Igreja, agência evangelizadora
Mas recebereis a virtude do
Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas tanto em
Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até aos confins da terra (At 1.8).
O presente versículo didaticamente se divide
em duas partes: recebereis a virtude do Espírito Santo e, ser-me-eis
testemunhas. Primeiramente os apóstolos receberiam o poder necessário para
executarem a tarefa. E em segundo, os apóstolos seriam testemunhas até os confins
da terra, ou seja, fica nítida a ordem de Jesus para que o evangelho fosse
pregado.
Deus capacitou seus discípulos para serem testemunhas fiéis e
fervorosas, ainda que enfrentando a mais veemente oposição. Essa mesma virtude
para testemunhar é acessível a nós hoje. Nossa tarefa não é convencer pessoas,
mas testemunhar a verdade do evangelho (ALLEN;
RADMACHER; HOUSE, p. 290).
Portanto, a existência da igreja está
diretamente associada com a sua missão, pregar o evangelho a toda criatura.
Mas, a missão da igreja é abrangente, isto é, fazer discípulos. A igreja é um
organismo vivo, fato que explica o motivo de seu forte crescimento, e para que
haja crescimento cada crente tem que testemunhar de Jesus Cristo.
Se não evangeliza, deixa de ser um organismo divino para
apequenar-se numa organização humana falida e já em vias de apagar-se
(ANDRADE, p 29).
I – A FUNDAÇÃO
EVANGELIZADORA DA IGREJA
O termo igreja (gr. Εκκλησία) significa os
que foram tirados para fora, também pode se definir como os que foram
vocacionados para obedecerem a Palavra de Deus. No NT o termo igreja pode ser usado
de três maneiras diferentes: igreja universal, igreja local e reunião dos
crentes em qualquer lugar (1 Co 10.32; 1.2; 11.18).
O homem deve ser membro de uma congregação local, dentro de
determinada comunhão; mas se seu pensamento parar aí, está muito longe do
verdadeiro conceito da Igreja.
A Igreja é o todo universal da qual sua pequena congregação faz
parte, e o que importa não é ser membro de determinada congregação, nem sequer
de determinada comunhão, mas ser membro da Igreja de Deus (BARCLAY, p. 46).
Os fatos que antecedem a fundação da igreja no
NT estão relacionados ao ministério de Jesus Cristo. O ministério abrangeu três
anos e seis meses, período em que os doze apóstolos foram separados. O
evangelista João em seus escritos relata de maneira bem clara a dedicação de
Jesus ao preparar os doze apóstolos. Torna-se notório que este evangelista achou
por bem relatar os discursos e os sinais realizados por Jesus com o objetivo
preparar os discípulos para darem continuidade da obra do Pai.
Mateus 16.18 assim está escrito: pois também eu te digo que tu és Pedro e sobre esta pedra
edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela.
E em Atos dos Apóstolos o evangelista Lucas relata como ocorreu a inauguração
da Igreja, havia 120 crentes que se reuniam em um salão superior para orar,
como Ele lhes havia ordenado. No décimo dia os crentes ali presentes
vivenciaram o cumprimento da profecia de Joel, sobre o derramamento do Espírito
Santo. Com este acontecimento a igreja surgia com toda força no contexto
histórico para o cumprimento das profecias presentes na Antiga Aliança.
II – A MISSÃO PRIORITÁRIA DA
IGREJA
No subtópico: evangelização, o
comentarista escreve as seguintes palavras que merecem atenção:
Quanto mais evangelizava,
mais o Senhor operava sinais, prodígios e maravilhas. Portanto, a ação da igreja primitiva estava voltada
para o cumprimento da pregação do Evangelho.
A oração daqueles crentes
pela evangelização do mundo era tão poderosa, que, certa vez, fez tremer o
lugar onde estavam reunidos. A
oração é também um dos meios pela qual os crentes tem a oportunidade de pregar
o Evangelho. Em suma, há três meios em que a evangelização poderá ser
desenvolvida pelos crentes: pregando pessoalmente, contribuindo financeiramente
para a pregação de outros e por terceiro, por meio da evangelização.
A igreja precisa manter o pentecostes
genuíno: sem misticismos, sincretismos e sem alvos mercadológicos.
Misticismo é
o conjunto de
normas e práticas que tem por objetivo alcançar uma comunhão direta com Deus.
Nesta busca, não raro, os místicos são induzidos a prescindir da Bíblia para
ficar apenas com as suas experiências (ANDRADE,
p. 182).
Já o sincretismo se define em ser a junção de
doutrinas diferentes, enquanto os alvos mercadológicos correspondem com ações comerciais
desenvolvidas por algumas denominações para atraírem novos adeptos.
Nenhum evento eclesiástico
é tão importante quanto a evangelização. Não há proibição no que correspondem as ações
sociais da igreja, porém, esta não deverá ser o motivo da existência da igreja
como agência de Deus na terra, pois o maior evento eclesiástico deverá ser a
propagação do Evangelho.
III – ANTIOQUIA, IGREJA MISSIONÁRIA
A igreja em
Antioquia era uma igreja completa, pois havia ali profetas e doutores, se
destaca também em ser uma igreja missionária. Os cristãos em Antioquia tinham
como prioridade a obra missionária. Sendo este o impulso que permitiu que o
Evangelho chegasse até os confins da terra.
Apartai-me a Barnabé e a Saulo
para a obra a que os tenho chamado (At 13.2).
Barnabé e
Paulo foram vocacionados por Deus para uma grande obra. No versículo três os membros
daquela comunidade impuseram as mãos sobre eles, pois na imposição de mãos era a
forma pela qual a Igreja primitiva reconhecia e confirmava a missão de alguém
chamada por Deus (ALLEN; RADMACHER; HOUSE, p. 327).
Referência:
ALLEN, Ronaldo
B. RADMACHER, Earl D. HOUSE, H. Wayne. O
Novo comentário Bíblico Novo Testamento. Rio de Janeiro: Editora
Central Gospel, 2013.
ANDRADE, Claudionor Corrêa de. Dicionário Teológico. Rio de Janeiro:
CPAD, 1997.
ANDRADE, Claudionor Corrêa de. O desafio da Evangelização. Rio de
Janeiro: CPAD, 2016.
BARCLAY. William. Palavras Chaves do Novo Testamento. São Paulo: Vida Nova, 2010.
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