Eleição e
Predestinação
A verdade prática permite compreender que Segundo a sua presciência, Deus elegeu e predestinou para a
salvação os que creiam e perseveram na fé em Cristo Jesus. A
presciência de Deus pode ser compreendida pela seguinte descrição teológica, os
decretos de Deus, e quatro são os decretos de Deus: criação, providência,
redenção e consumação.
Relembrando um pouco do que escrevemos na
introdução do comentário da lição anterior a respeito da eleição:
O termo eleição do grego
προγινωσκω significa, já conhecer ou ter conhecido no passado, em outras
palavras significa prever ou antever. A eleição didaticamente pode ser divida e
entendida da seguinte maneira:
A eleição é preventiva, isto é, Deus utiliza vários meios para impedir a operação do
mal na vida daqueles que o teme.
A eleição é permissiva, isto é, Deus outorga liberdade ao homem para que este realize
as escolhas conforme o livre-arbítrio que possui.
A eleição é diretiva, Deus outorga liderança sobre a vontade humana.
A eleição é determinativa, isto é, Deus executa conforme a sua soberania (PEDRO apud POMMERENING, 2017, p. 89).
Portanto, a presente lição tem como objetivo
geral: Informar que Deus soube de antemão, por
meio de sua presciência, quais pessoas creriam e que , em Cristo, seriam
predestinadas a receber bênçãos espirituais; e, como objetivos
específicos:
Esclarecer a diferença
bíblica entre eleição e predestinação.
Explicar como ocorreu a
eleição divina desde antes à fundação do mundo.
Constatar que a
predestinação bíblica retrata as bênçãos concedidas aos eleitos.
I – ELEITOS PARA UMA VIDA
SANTA E IRREPREENSÍVEL
O presente tópico apresenta a santificação
como a finalidade da eleição dos santos em Cristo Jesus. Lembrando que o termo
santificação permite compreender que o impuro é separado para o uso de Deus, ou
seja, o que não prestava torna-se por meio da santificação reabilitado para o
uso divino. Um exemplo claro é o personagem Abraão que morava no meio de um
povo impuro e idólatra (Js 24.2,3), logo foi separado para ser o pai de uma multidão
de nações (Gn 17.5). Sendo que o processo de santificação dos israelitas se
iniciava com o amor.
O amar a Deus acima de todas as coisas.
Verdade que corrobora com a ética no sentido vertical, isto é, o relacionamento
do indivíduo com Deus é desenvolvido na ótica do amor divino, portanto nós o amamos porque Ele nos amou primeiro (1 Jo 4.19).
A santificação é estudada nos três tempos:
passado, presente e futuro.
No aspecto do tempo, o passado, a
santificação também é chamada de posicional ou pretérita. Corresponde com o
passado ou momento em que o cristão se decidiu a andar debaixo da graça
renovadora de Cristo. Descreve o valor da obra expiadora de Jesus na cruz que
por meio da graça divina é eficaz para salvar o mais indigno dos homens, caso
este se entregue ao Senhor como único e suficiente Salvador. Santificação
pretérita corresponde em vitória sobre a penalidade do pecado.
Já no aspecto do presente a santificação é
também conhecida como progressiva, fato que indica que é desenvolvida dia-a-dia
por meio de escolhas e decisões. Todo cristão que priorize a santificação
deverá consagrar sua vida por meio da leitura da Bíblia Sagrada, da ida à
igreja e de uma vida de oração (Jo 17.17). Santificação progressiva corresponde
com a vitória sobre o poder do pecado.
Sobre a santificação futura percebe-se que
esta só ocorrerá na glorificação dos cristãos. Logo, santificação futura
corresponde com a vitória definitiva sobre o pecado, neste caso sobre a
presença do pecado.
II – PREDESTINAÇÃO PARA
FILHOS DE ADOÇÃO
O pastor Claudionor Andrade sintetiza a
doutrina da predestinação conforme João 3.16 da seguinte maneira:
a) A predestinação é
universal. Ou seja, Deus, em seu profundo e inigualável amor, predestinou todos
os seres humanos à vida eterna. Ninguém foi predestinado ao lago de fogo que,
conforme bem o acentuou Jesus, fora preparado para o diabo e aos seus anjos.
b) Mas o fato de o homem
ser predestinado à vida eterna não lhe garante a bem-aventurança ao lado de
Deus, é necessário, pois, que creia no Evangelho. E, assim, será havido por
eleito.
Por conseguinte, a
predestinação é universal; e a eleição é particular
(1997, p.207).
Portanto, os cristãos são filhos de adoção,
pois o viver no Espírito é também uma descrição que outorga a certeza de que
somos filhos de Deus, pois recebestes o espírito de adoção (Rm 8.15). Richards
associa a este versículo a seguinte explicação:
A carne considera a Torá
como obrigação e tem medo, pois o homem sincero sabe que não conseguirá
cumpri-la. O espírito considera a Torá como uma promessa e exclama Abba
(papai!), exatamente como um filho cujo pai, ao retornar de uma viagem, lhe
trouxe um presente muito especial (2008,
p. 306).
Paulo também descreve a respeito do direito
da herança. Todos os filhos de Deus têm uma herança
baseada na sua relação com Deus, herança de natureza incorruptível, imaculada,
reservada no céu (1 Pe 1.4). A herança dos filhos de Deus inclui uma
expectativa de vida eterna (Tt 3.4-7). Como herdeiros de Deus e co-herdeiros de
Cristo, os filhos de Deus compartilham, agora, dos sofrimentos de Jesus (Fl
3.10) e, no futuro, compartilharão também da Sua glória Fl 3.11-14 (RADMACHER; ALLEN; HOUSE, 2013, p.384).
III – A SUBLIMIDADE DO
PROPÓSITO DIVINO NA PREDESTINAÇÃO
A doutrina bíblica da predestinação está
associada com a vontade divina que se resume no seguinte texto bíblico:
Pois isto é bom e agradável
diante de Deus nosso Salvador, o qual deseja que todos os homens sejam salvos e
cheguem ao pleno conhecimento da verdade (1
Tm 2.3,4).
Por fim, compreende que a predestinação
revela o grande amor de Deus para com a humanidade. Porque
Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo
aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna (Jo
3.16).
REFERÊNCIA
ANDRADE,
Claudionor Corrêa. Dicionário Teológico,
com definições etimológicas e locuções latinas. Rio de Janeiro: CPAD, 1997.
POMMERENING,
Claiton Ivan. A obra da Salvação, Jesus
Cristo é o caminho a verdade e a vida. Rio de Janeiro: CPAD, 2017.
RADMACHER, Earl D. ALLEN, Ronaldo
B. HOUSE, H. Wayne. O
Novo comentário Bíblico Novo Testamento. Rio de Janeiro:
Editora Central Gospel, 2013.
RICHARDS.
Lawrence O. Comentário
Histórico-Cultural do Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2008.
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