Deus é Fiel

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segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Introdução ao Ministério Particular de Jesus

Introdução ao Ministério Particular de Jesus
Texto: Ora, antes da festa da Páscoa, sabendo Jesus que já era chegada a sua hora de passar deste mundo para o Pai, como havia amado os seus que estavam no mundo, amou-os até ao fim (Jo 13.1).
O Evangelho segundo João é dividido em quatro partes: introdução, ministério público de Jesus, ministério particular de Jesus e acontecimentos finais. O ministério particular de Jesus está presente nos capítulos 13 a 17 do Evangelho de João. Este é o período em que Jesus atende as necessidades de seus discípulos. É o momento histórico em que o Mestre outorga lições necessárias aos seus discípulos, tendo como objetivo básico preparar os discípulos para darem continuidade à obra do Pai (Mc 16.15).
Tendo o conhecimento que se aproximava o momento em que as Escrituras se cumpririam, Jesus então inicia uma série de lições para que os discípulos tivessem a preparação necessária para prosseguirem, sendo este prosseguimento sem a presença do Mestre, porém estes não estariam sozinhos, pois teriam a presença do consolador (Jo 16.7,13).
O ministério Particular de Jesus é marcado por duas ações desenvolvidas pelo Mestre: primeira ação, Jesus lava os pés de seus discípulos e, segunda ação, Jesus ora por seus discípulos.
Ensino de Jesus no ministério Particular
Conforme os capítulos em análise os ensinos de Jesus para com os discípulos teve como foco proporcionar o conhecimento no que corresponde ao discipulado, ao envio e a respeito da temática escatológica.
1- A presença do discipulado. Discipulado é uma ação desenvolvida pela Igreja para preparar novos discípulos. Jesus em seus últimos momentos com os discípulos, prepara estes para darem testemunho da fé verdadeira e não fingida.
Um novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; como eu vos amei a vós, que também vós uns aos outros vos ameis. Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros (Jo 13.34,35).
O ensino de Jesus voltado para o discipulado dos discípulos tinha como objetivo a unidade dos discentes como membros do corpo do Messias.
2- Ênfase ao ensino para o envio. Como varas da videira (Jo 15.5), os discípulos deveriam dá fruto, logo Jesus prepara os seus discípulos para que estes viessem a serem frutíferos.
 Não me escolhestes vós a mim, mas eu vos escolhi a vós, e vos nomeei, para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça, a fim de que tudo quanto em meu nome pedirdes ao Pai ele vos conceda (Jo 15.16).
Cristo chama, e aos chamados Cristo prepara, e aos que passarem pelo treinamento serão enviados por Cristo para darem frutos.
3- Ensino escatológico. A vida do ser humano não se limita a etapa terrena, mas abrange a eternidade, sendo assim Jesus outorga lições aos discípulos para que eles soubessem que a ressurreição é uma realidade e que o retorno do Mestre é uma verdade absoluta, isto é, o arrebatamento da Igreja acontecerá.
Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito, pois vou preparar-vos lugar. E, se eu for e vos preparar um lugar, virei outra vez e vos levarei para mim mesmo, para que, onde eu estiver, estejais vós também (Jo 14.2,3).
O marco inicial do ministério particular
Era comum que os escravos lavassem os pés dos convidados que chegavam para participarem da ceia. Conta-se ainda que doze era o número dos assentos necessários para a ocupação da mesa. Em uma ponta sentaria o proprietário da casa e na outra o convidado para ministrar a palavra. No caso em estudo, o da ceia, quem lava os pés dos discípulos é o próprio Mestre. História esta que tem como tema o amor, e ensina que o mais importante do amor é servir.
Amor e serviço são as lições que Jesus transmite aos seus discípulos no primeiro ato que envolve o ministério particular.
O amor divino não corresponde com sentimentos e nem com ações que esperam recompensas, porém trata-se de um dom. O dom caracteriza o ministério, pois ministério é um dom em ação. Sendo o serviço à caracterização identificadora do amor.
No serviço desenvolvido por Cristo em lavar os pés de seus discípulos se aprende que:
A humildade é essencial para a caminhada cristã. Antes, dá maior graça. Portanto, diz Deus resiste aos soberbos, dá, porém, graça aos humildes (Tg 4.6).
A obediência a Cristo garante que os crentes tenham parte com Ele. Destruindo os conselhos e toda altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo entendimento à obediência de Cristo (2Co 10.5).
A ação em lavar os pés um dos outros não se caracteriza em uma humilhação pública, mas se caracteriza em uma unificação pública entre os membros do corpo de Cristo. Porque, assim como o corpo é um e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, são um só corpo, assim é Cristo também. Agora, pois há muitos membros, mas um corpo (1Co 12.12,20).
O Evangelho tem que ser pregado e vivenciado. Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também (Jo 13.15).
O marco que conclui o ministério particular
O capítulo 17 apresenta o segundo ato desenvolvido por Jesus em prol dos seus discípulos, esta ação é a oração sacerdotal.
Na oração sacerdotal três palavras descrevem o desejo de Cristo: glória, livramento e unidade.
O desejo da glória corresponde com a ação de Jesus em pedir ao Pai que o glorifique (Jo 17.1).
Já no que corresponde ao desejo de livramento trata-se do sentimento de Jesus para com os discípulos, que estes fossem livres do mal (Jo 17.15).
Por fim, em terceiro, o desejo de Jesus era que seus discípulos fossem um. Para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o é em mim, e eu, em ti; que também eles sejam um em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste (Jo 17.21).

O ministério particular de Jesus corresponde com o atendimento de Cristo em prol da preparação dos discípulos. Ministério que se inicia no ato de lavar os pés dos discípulos e que se conclui com a oração sacerdotal. Portanto, que a Igreja hodierna seja humilde e que em todos os momentos seja dependente de Deus. 

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