A RESPONSABILIDADE É INDIVIDUAL
A presente lição tem como verdade prática:
Para além da responsabilidade
individual, a Palavra de Deus se posiciona contra o fatalismo, isto é, contra a
ideia de que tudo está determinado por um rígido destino.
O determinismo resume que tudo o que há de
acontecer já está determinado, tanto no que corresponde aos fatos, assim como
com as pessoas que estarão envolvidas. Porém, Deus desde a criação outorgou ao
ser humano o livre arbítrio, ou seja, o ser humano tem liberdade de agir
conforme seus preceitos, lembrando que todo aquele que pecar será
responsabilizado por seus atos.
A lição em apreço tem como objetivos
específicos: Explicar a máxima usada em Israel; Expor a
respeito da abrangência da salvação; e, Pontuar a reação de Israel.
I – SOBRE A
MÁXIMA USADA EM ISRAEL
Um dos erros da sociedade moderna é buscar
transferir a culpa de seus erros para outras pessoas. Adão lançou a
responsabilidade para Eva, que, por sua vez lançou a responsabilidade para a
serpente. Direcionar a outros a culpa dos próprios erros é omitir a própria responsabilidade
diante do Senhor.
Os pecados do povo foram
acumulados geração após geração, mas o castigo do cativeiro era
responsabilidade daquela geração. Tanto os exilados na Babilônia como os que
estavam em Judá e em Jerusalém acreditavam ou se justificavam numa ideia falsa
de que estavam pagando pelos pecados dos pais, mesmo depois da destruição de
Jerusalém (Lm 5.7). Javé, entanto, proibiu enfaticamente o povo de pronunciar
essa máxima: Tão certo como eu vivo, diz o Senhor Deus, vocês nunca mais
repetirão esse provérbio em Israel (18.3). Na profecia de Jeremias, essa
proibição é escatológica, depois a restauração de Israel (Jr 31.29). (SOARES; SOARES, 2022, p. 87)
Por isso, a palavra chave para o estudo em
foco é responsabilidade. Quem de fato se representa diante do Senhor é o
próprio indivíduo, o que retira a obrigação do outro sobre si. Logo, a
responsabilidade está associada com o reconhecimento. Cada seguidor do Senhor
deverá compreender que há liberdade e responsabilidade para prosseguir diante
do Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó.
II – SOBRE A
SALVAÇÃO PARA TODOS OS SERES HUMANOS
Expor a respeito da abrangência da salvação é
o objetivo do presente tópico que tem como descrição afirmar o livre arbítrio.
Dois versículos categoricamente ratificam para a verdade da predestinação
universal e não para com a predestinação individual.
E não quereis vir a mim para
terdes vida (Jo 5.40).
O Senhor não retarda a sua
promessa, ainda que alguns a têm por tardia; mas é longânimo para conosco, não
querendo que alguns se percam, senão que todos venham a arrepender-se (2Pe 3.9).
Ambos os textos foram escritos por discípulos
do Senhor Jesus, sendo que os dois textos ratificam para a liberdade de o
indivíduo chegar-se até a presença do Senhor. No primeiro escrito por João está
bem nítido que não quereis vir, enquanto que Pedro demonstra que o desejo (antropomorfismo)
do Senhor Jesus é que ninguém se perca.
O pastor Claudionor Andrade sintetiza a
doutrina da predestinação conforme João 3.16 da seguinte maneira:
a) A predestinação é
universal. Ou seja, Deus, em seu profundo e inigualável amor, predestinou todos
os seres humanos à vida eterna. Ninguém foi predestinado ao lago de fogo que,
conforme bem o acentuou Jesus, fora preparado para o diabo e aos seus anjos.
b) Mas o fato de o homem
ser predestinado à vida eterna não lhe garante a bem-aventurança ao lado de
Deus, é necessário, pois, que creia no Evangelho. E, assim, será havido por
eleito.
Por conseguinte, a
predestinação é universal; e a eleição é particular (1997, p. 207).
A ideia de uma vez salvo, salvo para sempre é
anulada pelas seguintes palavras escritas por Ezequiel:
Mas, desviando-se o justo da
sua justiça, e cometendo a iniquidade, fazendo conforme todas as abominações
que faz o ímpio, porventura viverá? De todas as justiças que tiver feito não se
fará memória; na sua transgressão com que transgrediu, e no seu pecado com que
pecou, neles morrerá (Ez
18.24).
O desviar da justiça faz com o justo torne-se
injusto e perca o legado espiritual amplamente construído diante de outras
testemunhas, pois o ser humano morrerá no pecado que pecou.
III – SOBRE A REAÇÃO
DE ISRAEL
Não é o meu caminho direito?
Não são os vossos caminhos torcidos? (Ez
18.25).
O versículo no seu corpo transmite duas
perguntas que são na hermenêutica conhecidas como perguntas retóricas, isto é,
perguntas que tem o sentido de afirmar e não interrogar algo. Portanto, o
versículo afirma que o caminho do Senhor é direito, e que os caminhos trilhados
pelo o homem são torcidos.
Lembrando que Deus é justo e santo. Logo,
Deus é justo e misericordioso. Por ser misericordioso Deus outorga oportunidade
para que o ser humano se arrependa de seus pecados.
O arrependimento é descrito no desenvolvimento
prático por reconhecer que pecou e por deixar o pecado e passar a servir ao
Senhor.
Referencias:
ANDRADE,
Claudionor Corrêa. Dicionário Teológico,
com definições etimológicas e locuções latinas. Rio de Janeiro: CPAD, 1997.
SOARES,
Esequias; SOARES, Daniele. A justiça
divina: a preparação do povo de Deus para os últimos dias no livro de
Ezequiel. Rio de Janeiro: CPAD, 2022.
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