Subsídio para a Escola Bíblica Dominical
– O líder diante da chegada da morte
A
palavra que bem define o apóstolo Paulo é liderança. Paulo foi um exemplo de
líder por ser servo dedicado a aquilo que lhe era confiado. Quando a morte se
aproximava e se tornava em possível realidade, o apóstolo Paulo não fugiu da responsabilidade,
mas ao contrário continuou firme ao chamado, dando o exemplo de obreiro
aprovado.
O
bom líder é definido por dois Ps. E eles são representados por presença e palavra.
Se o líder não estiver presente em um determinado trabalho é necessário que
suas palavras estejam presentes. A presença do líder proporciona crescimento
para o rebanho de Deus na Terra, assim como as suas palavras.
I – A CONSCIÊNCIA DA MORTE NÃO TRAZ DESESPERO
AO CRENTE FIEL
Ao
aproximar o fim do seu ministério o apóstolo Paulo escreve ao jovem Timóteo em
tom de despedida e com as seguintes palavras: “Combati
o bom combate, acabei a carreira e guardei a fé” (2 Tm 4.7).
Quem
combate é o soldado, quem põe fim a carreira é o atleta e quem guarda alguma
coisa é o mordomo. Por isso, o ministério de Paulo é resumido com as marcas de
um soldado, de um atleta e de um mordomo.
1- Soldado.
Duas coisas são fundamentais para a compreensão do soldado: disciplina e coragem.
Disciplina
indica submissão, assim também como respeito a regras e a normas, trata-se da
boa conduta do indivíduo perante as normas da convivência em sociedade. Já a
outra palavra, coragem, indica a capacidade de vencer o medo.
Em
suma, Paulo ao se apresentar como soldado estava indicando a disciplina e a
coragem.
2- Atleta.
Dando continuidade à citação o apóstolo se compara a um atleta. O atleta é
definido pela palavra determinação, pois como pessoa competitiva o atleta
pagava e paga elevado preço para disputar competições em busca de uma coroa
corruptível, porém além da coroa o atleta busca status no mundo esportivo.
3- Mordomo. Por
fim, Paulo se apresenta como mordomo e submissão é a palavra que define a atividade
do mordomo. No mundo antigo o mordomo era fundamental para o bem estar do
andamento da casa, pois o mesmo era o primeiro a acordar e o último a dormir.
Era conhecedor de todas as necessidades da casa e devia por meio de sua função
supri-las.
II – O SENTIMENTO DE ABANDONO
Paulo
em seu ministério teve inúmeros amigos. Porém, assim como todo bom líder
bem-sucedido, Paulo percebeu que os amigos íntimos são reduzidos a um menor
número.
Moisés teve no seu ministério três grandes amigos
que lhe auxiliou a fazer a obra de Deus. E estes foram Josué, Arão e Hur (Êx
17. 10-12). Josué na batalha física, enquanto Arão e Hur na batalha espiritual.
Daniel
contou com seus três amigos para desvendar o sonho de Nabucodonosor. E estes
amigos foram Hananias, Misael e Azarias (Dn 2. 17-22).
O
Senhor Jesus dentre os inúmeros discípulos teve doze apóstolos e destes três eram
íntimos, Pedro, Tiago e João.
Sendo
assim Paulo teve três amigos que foram diretamente participantes no momento
final de seu ministério. Lucas o médico amado que não o deixou. Timóteo e Tito,
discípulos que foram orientados a realizarem e como realizar a obra de Deus, e
isto na reta final do ministério do apóstolo. Sendo que a Timóteo o apóstolo
escreve “procura vir ter comigo depressa (2Tm 4.9).
Com a aproximação da morte o apóstolo Paulo
não mudou a sua rotina. Precavendo a chegada do inverno pediu a capa, isto
indica proteção, também pediu os livros, isto indica formação continuada. Deus é
quem garante a proteção e a formação para os escolhidos e Paulo de fato era
escolhido, e em todo o tempo Deus outorgou ao apóstolo proteção e formação
necessária para que a sua obra fosse realizada.
Sobre
os livros pedidos por Paulo, o pastor De Lima, escreve:
Talvez aqueles livros fossem livros da lei ou do Antigo
Testamento. Ao que tudo indica, o seu julgamento, perante a justiça de Roma,
pudesse demorar alguns dias ou meses. De qualquer forma, é um eloquente
testemunho de que o homem de Deus, quando está seguro em sua comunhão com o
Senhor, não teme a morte ou qualquer outra adversidade (p.122).
III – A CERTEZA DA PRESENÇA DE CRISTO
Nas
horas mais difíceis do líder o mesmo passará sozinho. Jesus ficou sozinho, os
seus discípulos fugiram, apenas João aparece ao lado da cruz. Assim também
ocorreu com o apóstolo Paulo em sua primeira audiência, ninguém esteve com ele.
Aos
líderes da atualidade é necessário saber que nos momentos mais difíceis a
solidão será certa.
Certo dia nas minhas angustias dobrei os joelhos de madrugada
para orar, porém não tinha palavras para falar com Deus, então comecei a chorar
e a gemer. Sei que naquele instante o Espírito Santo intercedeu por mim.
Percebi que alguém tinha aproximado de mim, pensei logo que seria a minha
esposa, porém não era ela, não era ninguém no contexto físico que tinha se
aproximado de mim, mas o meu ser foi tomado de uma alegria tamanha que ao amanhecer
a tristeza tinha ido embora e a angustia por perseguição ministerial não era
mais um incomodo. As forças foram renovadas e hoje continuamos na frente da
obra, sabendo que esta é a vontade de Deus (Experiência do autor do blog).
Portanto,
aos líderes não deixe o chamado por causa do abandono daqueles deveriam estar
do seu lado.
Por
fim, sendo Jesus o líder da igreja e dos oficias da mesma, a presença dEle é
fortalecimento para os fracos e alívio para os desesperados. O Senhor Jesus não
abandou a Paulo, assim como Ele não abandonará os seus fieis servos da
atualidade. O Senhor Jesus Cristo seja com o teu
espírito. A graça seja convosco. Amém (2 Tm 4.22).
Referência:
DE LIMA, Elinaldo Renovato. As Ordenanças de Cristo, nas cartas
pastorais. Rio de Janeiro: CPAD, 2015.