No capítulo 5 de Gênesis é relato sobre a
genealogia de Sete que inicia com Adão e encerra com Noé e seus filhos e, nesta
genealogia a narrativa bíblica apresenta um dos heróis da fé que se enquadra
como modelo para a igreja que aguarda a vinda de Jesus. Enoque foi o sétimo de
Adão, filho de Jerede.
Pela fé Enoque foi um diferencial na sua
geração. Um marco importante para quem tem fé é ser diferente dos demais e esta
diferença é notada na narrativa que dentre nove personagens citados o único que
é descrito com as seguintes palavras “e andou com Deus” foi Enoque. Outra
diferença notável é que todos os demais personagens mesmo com longos dias de
vida passaram pela morte, enquanto Enoque não provou a experiência final da
vida.
I – Enoque pela fé
andou com Deus e foi translado para não ver a morte.
1. E andou Enoque com
Deus. Andar
com Deus significa estar de acordo com os princípios Divino (Am 3.3), e esta é uma
característica daqueles que são sinceros (Sl 15.2), e que palmilham em caminhos
retos. Andar com Deus significa conhecer o caminho de Deus (Sl 128.1) e o
caminho de Deus é: perfeito (II Sm 22.31), e uma fortaleza para os retos (Pv
10.29).
O cristão não pode andar segundo os desejos
da carne (Ef 2. 3), nem amando o mundo (I Jo 2.15), e nem tão pouco andar pelos
conselhos do ímpio (Sl 1.1). Porém, os passos do cristão deverão ser moldados
em uma palmilhação perfeita (Gn 17.1), assim como Jesus andou (I Jo 2.6), em
amor (II Jo 1.6), em Espírito (Gl 5.25) e em retidão (Sl 101.6).
Pela fé Enoque andou com Deus. Os
antecessores de Enoque assim como os posteriores são citados em Gênesis da
seguinte maneira: “e viveu... e viveu... e foram todos os dias de...”, enquanto
que para Enoque as citações são: “e viveu Enoque ... e andou Enoque com Deus
... e foram todos os dias de Enoque trezentos e sessenta e cinco anos” (Gn
5.21-24). Há uma diferença notável na vida daqueles que andam com Deus.
2. Enoque foi
traslado para não ver a morte. A morte é a experiência final da vida. O
homem não foi criado para provar a morte. Assim Deus, disse a Adão: “mas da
árvore do conhecimento do bem e do mal, não comerás, porque no dia que dela
comer certamente morrerás” (Gn 2.17). Com a desobediência de Adão os efeitos do
pecado foram imediatos, logo a morte espiritual passou a ser presente na
humanidade e a morte física passou a ser experiência terminal da vida, que é a
parte considerada mais amarga da vida a perca de um ente querido. A experiência
da morte não é boa, pois ela causa dor, angústia, tristeza e saudade. Porém,
aqueles que andam pela fé vencerão a morte assim como Enoque que é um dos
símbolos da igreja no Antigo Testamento.
II – Os que esperam
na vinda do Senhor.
1. Deverão ter como
exemplo a pessoa de Enoque. Todos os dias da vida de Enoque foram
trezentos e sessenta e cinco anos (Gn 5.23). Os trezentos e sessenta e cinco
anos de Enoque nos ensina que em todos os dias do ano deveremos buscar ao
Senhor e andar na sua presença. Tal atitude deverá seguir todos os anos da
nossa vida.
2. Deverão ser
pacientes.
A paciência é a virtude de suportar a injustiça, o sofrimento e as aflições.
Ser paciente é esperar com o tempo, mesmo que este demore é continuar esperando
sem desesperar. Um exemplo perfeito de paciência é o lavrador que espera o
precioso fruto da terra, até que receba a chuva temporã e serôndia (Tg 5. 7-8).
Não podemos nos desesperar quando se trata da vontade do Senhor. E a vinda do
Senhor Jesus é certa.
Em
meio às aflições da vida vem o desespero e perca da vontade de viver, porém ser
paciente é em meio das dores, confiar em Deus assim como fez Jó (Tg 5.11), pois
o Senhor é misericordioso e piedoso.
3. Renovarão as suas
forças. Mas
os que esperam no Senhor renovarão as suas forças e subirão com asas como
águias; correrão e não se cansarão; caminharão e não se fatigarão (Is 40.31). A
águia é utilizada como modelo pelo profeta Isaias para comparar aqueles que
esperam no Senhor que terão as forças renovadas. Pois, a águia dependente da
espécie vive quarenta anos em pleno vigor; voando acima das tempestades,
morando em lugares altos, pescando com precisão. Entretanto, na casa dos
quarenta anos alguns problemas apresentam na vida da águia: as unhas ficam
compridas e flexíveis, tornando um empecilho para a nutrição da ave que não
consegue agarra a presa, o bico fica alongado e, pontiagudo se curva, impedindo
que a ave emita sons. Em tal situação a águia terá duas alternativas: morrer ou
enfrentar um dolorido processo de renovação que durará cento e cinquenta dias.
Ao
escolher a segunda alternativa caberá à águia voar para o alto de uma montanha e
bater o bico em uma parede até conseguir arrancá-lo. Ao surgir o novo bico com
o tal as unhas serão arrancadas. Após o surgimento das unhas a águia arranca as
penas e após cinco meses sai para o famoso voo e para viver mais trinta anos.
Aos que esperam no Senhor renovarão as sua
forças e dEle terá as seguintes promessas:
Primeira promessa, as forças serão renovadas.
Ter forças renovadas é poder confiar e esperar no Senhor com paciência. Segunda
promessa terá a capacidade de elevar-se acima das dificuldades. E como terceira
promessa, a capacidade de andar para frente sem desfalecer.
A águia para viver mais trinta anos deverá
fazer uma escolha. Ao escolher viver mais trinta anos a mesma optará por um
período de solidão, período conhecido como o preço para a renovação. Há um
preço a ser pago. Escolhamos andar com Deus pela fé.
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