O Destino Final dos Mortos
Se esperarmos em Cristo só nesta
vida, somos os mais miseráveis de todos os homens (1Co 15.19).
A esperança do cristão em Cristo não é em vão, pois a esperança em
Jesus é abrangente, no que corresponde ao tempo. A promessa do Senhor é de
abençoar o crente nesta vida e na vida vindoura (Mt 19.29). Logo, o crente terá
um futuro glorioso ao lado do Senhor. Já para os ímpios o futuro será de
sofrimento e condenação eterna.
I – O ESTADO INTERMEDIÁRIO
O Estado Intermediário é definido por ser o estado entre a morte
física e a ressurreição. Sendo que a ressurreição é distinguida pelo tempo e pela
objetividade.
No que corresponde ao tempo haverá a ressurreição antes ao
arrebatamento e pós o arrebatamento. E no que corresponde a objetividade haverá
a ressurreição para a vida eterna e para a condenação eterna.
Há doutrinas errôneas acerca do Estado Intermediário, em destaque percebem-se
os ensinos da igreja católica, dos adventistas e dos espiritas.
Os
católicos ensinam a respeito do purgatório que sobre este dogma diz Strong:
Segundo a doutrina da Igreja
Católica Romana, todos que morrem em paz com a igreja, mas não são perfeitos,
passam pelo purgatório. Aqui, eles fazem a satisfação pelos pecados cometidos
após o batismo através do sofrimento por um tempo maior ou menor segundo o grau
de sua culpa (STRONG, Apud, LIMA p.155).
O ensino a respeito do purgatório foi aceito pela igreja católica no
século XII, porém posto em prática após o Concílio de Trento, em pleno século
XVI. O Concílio de Trento é conhecido por ser a resposta da igreja católica à
reforma protestante.
Os
adventistas ensinam a respeito do sono da alma.
Conforme esta doutrina após a morte a pessoa passa pelo estado
conhecido pelo termo o sono da alma, isto é, no hades. Porém, percebe-se o erro
desta doutrina nas palavras de Jesus:
Eu
sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó? Ora, Deus não é Deus
dos mortos, mas dos vivos (Mt 22.32).
Outra passagem que descreve o erro deste ensino é a narrativa de
Lucas no capítulo dezesseis, em que o rico de maneira consciente pede ajuda a
Abraão.
Os
espiritas ensinam a respeito da reencarnação.
O indivíduo após a morte pode nascer em um novo corpo, esta é a principal
afirmação da doutrina espírita que ensina a respeito da reencarnação. Os
espíritas afirmam que há oito esferas pelas quais passam os espíritos para a
purificação, que para os indianos adeptos desta doutrina, poderá chegar até
seiscentas mil reencarnações.
Portanto, para maior compreensão do ensino a respeito do estado intermediário
dos mortos, há três palavras fundamentais: sheol, hades e paraíso.
O termo sheol tem como significado sepultura ou estado dos mortos.
Andrade assim define:
Palavra hebraica que designa
o lugar dos mortos. O mesmo que hades e inferno. Segundo o Novo Testamento, é o
lugar onde as almas dos iníquos aguardam o Juízo Final (p. 227).
Hades é o lugar destinado aos ímpios. Andrade assim define:
É
sinônimo de inferno... Na septuaginta, tal palavra é usada como sinônimo do vocábulo
hebraico sheol (p.143).
Já o termo paraíso corresponde ao lugar de repouso e felicidade.
Antes ao Calvário o hades estava dividido em duas partes, a que
destinava os ímpios e a que destinava aos justos. Porém, depois do Calvário
houve uma mudança:
Houve
uma mudança dentro do mundo das almas e espíritos dos mortos (...). Quando
Cristo enfrentou a morte e a sepultura, e as venceu, efetuou uma mudança
radical no sheol-hades (Ef 4.9,10; Ap 1.17,18). A parte do paraíso foi
transladada para o terceiro céu, na presença de Deus (2 Co 12.2,4),
separando-se completamente das partes inferiores, onde continuam os ímpios
mortos. Somente os justos gozam dessa mudança em esperança pelo dia final,
quando esse estado temporário se acabará, e viverão para sempre com o Senhor
num corpo espiritual ressurreto (CABRAL, Apud, LIMA, p.147,148).
II – A SITUAÇÃO DOS MORTOS
Anterior ao Calvário os justos eram conduzidos pelos os anjos (Lc
16.22). Já após o Calvário os justos são recebidos pelo Senhor Jesus (At 7.59).
Conforme Lima (p.149):
Os
justos estão vivos, e mantem sua identidade pessoal, sua personalidade e consciência.
Moisés, tendo sido sepultado por Deus, aparece, falando com Jesus, no monte da
transfiguração (Mt 17.3; Lc 9.30-32), ao lado de Elias. Deus não é Deus dos
mortos, mas dos vivos (Lc 16.22; ver 1 Ts 5.10; Rm 8.10; Ap 6.9-11).
Já para os ímpios a realidade é totalmente diferente, pois estes
serão conduzidos para o hades. Lugar de sofrimento em que os ímpios estarão
conscientes de tudo que fizeram na terra, não haverá consolo e nem
possibilidade de comunicação com os vivos, pois este é conhecido como o lugar
de tormento.
III – O ESTADO FINAL DOS MORTOS
Por fim, o estado final dos mortos pode ser compreendido com o
escrito de Daniel 12.2:
E muitos dos que dormem no pó
da terra ressuscitarão, uns para a vida eterna e outros para vergonha e
desprezo eterno.
Os salvos terão um corpo glorificado e imortal, já os ímpios terão
um corpo capaz de suportar o fogo do inferno onde o bicho não morre, e o fogo
nunca se apaga (Mt 9.43,44), sedo estes lançados no lago de fogo.
Referência:
ANDRADE,
Claudionor Corrêa. Dicionário Teológico,
com definições etimológicas e locuções latinas. Rio de Janeiro: CPAD, 1997.
DE LIMA, Elinaldo Renovato. O Final de todas as coisas, esperança e
glória para os salvos. Rio de Janeiro: CPAD, 2015.
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