Deus é Fiel

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terça-feira, 29 de março de 2016

Carta aos Romanos – Nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus


Nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus
Texto: 1- Portanto, agora, nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o espírito. (Rm 8.1).
O capítulo 8 da carta aos Romanos é um dos textos da Escritura Sagrada mais citado nas reuniões dos cristãos. Pois, há uma forte dissertação a respeito da vida segundo o Espírito, dividido em duas ações, sendo estas, o andar e o viver segundo o Espírito.
Portanto, para os que andam e vivem segundo o Espírito não há nenhuma condenação. A palavra condenação que tem como termo legal do grego katakrima (κατάκριμα), significa pronunciar julgamento contra alguém. Logo, nos registros celestiais não há nenhum juízo de condenação para os que estão em Cristo. Assim também como não há nenhuma condenação no sentido de obrigação para o crente expressa na lei. Mas, para os que não estão em Cristo e que andam segundo a carne há condenação.
O andar na carne
O apóstolo Paulo no presente texto aos Romanos utiliza os seguintes termos: sarkos e sarki. Sempre fazendo menção para a condição daqueles que estão em sarki, isto é, daqueles que estão na carne. Na carne refere à humanidade relacionada com Adão, logo, se refere aos que estão debaixo da condenação, do poder e da presença do pecado.
Entretanto, andar na carne é estar debaixo da lei do pecado e da morte (v.2), é ser condenado pelo pecado, é inclinar para as coisas da carne que tem como resultado a morte (vv.5,6), e por fim, o estar na carne é a impossibilidade em agradar a Deus (v.8).
O viver segundo o Espírito
As duas ações argumentadas por Paulo no que corresponde à vida segundo o Espírito são: andar e viver. O andar segundo o Espírito é o fruto da escolha, viver no Espírito. A obra de Cristo possibilita aos cristãos escolher entre o viver no Espírito ou no viver segundo a carne. Todos os que escolhem viver segundo o Espírito terão como resultado o andar segundo Espírito.
1- Andar no Espírito. Para Paulo andar segundo o Espírito é primeiramente estar livre da lei do pecado e da morte (v.2). A lei do pecado condena e tem como resultado final a morte. Logo, o andar no Espírito indica que o crente em Cristo está livre da condenação proveniente do pecado.
O andar em Espírito é também contemplar a condenação do pecado na carne (v.3). Obra desenvolvida por Jesus na cruz vencendo o pecado.
E por terceiro para Paulo o andar no Espírito é inclinar para as coisas espirituais (vv. 5,6), que tem como garantia a vida e a paz.
A paz é o fim do conflito intenso descrito no capítulo 7, bem como a harmonia e a tranquilidade que existem no interior do cristão; isto é, o resultado do ato de se render a Deus (RADMACHER; ALLEN; HOUSE, p.382).
Portanto, o andar na carne tem como resultado a morte, ao contrário o andar no Espírito, tem como resultado a vida e não apenas a vida, mas uma vida com paz.
2- Viver no Espírito. O viver no Espírito corresponde na transformação do crente, na ação do Espírito em habitar e guiar o crente (vv. 9,14), na aceitação do cristão como filho de Deus (v.14) e, por fim, no outorgar ao cristão o direito de ser co-herdeiro de Cristo (v.17).
O cristão é habitação do Espírito Santo, não sabeis vós que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós? (1Co 3.16). O termo, não sabeis, introduz uma afirmação incontestável.
Além de habitar, o Espírito Santo também guia o crente, porque todos os que são guiados pelo Espírito Santo de Deus, esses são filhos de Deus (Rm 8.14).
Sermos guiados pelo Espírito Santo de Deus é o mesmo que caminhar em conformidade com o Espírito Santo. Caminhar implica a participação ativa e o esforço do cristão. Ser conduzido sublinha o lado passivo, a dependência submissa de cada cristão ao Espírito (RADMACHER; ALLEN; HOUSE, p.383).
Viver no Espírito é também ser filho de Deus, pois recebestes o espírito de adoção (v.15). Richards associa a este versículo a seguinte explicação:
A carne considera a Torá como obrigação e tem medo, pois o homem sincero sabe que não conseguirá cumpri-la. O espírito considera a Torá como uma promessa e exclama Abba (papai!), exatamente como um filho cujo pai, ao retornar de uma viagem, lhe trouxe um presente muito especial (p. 306).
Por último, Paulo fala sobre o direito da herança. Todos os filhos de Deus têm uma herança baseada na sua relação com Deus, herança de natureza incorruptível, imaculada, reservada no céu (1 Pe 1.4). A herança dos filhos de Deus inclui uma expectativa de vida eterna (Tt 3.4-7). Como herdeiros de Deus e co-herdeiros de Cristo, os filhos de Deus compartilham, agora, dos sofrimentos de Jesus (Fl 3.10) e, no futuro, compartilharão também da Sua glória Fl 3.11-14 (RADMACHER; ALLEN; HOUSE, p.384).
Em suma, no capítulo 7 o apóstolo Paulo descreve a respeito da lei do pecado e inicia o próximo capítulo com a palavra, portanto. O termo, portanto, do capítulo 8 é uma conclusão informal de Romanos 7.25. Isto é, nenhuma condenação há para os que estão em Cristo, pois o Espírito Santo capacita aos cristãos a viverem para e em Cristo.
 REFERÊNCIA
RADMACHER, Earl D. ALLEN, Ronaldo B. HOUSE, H. Wayne. O Novo comentário Bíblico Novo Testamento. Rio de Janeiro: Editora Central Gospel, 2013.
RICHARDS. Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2008.

sábado, 26 de março de 2016

Subsídio para as aulas da EBD – A Epístola aos Romanos


A Epístola aos Romanos
A carta apresenta o seguinte esboço, dividido em quatro partes:
Introdução (1.1-15).
Salvação somente pela fé (1.16-11.36)
Ø    Anúncio do tema: o justo viverá pela fé (1.16-17).
Ø    A indesculpável culpa humana (1.18-3.20).
Ø    Justificação mediante a redenção efetuada por Cristo (3.21-4.25).
Ø    A nova vida de liberdade do justificado pela fé (5.1-8.39).
Ø    A incredulidade de Israel (9.1-11.36).
Exortações: a justificação pela fé (12.1-15.13).
Ø    Verdadeiro amor (12.1-21).
Ø    Submissão às autoridades instituídas por Deus (13.1-14).
Ø    Sem menosprezo ao irmão mais fraco (14.1-15.13).
Planos evangelísticos e saudações finais (15.14- 16.27).
A carta aos Romanos é tipicamente conhecida como o evangelho de Paulo. Nesta epístola o apóstolo Paulo é notado em seu ministério pastoral, pois duas palavras são tidas como chaves para a compreensão da mensagem da epístola. Estas palavras são: doutrina e exortação.
I – AUTOR, LOCAL, DATA E DESTINATÁRIOS
As cartas no período antigo começavam com o nome e a credencial do autor, e era seguida com uma saudação ao destinatário.  No prefácio da carta escrita aos romanos o apóstolo Paulo se apresenta com as seguintes credenciais: servo e apóstolo (Rm 1.1).
Servo (grego, doulos), corresponde a escravo ou serviçal de uma casa. Porém, o apóstolo Paulo ao se identificar como servo, o mesmo queria descrever sua relação com Jesus Cristo. Relação pactual em que Jesus controla e comanda o seu povo.
Já o termo apóstolo trata-se basicamente da defesa de Paulo ao seu chamado ministerial. O real motivo de se apresentar como apóstolo à igreja em Roma está diretamente ligado à ação de Satanás em tentar diminuir a autoridade apostólica de Paulo perante a comunidade cristã.
A epístola foi escrita provavelmente entre os anos 56 e 57 d.C, quando o apóstolo Paulo se encontrava na cidade de Coríntio. E foi destinada a todos os que se encontravam em Roma (Rm 1.7).
II – FORMA LITERÁRIA, CONTEÚDO E PROPÓSITO
O propósito da Epístola é notório na introdução (Rm 1.1-17), pedindo sempre em minhas orações que, nalgum tempo, pela vontade de Deus, se me ofereça boa ocasião de ir ter convosco (v. 10). Logo, o propósito de Paulo ao escrever a Epístola era de ir a Roma. Porém, na escrita o apóstolo registra sua mensagem que já era pregada a mais ou menos, vinte cinco anos. Também na carta Paulo corrige alguns problemas da Igreja causados por atitudes erradas dos judeus para com os gentios (Rm 2.1-29; 3.1,9; 11.11-32).
O tema da epístola é encontrado nos seguintes versículos: Porque não me envergonho do evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê; primeiro do judeu, e também do grego. Porque nele se descobre a justiça de Deus de fé em fé, como está escrito: Mas o justo viverá da fé (Rm 1.16,17).
Em suma, a Epístola aos Romanos em seu tema central, define a doutrina da salvação associada diretamente com o elo da salvação em especial a fé.
A frase de fé em fé (Rm 1.17), significa fé do começo ao fim. Portanto, através da escrita da carta Paulo queria consolar os cristãos a permanecerem firmes na fé em meio às perseguições contra o Evangelho, sabendo que o cristão autêntico não envergonha do Evangelho porque este é poder de Deus para salvação de todo aquele que crê.
III – VALOR ESPIRITUAL
As doutrinas Bíblicas são nítidas na carta aos Romanos, pois a epístola inicia-se com a teontologia, porquanto o que de Deus se pode conhecer neles se manifesta, porque Deus lho manifestou (Rm 1.19), texto que em seu contexto descreve a respeito da santidade divina. A harmatiologia também está presente nas citações doutrinárias de Paulo, pelo que, como por um homem entrou o pecado no mundo (Rm 5.12b). E em destaque percebe-se a soteriologia, isto é, a doutrina da salvação. Os elos da salvação estão presentes na epístola: fé, justificação (Rm 5.1), e santificação (Rm 8.1). Portanto, a cristologia e a paracletologia também estão presentes (Rm 8.1-30).
A epístola aparece na história por ser motivadora de grandes avivamentos. Agostinho e Lutero são bons exemplos de homens que foram inspirados pela carta aos Romanos.
Para concluir: A carta foi escrita para a igreja... A carta foi escrita com o propósito de edificar a igreja, tirar dúvidas e esclarecer questionamentos que a nova fé estava provocando. Junte-se a isso o desejo do apóstolo em contar com o apoio dos romanos no estabelecimento de uma nova base missionária. Romanos, portanto, é uma carta escrita para todos nós (GONÇALVES, p.7).
REFERÊNCIA

GONÇALVES, José. Maravilhosa Graça, o evangelho de Jesus Cristo revelado na Carta aos Romanos. Rio de Janeiro: CPAD, 2016.

terça-feira, 22 de março de 2016

Carta aos Romanos – Morte versus a Vida Eterna


Morte versus a Vida Eterna
Texto: 20- Porque, quando éreis servos do pecado, estáveis livres da justiça.
21- E que fruto tínheis, então, das coisas de que agora vos envergonhais? Porque o fim delas é a morte.
22- Mas agora, libertados do pecado e feitos servos de Deus, tendes o vosso fruto para santificação, e por fim a vida eterna.
23- Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus, nosso Senhor.  (Rm 6.20 e 23).
Deus fez uma aliança com Adão, sendo que este pacto possuía promessa, condição e pena. A promessa era a vida eterna, a condição era a obediência e a pena, caso a condição não fosse cumprida, seria a morte. O relato Sagrado registra a desobediência de Adão outorgando aos seus descendentes a herança pecaminosa. A grande prova desta herança se chama a morte. Morte física é a separação entre o espírito e o corpo.
Porém, Deus não abandonou a humanidade. Jesus veio ao mundo, teve um ministério terreno abrangendo trinta e três anos, morreu e ressuscitou ao terceiro dia, confirmando suas palavras, sua vida e sua morte. Pois, pela morte de um, todos têm a oportunidade se justificarem diante de Deus, porque o dom gratuito de Deus é a vida eterna.
Morte, o salário do pecado
1- Definição. A palavra morte tem como significado separação. No sentido físico, é o término das atividades vitais do ser humano sobre a terra (ANDRADE, p.184). Logo, morte do latim, mortem, tem como significado experiência física terminal.
2- Tipos de morte. Há em destaque três tipos de morte descrita na Escritura Sagrada: morte física, morte espiritual e a segunda morte.
A morte física que é a experiência física terminal ocorre diariamente, pois no mundo segundo dados da ONU em média 102 pessoas morrem por minuto. Isto indica que 3,4 pessoas morrem a cada 2 segundos, e 146.880 pessoas morrem a cada dia. Isto por causa da desobediência de Adão. Portanto, a morte física é biológica.
Já a morte espiritual corresponde com a separação do indivíduo para com Deus. Trata-se de uma morte espiritual. Jesus, porém disse-lhe: segue-me e deixa aos mortos sepultar os seus mortos (Mt 8.22). Mas era justo alegrarmo-nos e regozijarmo-nos, porque este teu irmão estava morto e reviveu; tinha-se perdido e foi achado (Lc 15.32). E vos vivificou, estando vós mortos em ofensas e pecados (Ef 2.1).
Em terceiro há também a segunda morte, que está associada com o Juízo Final que de fato é a eterna separação para com Deus.
3- Origem da morte. Conforme os seguintes textos da Bíblia Sagrada (Gn 2.17; Rm 5.12; Rm 6.23) a morte é consequência do pecado. Com outras palavras Champlin expressa que a morte é a punição contra o pecado (p.363).
Tiago em sua epístola corrobora com o enunciado acima: depois havendo a concupiscência concebido, dá a luz o pecado; e o pecado, sendo consumado, gera a morte (Tg 1.15). Logo, a morte é consequência direta do pecado de Adão.
4-Fracasso da morte. A vitória da morte é temporária, pois a morte dará os mortos (Ap 20.13), isto é, a morte devolverá mortos na ressurreição dentre os mortos e também na ressurreição dos mortos. Logo, na entrega dos mortos na ressurreição dentre os mortos, indica entrega dos que morrerem com a fé viva em Cristo para participarem do arrebatamento da Igreja, já a ressurreição dos mortos, indica que todos os mortos de todo o tempo, voltarão à vida para o julgamento do Grande Trono Branco. Se por meio da ressurreição a morte devolverá os mortos, a mesma terá cumprido a sua missão e, por isso, será lançada no lago de fogo (Ap 20.14).
Vida eterna
1- É um dom divino. A vida eterna é um presente de Deus para todos aqueles que receberem a Jesus como único e suficiente Salvador. Promessa que se cumprirá para todos aqueles que perseverarem até o fim.
Sendo um dom, indica que ninguém será salvo por seus próprios méritos. A salvação não é por méritos e nem por obras próprias do ser humano, mas sim pela obra de Jesus Cristo no Calvário. Se por Adão o pecado entrou no mundo e deixou como herança a morte. Por Jesus vem à reafirmação divina da vida eterna para todos aqueles que crerem.
2- Será marcada pela ausência do pecado. Se o mundo atual que está afetado pelo pecado possui maravilhas, o que será dito quando o cristão passar a ter o seu corpo glorificado e a viver na nova cidade em que nela não haverá maldição (Ap 22.3), pois, não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor, porque já as primeiras coisas são passadas (Ap 21.4).
E Deus limpará de seus olhos toda lágrima (Ap 21.4). As lágrimas enxugadas pelo Senhor indicam o fim da dor. Porque já as primeiras coisas são passadas, isto é, toda tristeza será substituída pela alegria eterna. A alegria eterna será identificada pelos seguintes indicadores: a glorificação do crente e a habitação do tabernáculo divino com os vencedores.
A glorificação do crente indica que o cristão será: salvo de um mundo de pecado, liberto da presença do pecado, habilitado a desfrutar da graça que se estenderá por toda a eternidade e, por fim, ocorrerá quando o cristão chegar ao céu.
Em suma, a morte física não separa o cristão de Deus, pois a morte envolve vantagens conforme o apóstolo Paulo escreveu o morrer é ganho (Fp 1.21). Logo, a morte é serva em direcionar o cristão a Deus e em obedecer a Deus, pois a mesma só age no devido tempo. Cabe ao cristão ser fiel, obedecer a Palavra de Deus e a se santificar diante do Senhor, para não cair em tentação e perder a vida eterna, a herança de Deus para os que vencerem.
REFERÊNCIA
ANDRADE, Claudionor Corrêa. Dicionário Teológico, com definições etimológicas e locuções latinas. Rio de Janeiro: CPAD, 1997.
CHAMPLIN. R.N. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. Volume 4. São Paulo: Hagnos, 2014.

sábado, 19 de março de 2016

Subsídio para a aula da EBD – O Destino Final dos Mortos


O Destino Final dos Mortos
Se esperarmos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens (1Co 15.19).
A esperança do cristão em Cristo não é em vão, pois a esperança em Jesus é abrangente, no que corresponde ao tempo. A promessa do Senhor é de abençoar o crente nesta vida e na vida vindoura (Mt 19.29). Logo, o crente terá um futuro glorioso ao lado do Senhor. Já para os ímpios o futuro será de sofrimento e condenação eterna.
I – O ESTADO INTERMEDIÁRIO
O Estado Intermediário é definido por ser o estado entre a morte física e a ressurreição. Sendo que a ressurreição é distinguida pelo tempo e pela objetividade.
No que corresponde ao tempo haverá a ressurreição antes ao arrebatamento e pós o arrebatamento. E no que corresponde a objetividade haverá a ressurreição para a vida eterna e para a condenação eterna.
Há doutrinas errôneas acerca do Estado Intermediário, em destaque percebem-se os ensinos da igreja católica, dos adventistas e dos espiritas.
Os católicos ensinam a respeito do purgatório que sobre este dogma diz Strong:
Segundo a doutrina da Igreja Católica Romana, todos que morrem em paz com a igreja, mas não são perfeitos, passam pelo purgatório. Aqui, eles fazem a satisfação pelos pecados cometidos após o batismo através do sofrimento por um tempo maior ou menor segundo o grau de sua culpa (STRONG, Apud, LIMA p.155).
O ensino a respeito do purgatório foi aceito pela igreja católica no século XII, porém posto em prática após o Concílio de Trento, em pleno século XVI. O Concílio de Trento é conhecido por ser a resposta da igreja católica à reforma protestante.
Os adventistas ensinam a respeito do sono da alma.
Conforme esta doutrina após a morte a pessoa passa pelo estado conhecido pelo termo o sono da alma, isto é, no hades. Porém, percebe-se o erro desta doutrina nas palavras de Jesus:
Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó? Ora, Deus não é Deus dos mortos, mas dos vivos (Mt 22.32).
Outra passagem que descreve o erro deste ensino é a narrativa de Lucas no capítulo dezesseis, em que o rico de maneira consciente pede ajuda a Abraão.
Os espiritas ensinam a respeito da reencarnação.
O indivíduo após a morte pode nascer em um novo corpo, esta é a principal afirmação da doutrina espírita que ensina a respeito da reencarnação. Os espíritas afirmam que há oito esferas pelas quais passam os espíritos para a purificação, que para os indianos adeptos desta doutrina, poderá chegar até seiscentas mil reencarnações.
Portanto, para maior compreensão do ensino a respeito do estado intermediário dos mortos, há três palavras fundamentais: sheol, hades e paraíso.
O termo sheol tem como significado sepultura ou estado dos mortos. Andrade assim define:
Palavra hebraica que designa o lugar dos mortos. O mesmo que hades e inferno. Segundo o Novo Testamento, é o lugar onde as almas dos iníquos aguardam o Juízo Final (p. 227).
Hades é o lugar destinado aos ímpios. Andrade assim define:
É sinônimo de inferno... Na septuaginta, tal palavra é usada como sinônimo do vocábulo hebraico sheol (p.143).
Já o termo paraíso corresponde ao lugar de repouso e felicidade.
Antes ao Calvário o hades estava dividido em duas partes, a que destinava os ímpios e a que destinava aos justos. Porém, depois do Calvário houve uma mudança:
Houve uma mudança dentro do mundo das almas e espíritos dos mortos (...). Quando Cristo enfrentou a morte e a sepultura, e as venceu, efetuou uma mudança radical no sheol-hades (Ef 4.9,10; Ap 1.17,18). A parte do paraíso foi transladada para o terceiro céu, na presença de Deus (2 Co 12.2,4), separando-se completamente das partes inferiores, onde continuam os ímpios mortos. Somente os justos gozam dessa mudança em esperança pelo dia final, quando esse estado temporário se acabará, e viverão para sempre com o Senhor num corpo espiritual ressurreto (CABRAL, Apud, LIMA, p.147,148).
II – A SITUAÇÃO DOS MORTOS
Anterior ao Calvário os justos eram conduzidos pelos os anjos (Lc 16.22). Já após o Calvário os justos são recebidos pelo Senhor Jesus (At 7.59).
Conforme Lima (p.149):
Os justos estão vivos, e mantem sua identidade pessoal, sua personalidade e consciência. Moisés, tendo sido sepultado por Deus, aparece, falando com Jesus, no monte da transfiguração (Mt 17.3; Lc 9.30-32), ao lado de Elias. Deus não é Deus dos mortos, mas dos vivos (Lc 16.22; ver 1 Ts 5.10; Rm 8.10; Ap 6.9-11).
Já para os ímpios a realidade é totalmente diferente, pois estes serão conduzidos para o hades. Lugar de sofrimento em que os ímpios estarão conscientes de tudo que fizeram na terra, não haverá consolo e nem possibilidade de comunicação com os vivos, pois este é conhecido como o lugar de tormento.
III – O ESTADO FINAL DOS MORTOS
Por fim, o estado final dos mortos pode ser compreendido com o escrito de Daniel 12.2:
E muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para a vida eterna e outros para vergonha e desprezo eterno.
Os salvos terão um corpo glorificado e imortal, já os ímpios terão um corpo capaz de suportar o fogo do inferno onde o bicho não morre, e o fogo nunca se apaga (Mt 9.43,44), sedo estes lançados no lago de fogo.
Referência:
ANDRADE, Claudionor Corrêa. Dicionário Teológico, com definições etimológicas e locuções latinas. Rio de Janeiro: CPAD, 1997.
DE LIMA, Elinaldo Renovato. O Final de todas as coisas, esperança e glória para os salvos. Rio de Janeiro: CPAD, 2015.

terça-feira, 15 de março de 2016

Carta aos Romanos – Gloriar na Esperança da Glória de Deus


Gloriar na Esperança da Glória de Deus
Texto: 1- Sendo, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus por nosso Senhor Jesus Cristo;
2- pelo qual também temos entrada pela fé a esta graça, na qual estamos firmes; e nos gloriamos na esperança da glória de Deus.  (Rm 5.1 e 2).
A expressão gloria-se é uma característica peculiar do apóstolo Paulo. O termo, gloriar, pode se referir ao orgulho humano ou satisfação por conquistas, mas o motivo que todo cristão tem de se gloriar, conforme Paulo é na esperança da glória de Deus (v.2), nas tribulações, pois a tribulação produz paciência (v.3) e em Deus por Jesus Cristo por alcançar nEle a reconciliação (v.11).
O capítulo cinco de Romanos, conforme Richards apresenta oito benefícios pertencentes aos cristãos: paz com Deus (v.1), acesso a Deus e a sua graça (v.2), justificação (v. 9), salvação hoje (v.10), reconciliação (v.11), a capacidade de viver uma vida justa (v.17), o direito a própria vida (v18), e vida eterna (21).
O gloriar do cristão
Conforme o capítulo em análise o cristão tem três motivos para gloriar: gloriar na esperança da glória de Deus, gloriar nas tribulações e gloriar em Deus pelo alcance da reconciliação.
1- Gloriamos na esperança da glória de Deus (v.2). O cristão pode se alegrar diante da esperança futura, isto é, a glória que o cristão desfrutará ao lado do Criador. Este orgulhar demonstra total segurança, porque Deus depositou no coração de cada cristão o Espírito Santo (v.5). Quem tem o Espírito Santo tem a salvação.
A esperança não traz confusão, logo os servos de Cristo não serão envergonhados ou humilhados por causa da esperança, pois ela cumprirá (RADMACHER; ALLEN; HOUSE, p.373).
2- Gloriamos nas tribulações (v.3).  A palavra tribulação pode ser compreendida pelos seguintes termos: frustração, sofrimento, pressão, perseguição, abandono etc...
Jesus não morreu para nos tornar materialmente ricos, para garantir saúde física, ou nos imunizar contra as tribulações durante nossa vida terrena. Jesus morreu para nos dar bênçãos muito mais ricas do que estas! (...)
O sofrimento ajudará a nos proteger do erro de fixar nossas esperanças naquilo que podemos ganhar aqui, amanhã, e não em Deus (...).
Deus pode usar a pobreza e o sofrimento, para manter nossos olhos fixados na riqueza espiritual que já possuímos, e nossas esperanças fixadas nele (RICHARDS, p. 297).
O gloriar nas tribulações segundo Paulo se relaciona diretamente aos resultados desta na vida do cristão:
A tribulação produz paciência, e a paciência, a experiência, e a experiência, a esperança (Rm 5. 3,4).
Através da tribulação Deus desenvolve no cristão a perseverança e o caráter. Pois, caráter é o complexo de características mentais e éticas que marcam e, geralmente, individualizam uma pessoa, grupo ou nação (MUNROE, p.34).
3- Gloriamos em Deus por nosso Senhor Jesus Cristo, pelo qual agora alcançamos a reconciliação (v.11). Ter contato com Deus. Fazer parte do corpo de Jesus Cristo. São conquistas possíveis pela ação de Jesus na cruz. Logo, este é o terceiro motivo citado por Paulo no qual todo cristão deve se orgulhar o estar reconciliado com Jesus Cristo.
Os benefícios de estar em Cristo
Os benefícios são inúmeros, porém no capítulo cinco o apóstolo Paulo cita oito destes inúmeros benefícios.
1- Temos paz com Deus (v.1). Ter paz com Deus não corresponde a sentimento de sossego, mas ao estado de reconciliação obtida pelo cristão com Deus. Certo que por mérito da obra de Cristo no calvário.
2- Temos acesso a Deus e a Sua graça (v.2). Este benefício indica que o crente pode chegar à presença do Senhor. Portanto, por meio da oração, elemento da graça, o crente pode se aproximar de Deus, porém, conforme a esperança futura da glória de Deus, em um breve dia os fiéis serão conforme o Senhor (1 Jo 3.2).
3- Temos justificação (v.9). Ser justificado é ser absorvido, isto é, é ser declarado justo. Justificação é um termo derivado do grego dikaió, o que indica o indivíduo foi declarado justo. Portanto, ser justificado, indica que o cristão foi declarado justo pela obra de Jesus no calvário.
4- Temos salvação (v.10). Já foi descrito em texto anterior a respeito do poder do pecado na vida do indivíduo que é definido no aprisionar e no condenar. Logo, seremos salvos pela sua vida, não corresponde a algo futuro, mas corresponde ao fato que o cristão alcançou a emancipação do poder do pecado.
5- Temos a reconciliação (v. 11). A aproximação para com Deus por parte do indivíduo indica que houve mudança de atitude. Ter a reconciliação é saber: Deus, que outrora tinha o pecador como Seu inimigo, agora o considera íntegro (RADMACHER; ALLEN; HOUSE, p.374).
6- Temos a capacidade de viver uma vida justa (v.17). A vida justa indica uma vida sem a condenação do pecado que é a morte. Pois, no governo de Jesus o cristão passa a ser guiado para a obtenção da vida eterna.
7- Temos a própria vida (v.18). Logo, todos os justificados são livres em Cristo e passam a serem livres da condenação, pois são justificados em Jesus Cristo.
8- Temos a vida eterna (v. 21). A vida eterna corresponde a uma vida livre da presença do pecado. Isto, porque “as coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, e não subiram ao coração do homem são as que Deus preparou para os que o amam” (1Co 2.9).
Por fim, o cristão não pode em circunstância nenhuma se gloriar em sua própria força, pois os benefícios alcançados pelo crente estão diretamente associados ao agir de Deus na vida de cada indivíduo mediante a obra da salvação realizada por Jesus.
REFERÊNCIA
MUNROE, Myles. O Poder do caráter na liderança como os valores, a moral, a ética e os princípios afetam os líderes. Rio de Janeiro: Editora Central Gospel Ltda, 2015.
RADMACHER, Earl D. ALLEN, Ronaldo B. HOUSE, H. Wayne. O Novo comentário Bíblico Novo Testamento. Rio de Janeiro: Editora Central Gospel, 2013.
RICHARDS. Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2008.

domingo, 13 de março de 2016

Subsídio para a aula da EBD – Novos Céus e Nova Terra


Novos Céus e Nova Terra
Porque eis que eu crio céus novos e nova terra; e não haverá lembrança das coisas passadas, nem mais se recordarão (Is 65.17).
Para Radmacher, Allen & House: Eu crio também pode ser traduzido por estou criando, ou estou prestes a criar. Céus novos e nova terra. Assim formou os céus e a terra existentes, Deus irá criar um novo Universo que estará pronto para sua presença e para desfrute de seu povo (p. 1106).
As descrições, novo céu, nova terra e nova Jerusalém, se associam a três dimensões: a dimensão celestial, novo céu; a dimensão terrestre, nova terra; e, a dimensão urbana, nova cidade.
Já no que corresponde à nova Jerusalém, três são os indicadores que define a nova Jerusalém ao patamar de uma cidade sublime:
Primeiro, a grande cidade (Ap 21.10), logo a grandeza da cidade corresponde ao suprimento da necessidade dos seus habitantes.
 Em segundo, a santa cidade (Ap 21.10),   isto é, a cidade é perfeita e livre de todo mal.
Por fim, em terceiro a cidade descerá do céu, por isso, haverá nela a glória de Deus (Ap 21.10).
I – TODAS AS COISAS SERÃO RENOVADAS
Em 2 Pedro 3.7 assim está escrito: Mas os céus e a terra que agora existem pela mesma palavra se reservam como tesouro e se guardam para o fogo, até o Dia do Juízo e da perdição dos homens ímpios.
Portanto, o juízo pelo fogo é tão certo como o que foi efetuado pela água. O termo, céus, presente no texto corresponde ao céu sideral. Teologicamente há três céus:
Primeiro céu: o céu atmosférico ou céu inferior. Isto é, onde sobrevoam os pássaros.
Segundo céu: o céu espacial ou intermediário. Onde se localizam os astros e também é chamado de céu astronômico.
Terceiro céu: o céu em que há a presença de Deus, isto é, o céu superior.
O primeiro livro da Bíblia é o de Gênesis, o livro do princípio, enquanto o último livro é o de Apocalipse que corresponde a revelações. Todavia, o primeiro como o último livro da Bíblia possui relações diretas no que trata a ordem da história da humanidade, se em Gênesis encontra-se as origens das coisas, em Apocalipse o conhecimento do desfecho de todas as coisas torna-se notável. Mas, os últimos capítulos de Apocalipse são conhecidos como o gênesis do apocalipse, portanto as origens de uma nova época encontram se nos capítulos finais de Apocalipse.
II – NOVOS CÉUS E NOVA TERRA
Em 2 Pedro 3.13 assim está escrito: Mas nós, segundo a sua promessa, aguardamos novos céus e nova terra, em que habita a justiça.
Por fim, o propósito de Deus é uma nova criação. Esta verdade se explica pelo motivo em que a criação foi afetada pelo pecado. O pecado alterou a harmonia presente na criação. Com os novos céus e nova terra Deus pelo fogo trará restauração.
III – NOVA JERUSALÉM
 A frase “na casa de meu Pai há muitas moradas” transmite dois ensinamentos básicos:
Primeiro ensino, a casa pertence ao Criador.
E segundo, nesta casa há muitas moradas.
Na tradução NVI a expressão muitas moradas corresponde a uma casa pequena com muitos cômodos envolta de um pátio que é o pondo de encontro para o lazer dos filhos que mora envolta do seu pai. Na Nova Jerusalém os filhos de Deus estarão envoltos do Pai celestial.
Os detalhes inseridos no texto sagrado da nova Jerusalém indica que ela é uma cidade real. Cidade cujo construtor também é real (Hb 11.10). Se o mundo atual afetado pelo pecado possui as suas maravilhas o que será dito da nova cidade em que nela não haverá maldição (Ap 22.3), não haverá necessidade dos governos naturais que governam os dias e as noites - sol, lua e estrelas – (Ap 22.5), não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor, porque já as primeiras coisas são passadas (Ap 21.4).
Para um mundo perfeito é necessário que exista uma composição com elementos essenciais como a de um governo capaz somada com habitantes conscientes, que desfrutem de conhecimentos, comunhão e vivam em amor. Por muitos anos esta tem sido à busca de homens para uma sociedade melhor, porém, estas teorias ao serem executadas pelo o homem eliminou o essencial que é a presença de Deus. Ou seja, não haverá uma sociedade justa com a ausência de Deus. Na nova Jerusalém a perfeição será real porque o próprio Deus a governará, com isto os habitantes serão os salvos de todas as épocas que possuirão conhecimento perfeito e desfrutarão da perfeita comunhão e do perfeito amor.
Na Nova Jerusalém o amor de fato será sincero, generoso e longânimo. A perfeição do amor de Deus na nova Jerusalém se manifestará no amor que galardoa os salvos (Tg 1.12).
Referência:
RADMACHER, Earl D. ALLEN, Ronaldo B. HOUSE, H. Wayne. O Novo comentário Bíblico Antigo Testamento. Rio de Janeiro: Editora Central Gospel, 2013.