Texto: E eu, eis que estabeleço o meu concerto convosco, e com a
vossa semente depois de vós, e com toda alma vivente, que convoco está, de
aves, de reses, e de todo animal da terra convosco; desde todos que saíram da
arca, até todo animal da terra. E eu convosco estabeleço o meu concerto, que
não será mais destruída toda carne pelas águas do dilúvio e que não haverá mais
dilúvio para destruir a terra. E disse Deus: Este é o sinal do concerto que
ponho entre mim e vós e entre toda alma vivente, que está convosco, por
gerações eternas. O meu arco tenho posto na nuvem; este será por sinal do
concerto entre mim e a terra. Gn 9. 9-13.
Conforme
o estudo realizado sobre o período Antediluviano, aprendemos que as épocas da
Bíblia dividem – se em três. A primeira época está dividida em dois períodos:
Antediluviano e do Dilúvio a Abraão. O período do Dilúvio a Abraão abrange 427
anos. Os fatos deste período marcam uma nova etapa na vida organizacional do
ser humano. O dilúvio passa a ser importante marcador para a vida humana em
organização. Anterior ao dilúvio a vida era marcada por uma cultura, uma língua
e passa para o pós-dilúvio com a confusão das línguas, e a fundação das nações,
outorgando assim a pluralidade cultural.
Deus
é apresentado neste período como Santo e principalmente com seu atributo de
transcendência, pois Deus chama para se Abrão e por resultado deste chamado
define por nação a Israel, que corresponde à continuação das épocas da Bíblia:
época de Israel.
Portanto,
a fundação das nações ocasionou o surgimento de um dos pecados de maior difusão
no contexto histórico: a idolatria. O período anterior foi definido pelo
surgimento do pecado, porém o período do Dilúvio a Abrão corresponde ao
surgimento da idolatria, pecado contra a imagem e a pessoa de Deus.
I – Acontecimentos do
Período do Dilúvio a Abrão
1- O dilúvio. Inundação universal segundo os escritos das
Escrituras Sagrada e atualmente ratificada por descobrimentos geológicos. O
fenômeno ocorreu com o objetivo desfazer toda carne (Gn 6.17). Porem, Deus fez
uma aliança com Noé, pois era um varão justo e reto em suas gerações (Gn 6.9) e
neste pacto Noé deveria entrar na arca com seus familiares e os animais e a
Deus caberia à manutenção da vida e a segurança dos mesmos.
A
palavra arca no hebraico significa um objeto flutuante, aqui neste texto. A
arca construída por Noé possui a capacidade de carga correspondente a 300
vagões ferroviários. E alguns calculam que a mesma poderia compor cerca de
7.000 tipos de animais. Já outros estudiosos acrescenta a capacidade da arca a
dez mil espécies de mamíferos, aves, répteis e anfíbios, calculando dois de todas
as espécies dentro da arca, pois o espaço daria para 35.200 animais,
aproximadamente.
O
dilúvio foi o castigo divino universal sobre o mundo em que a sociedade era
marcada por uma tríplice característica: maldade (Gn 6.5), corrupção (Gn 6.11)
e violência (Gn 6.13).
O
versículo 11 do capítulo 7 está escrito que as fontes do grande abismo foram
rompidas, provavelmente ocorreu naquele instante: vulcões e terremotos na terra,
ocasionado à evaporação e o firmamento que compunha a atmosfera foi naquele
instante transformada no dilúvio.
A
terra enxugou e Noé com seus familiares e os animais saiu da arca com um pouco
mais de um ano (Gn 7.11, 8.13,14).
2- A confusão das línguas. O povo era um, de
mesma língua e com um único propósito edificar uma cidade e uma torre cujo cume
tocasse nos céus (Gn 11. 4). Já eram decorridos 120 anos do dilúvio. A união
não é algo ruim, mas aquela geração tinha como meta opor se a autoridade de
Deus. Com propósitos opostos a
vontade de Deus, assim sendo Deus confundiu a língua daquela geração para que
um não entendesse a linguagem do outro.
O capítulo 10 de gênesis relaciona os
descendentes de Noé conforme “sua famílias, segundo suas línguas, suas terras e
suas políticas” (Gn 10.5, 20, 31).
a)
Segundo
suas famílias; corresponde a questão etnológica, ou seja, a origem
antropológica, racial. Assim sendo os três troncos da povoação da terra: Sem,
Cam e Jafé.
b)
Segundo
suas línguas; corresponde a questão glotológica, ou seja, a origem de cada povo
estava inteiramente relacionada à suas origens e formação.
c)
Segundo
suas terras; que corresponde a questão geográfica, ou seja, a posse de terras
pelos povos pós-dilúvio.
d)
Segundo
suas nações; que corresponde a questão política. Administração de um grupo por
representação de uma pessoa com caráter governamental.
II – A identificação
de Deus no período do Dilúvio a Abrão
1- Deus é Santo. Assim como no período antediluviano Deus se
manifestou como santo, isto é, sem pecado e totalmente oposto a ação do pecado.
Ser santo é ser separado é ser consagrado. E é por ser santo que Deus trouxe
juízo ao mundo.
2- Deus é Justo. Deus é reto e sem
pecado na sua maneira de corresponder às necessidades da humanidade. Ao julgar
a geração antediluviana do período do dilúvio isto indica a decisão de castigo
para a humanidade do período baseada na ordem justa.
3- Deus trino. No versículo 7 do capítulo 11 está escrito:
desçamos e confundamos ali a sua língua. Aparece no plural o desçamos e
confundamos. Duas ações descer e confundir ambas no plural. As ações do homem
ou outorga lhe benefícios ou prejuízos. O descer de Deus poderá ser em
benefício humano em possibilitar segurança, paz e prosperidade ou como no texto
em analise outorgando danos sociais. Os termos; desçamos e confundamos assim
como no período antediluviano corresponde a Trindade Divina, ou seja, um único
Deus (Gn 6.4) em três pessoas: o Pai (Mt 28. 19, Jo 1.1) o Filho (Jo 1.1) e o
Espírito Santo (At 5. 3,4).
III – O pecado de
Idolatria
No
período antediluviano o pecado se manifestou pela maldade, ou seja, por atos
perversos e cruéis. Também por atos de corrupção e violência. Já no período pós-dilúvio
além destes pecados a narrativa histórica expõe que a construção da torre de
babel se formalizaria em culto idólatra.
No
primeiro instante o orgulho e a autossuficiência revelaram que a geração do
pós-dilúvio tinha esquecido a aliança que Deus havia feito com Noé.
Mesmo com o dilúvio vindo sobre a terra os
homens continuaram com os antigos hábitos que desagradava à pessoa de
Deus. Deus não muda, Ele é o mesmo
ontem, hoje e eternamente (Hb 13.8). Portanto não deixemos que os pecados desta
geração cause em nós separação da pessoa de Deus.
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