José: fé em meio às injustiças
Anterior ao nascimento de Isaque Deus tinha
falado a Abrão que sua descendência serviria a um povo em cuja terra seria
peregrina por quatrocentos anos (Gn 15.13) e José foi enquadrado no cumprimento
desta profecia. Conforme a última e mais extensa história de Gênesis, a de
José, este personagem é um elo importantíssimo entre a promessa e o
cumprimento.
José foi lançado na cova (Gn 37.24), por três
motivos:
Primeiro motivo, os irmãos de José o lançaram
na cova por que José tinha sonhos (Gn 37.5-11), no contexto atual muitos são
jogados na cova por possuírem sonhos. Segundo motivo, José era amado de seu pai
e isto provocava a ira nos seus irmãos (Gn 37.3). E como terceiro motivo, José
tinha promessa de Deus.
O patriarca José é notável na Bíblia Sagrada
por sua inteligência e sabedoria (Gn 41. 39) e por possuir o Espírito de Deus
(Gn 41.38).
I – DOIS SONHOS E MUITAS
CRISES
Os pais de Jacó demonstravam de maneira
nítida, o apego e o carinho para com os seus filhos (Gn 25.28), porém, de
maneira errada, pois, enquanto Isaque amava a Esaú, a sua esposa Rebeca amava a
Jacó.
Quando os pais demonstram o apego a um dos
filhos, tal atitude poderá proporcionar desarmonia e profundas contendas. Havia
na época a importância da primogenitura, e Jacó fez de tudo para obter o
direito de primogênito, isto é, ser o detentor do direito da bênção. Para isto,
Jacó comprou a primogenitura (Gn 25.31), e enganou a seu pai (Gn 27.33).
Assim como seus pais falharam na expressão do
amor para com os filhos, o patriarca Jacó também falhou, pois este amava mais a
José. E aumentando esta lacuna, Jacó amava a Raquel mais do que a Leia.
Amar não é um erro, porém a demonstração do
amor para com alguns em menosprezo a outros, pode ocasionar desajuste em
qualquer instituição. A família como instituição não pode e nem deve outorgar brechas
para a ocorrência de desajustes. Famílias desajustadas proporcionarão uma
sociedade problemática.
Dentro de uma família, todos devem ser amados por igual,
independente das diferenças de temperamento que cada filho tenha. Jacó foi um
mau exemplo de paternidade, porque não soube administrar com sabedoria os
sentimentos de sua família (CABRAL, p.79).
O patriarca José tinha sonhos, tendo estes
sonhos origem em Deus. Ao relatar os sonhos para os seus irmãos a vida do
patriarca começa a ter alterações desajustadas, porém, tudo caminhava para o
bem do povo eleito por Deus. No passar do tempo os sonhos de José se cumpriram
fidedignamente. Portanto, sobre sonho é certo afirmar que nem
sempre os sonhos são compreendidos, mas se procedem de Deus, certamente se
cumprirão no tempo oportuno.
II – A CRISE DA COVA E DA
ESCRAVIDÃO
Ao ser lançado na cova José estava sendo
humilhado pelos próprios irmãos. Percebe-se que o patriarca superou a crise da
humilhação tanto ao ser lançado na cova como no ato de ser mercadoria vendida
aos ismaelitas e com humilhação José foi conduzido como escravo ao Egito.
O presente tópico destaca quatro Ps
concernentes a vida de José.
O primeiro trata-se do preço no qual José foi
vendido. Os ismaelitas compraram José por vinte siclos de prata, valor que
corresponderia a mais ou menos R$ 20,00, logo, em média o valor pago por José
foi de R$ 400,00.
Sendo o segundo correspondente com a
prosperidade, pois Deus prosperou o patriarca na casa de Potifar levando-o a
função de mordomo.
Já o terceiro corresponde com a pureza. José
foi testado e aprovado. A esposa de Potifar tentou a José, porém, o jovem
sabendo do grande perigo disse as seguintes palavras, como,
pois, faria eu este tamanho mal e pecaria contra Deus? Que
belas palavras de um jovem que tinha convicção que Deus era com ele e compreendia
a importância de si manter fiel à pessoa de Deus.
O quarto trata-se da prisão. Vítima de uma
mentira o patriarca José foi preso. Porém, com base na vida do jovem José
percebe-se que até na prisão Deus prospera os teus. Não importa a situação o
que importa é saber que quando Deus estar presente, Ele proporciona bênçãos na
vida dos teus.
III – SABEDORIA PARA
ADMINISTRAR
A sabedoria de José torna-se notável e
respeitada principalmente pela interpretação dos sonhos. E o importante é que
José atribui a glória à pessoa de Deus.
José foi escolhido para administrar o Egito,
potência econômica e bélica do período. Não apenas se destacou como
administrador, mas também como economista. A lição deixada por José é que a
solução de determinado problema não estar distante da realidade das pessoas.
Nada acontece por acaso, Deus tem um plano em
tudo. José foi vendido para o Egito, propósito de Deus nesta história era
salvar o seu povo de uma grande crise e cumprir sua Palavra em que os
descendentes de Abraão viveriam em uma terra estranha por longos anos (Gn
15.13).
Segundo o Salmo 119.85 os soberbos abriram
covas para o salmista, da mesma forma os patriarcas de Israel abriram a cova
para José. Soberbos são aqueles que possuem sentimentos negativos
caracterizados pelo ego, em que se acham superiores a outros. Porém, quando o
crente obedece à palavra de Deus ele nunca desce, mas por Deus será exaltado e
isto aconteceu de fato na vida do patriarca José, e da pessoa de Faraó o
patriarca José recebeu nome de Zafenate-Panéia, que provavelmente significa
Deus fala e Deus vive (Gn 41.45), logo, José foi exaltado por Deus.
Referência:
CABRAL,
Elienai. O Deus de toda provisão,
esperança e sabedoria divina para a Igreja em meio às crises. Rio de
Janeiro: CPAD, 2016.
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