ATITUDES IMPROPRIAS PARA COM O PRÓXIMO
Porque as obras da carne são manifestas, as quais são: adultério, fornicação, impureza, lascívia, idolatria, feitiçaria, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias, invejas, homicídios, bebedices, glutonarias, e coisas semelhantes a estas, acerca das quais vos declaro, como já antes vos disse, que os que cometem tais coisas não herdarão o reino de Deus (Gálatas 5.19-21).
O ser humano apresenta em suas atuações um relacionamento próprio para com os semelhantes, assim como apresenta um relacionamento para com Deus. O relacionamento para com o próximo é afetado por práticas notoriamente estabelecidas pelas obras da carne, sendo que o apóstolo Paulo cita as seguintes que corroboram para com a quebra de um bom relacionamento, são elas: a inimizade, a porfia, a emulação, a ira, a peleja, a dissensão, a heresia e a inveja.
I - INIMIZADE
Corresponde com ações e
intensões agressivas que se apresentam de forma duradoura. Por isso, são
expressões de pessoas que não sentam amor pelo o próximo. São reais em pessoas que não sentem o mínimo
de amor pelo próximo. Logo, inimizade é antônimo de amor, enquanto que o amor
proporciona o bem de todos independente das atitudes, a inimizade limita os
laços e impõe barreiras entre as relações com a demonstração de ódio, brigas e
hostilidades.
[...] A inimizade e a ira suscitam porfias, pelejas e dissensões. (CALVINO, 2007, p. 152)
II - PORFIAS
Porfia corresponde uma obra da carne que correlaciona com a inimizade. Pois, a porfia é considerada o resultado da inimizade. Ou seja, a porfia é indicada pela falta de amor, pela presença de briga, pela oposição e pela luta por superioridade. Os lemas pessoais podem afetar diretamente o convívio local podendo ocasionar separações de famílias e de igrejas.
III
- EMULAÇÕES
É o desejo de ser superior aos outros. De fato corresponde com a vontade em ser o primeiro sempre. Emulações ou ciúmes que por Calvino é definida pela palavra ofensa em ver o outro o excedendo. Para restringir o sentimento do vício da emulação é necessário que haja o entendimento idêntico ao de João Batista, importa que Ele cresça e que eu diminua (Jo 3.30).
IV - IRAS
É uma expressão de fúria, porém apresenta um aspecto breve de atuação, mas que pode ser destruidor. Ira é na prática definida por fúria explosiva demonstrada por palavras e/ou por ações. Paulo aconselha a igreja em Éfeso “não se ponha o sol sobre a vossa ira” (Ef 4.26), porém, anteriormente o apóstolo tinha escrito “irai-vos e não pequeis”, isto é, os membros da igreja em Éfeso deveriam impedir de suscitar da ira as seguintes obras da carne: a porfia, a peleja e a dissensão. Para Barclay a ira deverá ser banida da vida cristã (2010, p. 50).
V - PELEJAS
Luta com ambição para ganhar seguidores que aprovem suas ideias. Assim como pode ser definida como atitude voltada para ganhar benefícios próprios mesmo que outros sejam prejudicados. Em suma, pelejas correspondem com competições pessoais que no auge da prática a mesma se transforma em ações que perturbam a paz entre os membros de determinado grupo eclesiástico.
VI - DISSENSÕES
Ensinamentos que fogem do padrão bíblico e que aprove pensamento faccioso. A dissensão tem como objetivo provocar separação na congregação. Pois, corresponde com discórdia e desavença. Opiniões diferentes são necessárias para que ocorra o crescimento da obra do Senhor, porém opiniões diferentes não podem proporcionar separações no seio da igreja.
VII - HERESIAS
Grupos de indivíduos que destroem a unidade da igreja, e para isto, utilizam da palavra de Deus com ensinamentos errôneos. Para tais pessoas vale o lema apologético: “texto sem contexto, torna-se pretexto para o surgimento de heresias”.
VIII - INVEJAS
Para Calvino a inveja
corresponde com o tipo de pessoa que se ofende com a excelência de outrem.
Lembrando que a inveja:
[...] foi responsável pelo assassinato de Abel cometido por Caim, pela fuga de Jacó diante de Esaú, pela venda de José para o Egito pelos seus irmãos, pela tentativa de assassinato feita por Saul contra Davi, e pelo ódio pagão que derramou o sangue dos mártires cristãos. (BARCLAY, 2010, p. 47)
Em suma, é necessário que o cristão compreenda que o viver bem com o próximo agrada ao Senhor, e a virtude que outorga o pleno convívio entre os diferentes é o amor. O amor é o caminho mais excelente (1 Co 12.31).
Referência
BARCLAY,
William. As obras da carne e o fruto do
Espírito. São Paulo: Vida Nova, 2010.
CALVINO,
João. Gálatas. São Paulo: Editora
Fiel, 2007.
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