A
Santíssima Trindade: um só Deus em três pessoas
Há um só Deus
existente em três pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo. A doutrina que explica
a existência de um Deus em três pessoas é chamada de doutrina da Trindade, que
difere do unicismo e do triteísmo. Historicamente é necessário saber que o
termo trindade foi usado pela primeira vez por Tertuliano.
Historicamente,
a Igreja formulou a doutrina da Trindade em razão do grande debate a respeito
do relacionamento entre Jesus de Nazaré e o Pai. Três pessoas distintas – o
Pai, o Filho e o Espírito Santo – são manifestadas nas Escrituras como Deus, ao
passo que a própria Bíblia sustenta com tenacidade o Shema judaico:
Ouve, Israel o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor (Dt 6.4). (HORTON,
p.158)
Portanto, a doutrina
da Trindade é Bíblica e foi ratificada pelos primeiros pais da Igreja e explicada
da seguinte maneira, único Deus existente em três pessoas: Pai, Filho e
Espírito Santo.
Sobre o triteísmo
assim define Champlin:
Triteísmo
é uma forma de teísmo, fazendo contraste com o deísmo. De acordo com o
triteísmo, existem três deuses, todos eles interessados no homem, intervindo na
história humana, recompensando e punindo (2014, p. 503).
Já sobre os unicistas
percebe-se que esta doutrina explica a existência de único Deus e uma única
pessoa que manifestou em épocas distintas.
I –
CONSTRUÇÕES BÍBLICAS TRINITÁRIAS
Conforme 1 Co 12.4-6
percebe-se que há unidade na diversidade, isto é, três pessoas distintas, único
Deus. Já em 2 Co 13.13 entende-se que a fonte da graça de Jesus Cristo é o amor
do Pai mediante a ação do Espírito Santo em outorgar consolo aos fiéis. O apóstolo
Paulo para a Igreja em Éfeso explica a diversidade de operações, porém ratifica
as funções na unidade de Deus.
Conforme
o escrito da revista, o Pai, o Filho e o Espírito Santo são iguais em poder,
glória e majestade, fato que proporciona a compreensão da defesa de Tertuliano
ao afirmar que ambos são de mesma condição, status; de mesma substância; e, de
mesma essência (SOARES, p.35).
A unidade na
diversidade é definir que as pessoas da Trindade possuem vontade própria, forma
própria e aspectos próprios à identidade.
II –
O DEUS TRINO E UNO
Há inúmeros versículos
que faz referência a divindade de Jesus Cristo:
Em Isaías 7.14 –
Emanuel, Deus Conosco, isto é, Jesus é chamado de Emanuel.
Em Isaías 9.6 –
Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz, isto
é, Jesus é chamado de Deus Forte, nome que revela um dos atributos pertencente
unicamente a Deus.
Sobre João 5.23,
assim escreveu Soares:
O Senhor
Jesus ensinou que a honra devida ao Pai é a mesma devida ao Filho. Isso significa
que o cristão deve adorar o Pai da mesma maneira que adora o Filho (2008, p.53).
Já no que corresponde
ao Espírito Santo percebe-se que Ele é Deus e é uma pessoa.
Há três razões
determinantes em afirmar que o Espírito Santo é uma pessoa.
A
primeira afirmação indica que Ele age como uma pessoa, pois o Espírito Santo ensina (Jo 14.26), testifica
de Cristo (Jo 15.26), fala com os salvos (At 8.29) e chama os obreiros (At
15.26). Somente uma pessoa pode ensinar a outros, testificar de outro, falar
com outros e chamar a outros.
Já a segunda
afirmação em ser o Espírito Santo uma pessoa está
diretamente associada às características de uma pessoa. Pois, o
Espírito Santo possui conhecimento (1 Co 2.1), possui vontade (1 Co 12.11) e
ama (Rm 15.30). Apenas uma pessoa se caracteriza pelo conhecimento, pela
vontade e pelo amor, e estas características definem que o Espírito Santo é
Deus.
E a terceira
característica em ser o Espírito Santo uma pessoa é porque na
Bíblia Ele é tratado como uma pessoa. Dois exemplos corroboram
esta afirmativa, o primeiro em Efésios 4.30, quando Paulo aconselha a não
entristecer o Espírito Santo e o segundo quando Jesus ensinou a respeitou da
blasfêmia contra a Terceira Pessoa da Trindade (Mt 12.31).
Assim como há três
razões que caracteriza ser o Espírito Santo uma pessoa, percebe-se que também
há três razões que define ser o Espírito Santo Deus.
1- O
Espírito Santo tem os atributos de Deus. O Espírito Santo é eterno (Hb 9.14), logo, Ele não é
limitado pelo tempo, pois Ele existe deste toda a eternidade. Bancroft afirma: assim como a eternidade é atributo ou característica da
natureza de Deus, semelhantemente a eternidade pode ser e é atribuída ao
Espírito Santo como uma das distinções pessoais no Ser de Deus (p.188).
Ele é
eterno, sempre foi, é e será. Não tem princípio nem fim. O Espírito Santo não
apareceu repentina e abruptamente quando foi enviado à terra para dar poder aos
crentes, depois da ascensão de Cristo. Fiel, constante e amoroso – Ele é e
sempre será o mesmo e, o eterno Espírito Santo, jamais deixará você cair. Ele é
o mesmo, ontem, hoje e sempre
(HINN, p 53).
O Espírito Santo
também é onisciente, pois o Espírito penetra todas as coisas, ainda as
profundezas de Deus (1 Co 2.10).
O Espírito Santo
também é onipresente (Sl 139.7-10) e onipotente (Gn 1.2), para Hinn a
onipotência do Espírito Santo é demonstrada em três atos poderosos: criação,
trazer o universo do nada; animação, dar vida ao que estava sem vida; e
ressurreição, trazer vida da morte (p.51).
2- O
Espírito Santo tem os nomes de Deus. Ele é chamado de Espírito de Deus (1 Co 3.16), nome
que indica ser Ele Deus. Sendo Ele Deus percebe-se que Ele é o poder e a
energia pessoais da Divindade (BANCROFT, p.188).
A Terceira Pessoa da
Trindade também é conhecido pelo nome Espírito de Deus, nome que está associado
a poder, profecia e direção. O Espírito de Deus pairava sobre as águas (Gn
1.2), aqui associado ao poder de criar. O Espírito de Deus se apoderou dele, e
profetizou (1 Sm 10.10), aqui associado à comunicação. Por fim, todos os que
são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus (Rm 8.14), aqui associado
à direção.
3- O
Espírito Santo faz as obras que somente Deus pode fazer. Três
são as obras divinas nítidas na pessoa do Espírito Santo: criação, predição e
regeneração (Gn 1.2, Jo 3.1-7).
III –
AS CRENÇAS INADEQUADAS
O movimento monarquianista
negava a distinção das Pessoas da Trindade, e ensinava que Jesus era o próprio
Pai, que nasceu, sofreu, morreu e ressuscitou ao terceiro dia. Para Tertuliano os
adeptos do movimento monarquianista, expulsaram a profecia e introduziram a heresia
(apud SOARES, 2017, p. 35).
Contrário a esta
doutrina surge o arianismo que não acreditava na divindade de Jesus, enfatizando
que Jesus era um filho de Deus, criado e não ser um criador.
IV-
RESPOSTA ÀS OBJEÇÕES ACERCA DA TRINDADE
Conforme a verdade
prática:
Cremos em um só Deus,
eternamente subsistente em três pessoas distintas: o Pai, o Filho e o Espírito
Santo iguais em substância, glória, poder e majestade.
E para convalidar o
ensinamento da Igreja ao longo da história do cristianismo o evangelista Mateus
o escreveu as seguintes palavras do Senhor Jesus:
Portanto, ide,
ensinais todas as nações batizando-as em nome do Pai e do Filho, e do Espírito
Santo (Mt 28.19).
Referência:
BRANCROFT. Emery H. Teologia Elementar,
doutrina e conservadora. São Paulo: Editora Batista Regular, 2006.
HINN, Benny. Bem-vindo, Espírito Santo. São
Paulo: Bom Pastor, 2015.
HORTON, Stanley M. Teologia Sistemática: uma perspectiva pentecostal. 8. ed. Rio de
Janeiro: CPAD, 2003.
SOARES, Esequias. A
Razão da nossa fé: assim cremos, assim vivemos. 1. ed. Rio de Janeiro:
CPAD, 2017.
SOARES, Esequias. Cristologia,
a doutrina de Jesus Cristo. São Paulo: Hagnos, 2008.
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