Deus é Fiel

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domingo, 5 de junho de 2016

Subsídio para as aulas da EBD – A Tolerância Cristã


Subsídio para as aulas da EBD – A Tolerância Cristã
Em Rm 14.1 a 15.13 o apóstolo Paulo descreve o modelo da relação ideal entre os cristãos. Relação que deverá ser caracterizada pela tolerância aos mais fracos, o correto exercício da liberdade e cuja esperança esteja firmada em Cristo, que outorga o exemplo da abnegação.
 

Sobre o Texto Áureo, porque o Reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo (Rm 14.17), pode afirmar que o Reino de Deus não é constituído de coisas externas, como a comida, mas que seja constituída de realidades espirituais como a justiça nas ações e nos pensamentos; a paz que procura viver em harmonia; e a alegria que vem do Espírito Santo. Os que entendem as realidades espirituais do reino não se entregam à satisfação meramente passageira, pois evitam a realização dos seus desejos egoístas, escolhendo privilegiar a alegria espiritual de abster-se de tais desejos por causa dos outros (RADMACHER; ALLEN; HOUSE, p.398).
I – Uma igreja heterogênea (Rm 14.1-12)
Paulo comenta que havemos de comparecer ante o tribunal de Cristo (Rm 14.10), logo a escrita do capítulo corresponde com instruções ou exortações para os crentes em Jesus Cristo. A tolerância aos mais fracos permite a concretização da aceitação de uns para com os outros. Sendo que há um preço no que corresponde a esta aceitação, o preço da conformidade.
Em toda sociedade humana há um preço a pagar pela aceitação – a conformidade. Conformidade no vestir, conformidade em atividades, conformidade em presumimos que seremos aceitos por eles, e finalmente sentiremos que também fazemos parte (RICHARDS, p.322).
Conformidade com os membros do corpo de Cristo pode ser identificada nas seguintes ações do cristão: justiça, retidão e conhecimento.
Ser justo para com o outro é não requerer algo além da condição deste. Já ser reto é medir as ações conforme os padrões do indivíduo. Por fim, o conhecimento do próximo permite ações que seja de fato coerente com a realidade do mesmo, permitindo assim a unidade entre os membros do corpo de Cristo.
Portanto, os mais fortes são exortados a receberem os que estão enfermos, ou seja, a aceitarem não na própria consciência, pois estes têm como Senhor a Jesus. Entretanto, aceitar os outros não significa que devemos concordar com tudo o que eles creem imediatamente. Não significa que aprovemos tudo o que eles fazem. No mundo, a aceitação significa que deve haver conformidade. Em Cristo, a aceitação significa que, na companhia do povo de Jesus, há recepção, calor humano e amor- amor que diz a irmão e irmãs que, finalmente, eles encontraram o povo de que fazem parte (RICHARDS, p.323).
Por fim, os fortes eram os judeus crentes em Jesus Cristo que ainda viviam debaixo da Antiga Aliança. Enquanto, os crentes fortes eram aqueles, tanto judeus ou gentios convertidos, que conheciam os preceitos da Nova Aliança.
II – UMA IGREJA TOLERANTE (Rm 14.13-23)
A liberdade cristã dever ser firmada em um propósito, e não na destruição, e por fim, deverá ser confirmada na direção das coisas que servem para a paz e edificação.
1- Propósito. Para o apóstolo o propósito do cristão não pode ser direcionado para o tropeço e nem para o escândalo, isto é, as ações desenvolvidas pelos os filhos de Deus não podem conduzir alguém a cometer pecado. Pecado é errar o alvo. Portanto, o propósito do cristão deverá ser voltado para a santificação dos demais irmãos em Cristo.
2- Não destruas. Paulo trata aqui do princípio da convicção, unindo-o ao princípio da consideração para com o irmão que é fraco. Esse é um passo em direção à maturidade. Se comer carne (v.2; 1 Co 8.7-11; 10.25-28) escandaliza o cristão fraco, então o que é forte não deveria comê-la (RADMACHER; ALLEN; HOUSE, p.400).
3- Direção que conduz à paz e a edificação. Conforme o versículo 19, a paz e a edificação estão diretamente associados com a convivência entre os irmãos. Isto é, cada um deve desenvolver meios para que a paz seja real e fazendo isto estará edificando uns aos outros. Pois, cada um de nós agrade ao seu próximo no que é bom para edificação (Rm 15.2).
O cristão deve viver e agir em prol da edificação, ou seja, ele deve praticar ações que edifiquem (RADMACHER; ALLEN; HOUSE, p.400).
III – UMA IGREJA ACOLHEDORA (Rm 15.1-13)
O termo grego denota a expectativa confiante ou a antecipação, e não o pensamento tendencioso como no entendimento a partir do senso comum. O uso da palavra esperança nesse contexto é incomum e irônico, pois ele sugere que os gentios, que nada sabiam sobre o Messias, ou aqueles que pouco sabiam a respeito dele, anteciparam-se e aguardavam a Sua vinda. Porém, para nós, é suficiente refletir sobre os atos de Cornélio (Atos 10) a fim de percebermos que alguns dentre os gentios tinham esperança na vinda do Messias judeu. Jesus foi enviado não só para a salvação dos judeus, mas também dos gentios. Considerando que Deus é o autor da nossa salvação, podemos chama-lo de o Deus da esperança, porque foi isso o que Ele nos deu Rm 15.13 (RADMACHER; ALLEN; HOUSE, p.402).
Logo, o Deus de esperança outorga gozo e paz. Pois, a esperança indica e se caracteriza pela expectativa confiante em um Deus de paciência e consolação. Portanto, a paciência e a consolação das Escrituras proporcionam a esperança.
A unidade entre os cristãos tornará visível para a sociedade a partir do momento em que a tolerância for real. No instante em que a liberdade passar a ser vivenciada. E na ocasião em que a esperança ter como base a paciência e a consolação das Escrituras e, na hora em que a esperança proporcionar gozo e paz para a comunidade cristã. Portanto, o agir dos crentes fortes deverá ser no agradar aos fracos no que corresponde à edificação destes últimos no Senhor Jesus.
REFERÊNCIA
RADMACHER, Earl D. ALLEN, Ronaldo B. HOUSE, H. Wayne. O Novo comentário Bíblico Novo Testamento. Rio de Janeiro: Editora Central Gospel, 2013.
RICHARDS. Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2008.

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