Texto: E ele disse: varões irmãos e pais, ouvi. O Deus da glória
apareceu a Abraão, nosso pai, estando na Mesopotâmia, antes de habitar em Harã,
e disse – lhe Sai da sua terra e dentre a tua parentela e dirige – te à terra
que eu te mostrar. E deu – lhe o pacto da circuncisão; e, assim, gerou a Isaque
e o circuncidou ao oitavo dia; e Isaque, a Jacó; e Jacó, aos doze patriarcas.
At 7. 2,3 e 7.
A
segunda época da cronologia Bíblica abrange um conjunto de nove períodos
históricos, com a abrangência de 2.000 anos e tem como acontecimentos que
marcam o início a chamada de Abraão e o com fim o nascimento de Jesus.
Os
acontecimentos que vai da chamada de Abraão até a morte de José no Egito fazem
parte do período dos patriarcas. Período dos pais de Israel, pois tal época
corresponde à época de Israel.
O
surgimento da nação israelita está relacionado à proclamação do nome de Deus e
para que Deus pudesse ser conhecido em toda a terra; todavia o povo de Israel
falhou na sua missão centrípeta, pois esta nação escolhida seria o centro das
nações e como um imã atrairia os povos para conhecerem a Deus.
I – Da obediência à chamada
para torna se uma nação.
Inúmeros personagens da Bíblia Sagrada foram
chamados por Deus para uma obra nobre, como exemplo no período do Dilúvio a
Abraão teremos a pessoa de Noé. No contexto bíblico três são os tipos de
chamados. Primeiro Deus chama para a salvação, pois Jesus morreu em uma cruz
com o único propósito salvar o que havia perdido, por isso, está escrito “Vinde
a mim, todos os que estais cansados e oprimidos e eu vos aliviarei” (Mt 11.28).
Segundo, Deus chama para o serviço, ou seja, cada pessoa possui um chamado. E
em terceiro a o chamado para a glorificação, quando deixarmos este mundo e
termos o nosso corpo revestido de glória (Fp 3.21, 1 Jo 3.2).
1- A chamada de Abraão. Conforme os três primeiros versículos
do capítulo doze, a chamada de Abrão (pai da altura) tinha uma ordem sair da
terra que lhe pertencia, sair do meio da sua parentela e também sair da casa do
seu pai, uma ordem em três dimensões.
a) Sai- te da tua terra. Ao chamar o homem Deus o consagra. A chamada
de Abrão não é diferente, pois uma condição é imposta sair. Na primeira
dimensão desta ordem Deus ordena Abrão a sair da sua terra o que corresponde a
afastar de uma cultura corrupta e cheia de práticas contrárias a vontade do
Criador.
b) Sai da tua parentela. Se o sair da terra correspondia a uma
cultura corrupta, o sair da parentela correspondia ao afastamento de uma
subcultura, ou seja, a parentela de Abrão estava submersa aos princípios culturais
da mesopotâmia (Js 24. 2).
c) Sai da casa de seu pai. Em nossa vida o
primeiro lugar deverá pertencer a Deus, o segundo a nossa família, todavia
nunca os planos da família poderão omitir os planos de Deus para a nossa vida.
O sair da casa de seu pai cabia a Abrão demonstrar o seu amor para com Deus.
Portanto, o chamado de Abrão possuía uma
promessa com três palavras-chave: abençoar, bênção e benditas. Deus promete
abençoar a Abrão e fazer dele uma bênção e por ele tornar bendita as famílias
da terra (Gn 12.3).
2- De Abrão ao povo israelita. O choro pode durar
uma noite, mas a alegria vem pela manhã (Sl 30.5). Para o personagem Abrão a
noite não durou apenas uma média de doze horas, mas uma abrangência de 25 anos.
Ao sair das terras de sua origem Abrão tinha 75 anos (Gn 12.4), e ao ver o
cumprimento da promessa possuía 100 anos de idade (Gn 21.5) isto indica que
quem tem promessa de Deus não morrerá sem que elas se cumpram. Assim de Abraão
veio Isaque e deste os doze patriarcas que entram no Egito em um número de 75
pessoas (At 7.14).
A escolha de Israel como nação em relação ao
chamado de Abrão corresponde a abençoar a todas as famílias da terra.
II – José de sonhador
a governador do Egito
O período dos patriarcas corresponde ao
contexto bíblico da chamada de Abrão e vai até a morte de José. Patriarcas que
quer dizer os pais da nação israelita. Entre destaque temos José como
inteligente e sábio (Gn 41. 39), homem que possuía o Espírito de Deus (Gn
41.38).
Anterior ao nascimento de Isaque Deus tinha
falado a Abrão que sua descendência serviria a um povo em cuja terra seria
peregrina por quatrocentos anos (Gn 15.13) e José foi enquadrado no cumprimento
desta profecia.
Conforme a última e mais extensa história de
Gênesis, a de José, este personagem é um elo importantíssimo entre a promessa e
o cumprimento. José foi lançado na cova (Gn 37. 24), por três motivos.
Primeiro motivo, os irmãos de José o lançaram
na cova por que José tinha sonhos (Gn 37. 5-11), no contexto atual muitos são
jogados na cova por possuírem sonhos.
Segundo motivo, José era amado de seu pai e
isto provocava a seus irmãos (Gn 37. 3).
E como terceiro motivo, José tinha promessa
de Deus. Deus tinha escolhido a pessoa de José para livrar ao povo de Israel de
um período de seca.
Segundo o Salmo 119.85 os soberbos abriram
covas para o salmista, da mesma forma os patriarcas de Israel abriram a cova
para José. Soberbos são aqueles que possuem sentimentos negativos
caracterizados pelo ego, em que se acham superiores a outros. Porém, quando o crente
obedece à palavra de Deus ele nunca desce, mas por Deus será exaltado e isto
aconteceu de fato na vida do patriarca José, e por Faraó o mesmo recebeu nome
de Zafenate-Panéia, que provavelmente significa Deus fala e Deus vive (Gn
41.45), por fim, José foi exaltado por Deus.
III – Período dos
patriarcas repleto da ação divina
Este período abrange uma média de 300 anos
correspondendo a um período de três séculos em que Deus por sua misericórdia elege
uma nação por um ato milagroso em que um homem de cem anos torna – se pai de
uma multidão. Ao ser chamado Abrão recebe ordem e promessa e mais adiante o seu
nome é mudado para Abraão, que quer dizer pai de numerosas nações (Gn 17. 5).
Outra ação marcante é o nascimento de Isaque
em que sua mãe Sara possuía 90 anos de idade, segundo o texto sagrado estava na
sua velhice e já estava fora da idade para dá a luz (Gn 21. 2, Hb 11. 11).
O período dos patriarcas trata – se da origem
da nação israelita com a chamada de Abrão e finaliza com a morte de José. Neste
período a ação divina é manifestada com obras milagrosas em que Deus abre a
madre de Sara outorgando lhe o filho da promessa.
E como aplicação para os dias modernos não
podemos esquecer a fidelidade e confiança em que José exerceu na pessoa de
Deus. Será que nós estamos a confiar na promessa de Deus para as nossas vidas?
Exerçamos com fidelidade a chamada a qual Deus confiou a cada um de nós.
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