A CONVERSÃO DE SAULO DE TARSO
A presente lição apresenta a seguinte
descrição na verdade prática:
A verdadeira conversão a
Cristo leva em conta o arrependimento, a fé em Jesus e uma completa transformação
no pensamento, vontade e ação do homem.
Palavra chave para a presente lição é
conversão, lembrando que a conversão é o momento em que o indivíduo aceita a
Cristo e permite que o Espírito Santo habite em sua vida. No instante em que o
indivíduo se arrepende de seus pecados, o mesmo estará aceitando o julgamento e
o castigo na intenção de receber perdão e esperança pela transformação
alcançada em Cristo Jesus, logo, a condição para a salvação é o arrependimento
e a salvação ocorre mediante a fé.
Uma mudança radical de
comportamento foi notada em Saulo não apenas fisicamente, mas a mudança de
pensamento acerca de Cristo, a quem ele perseguia também foi percebida (CABRAL, 2021, p. 42).
Sendo que a presente lição tem como objetivo
geral:
Asseverar que a salvação é
por meio da graça, acompanhada de arrependimento e fé do pecador como resposta
à salvação. E como objetivos específicos: Apresentar a conversão de Saulo como ato da graça de
Deus; Relacionar a conversão de Saulo com a doutrina bíblica da conversão; e,
Elencar três faculdades interiores que são transformadas na conversão.
I – A
CONVERSÃO DE SAULO: UM ATO DA GRAÇA DE DEUS
Dois sentidos do físico humano sempre estão
relacionados com a conversão a Cristo: a visão e a audição. O apóstolo Paulo
viu a luz e ouviu de Jesus a seguinte frase: Saulo, Saulo, porque me persegues?
(At 9.4). Sobre a interrogação de Jesus direcionada a Saulo pode-se compreender
que:
Por que me persegues?
Perseguindo a Igreja, Saulo estava perseguindo o próprio Cristo (1 Co 12.27).
Os argumentos de Estevão no fim de seu discurso diante do Sinédrio, a expansão
do evangelho e a resposta extraordinária dos cristãos diante da perseguição
impactaram Saulo, mas ele, em sua fúria e zelo
religioso, continuou resistindo
tais ações e influências do Espírito Santo (RADMACHER; ALLEN; HOUSE, 2010, p. 316).
Tendo como base a vida do apóstolo Paulo
compreende-se que a graça divina justifica. O amor de Deus é a manifestação
direta da graça reconciliadora para com os homens. Portanto, os homens não
possuem capacidade para retribuir a Deus tão grande salvação, mas em contra
partida deve ser grato a Deus por maravilhosa obra desenvolvida para o bem
espiritual da humanidade.
O crente precisa conhecer
três verdades básicas: quão grande é o nosso pecado, quão grande é a graça de
Deus que nos redimiu e quão grande deve ser nossa gratidão a Deus por sua graça
(STAM
apud POMMERENING, 2017, p. 83).
II – SAULO E A
DOUTRINA BÍBLICA DA CONVERSÃO
O arrependimento poderá se manifestar de maneira
negativa, assim como de maneira positiva. O arrependimento quando negativo é
descrito no reconhecimento do pecado, porém a pessoa não volta para Deus,
enquanto o arrependimento positivo se manifesta quando a pessoa reconhece que
pecou e volta para Deus.
Arrependimento significa retornar e se
dedicar a Deus, isto é, corresponde com o abandono do pecado. O pecado é tudo
aquilo que separa o ser humano de Deus. O autêntico arrependimento proporciona
a ocorrência de dois elementos: ódio ao pecado (Sl 97.10) e a tristeza por
causa do pecado (2 Co 7.10).
O arrependimento é o
primeiro aspecto da experiência inicial da salvação experimentada pelo crente,
experiência essa que é chamada conversão. A conversão autêntica é uma parte
essencial e a prova da regeneração. A regeneração é a obra de Deus no íntimo e
a conversão é a exteriorização da salvação, por parte do homem, através do
arrependimento e da fé. O arrependimento tem muito de negativo e diz ao pecado
em seus muitos aspectos e formas, especialmente ao pecado da incredulidade (BANCROFT,
2006, p. 235).
O arrependimento outorga liberdade das
prisões manifestadas pela ação dominadora do pecado. Pois, o pecado escraviza o
indivíduo e retira a alegria outorgada por Deus. O arrependimento corresponde
com uma entrega à pessoa de Deus, para que por meio da santificação o Espírito
Santo de Deus outorgue as transformações necessárias no interior do cristão.
Percebe-se também que o arrependimento
positivo permite que o sentimento de culpa o acompanhe, assim também como a
tristeza segundo Deus (2 Co 7.10). A genuína
tristeza gerada pelo arrependimento quanto ao pecado cometido leva a pessoa a
uma mudança de mentalidade e a uma reconciliação com Deus. Como o termo
arrependimento significa voltar-se para Deus, que é o Salvador, o
arrependimento resulta em libertação espiritual e salvação (2 Co 6.2).
Infelizmente, o tipo de tristeza que o mundo gera opera a morte
(RADMACHER; ALLEN; HOUSE, p.467).
III – AS TRÊS
FACULDADES INTERIORES TRANSFORMADAS NA CONVERSÃO
A alma humana se notabiliza por três faculdades
que são: intelecto, emoções e vontade. Quando o ser humano se converte o seu
saber deverá ser nutrido pelo o Espírito Santo, assim como as emoções deverão
ser conduzidas em prol dos sentimentos de Cristo e a vontade deverá ser sempre
em fazer a vontade de Deus. Fator que descreve que houve o novo nascimento.
Sendo que o novo nascimento é definido pela
palavra regeneração, que significa gerar novamente. Termo grego para
regeneração é παλιγγενεσία e significa novo nascimento, regeneração,
reprodução, sendo que no sentido moral corresponde com mudança pela graça,
sendo a mudança da natureza carnal para uma nova vida, ou mudança de uma vida
pecaminosa para uma vida santificada. Subentende ainda que regeneração pode ser
definida pelas seguintes palavras: retorno, renovação, restauração e
restituição.
Referências
CABRAL,
Elienai. O apóstolo Paulo: lições da
vida e ministério do apóstolo dos gentios para a Igreja de Cristo. Rio de
Janeiro: CPAD, 2021.
BRANCROFT.
Emery H. Teologia Elementar:
doutrina e conservadora. São Paulo: Editora Batista Regular, 2006.
POMMERENING,
Claiton Ivan. A obra da Salvação, Jesus
Cristo é o caminho a verdade e a vida. Rio de Janeiro: CPAD, 2017.
RADMACHER, Earl D.; ALLEN, Ronald B.; HOUSE, H. Wayne.
O Novo comentário Bíblico
Novo Testamento. Rio de Janeiro: Editora Central Gospel,
2013.
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