Deus é Fiel

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terça-feira, 13 de janeiro de 2015

A Doutrina do Homem


Texto: E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo o réptil que se move sobre a terra.
E criou Deus o homem à sua imagem: à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou. (Gênesis 1.26-27).
O homem foi criado à imagem e a semelhança de Deus, fato que ocorreu no sexto dia da criação. As ciências humanas proporcionam inúmeras definições a respeito do homem. Por exemplo, a filosofia e em especial o filósofo Aristóteles afirmava que o homem é um ser pensante, político e social. Porém, a Bíblia é a única fonte segura para a compreensão exata do ser humano.
A antropologia é a ciência que estuda o homem e suas relações sociais. Analisando questões políticas, sociais, religiosas dentre outras. Sendo assim, na ótica bíblica o estudo do homem é auxiliado por outras doutrinas, por exemplo: eclesiologia, que enquadra o relacionamento do ser humano com o meio religioso e com as convicções sagradas, da mesma forma a doutrina do pecado, hamartiologia, em que a analise descrita se resume na culpa, na pena e na condenação do ser humano e por outro lado a soteriologia, doutrina da salvação, em que a salvação para a humanidade é apresenta na pessoa de Jesus Cristo (At 4.12).
Panorama concernente à doutrina do homem
1- Classes de seres humanos segundo a Bíblia. O ser humano é enquadrado em três classes: natural, carnal ou espiritual.
O ser humano considerado natural é aquele que não conhece a pessoa de Deus e, por isso, vive sem harmonia com o Senhor. É guiada por seus próprios desígnios e realiza obras segundo seus próprios desejos sem medir as consequências.
Por outro lado os que compõem o grupo dos carnais são aqueles que conhecem a pessoa de Deus e também possui conhecimento dos estatutos do Senhor, mas mesmo assim continuam com práticas que desagradam a Deus. São carnais porque mesmo conhecendo a vontade de Deus não são obedientes aos desígnios do Senhor.
Ao escrever para as igrejas localizadas na Galáxia o apóstolo Paulo aconselha aos membros a andarem em Espírito e ao mesmo tempo cita as obras da carne, que são: prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias, invejas, homicídios, bebedices e glutonarias (Gl 5.19-21). Note se os que tais obras praticam são naturais por não conhecerem a vontade de Deus ou são carnais por desobedecerem à vontade de Deus.
E por fim, o grupo dos espirituais são aqueles que conhecem a Deus e buscam a cada instante obedecer aos estatutos do Senhor.
Para que o ser humano se agrupe a classe dos espirituais é necessário que o indivíduo passe pelo nascimento espiritual, ou seja, pelo processo da regeneração que é uma das doutrinas fundamentais da fé cristã. A regeneração trata-se do novo nascimento, que na narrativa do evangelista João no capítulo três, se refere ao nascer da água e do Espírito. Ao passar pelo novo nascimento a vida da pessoa é mudada e tudo se torna novo (2Co 5.17).
O homem espiritual desenvolve os frutos do Espírito que são: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança e contra essas coisas não há lei. E o apóstolo Paulo ainda aconselha se vivemos no Espírito, andemos no Espírito (Gl 5.22,23,25).
2- Conhecendo o ser humano com base na parábola do Bom Samaritano. Os personagens da parábola são: um viajante, os salteadores, o sacerdote, o levita e por fim um samaritano. Esta narrativa bíblica estar registrada em Lucas 10.25-37.
O viajante é a vítima da narrativa. No processo histórico quantas são as vítimas do sistema? Na verdade são inúmeras. Mas, não cabe ao ser humano julgar ou condenar.
Os salteadores são os representantes diretos da filosofia “o que é seu é meu”. As práticas dos salteadores foram o furto e o espancamento ao ponto de deixarem o viajante meio morto.
O sacerdote e o levita representam a filosofia de vida dos egoístas “o que é meu é meu”. E estes não fizeram nada. Pelo contrário passaram de largo.
Por fim, o samaritano que viu a vítima, ouviu os gemidos do homem caído, desceu do animal que utilizava na viajem, socorreu e cuidou da vítima. O samaritano representa um terceiro tipo de filosofia de vida “o que é meu é seu”. Atitude de pessoas que ajudam e preocupam com o bem estar das outras.
As ações do homem transformado pelo Senhor Jesus são diferenciadas por atitudes cristãs. Pois o mesmo é a imagem de Deus restaurada pela obra realizada por Jesus Cristo na cruz. Sendo assim, cabe ao ser humano buscar a realização daquilo que o dignifica com o meio social. Em algum momento o indivíduo poderá ser a vítima, o salteador, os despreocupados ou o bom samaritano. Bom seria que cada indivíduo fizessem conforme o samaritano, porém, não é assim na prática. Mas, que Deus continue a guiar a igreja e que os cristãos como indivíduos transformados vivam conforme a vontade de Deus.
O homem antes do pecado – Perfeito
O homem foi criado à imagem e a semelhança de Deus. O que caracteriza o homem ter sido criado em moral e caráter semelhante a Deus. Os termos citados em Gênesis, imagem e semelhança não diferem em significado, pois são palavras com definições similares, conforme o texto.
1- Homem criado por Deus. Há teorias que inventam por modismo científico relatos que diferem da Escritura Sagrada no que concerne à criação do Homem. A teoria da evolução é a mais defendida pelos críticos do cristianismo, porém, a Bíblia indica com clareza que o primeiro homem e a primeira mulher foram criados à imagem de Deus, no princípio da criação (Mc 10.6), e não formados no decurso de milhões de anos de processos macroevolucionários (HORTON, 2003, p. 244).
Já para Bancroft (2006, p.205):
Não existe qualquer evidência digna de confiança de que o homem veio de baixo, como produto das forças ou potências da vida do universo material. Por outro lado, há poderosa evidência de que sua origem foi do alto, mediante o poder de Deus demonstrado na criação. A ocorrência da palavra hebraica “bara”, que significa criar, nessa conexão, mostra a separação absoluta entre a humanidade e o reino animal.
2- O Homem possuía conformidade com Deus. Possuir conformidade com Deus indica que o homem era justo, reto e conhecia a Deus. A conformidade com Deus indicava que o homem era perfeito, pois o mesmo era justo, nada o condenava, era reto, não praticava o que desagradava a Deus, e por fim, o homem conhecia a Deus e era conhecido por Deus de forma íntima.
O homem após o pecado e no pecado - Degenerado
1- O pecado do homem foi à desobediência. Segundo a narrativa bíblica o homem não foi criado com e nem no pecado, mas o pecado entrou no mundo pela desobediência do homem ao quebrar a aliança que tinha feito com Deus. Nesta aliança entre Deus e Adão existia uma promessa, a vida; uma condição, a obediência; e uma pena, a morte. Com a desobediência o homem sofreu a morte. No caso de Adão sofreu a morte moral, espiritual e posteriormente com 930 anos a morte física.
As consequências do pecado não se limitaram ao primeiro casal. Pelo pecado de um só homem todos pecaram e assim as consequências passaram a todos os homens. Ao desobedecerem, tanto Adão como Eva, perceberam que estavam nus (Gn 3.7), tiveram medo de Deus e se esconderam (Gn 3.8-10), e por fim foram expulsos do jardim (Gn 3.23,24).
2- Depravação total e incapacidade total. Após a desobediência de Adão a humanidade recebeu como herança do pecado a morte, a culpa e a corrupção.
A corrupção nos estudos antropológicos significa depravação ou degeneração. A corrupção da natureza humana é descrita pela depravação total e pela incapacidade total.
A depravação total indica que toda parte da natureza humana foi afetada pela transgressão, logo, o coração do homem é perverso.
Já a incapacidade total enfatiza que o homem em si é incapaz de fazer qualquer bem espiritual.
O homem após a regeneração – Santificado
Porém, o período de estudo da antropologia pós o pecado se focaliza na pessoa de Jesus. Pois, os judeus esperavam o Libertador, ou seja, aquele que solucionasse os problemas de Israel.
É desta maneira que o evangelista João escreve: Veio para os seus, mas os seus não receberam (Jo 1.11). A rejeição de Jesus pelos os judeus outorgou às demais nações à oportunidade de gozarem do plano de salvação com todas as ações sacerdotais possíveis à igreja (Jo 1.12; 1Pe 2.9).
Se alguém não nascer de novo não pode ver o reino de Deus (Jo 3.3). Os que estão na carne não podem agradar a Deus (Rm 8.8). Ambas as passagens bíblicas indicam que o homem após o pecado tornou-se incapaz. Logo, com a incapacidade humana, de si chegar à presença de Deus, o próprio Deus traçou o caminho para que a humanidade se aproxime dEle.
A regeneração só é possível na pessoal do Senhor Jesus Cristo (At 4.12). Enquanto, a conversão é à saída do indivíduo do mundo, a santificação é à saída do mundo de dentro do cristão. A regeneração é a abrangência da conversão com a santificação.
Em Cristo a imagem de Deus no homem é restaurada, pois quando o indivíduo volta para Deus é por Deus santificado, porque Ele é a fonte de todo o bem.
A doutrina do homem para ser entendida deverá ser estudada respeitando o homem em três momentos. No primeiro momento, o homem antes do pecado, período em que o homem representava a imagem de Deus perfeitamente. Já no segundo momento, o homem após o pecado ou no pecado, período em que o homem representa a imagem de Deus deturpada. E por fim, o homem regenerado, período em que a imagem de Deus presente no homem é restaurada.
Referência:
BANCROFT, Emery H. Teologia Elementar, doutrina e conservadora. São Paulo: Editora Batista Regular, 2006.
HORTON, Stanley M. Teologia Sistemática, uma perspectiva Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2003.
TOGNINI, Enéas. Maria Madalena, A verdadeira história de importantes personagens bíblicas. São Paulo: Bompastor, 2005.

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