Texto: Combati
o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé (2 Tm 4.7).
Introdução
É dever daqueles que desejam servir ao Senhor
exercer de maneira convicta o seu chamado. Não há pessoa no seio da igreja que
não tenha um chamado da parte de Deus. Cada um é útil a Deus da sua maneira. E
para vivenciar um chamado estruturado é necessário respondermos duas perguntas:
quem somos? E a quem servimos? Quando temos a convicção de que servimos a Jesus
Cristo e somos a Igreja de Jesus ninguém mais nos segurará (Rm 8.35-39), pois o
nosso desejo será servir ao Senhor da melhor maneira.
I – PAULO BOM EXEMPLO DE
MINISTÉRIO BEM SUCEDIDO.
Saulo, o mesmo que Saul, tem como significado o desejado
foi em sua prática de fé judaica assolador da igreja primitiva (At 8.3),
invadia as casas, arrastava e lançava na prisão os cristãos, porém Deus o
chamou para ser propagador do evangelho aos gentios, reis e aos filhos de
Israel (At 9.15).
1- O chamado de Paulo. De Saulo a Paulo,
enquanto o nome Saulo indica o sentimento de desejo, o nome Paulo passa a
indicar o sentido de pequeno, pois em meio ao conhecimento de Paulo o evangelho
seria propagado mediante a graça transformadora de Cristo (Fp 3.8, 2 Co 12.9). Como
bom judeu o apóstolo no período anterior a sua conversão queria ser útil a Deus,
por isso, Paulo tornou-se um perseguidor da fé cristã, pois via na mesma uma
ameaça aos princípios do judaísmo. Antes a sua conversão, Paulo já se destacava
por sua entrega e veemência a uma missão (At 9.2). Logo após a conversão o
apóstolo Paulo não perdeu o desejo de ser útil a Deus, sendo assim dedicou com
toda veemência à propagação do evangelho chegando a realizar três viagens missionárias
(At 13.2,3).
2- Identificação do apóstolo nas epístolas. O apóstolo Paulo em suas 13 cartas se apresenta de três maneiras: servo,
apóstolo e prisioneiro. As cartas antigas começam com o nome e credenciais do
remetente e também uma saudação ao destinatário. Com estas três credenciais
torna-se notório que o apóstolo Paulo exercia com primazia o ministério no qual
tinha sido chamado. Como servo (Rm 1.1,Fp 1.1, Tt 1.1), o apóstolo Paulo foi
submisso a Deus e não teve medo de assumir riscos em prol do Evangelho. Por tal
atitude Paulo foi um servo sofredor (2 Co 11.23-28). Além de servo, Paulo em
algumas das suas cartas se apresenta como apóstolo (Rm 1.1, 1Co 1.1, Cl 1.1), como apóstolo Paulo queria
demonstrar para as igrejas a validade de seu chamado. E por fim, como
prisioneiro Paulo se apresenta a Filemon tanto para demonstrar a sua situação
no momento como prisioneiro e para introduzir o assunto que tinha a expor com
Filemon (Fm 1.1).
3- Paulo e o fim da carreira. A prática de um
chamado estruturado será confirmada no fim da carreira ministerial. Paulo
encerra suas atividades ministeriais se apresentado como soldado (combati o bom combate), como atleta (acabei a carreira) e como mordomo (guardei a fé). Como soldado Paulo foi valoroso e
estratégico em sua missão, como atleta o apóstolo foi incansável e submisso e
como mordomo Paulo concretiza o valor da paciência e da esperança para ser bem
sucedido ministerialmente.
II – CONHECENDO A IDENTIDADE
CRISTÃ.
Para um chamado estruturado é necessário que
conheçamos a nossa identidade. E além de tudo somos cristãos, que quer dizer seguidores
de Cristo (At 11.26) e também somos a igreja de Cristo (Mt 16.18). Logo, surge
uma pergunta: quem somos? E para ter um ministério bem sucedido ou para exercer
um chamado estruturado não poderemos esquecer que somos a igreja de Jesus
Cristo.
1- Cristo firme fundamento da Igreja. O termo
igreja corresponde ao grego eclésia, que é descrita em termos humanos (1 Ts
1.1), em termos divinos ( (1 Co 1.2, 1 Ts 2.14) e também é descrita como igreja de Cristo (Ef
5.23,24). Em 1 Pedro 2.5-8, nós cristãos somos apresentados como pedras vivas e
Cristo como a pedra da esquina. Somos uma construção espiritual que se chama
igreja.
A igreja possui quais dois milênios de existência
(sentido cristianismo) o que permite a existência da mesma em todos estes anos,
em meio as perseguições e tribulações é de fato o fundamento da igreja, pois se
a igreja estivesse firmada no apóstolo Pedro a mesma não existira mais, porque
de fato Jesus Cristo é a pedra da esquina e sobre Ele estamos firmados (Mt 16.18).
Além do tempo da existência, outro indicador de ser
Cristo o firme fundamento da igreja são as inúmeras pessoas que foram
transformadas pelo poder do evangelho (Rm 1.16).
2- Virtudes essenciais da Igreja. Agora,
pois, permanecem a fé, a esperança e a caridade, estas três; mas a maior destas
é a caridade (1 Co 13.13). A fé nos faz viver o hoje com o que temos e de fato nos
caracteriza no que somos. Já a esperança nos faz viver o hoje acreditando no
amanhã. São de fato duas virtudes inseparáveis que se tornam fortes quando
ligadas ao amor.
A esperança cristã consiste na ressurreição dentre
os mortos (1 Ts 4.13), da glória de Deus (Rm 5.2), de uma nova dispensação (2
Co 3.12), da justiça (Gl 5.5) da salvação (2 Co 1.10), da segunda vinda de
Cristo (Tt 2.13) e da esperança da vida eterna (Tt 1.2). Portanto, a esperança
tem como fontes: a experiência (Rm 5.4), as Escrituras (Rm 15.4) e a
consciência de ter sido chamado por Deus (Ef 1.18).
Entretanto, a igreja é definida como organismo e
como organização. Quando relacionamos a igreja a um organismo estamos tratando
do sentido real da sua existência, proporcionar paz, vida e salvação a todos os
que receberem a Cristo como Salvador (Jo 10.10;16,33). E como organização a
igreja é vista como uma instituição perante a lei vigente de cada nação. Como
organismo a igreja está a crescer dia a dia (At 2.47).
III – CONHECENDO A QUEM
SERVIMOS.
1- As nações e suas divindades. Cananeus, filisteus e demais
povos pagãos adoravam a outras divindades e foram povos que tiveram relação
direta com os israelitas e em meio a este relacionamento entre nações tais
povos não requeriam dos israelitas o abandono de Deus, porém influenciavam os
israelitas a práticas politeístas e como consequência a nação eleita deixava de
servir a Deus e serviam a Baal e a Astarote, isto no período dos Juízes (Jz
2.13). Dentre tantas divindades está Baal que era o principal deus adorado
pelos cananeus, era considerado o deus da fertilidade, da chuva e da vegetação,
enquanto Astarote era a deusa da guerra e da fertilidade e mulher de Baal. O
culto a Baal envolvia o sacrifício de crianças (2 Re 21.3-6).
Elevo os olhos para os montes: de onde me
virá o socorro? (Sl 121.1), tal citação corresponde ao período de idolatria
vivenciado pelos israelitas. Havia neste período a distribuição de altares nos
montes de Israel. De fato era a prostituição cultural referida por Jeremias e
por Oséias, por isso o salmista expressa que o socorro vem do Senhor que fez o
céu e a terra (Sl 121.2).
2- Servimos a Jesus. Que é verdadeiro Deus
e verdadeiro homem. Jesus é Deus completo e também homem completo. Nada falta a
natureza divina de Jesus.
A= Os nomes de
Cristo. Os
principais nomes de Jesus são: Cristo, que é mais do que um simples nome, e tem
por significado Messias, termo reservado ao enviado do Senhor; Jesus, nome
humano do Messias, que tem como significado aquele que salva, portanto o nome
Jesus indica que Ele salvaria seu povo, ou seja, que Ele seria o Salvador;
Filho do Homem, termo que aparece sessenta e sete vezes dita por Jesus para
expressar a Si mesmo, tal nome corresponde a Jesus como verdadeiro homem; Filho
de Deus, nome que tem dois sentidos, no sentido origem e no sentido trinitário,
sentido origem indica que Jesus é Deus e no sentido trinitário indica que Jesus
é a segunda pessoa da Trindade; Senhor, nome que corresponde: quem é, e qual a
relação de Jesus com a igreja, Jesus é o Senhor da igreja; Servo, nome que
indica que Jesus em tudo obedeceu até o pondo de morrer pelos outros.
B= Servimos ao Deus
Vivo. Jesus
é Deus (Jo 1.1), e morreu pelos nossos pecados (Jo 3.16), porém ressuscitou ao
terceiro dia (Lc 24.1-12) e cinco são as provas da ressurreição de Jesus: o
sepulcro estava vazio, Jesus apareceu aos seus discípulos, os discípulos
tocaram em Jesus, os discípulos ficaram transformados e a Igreja continua firme
até o dia de hoje.
CONCLUSÃO
Aquele que por Deus é chamado deverá exercer com
excelência o seu ministério e para isto é necessário reter os exemplos de vida
de homens que nos antecederam no serviço cristão. E também saber quem somos e a
quem servimos.
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