O Perigo da
Indiferença Espiritual
O evangelista João é
bem declarativo no que corresponde o ministério particular de Jesus, fase
ministerial em que o Messias atende as necessidades dos discípulos. No capítulo
15 Jesus se apresenta como a Videira Verdadeira, enquanto o Pai é o Lavrador, e
os cristãos de maneira geral são as varas, porém no contexto percebem-se as
seguintes palavras do Senhor: vós sereis meus amigos, se fizerdes o que eu vos
mando (Jo 15.14).
Jesus
é o nosso modelo de amor (v.13). E a comunhão com Ele é a razão para amar como
Ele ama. Se os cristãos obedecem ao mandamento de Jesus de amar, eles terão
comunhão e amizade com Ele. Veja que amizade, ao contrário de filiação, não é
um dom dado de uma vez por todas, mais algo que cresce conforme há obediência
ao mandamento de Jesus para amar (RADMACHER; ALLEN; HOUSE, p.269).
O objetivo geral da
presente lição é: destacar a importância da obediência e
alertar para os perigos da indiferença espiritual.
Já os objetivos
específicos são:
Interpretar
a parábola dos dois filhos;
Alertar
para os perigos de a prática não ser condizente com o discurso;
Incentivar
a prática da obediência;
Há uma curiosidade,
pois a parábola é trabalhada apenas nos escritos de Mateus, fato que permite
entender o porquê do segundo filho representar a Israel, que em primeiro
momento promete obedecer, porém em suas atitudes demonstra total desobediência
ao querer do Pai.
I – INTERPRETAÇÃO
DA PARÁBOLA DOS FILHOS
A parábola em estudo
apresenta os seguintes personagens: o pai e dois filhos.
O pai representa a
pessoa de Deus, que tem autoridade e tem possibilitado o livre acesso do ser
humano à sua presença. Logo, a parábola descreverá duas questões básicas: a
autoridade e a possibilidade do relacionamento pessoal com Deus.
O primeiro filho
desobedece em palavras, porém arrepende-se e obedece com atitude. Este filho
não reconheceu a autoridade de seu pai, entretanto reconheceu a necessidade de
se relacionar perfeitamente com o pai.
Já o segundo filho
promete obediência por meio das palavras, porém desobedece com atitude.
Portanto, o segundo filho reconhece a autoridade, mas não percebe a necessidade
de ser relacionar pessoalmente com o pai.
Mas
de que maneira maravilhosa o primeiro filho nos fala ao coração. No passado,
nós podemos ter rejeitado a Deus. Mas a porta para a filiação permanece aberta.
Nós podemos decidir, agora, submeter-nos a Ele. E ao submeter-se a Ele e
reivindicar as promessas que Deus nos faz em Cristo, o pior dos pecadores pode
torna-se um filho de Deus (RICHARDS,
p.71).
II –
QUANDO AS PALAVRAS NÃO SE COADUNAM COM A PRÁTICA
As palavras
proferidas pelos cristãos devem dá frutos para o bem e não para o mal. Assim,
como o arrependimento proporciona a prática de boas obras. Em fim, as palavras
não devem se posicionar contrária à ação.
O presente tópico
apresenta duas descrições básicas para a compreensão do mesmo: primeira,
compreender o significado prático do arrependimento; e, segundo, entender o
autêntico significado da tristeza segundo Deus.
Arrependimento é:
A
mudança da mente e coração que leva à mudança de atitude; desviar-se
sinceramente de pecado para voltar-se para Deus. O arrependimento confessado a
Deus e a fé em Jesus Cristo formam a base em que as pessoas podem conhecer a
Deus por si mesmas (GUIA CRISTÃO DE LEITURA DA BÍBLIA, pp. 792).
Já o arrependimento
quando transmite tristeza segundo Deus pode ser assim compreendido:
A
genuína tristeza gerada pelo arrependimento quanto ao pecado cometido leva
pessoa uma mudança de mentalidade e a uma reconciliação com Deus. Como o termo
arrependimento significa voltar-se par Deus, que é o Salvador, o arrependimento
resulta em libertação espiritual e salvação (2 Co 6.2). Infelizmente, o tipo de
tristeza que o mundo gera opera a morte (RADMACHER; ALLEN;
HOUSE, p.467).
III
– UM CHAMADO A FAZER A VONTADE DE DEUS
A desobediência
demonstra desrespeito à autoridade e a falta de intimidade para com Deus,
portanto o desobediente não tem possibilidade de realizar a vontade do Senhor.
Verdade que se torna visível na vida de Adão que por desobedecer a Deus perdeu
a comunhão demonstrada na visita do Senhor que ocorria todos os dias, fato que era
comum antes da consumação do pecado.
Portanto, Jesus em
sua obra proporciona ao ser humano a aproximação para com o Pai, mas é
necessário que os indivíduos reconheçam suas próprias necessidades e busquem a
Deus de todo o coração.
Na Bíblia há três tipos
específicos de chamados: o primeiro, Deus chama o homem ao arrependimento; o
segundo, Deus chama o homem para servi-lo; e, o terceiro, Deus chama o homem
para desfrutar da glorificação. A presente lição ratifica a importância do
chamado para a salvação que tem o arrependimento como elo que outorga transformação
espiritual.
REFERÊNCIA
GUIA CRISTÃO DE LEITURA DA BÍBLIA. Rio
de Janeiro: CPAD, 2013.
RADMACHER, Earl D. ALLEN, Ronaldo B. HOUSE, H. Wayne. O Novo
comentário Bíblico Velho Testamento. Rio
de Janeiro: Editora Central Gospel, 2013.
RICHARDS. Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. Rio de Janeiro:
CPAD, 2008.