Deus é Fiel

Deus é Fiel

terça-feira, 19 de julho de 2016

Carta aos Hebreus – O Verdadeiro Tabernáculo

O Verdadeiro Tabernáculo
1- Ora, a suma do que temos dito é que temos um sumo sacerdote tal, que está assentado nos céus à destra do trono da Majestade,
2- ministro do santuário e do verdadeiro tabernáculo, o qual o Senhor fundou, e não o homem.
3- os quais servem de exemplo e sombra das coisas celestiais, como Moisés divinamente foi avisado, estando já para acabar o tabernáculo; porque foi dito: olha, faze tudo conforme o modelo que, no monte, se te mostrou (Hb 8.1,2,5).
As ações dos sacerdotes eram desenvolvidas em torno das atividades realizadas no tabernáculo, que posteriormente passaram a serem conduzidas no templo. O tabernáculo era o templo móvel.
O Tabernáculo
Tabernáculo (gr. Σκηνης) cabana ou tenda. Tenda portátil onde os hebreus, durante a peregrinação pelo deserto, prestavam culto a Deus. Era o símbolo da presença de Deus entre o povo (ANDRADE, p.231).
1- O tabernáculo para os israelitas. Para a nação eleita por Deus o tabernáculo teria três descrições básicas.
a) O tabernáculo seria um santuário. E me farão um santuário, e habitarei no meio deles (Êx 25.8). Como santuário o tabernáculo proporcionava aos israelitas a presença de Deus.
b) Era chamado de Tabernáculo do Testemunho (Êx 38.21).  No Santo do Santo havia dentro da Arca da Aliança as pedras com os dez mandamentos, logo daí vem à descrição, tabernáculo do testemunho.
c) O tabernáculo era o lugar do perdão. Os israelitas presenciavam os sacrifícios dos cordeiros. Ação litúrgica desenvolvida para o perdão dos pecados dos descendentes de Abraão.
2- O significado espiritual do tabernáculo. O tabernáculo possuía 45,72m de comprimento e 22,86m de largura, e era dividido em três partes: átrio, lugar santo e lugar santíssimo. Porém, a parte interna que abrangia o lugar santo e lugar santíssimo possuía 13,71m de comprimento e 4,57m de largura.
a) O átrio. O acesso para o átrio era conhecido pelos os judeus por caminho. Este era o lugar de sacrifício onde havia dois objetos: o altar do holocausto e a pia.
No altar do holocausto três elementos eram presenciados constantemente: o fogo, a fumaça e o sangue. Fogo e fumaça correspondem com a ira de Deus manifestada pela corrupção humana. Enquanto, o sangue significava vida santificada.
Quando o sacerdote era consagrado lavava o corpo e depois os pés e as mãos, isto é, santificado para andar com Deus (os pés) e santificado para servir a Deus (as mãos).
b) Lugar Santo. A porta de acesso ao Santo era conhecida por verdade e era sustentada por cinco colunas conhecidas como os cincos dedos de Deus. Nesta repartição havia três objetos: o candelabro de ouro, a mesa dos pães e o altar do incenso.
c) Lugar Santíssimo. O véu que separava o lugar santo do santíssimo era chamado de vida. Havia nesta repartição apenas uma peça, a arca da aliança. Lugar que significava a presença de Deus. Sendo que dentro da arca havia três objetos: o maná, a vara de Arão e as tábuas da aliança.  
O maná era o alimento outorgado por Deus (Jeová Jiré, Deus da providência), a vara indicava a soberania de Deus e as tábuas salientavam a justiça de Deus.
Portanto, o átrio é o lugar da reconciliação, o santo é o lugar da santificação, e o santíssimo é o lugar da glorificação com e em Cristo.
3- A oferta para a confecção do tabernáculo. E esta é a oferta que tomareis deles: ouro, e prata, e cobre, e pano azul, e púrpura, e carmesim, e linho fino, e pelos de cabras, e peles de carneiros tintas de vermelho, e peles de texugos, e madeira de acácia (Êx 25.3-5).
O ouro fala da divindade, a prata da redenção e o bronze do juízo de Deus.
Já os panos se destacavam pelas seguintes cores: azul (céu), púrpura (realeza), carmesim (sacrifício) e linho fino (pureza).
As estatísticas enfatizam os argumentos. Ao avaliar aquilo que é dito no relato, estima-se que Israel precisaria ter disposto de 1.000 quilos de ouro; 3.000 quilos de prata e 2.500 quilos de bronze (CHAMPLIN, p. 310).
Os elementos do átrio foram confeccionados em bronze. Como significado, o juízo de Deus para com os homens, que não corresponde apenas com a condenação, mas também descreve a justificação em Cristo. Já os elementos do lugar santo eram confeccionados com acácia e banhados a ouro. Elementos que indicam a divindade e nobreza de Jesus Cristo.
A madeira de acácia era durável e resistente ao desgaste e dos insetos, o que tornava o material apropriado para a construção da arca (RADMACHER; ALLEN; HOUSE, p. 176).
O tabernáculo e Jesus Cristo
As três entradas que possibilitavam o acesso no átrio (caminho), no lugar santo (verdade) e no santíssimo (vida) conduz aos cristãos a entenderem João 14.6; Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Portanto, cada parte do tabernáculo revelava aos israelitas a pessoa de Cristo.
1- O altar do holocausto. Cristo, oferecendo-se uma vez (Hb 9.28), utensílio que apresenta Jesus como redentor.
2- A pia. O coração purificado (Hb 10.19,22), utensílio que apresenta Jesus como o purificador.
3- O candelabro. Eu sou a luz do mundo (Jo 9.5), utensílio que apresenta Jesus como o guia.
4- A mesa dos pães. Eu sou o pão da vida (Jo 6.35), utensílio que apresenta Jesus como o sustento.
5- O altar do incenso. Porque há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo, homem (1 Tm 2.5), utensílio que apresenta Jesus como o mediador.
6- A arca da aliança. Eu e o Pai somos um (Jo 10.30), utensílio que apresenta Jesus como o propiciatório, sendo Ele o próprio Deus.
Para chegar-se a presença de Deus é necessário passar pelo altar do holocausto (remissão dos pecados, isto é, conversão), pela pia (santificação pretérita), pela mesa dos pães (santificação progressiva), pelo o castiçal (testemunho do Senhor), pelo o altar do incenso (oração), para por fim, chegar à presença do Senhor, a arca da aliança (a presença de Deus).
Referência:
ALLEN, Ronaldo B. RADMACHER, Earl D. HOUSE, H. Wayne. O Novo comentário Bíblico Antigo Testamento. Rio de Janeiro: Editora Central Gospel, 2013.
ANDRADE, Claudionor Corrêa de. Dicionário Teológico. Rio de Janeiro: CPAD, 1997.

CHAMPLIN. R.N. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. Volume 6. São Paulo: Hagnos, 2014.

Nenhum comentário:

Postar um comentário