Texto: E serviu o povo ao Senhor todos os dias de Josué e todos
os dias dos anciãos que prolongaram os seus dias depois de Josué e viram toda
aquela grande obra do Senhor, a qual ele fizera a Israel... E foi também
congregada toda aquela geração a seus pais, e outra geração após eles se
levantou, que não conhecia o Senhor, nem tampouco a obra que fizera a Israel.
Então, fizeram os filhos de Israel o que parecia mal aos olhos do Senhor; e
serviram aos baalins. Pelo que a ira do Senhor se acendeu contra Israel, e os
deu na mão dos roubadores, e os roubaram; e os entregou na mão dos seus
inimigos ao redor; e não puderam mais estar em pé diante dos seus inimigos. Por
onde que saíam, a mão do Senhor era contra eles para mal, como o Senhor tinha
dito e como o Senhor lho tinha jurado; e estavam em grande aperto. E levantou o
Senhor juízes, que os livraram da mão dos que os roubaram... E, quando o Senhor
lhes levantava juízes, o Senhor era com o juiz e os livrava da mão dos seus
inimigos, todos os dias daquele juiz; porquanto o Senhor se arrependia pelo seu
gemido, por causa dos que os apertavam e oprimiam. Juízes 2.7,10,11,14-16,18.
O quinto período da época de Israel é
conhecido como o período dos juízes. Tal momento histórico tem como marco
inicial a morte de Josué e abrange cerca de 300 anos encerrando no fim do
governo de Samuel, que outorga início ao período da monarquia. A narrativa do
período dos juízes encontra se no sexto livro da Bíblia o de Juízes e também
nas narrativas iniciais de 1º Samuel.
No período anterior vitória e sucesso foram
marcantes no cotidiano do povo israelita, enquanto que no período em estudo o
destaque ficou para as palavras derrota e fracasso. Portanto, a derrota e
fracasso vivenciado pelo povo foram motivados por escolhas e falta de
conhecimento de Deus e da obra de Deus para com o povo de Israel (Jz 2.10)
I – Panorama do
período dos Juízes.
O período dos juízes é anterior ao dos reis
(Jz 17.6), pois naqueles dias não havia rei em Israel e cada qual fazia o que
parecia direito aos seus olhos. Os juízes mais conhecidos são: Débora, Gideão,
Jefté e Sansão. Neste período o tema é: o povo serve a outros deuses, Deus
entrega o povo a outros povos, o povo vota para Deus e Deus suscita um Juiz.
1- O povo serve a
outros deuses. No
período anterior mesmo sendo o momento histórico conhecido como o da conquista
de Canaã os israelitas não conseguiram eliminar os seus inimigos e com isto
tiveram que conviver com cananeus, filisteus e demais povos pagãos. Tais povos
não requeriam dos israelitas o abandono de Deus, porém influenciavam os
israelitas a práticas politeístas e como consequência a nação eleita deixava de
servir a Deus e serviam a Baal e a Astarote (Jz 2.13). Baal era o principal
deus adorado pelos cananeus, era considerado o deus da da fertilidade, da chuva
e da vegetação, enquanto Astarote era a deusa da guerra e da fertilidade e
mulher de Baal. O culto a Baal envolvia o sacrifício de crianças (2 Re 21.3-6).
2- Deus entrega o
povo a outros povos. A
primeira opressão foi de oito anos cuja submissão foi aos mesopotâmios (Jz
3.7-11). Já a segunda submissão foi de dezoito anos e aos moabitas (Jz
3.12-21),em seguida de vinte anos aos cananeus (Jz 4-5), em seguida por sete
anos pelos midianitas (Jz 6.1-10.15) e a quinta opressão a Israel foi por parte
dos amonitas e filisteus (Jz 10-12). Este último povo só foi vencido nos dias
de Davi.
3- O povo volta para
Deus. A
prática do pecado de idolatria conduzia os israelitas à opressão seguida de
tristeza e dor. Em tal situação a nação israelita gemia (Jz 2.18). O povo de
Israel voltava para Deus por vivenciar o caos de ser submetidos por nações
visinhas. Em meio a suas aflições os israelitas clamavam a Deus e se
arrependiam da apostasia (Jz 2. 15,18).
4- Deus suscita um
Juiz. O
juiz era um homem ou uma mulher escolhido por Deus, qualificado por meio da
vocação mediante o poder da presença de Deus em seu ministério (Jz 2.18, 6.16),
possuía autoridade em sua missão (Jz 6.14), e além de tudo era sobrenaturalmente
revestido de poder do Espírito Santo de Deus (Jz 3.10).
II – Período
caracterizado por derrotas, fracassos e retrocessos.
O
período anterior é marcado pelas seguintes expressões: vitória, sucesso e
progresso. Porém, por falta de ensino da palavra de Deus (Jz 2.10) os cerca de
trezentos anos do período dos juízes é marcado por derrotas, fracassos e
retrocessos. Vitória, sucesso e progresso estar relacionado a uma vida de
consagração ao Senhor (Js 3.5). Já as derrotas e fracassos proporcionarão um ciclo
vicioso de retrocessos e isto mediante a uma vida de depravação espiritual.
1- Derrotas. Toda dificuldade do
período dos juízes estar associado à infidelidade de Israel a Deus, com tal
atitude os mesmos foram subjugados aos povos e por anos submetidos à
escravidão. As derrotas organizacionais do espaço territorial e militar dos israelitas
estar associado a derrotas espirituais em que a nação não conseguia ser fiel a
Deus.
2- Fracasso. Fracasso é o oposto
do sucesso. Se no período anterior o sucesso foi notável pela consagração dos
israelitas ao Senhor, no período em análise o fracasso torna se presente pelo
abandono do Senhor pelos israelitas (Jz 3.7).
3- Retrocesso. Por uma conquista os
israelitas chegavam à outra conquista, isto é, um ciclo vitorioso, enquanto que
o esquecimento de Deus leva à submissão dos israelitas a outra nação e com tal
situação iniciava se um ciclo de retrocesso. Submissão levando a submissão.
III –
Onde está aquEle que libertará o povo definitivamente.
Em
seus 300 anos de período a pergunta que não se calou foi “onde está aquele que
libertará o povo definitivamente?”.
Esta
questão foi motivada por cinco fatores: primeiro fator, o povo de Israel era
cercado por povos de cultura superior a deles; segundo, Israel não possuía um
governo central e nem unificado, terceiro fator, o poder dos juízes era limita;
quarto fator, os juízes eram imperfeitos, cheios de falhas e por fim, os
conflitos não se cessavam, sendo que estes conflitos eram externos e internos.
O
período dos juízes é também conhecido como período teocrático que indica Deus é
Rei de Israel e supremo Senhor, porém este período é também marcado pela
presença do pecado que de fato é um elemento destruidor do povo de Deus,
todavia Deus é longânimo e misericordioso e sempre que o povo se humilhava,
orava, e deixava seus caminhos maus Deus ouvia do céu e sarava a sua terra (2
Cr 7.14).
O
que marca os quatro passos fundamentais do período em estudo é perorado pala
disciplina de Deus a nação israelita. A disciplina de Deus a nação era
educativa como também punitiva. Pois, quando o povo apartava-se dEle , Deus não
os abandonou, mas os afligiu para fazer com que eles retornasse para a sua
presença (Hb 12.1-13).
Evangelista Andreson Côrte
Doutrina: 19/06/12.
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