimos dias, pelo Filho. As expressões muitas vezes e muitas maneiras, descrevem o período histórico da Antiga Aliança e as maneiras como Deus revelou a mensagem, sendo por meio de sonhos, sinais, parábolas e profecias. Por fim, nos últimos dias Deus falou por meio do seu Filho.
2- Supremacia de Jesus Cristo. Os versículos 2 e 3 apresentam setes revelações a respeito de Cristo.
2.1- Cristo constituído herdeiro de Deus. Frase que corrobora a natureza divina de Jesus (Is 9.6,7; Mq 5.2).
2.2- Cristo por quem Deus fez o mundo. Parte do versículo que corrobora em ser Jesus o criador de todas as coisas (Jo 1.3; Cl 1.16).
2.3- Cristo o resplendor da glória de Deus. Ou seja, Cristo a presença de Deus visível dos homens (Jo 1.14).
2.4- Cristo a expressa imagem da pessoa de Deus. O que o autor quer dizer é que em Jesus a natureza essencial de Deus é revelada para nós, pois Cristo é a expressão exata do seu ser (RICHARDS, p.291). No grego a expressão expressa imagem, corresponde com a imagem cunhada em uma moeda, isto é, Jesus é o próprio Deus.
2.5- Cristo sustenta todas as coisas pela palavra do seu poder. Jesus governa todo o universo pela poderosa Palavra, assim como mantem e dirige todo o curso do universo pelo poder da Palavra.
2.6- Cristo fez purificação dos nossos pecados. A glória da redenção é muito maior do que a glória da criação: o Filho de Deus não veio para nos ofuscar com Seu esplendor, mas para a purificação dos nossos pecados (RADMACHER; ALLEN; HOUSE, p. 638).
2.7- Cristo assentou-se à destra da Majestade, nas alturas. Assentar a direita significa que tomou um lugar de honra e de autoridade. Lugar de repouso por ter terminado o trabalho.
3- Jesus mais excelente do que os anjos. Ou seja, Jesus possui posição mais elevada do que os anjos, pois Ele é o criador de todas as coisas. Portanto, Jesus é o Criador e os anjos são umas das obras do Criador.
A introdução da obra se conclui com a exaltação do Senhor Jesus Cristo, feito tanto mais excelente do que os anjos, quanto herdou mais excelente nome do que eles (v.4), retrato majestoso que fortalece o dramático convite em Hebreus 4.16 para que cheguemos com confiança ao trono da graça, à presença do Filho (RADMACHER; ALLEN; HOUSE, p. 638).
Referência:
RADMACHER, Earl D. ALLEN, Ronaldo B. HOUSE, H. Wayne. O Novo comentário Bíblico Novo Testamento. Rio de Janeiro: Editora Central Gospel, 2013.
RICHARDS. Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2008.

domingo, 12 de junho de 2016

Subsídio para as aulas da EBD – Cosmovisão Missionária


Subsídio para as aulas da EBD – Cosmovisão Missionária
Conforme a verdade prática os cristãos precisam ter uma visão missionária amorosa e abrangente. É necessário saber que a proclamação do Evangelho é uma ordem de Cristo para sua Igreja, sendo que nesta missão a Igreja deverá fazer discípulos (Mt 28.19,20). Na sua missão evangelizadora a igreja deverá alcançar os confins da terra, e para isto, a mesma deverá preparar obreiros e os envia-los para que a mensagem seja pregada nos quatro cantos da terra.
Paulo demonstra sua gratidão a Deus por ter recebido a honra de ser ministro dos gentios (Rm 15.16), informando aos irmãos em Roma a grandeza de seu ofício, pois o apóstolo propagou o Evangelho de Jerusalém aos arredores de Ilírico, buscando sempre pregar o Evangelho onde outro não tinha pregado (Rm 15.19-21).
O apóstolo dos gentios desejava chegar a Roma, vendo esta como o acesso à Espanha, também era esperado que esta missão fosse patrocinada pelos os cristãos de Roma. Por fim, percebe-se um pedido do apóstolo para que a comunidade cristã orasse por ele, tendo como objetivos: a liberdade da pressão dos rebeldes, a administração para com os santos em Jerusalém fosse um sucesso e que pela vontade de Deus o apóstolo chegasse a Roma.
I – A NECESSIDADE DE UMA COSMOVISÃO MISSIONÁRIA
As informações acerca do apóstolo Paulo são selecionadas em dois grupos: fontes primárias e fontes secundárias. As fontes primárias são as informações a respeito do apóstolo encontradas no livro de Atos, enquanto as secundárias são os indicadores que o apóstolo dá de si mesmo nas epístolas.
Discípulo acadêmico de Gamaliel que por suas convicções tornou-se perseguidor dos cristãos e em uma viagem para executar seu propósito de inibir os cristãos teve um encontro com Cristo, que mudou a sua ótica a respeito dos cristãos, isto é, o perseguidor transformado torna-se um dos anunciadores do Evangelho de Jesus Cristo (At 9.3-19; 22.6-1; 26.12-18).
Paulo realiza três grandes viagens missionárias que além dos dados geográficos notam-se descrições diferenciadas, tendo como destaque.
 Na primeira viagem missionária, o reconhecimento da dimensão humana da missão, constituição de líderes, o perigo da fragmentação e a busca da padronização (At 14.6; 14.21-23; 25.1; 15.28,29).
Já na segunda viagem, percebe-se o cuidado com o discipulado (At 15.36).
E a terceira viagem, permite compreender a necessidade do trabalho em equipe (At 18.24-28), a necessidade dos cristãos possuírem um coração missionário (At 20.17-35), e em suma, o desfrutar do fruto do discipulado (At 21.16).
Portanto, o apóstolo Paulo era grato a Deus por ter recebido um ministério para pregar o Evangelho aos gentios, verdade que fica nítida em que “eu seja ministro de Jesus Cristo entre os gentios, ministrando o evangelho de Deus” (Rm 15.16).
O trecho de Gál 1.14,15 indica que um dos ingredientes essenciais recebidas por Paulo é que o seu ministério seria entre os gentios. Posteriormente, no concílio efetuado em Jerusalém (sobre o qual lemos no segundo capítulo da epístola aos Gálatas), vemos que sua missão especial foi reconhecida e aprovada pelos demais apóstolos (CHAMPLIN, p. 128).
Em suma, ao aproximar o fim do seu ministério o apóstolo Paulo escreve ao jovem Timóteo em tom de despedida usando as seguintes palavras: Combati o bom combate, acabei a carreira e guardei a fé (2 Tm 4.7).
Quem combate é o soldado, quem põe fim a carreira é o atleta e quem guarda alguma coisa é o mordomo. Por isso, o ministério de Paulo é resumido com as marcas de um soldado, de um atleta e de um mordomo.
Conclui o primeiro tópico tendo como referência o desejo do apóstolo Paulo em que a Igreja em Roma compartilhasse do propósito da sua chamada, a pregação aos gentios.
II – A NECESSIDADE DO PLANEJAMENTO MISSIONÁRIO
 Os israelitas receberam as promessas terrenas e os cristãos as promessas celestiais, logo a missão da Igreja é pregar o evangelho a toda criatura. Paulo que congregou em Antioquia, igreja missionária, percebeu a importância estratégica de Roma para chegar-se à Espanha.
Ninguém sabe ao certo se Paulo chegou à Espanha, mas ele tinha o propósito de visita-la, tanto que a havia incluído em seu itinerário de viagem (RADMACHER; ALLEN; HOUSE, p.402).
É possível que Paulo tenha sido libertado em cerca de 63 d.C., e que tenha visitado tanto a Espanha como a área do mar  Egeu, uma vez mais... As epístolas pastorais, ou pelo menos II Timóteo, parecem envolver um ministério posterior à história narrada no livro de Atos, desenvolvendo no Oriente, pelo que também parece que Paulo pode cumprir o seu desejo de visitar a Espanha, conforme expressou em Romanos 15.24 (CHAMPLIN, p. 125).
Ser uma igreja missionária proporciona a ampliação da pregação do evangelho e os benefícios são inúmeros. Sendo que a obra missionária também se dá por meio de contribuições (Rm 15.27).
III – A NECESSIDADE ESPIRITUAL NA OBRA MISSIONÁRIA
E rogo-vos, irmãos, por nosso Senhor Jesus Cristo e pelo amor do Espírito, que combatais comigo nas vossas orações por mim a Deus.
O pedido de oração de Paulo tinha três propósitos:
1- liberdade dos rebeldes. Paulo estava vigilante a respeito dos perigos de uma obra missionária, principalmente em Jerusalém.
2- sucesso na administração dos recursos recebidos na coleta (Rm 15.26).
3- poder visitar aos irmãos em Roma. E que nesta visita o apóstolo viesse a recrear com a comunidade cristã em Roma, isto é, Paulo entendeu previamente que a Situação de Jerusalém era conflituosa. Ele esperava um tempo de refrigério para os cristãos em Roma (RADMACHER; ALLEN; HOUSE, p.402).
Portanto, o desejo de Paulo para que o evangelho fosse pregado e a dedicação deste na propagação demonstra que a obra do Senhor é conduzida pelo Espírito Santo, onde indivíduos são chamados, capacitados e enviados para a realização de um ministério bem-sucedido para honra e glória do Senhor Jesus.
REFERÊNCIA
CHAMPLIN. R.N. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. Volume 5. São Paulo: Hagnos, 2014.
RADMACHER, Earl D. ALLEN, Ronaldo B. HOUSE, H. Wayne. O Novo comentário Bíblico Novo Testamento. Rio de Janeiro: Editora Central Gospel, 2013.