A transformação da água em vinho, primeiro milagre
realizado por Jesus
Texto: Disse-lhes
Jesus: enchei de água essas talhas. E encheram-nas até em cima. E disse-lhes:
tirai agora e levai ao mestre-sala. E levaram... Jesus principiou assim os seus
sinais em Caná da Galileia e manifestou a sua glória, e os seus discípulos
creram nele (Jo 2.7,8,11).
A água e o vinho são
dois elementos importantes para a compreensão de alguns significados próprios
do cristianismo. Purificação e alegria da salvação são definições simbólicas
destes elementos. Porém, o texto em análise relata a respeito do primeiro
milagre de Jesus que permite ao leitor da Bíblia identificar: a realização de
uma cerimônia com a presença do mestre-sala, a presença de convidados ilustres,
a importância do diálogo entre Jesus e Maria, e por fim, o real sentido do
milagre da transformação da água em vinho.
A
cerimônia
A realização de um
casamento nos tempos Bíblicos, período do Senhor Jesus, era desenrolado em três
acontecimentos: acordo legal realizado pelos pais, procissão do noivo e
convidados até a casa da noiva, e por último, o retorno à casa do noivo, local
onde seria realizada a comemoração.
A comemoração do
casamento durava até uma semana e os noivos se vestiam e eram tratados como
realeza. Sendo que o mestre-sala era o encarregado de recepcionar bem os
convidados, levando-os às mesas e cuidando no contexto geral da cerimônia.
O relato encontrado
em João corresponde com o terceiro acontecimento da realização de um casamento.
Os
convidados
Provavelmente Maria
tinha parentesco com a família anfitriã da cerimonia. Logo, por este motivo
Jesus e seus discípulos foram também convidados.
Jesus não tinha ainda
se manifestado como o Messias, porém, a sua mãe tinha pleno conhecimento que a
chegada deste dia não iria demorar.
Assim como Jesus foi
convidado para as bodas no início de seu ministério terreno é necessário que os
futuros casais convidem a Jesus para fazer parte de suas vidas conjugais. Na
narrativa Bíblica é demonstrado que o vinho acabou. A ausência de vinho
corresponde com a ausência de vida, de abundância, de esperança e de alegria.
A presença de Jesus
outorga ao ser humano vida, abundância, esperança e alegria.
Na ausência de vinho
Jesus ordenou que a água fosse colocada nas seis talhas, ou seja, se cada talha
tinha duas ou três metreta, e se cada metreta possuía em média 30 a 40 litros
de água, foram depositadas em média 480 a 720 litros de água.
Na ausência de vinho
a água foi utilizada. Na ausência de alegria é necessário que o cristão busque
a purificação no Senhor Jesus.
O
diálogo entre Jesus e Maria
O presente diálogo
permite compreender que há uma informação clara a respeito do reconhecimento de
Maria a respeito da divindade de Jesus e do respeito de Jesus para com Maria.
Na fala de Maria “não tem vinho” indica que ela estava
informando ao filho a respeito do que estava acontecendo, e assim Ele agiria
conforme a sua sabedoria e vontade.
Porém, a resposta de
Jesus foi: mulher o que tenho eu contigo?
O termo mulher correspondia a uma forma respeitosa de se dirigir a alguém. A
resposta de Jesus não foi uma negação à situação e nem uma forma de desrespeito
a sua mãe. É tanto que ela responde aos empregados: fazei tudo quanto ele vos disser; frase que demonstra que a
tonalidade de Jesus a Maria indicava que Ele faria alguma coisa.
O
verdadeiro sentido da transformação
Há três aspectos para
explicar o verdadeiro sentido da transformação: aspecto real, aspecto
ministerial e aspecto aplicativo.
Aspecto real
corresponde com o real sentido literal do fato Bíblico narrado, ou seja,
corresponde com o acontecimento que era a cerimônia das bodas. A ausência do
vinho seria humilhante para os noivos.
Já o aspecto
ministerial se confirma com a seguinte frase, os seus discípulos creram nele (v.11), fato que indica que muitas
vezes o seguir vem antes de crer.
Por fim, o aspecto
aplicativo define que Jesus é poderoso para transformar o caráter do indivíduo
e outorgar alegria da salvação, pois sem Jesus não há vida, não há
prosperidade, não há esperança e não há alegria. Jesus principiou assim os seus
sinais em Caná da Galileia e manifestou a sua glória (v.11). Ao manifestar o seu poder criador, Jesus
estava testemunhando a verdade de sua missão e a grandeza de sua natureza; e
seus discípulos, cuja fé era muito viva, procuravam um novo motivo para crer
nele e unir-se mais intimamente ao Mestre! (FILLION, 2016, p. 90).
Referência:
FILLION, Louis-Claude. Enciclopédia da vida de Jesus: a nação de Jesus, Cristo antes da
encarnação e a vida oculta de Jesus – Volume 2. Rio
de Janeiro: Editora Central Gospel, 2016.
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