Conhecendo o pecado
Texto: 19- Ora, nós sabemos que tudo o que a
lei diz aos que estão debaixo da lei o diz, para que toda boca esteja fechada e
todo o mundo seja condenável diante de Deus 20- Por isso, nenhuma carne será justificada
diante dele pelas obras da lei, porque pela lei vem o conhecimento do pecado. (Rm 3.19,20).
Pecado
(gr. Hamartía) tem como significado
errar o alvo. Sendo que o pecado é toda transgressão à vontade de Deus. O
resultado da hamartía é a morte, isto é, a transgressão traz a separação de
Deus.
A
hamartiologia resume as ações do pecado em três instancias: penalidade, poder e
presença. A penalidade do pecado é real na vida daqueles que não foram
justificados em Cristo. O poder do pecado é notável na vida daqueles que não se
santificam em Jesus Cristo. E a presença do pecado só perpetuará na vida
daqueles que não serão glorificados com o Senhor Jesus Cristo.
A penalidade do pecado
Paulo
expressa que tanto judeus como os gregos, estão debaixo do pecado, isto é,
estão sobre os efeitos do pecado (Rm 3.9). A penalidade do pecado permite a
seguinte conclusão: não há um justo (Rm 3.10). Logo, se não há um justo debaixo
da lei a depravação da humanidade se torna visível em:
1- Não há um justo, nem um
sequer (Rm 3.10). Em outra versão não há uma só pessoa que
faça o que é certo.
2- Não há ninguém que
entenda (Rm 3.11). Ou seja, não há ninguém que tenha juízo. Os que
estão debaixo da penalidade do pecado são indivíduos que não conhecem a Deus ou
indivíduos que abandonaram a Deus. Fato associado ao homem natural, que não
conhece, e ao carnal que abandonou a Deus. Portanto, o presente texto se
associa com o homem natural que não conhece a Deus.
3- Não há ninguém que busque
a Deus (Rm 3.11). Isto é, não há ninguém que adore a Deus.
Quando associado ao homem carnal o não adorar a Deus presente no versículo se
refere a ações religiosas, onde não há verdadeira adoração, mas pura
apresentação.
4- Todos se extraviaram e
juntamente se fizeram inúteis (Rm 3.12). Logo, todos se perderam e se
tornaram inúteis. Desviaram e se fizeram inúteis, isto é, se tornaram em
pessoas sem utilidade para Deus e para os propósitos de Deus.
5- Não há quem faça o bem,
não há nem um só (Rm 3.12). Quem sabe fazer o bem e não faz comete
pecado (Tg 4.17). O texto não se refere em não saber fazer o bem, mas ao fato
de não querer fazer o bem.
6- Todos mentem e enganam
(Rm 3.13). Os lábios dos que estão sobre o domínio do pecado são
fontes de mentira e de morte.
7- Se apressam para matar
(Rm 3.15). Pessoas
distanciadas de Deus são propensas à violência. Eles cometem crimes e matam
porque não têm nenhum respeito pela vida de seu semelhante (RADMACHER; ALLEN; HOUSE, p.369).
8- Não há temor de Deus
diante de seus olhos (Rm 3.18). Isto é, não há reverência
divida a Deus. Para Salomão o temor do Senhor é o princípio de toda sabedoria
(Pv 1.7).
A
penalidade do pecado sobre o indivíduo indica que este se encontra no estado de
escravidão. Portanto, o elo da salvação que retira a penalidade do pecado do
indivíduo é a justificação.
O poder do pecado
O
poder do pecado na vida do indivíduo é definido em duas situações: no aprisionar
e no condenar.
O
pecado aprisiona o indivíduo, isto é, faz do indivíduo escravo do mesmo. Sendo
que o prisioneiro não tem liberdade em realizar sua própria vontade. Apenas o
conhecimento da verdade liberta o homem do poder do pecado (Jo 8.32).
A
segunda situação se relaciona com a condenação, pois o salário do pecado é a
morte (Rm 6.23). Em alguns casos esta dominação leva a morte física, porém,
antes que esta se concretize a morte espiritual torna se uma realidade e se
define na perca da comunhão com Deus.
Os
males existenciais na atualidade estão todos associados com o poder do pecado,
pois este aprisiona e condena, mas graças a Deus que outorga vitória por intermédio
de Jesus Cristo. Por fim, a santificação liberta o indivíduo do poder do
pecado.
A presença do pecado
Conforme
Ap 21.2, do céu descerá a nova Jerusalém. A primeira palavra, nova, corresponde
a uma das características desta cidade que será uma cidade “Santa” (Ap 21.10).
Nova, cidade desconhecida, guardada para os salvos de todas as épocas (Jo 14.
1-3). Já a segunda palavra Jerusalém,
tem por significado, habitação de paz.
Portanto,
a glorificação do crente ao ser arrebatado e passar a viver na Nova Jerusalém
indica que o pecado não estará mais presente.
A
palavra chave para compreender este momento é Nikon. Ou
seja, aquele que permanece em constante vitória. Na Bíblia de Estudo
Pentecostal a explanação a respeito da palavra Nikon se define da seguinte
maneira:
É aquele que, mediante a
graça de Deus recebida através da fé em Cristo, experimentou o novo nascimento
e permanece constante na vitória sobre o pecado, o mundo e satanás
(p.1985).
Em suma, a lei não foi dada para justificar,
mas para expor os pecados. Já a graça revelada em Jesus Cristo justifica o
indivíduo, levando-o à categoria de justo, Logo, perante Deus mediante a graça
o ser humano é declarado íntegro. A lei condena o melhor dos homens, já a graça
justifica o pior dos homens.
REFERÊNCIA
BÍBLIA DE ESTUDO PENTECOSTAL. Edição Revista e Corrigida. Rio de
Janeiro: CPAD, 1996.
RADMACHER, Earl D. ALLEN, Ronaldo B. HOUSE, H. Wayne. O Novo comentário Bíblico Novo Testamento. Rio de
Janeiro: Editora Central Gospel,
2013.
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