Quem ama cumpre plenamente a
Lei Divina
A verdade prática afirma que amar a Deus e ao próximo é cumprimento plenamente a Lei
divina.
A presente
lição tem como palavra chave: amor. No grego αγάπη, que tem como significado amor, afeição,
estima a mais sublime virtude cristã.
Refere-se ao amor de Deus ou de Cristo aos homens Rm 5.8. Também se
define como sendo a essência de Deus 1 Jo 4.8, 16. Assim também como pode
caracterizar o amor de homens, a Deus ou a Cristo, Jo 5.42; ou a outras pessoas
2 Co 8.7 (GINGRICH & DANKER, 1993, p. 10).
I – A SINGULARIDADE DO AMOR
AGÁPE
No grego há ainda dois tradicionais termos
para a palavra amor, são eles: philéo e eros (palavras transliteradas).
Philéo é a palavra mais
nobre no grego secular para expressar o amor (BARCLAY, 2010, p.61). O termo philein se associa
com beijar e acariciar, logo, o amor quando definido por philia poderá diminuir
e o calor se esfriar. Porém, este tipo de amor é mais utilizado ao relacionar o
sentimento entre amigos, que pode se esfriar ou aumentar. Sendo assim os
cristãos deverão orar por seus amigos.
Já a palavra eros é caracteristicamente para o amor entre sexos, o amor de um rapaz para com uma
jovem; sempre há um lado predominantemente físico, e sempre envolve o amor
sexual (BARCLAY, 2010, p.60).
Conforme o evangelista João um dos atributos
morais de Deus é o amor.
Aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor (1 Jo 4.8).
O caminho mais excelente,
o caminho do amor, segundo o qual somos exortados a andar, identifica as
características que Deus nos revelou na sua Pessoa e na sua obra (1 Co
12.31-13.13). Se seguirmos o seu exemplo, produziremos o fruto do amor, e
andaremos de tal maneira que os dons 9charismata) do Espírito Santo cumprirão
em nós os seus propósitos (HORTON, 1996, p. 138).
Santidade e o Amor se definem como atributos
morais de Deus, pois são atributos que expressam a majestade da natureza
divina.
Deus é santo, e assim como Ele é, cabe a cada
cristão o dever de se santificar (Jo 17.17; 1Pe 1.16).
Deus é amor (1 Jo 4.8). O amor como atributo
expressa a natureza de Deus. Cinco são os aspectos do atributo do amor de Deus:
complacência, compaixão, afeição, benevolência e
misericórdia.
O aspecto do amor da complacência ensina que
Deus concorda com a oração dos fiéis e usa de benevolência para com os teus (Mt
17.5).
O amor da compaixão ensina que a ação de Deus
está associada com a aflição dos que por Ele são amados (Êx 3.9).
O amor da afeição ensina sobre o aspecto da
relação íntima entre Deus e o seu povo (Jo 17.23).
Já o aspecto da benevolência se define na
ação divina em outorgar e usar de bondade (Lc 6.35).
Por fim, o quinto aspecto do amor divino é a
misericórdia. Do substantivo hesed (transliteração do hebraico), corresponde
com a benignidade, o amor firme, a graça, e com a palavra misericórdia,
fidelidade, bondade e devoção. Já o substantivo – eleos – presume necessidade
por parte de quem a recebe, e recursos adequados para satisfazer a necessidade
daquele que a mostra. Deus age com misericórdia. As misericórdias do Senhor proporcionam
ao cristão a possibilidade de sonhar e de lutar para que o melhor de Deus se
concretize.
II – AMAR A DEUS E AO
PRÓXIMO
Há três dimensões para compreender a ação do
amor.
Dimensão vertical, amor a Deus. O amor a Deus
por parte do homem deve ser exclusivo (Mt 6.24), alicerçado na gratidão (Lc
7.42), obediente (Jo 14.15) e comunicativo (BARCLAY, 2010, p. 74).
Dimensão horizontal, amor ao próximo. O amor
ao próximo é definitivamente fruto do Espírito.
Dimensão interior, amor a si mesmo. O
indivíduo só poderá amar a Deus se amar a si mesmo. Da mesma forma o indivíduo
só amará o próximo se a amar a si mesmo.
III – SOB A TUTELA DO AMOR,
REJEITEMOS AS OBRAS DAS TREVAS
Segundo a narrativa bíblica o homem não foi
criado com e nem no pecado, mas o pecado entrou no mundo pela desobediência do
homem ao quebrar a aliança que tinha feito com Deus. Nesta aliança entre Deus e
Adão existia uma promessa, a vida; uma condição, a obediência; e uma pena, a
morte. Com a desobediência o homem sofreu a morte. No caso de Adão sofreu a
morte moral, espiritual e posteriormente com 930 anos a morte física.
As consequências do pecado não se limitaram
ao primeiro casal. Pelo pecado de um só homem todos pecaram e assim as
consequências passaram a todos os homens. Ao desobedecerem, tanto Adão como
Eva, perceberam que estavam nus (Gn 3.7), tiveram medo de Deus e se esconderam
(Gn 3.8-10), e por fim foram expulsos do jardim (Gn 3.23,24).
Porém, o amor é o antídoto contra o pecado,
pois quem ama não peca contra Deus e nem peca em denegrir a imagem de Deus,
isto é, o seu próximo. O amor conduz os cristãos à obediência, pois quem ama a
Deus obedece a Palavra de Deus.
Em fim, para concluir utilizamos a escrita da
introdução da revista: a maior marca de uma
igreja não é sua teologia, seu templo, tradições, mas sim o seu amor para com o
Senhor Jesus e para com o próximo.
Referência:
BARCLAY,
W. As Obras da Carne e o Fruto do
Espírito. São Paulo: Vida Nova, 2010.
GINGRICH,
F. Wilbur. DANKER, Frederick W. LÉXICO
DO NOVO TESTAMENTO GREGO / PORTUGUÊS. São Paulo: Edições Vida Nova, 1993.
HORTON,
S.M. Teologia Sistemática. Rio de
Janeiro: CPAD, 1996.
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