Vivendo de forma moderada
A verdade prática afirma que a temperança ajuda o crente a ser moderado em todas as áreas
e circunstâncias da vida.
Temperança é
capacidade de controlar a si mesmo. Três são os pontos fundamentais para serem
controlados: a língua, as paixões e os desejos que são contrários à vontade de
Deus.
A prostituição corresponde com a imoralidade
sexual, enquanto que a glutonaria significa descontrole no uso de alimentos,
sendo que tal pecado está também relacionado com o envolvimento com drogas e
sexo.
I – TEMPERANÇA, O DOMÍNIO
DAS INCLINAÇÕES CARNAIS
Temperança no grego εγκράτεια, (transliteração egkrateia) que significa autocontrole
(At 24.25; Gl 5.23; 2 Pe 1.6), também poderá encontrar o termo έγκρατεύομαι (transliteração
agkrateuomai) que significa controlar-se, exercer autocontrole (1 Co 7.9;
9.25). E εγκρατής, (transliteração agkratés) definido
por ter pleno controle de si mesmo, disciplinado (Tt 1.8).
Portanto, a temperança faz parte dos frutos
do Espírito interligados com o relacionamento pessoal e é definido por
autocontrole, ou exercício do autocontrole, e também por ser o pleno controle
de sim mesmo, isto é, disciplinado.
Disciplinado às questões impulsivas da carne,
como sexuais e a glutonaria.
A palavra grega egkrateia
significa temperança ou domínio próprio até sobre as paixões sensuais. Inclui,
portanto, a castidade (HORTON,
1996, p. 492).
Gomes assim acrescenta a respeito da
temperança:
Na temperança, o homem não
se entrega a diversões ou prazeres dissolutos, corruptos, mas tem a posse de si
mesmo, sabe controlar seus desejos, emoções (Gn 43.31). Muitos estudiosos falam
que no aspecto ético o homem que tem controle de si é prova de que sua alma
está agindo, de modo que ele repele aquilo que pode prejudicá-lo. Mas como isso
é possível quando tudo no seu ser está contaminado pelo pecado?
(2016, p. 133).
II – PROSTITUIÇÃO E
GLUTONARIA, O DESCONTROLE DA NATUREZA HUMANA
Prostituição no grego πορνεία (transliteração
porneia) significa prostituição, fornicação, de vários tipos de relação sexual
ilícita.
Porneia descreve o
relacionamento em que uma das partes pode ser comprada e descartada como um
objeto, e onde não há união de personalidade nem respeito por estas (BARCLAY, 2000, p.26).
Porneia está associada com as obras da carne
que correspondem com atos sexuais. E são quatro os tipos de pecados que
correspondem com atos sexuais e estão diretamente ligados com a desobediência
do sétimo mandamento “não adulterarás” (Êx 20.14). São eles: adultério,
fornicação, impureza e lascívia.
Adultério: para muitos eruditos a prática do
adultério corresponde com a traição entre casais e, de fato adultério tem como
significado dormir em cama estranha.
Fornicação: a relação sexual entre jovens sem
haver a venda do corpo e sem corresponder com a traição de um terceiro se
resume em fornicação.
Impureza: correspondem com pecados sexuais,
atos pecaminosos e vícios. Porém, este tipo de pecado é alimentado por
pensamentos e desejos da alma (Ef 5.3, Cl 3.5).
Lascívia: corresponde com o pecado da
sensualidade. Tal prática conduz as pessoas ao ponto de perderem a vergonha.
Por isso, tornou-se natural no presente contexto civilizatório à falta de decência
e a perca do pudor.
O vocábulo glutonaria no grego é κώμοι
significa
banquete ou orgia. Sendo que o termo orgia em Gl 5.21, se refere à obra da
carne, isto é, corresponde com aqueles que vivem se entregando à comida,
bebida, festividades, não tendo compromisso com nada e com ninguém. Logo, a
glutonaria identifica e caracteriza a pessoa a um rebelde.
III – VIVENDO EM
SANTIFICAÇÃO E DEIXAND OS EXCESSOS
No esfriar do amor, extinguir se a santidade.
O fruto é a maneira de se
exercer os dons. Cada fruto vem acondicionado no amor, e qualquer dom, mesmo na
sua mais plena manifestação, nada é sem o amor. Por outro lado, a plenitude
genuína do Espírito Santo forçosamente produzirá também frutos, por causa da
vida renovada e enriquecida da comunhão com Cristo. Conhecer o amor, poder e
graça de Deus, inspiradores de reverente temor, deve fazer de nós vasos de
bênçãos cheios de ternura. Não merecemos os dons. Nem por isso Deus se nega a
nos revestir de poder. E passamos a ser obreiros do Reino, prontos para trazer
a colheita. Subimos a um novo domínio (HORTON, 1996, p.493).
Portanto, viver da maneira que agrada a Deus
é possível. E que a cada dia o Espírito Santo fortaleça a Igreja e encha os
membros do poder do alto, santificando a cada membro para poderem desfrutar do
pleno relacionamento com os demais membros da comunidade cristã.
Referência:
BARCLAY,
W. As Obras da Carne e o Fruto do
Espírito. São Paulo: Vida Nova, 2010.
GOMES,
Osiel. As Obras da Carne e o Fruto do
Espírito, como o crente pode vencer a verdadeira batalha espiritual travada
diariamente. Rio de Janeiro: CPAD, 2016.
HORTON,
S.M. Teologia Sistemática. Rio de
Janeiro: CPAD, 1996.
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