Subsídio
para as aulas da EBD – Cosmovisão Missionária
Conforme a verdade prática os cristãos precisam ter uma visão
missionária amorosa e abrangente. É necessário saber que a proclamação do Evangelho
é uma ordem de Cristo para sua Igreja, sendo que nesta missão a Igreja deverá
fazer discípulos (Mt 28.19,20). Na sua missão evangelizadora a igreja deverá
alcançar os confins da terra, e para isto, a mesma deverá preparar obreiros e
os envia-los para que a mensagem seja pregada nos quatro cantos da terra.
Paulo demonstra sua gratidão a Deus por ter recebido a honra de
ser ministro dos gentios (Rm 15.16), informando aos irmãos em Roma a grandeza
de seu ofício, pois o apóstolo propagou o Evangelho de Jerusalém aos arredores
de Ilírico, buscando sempre pregar o Evangelho onde outro não tinha pregado (Rm
15.19-21).
O apóstolo dos gentios desejava chegar a Roma, vendo esta como o
acesso à Espanha, também era esperado que esta missão fosse patrocinada pelos
os cristãos de Roma. Por fim, percebe-se um pedido do apóstolo para que a
comunidade cristã orasse por ele, tendo como objetivos: a liberdade da pressão
dos rebeldes, a administração para com os santos em Jerusalém fosse um sucesso
e que pela vontade de Deus o apóstolo chegasse a Roma.
I – A NECESSIDADE DE UMA COSMOVISÃO
MISSIONÁRIA
As informações acerca do apóstolo Paulo são selecionadas em dois
grupos: fontes primárias e fontes secundárias. As fontes primárias são as
informações a respeito do apóstolo encontradas no livro de Atos, enquanto as
secundárias são os indicadores que o apóstolo dá de si mesmo nas epístolas.
Discípulo acadêmico de Gamaliel que por suas convicções tornou-se
perseguidor dos cristãos e em uma viagem para executar seu propósito de inibir
os cristãos teve um encontro com Cristo, que mudou a sua ótica a respeito dos
cristãos, isto é, o perseguidor transformado torna-se um dos anunciadores do
Evangelho de Jesus Cristo (At 9.3-19; 22.6-1; 26.12-18).
Paulo realiza três grandes viagens missionárias que além dos dados
geográficos notam-se descrições diferenciadas, tendo como destaque.
Na primeira viagem
missionária, o reconhecimento da dimensão humana da missão,
constituição de líderes, o perigo da fragmentação e a busca da padronização (At
14.6; 14.21-23; 25.1; 15.28,29).
Já na segunda viagem, percebe-se o cuidado
com o discipulado (At 15.36).
E a terceira viagem, permite compreender
a necessidade do trabalho em equipe (At 18.24-28), a necessidade dos cristãos possuírem um coração missionário (At 20.17-35), e em suma, o
desfrutar do fruto do discipulado (At
21.16).
Portanto, o apóstolo Paulo era grato a Deus por ter recebido um
ministério para pregar o Evangelho aos gentios, verdade que fica nítida em que “eu seja ministro de Jesus Cristo entre os gentios,
ministrando o evangelho de Deus” (Rm
15.16).
O trecho de Gál 1.14,15
indica que um dos ingredientes essenciais recebidas por Paulo é que o seu
ministério seria entre os gentios. Posteriormente, no concílio efetuado em
Jerusalém (sobre o qual lemos no segundo capítulo da epístola aos Gálatas),
vemos que sua missão especial foi reconhecida e aprovada pelos demais apóstolos (CHAMPLIN,
p. 128).
Em suma, ao aproximar o fim do seu ministério o apóstolo Paulo
escreve ao jovem Timóteo em tom de despedida usando as seguintes palavras: Combati o bom combate, acabei a carreira e guardei a fé
(2 Tm 4.7).
Quem combate é o soldado, quem põe fim a carreira é o atleta e
quem guarda alguma coisa é o mordomo. Por isso, o ministério de Paulo é
resumido com as marcas de um soldado, de um atleta e de um mordomo.
Conclui o primeiro tópico tendo como referência o desejo do
apóstolo Paulo em que a Igreja em Roma compartilhasse do propósito da sua
chamada, a pregação aos gentios.
II – A NECESSIDADE DO PLANEJAMENTO
MISSIONÁRIO
Os israelitas receberam as
promessas terrenas e os cristãos as promessas celestiais, logo a missão da Igreja
é pregar o evangelho a toda criatura. Paulo que congregou em Antioquia, igreja
missionária, percebeu a importância estratégica de Roma para chegar-se à
Espanha.
Ninguém sabe ao certo se
Paulo chegou à Espanha, mas ele tinha o propósito de visita-la, tanto que a
havia incluído em seu itinerário de viagem
(RADMACHER;
ALLEN; HOUSE, p.402).
É possível que Paulo tenha
sido libertado em cerca de 63 d.C., e que tenha visitado tanto a Espanha como a
área do mar Egeu, uma vez mais... As
epístolas pastorais, ou pelo menos II Timóteo, parecem envolver um ministério
posterior à história narrada no livro de Atos, desenvolvendo no Oriente, pelo
que também parece que Paulo pode cumprir o seu desejo de visitar a Espanha,
conforme expressou em Romanos 15.24 (CHAMPLIN,
p. 125).
Ser uma igreja missionária proporciona a ampliação da pregação do
evangelho e os benefícios são inúmeros. Sendo que a obra missionária também se
dá por meio de contribuições (Rm 15.27).
III – A NECESSIDADE
ESPIRITUAL NA OBRA MISSIONÁRIA
E rogo-vos, irmãos, por nosso Senhor Jesus Cristo e pelo amor do Espírito,
que combatais comigo nas vossas orações por mim a Deus.
O pedido de oração de Paulo tinha três propósitos:
1- liberdade
dos rebeldes. Paulo estava vigilante a respeito dos perigos de uma obra
missionária, principalmente em Jerusalém.
2- sucesso
na administração dos recursos recebidos na coleta (Rm
15.26).
3- poder
visitar aos irmãos em Roma. E que nesta visita o apóstolo viesse a
recrear com a comunidade cristã em Roma, isto é, Paulo
entendeu previamente que a Situação de Jerusalém era conflituosa. Ele esperava
um tempo de refrigério para os cristãos em Roma (RADMACHER; ALLEN; HOUSE, p.402).
Portanto, o desejo de Paulo para que o evangelho fosse pregado e a
dedicação deste na propagação demonstra que a obra do Senhor é conduzida pelo
Espírito Santo, onde indivíduos são chamados, capacitados e enviados para a
realização de um ministério bem-sucedido para honra e glória do Senhor Jesus.
REFERÊNCIA
CHAMPLIN. R.N. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. Volume 5. São Paulo: Hagnos, 2014.
RADMACHER, Earl D.
ALLEN, Ronaldo B. HOUSE, H. Wayne. O Novo comentário Bíblico Novo Testamento. Rio de Janeiro: Editora Central Gospel, 2013.
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