Cativeiro concretizado por falta de entendimento

 Cativeiro concretizado por falta de entendimento 

O conhecimento está associado com o perceber e o incorporar, enquanto que o entendimento se associa com a compreensão de uma informação. No sentido real conhecer é absorção de uma informação sem a importância prática. Já o entendimento adiciona a compreensão a uma ação, isto é, a uma atitude.

Isaías 5.12 afirma que os judeus seriam levados cativos por falta de entendimento. Na Lei (Palavra de Deus, Is 5.24) encontra-se a instrução de Deus para com o seu povo. Por rejeitarem e desprezarem a Palavra do Senhor, os judeus sofreriam a ira. A ira do Senhor se notabilizaria na ocorrência do cativeiro o que para Silva (REVISTA MANANCIAL, ANO 9, EDIÇÃO 28) há cinco pontos essenciais referentes a esse período, que são: o motivo, as etapas, a duração, os profetas e o surgimento das sinagogas.

O motivo

No que tange ao motivo Silva afirma que: “Todavia a perca do temor ao Senhor e o abandono da palavra de Deus levou o povo a destruição” (REVISTA MANANCIAL, ANO 9, EDIÇÃO 28, p. 41). O abandonar a Palavra do Senhor conduz o indivíduo em sua vulgaridade a perder o Temor. O temor ao Senhor é o princípio de toda sabedoria, ou seja, é de fato o entendimento prático e o andar em conformidade com o Criador.

Etapas

Já a descrição a respeito das etapas do cativeiro, percebe-se que em 606 a.C, Nabucodonosor invadiu o território dos judeus, ano que marcou o início do cativeiro que se divide em três datas ou etapas.

a) a primeira etapa: no ano de 606 a.C, onde que os tesouros do templo foram levados (2 Cr 36.7) e também a elite de Judá: o rei Joaquim, os oficiais da corte e entre eles Daniel e seus três amigos (Dn 1.1-7).

b) segunda etapa: no ano de 597 a.C, Jerusalém foi pela segunda vez invadida pelos babilônicos e desta vez foram conduzidos 10.000 homens para Babilônia entre eles Ezequiel (2 Re 24.14).

c) terceira etapa: no ano 586 a.C, pela terceira vez Jerusalém é invadida e desta vez o templo e a cidade são destruídos ficando na cidade apenas os pobres (2 Re 25.12). (REVISTA MANANCIAL, ANO 9, EDIÇÃO 28, p. 41) 

Duração

O profeta Jeremias (25.12) profetizou que o povo passaria setenta anos no cativeiro e ao sessar o período os judeus regressariam para Jerusalém. O profeta Isaias corrobora não ao tempo, mas ao personagem que seria usado por Deus para conduzir o povo ao regresso e o identifica cerca de duzentos anos antes desse personagem se notificar na história, isto é, a pessoa de Ciro (44.28). 

Profetas do período

Os profetas do período do exílio são: Jeremias, Obadias, Ezequiel, Ageu e Zacarias. Portanto, os capítulos 40 a 66 do livro de Isaías possuem características para o período em análise.

Jeremias ficou em Jerusalém enquanto o povo foi levado cativo, deste acontecimento originou a obra Lamentações de Jeremias, em que o profeta enfatiza as misericórdias do Senhor como causa da existência dos judeus (Lm 3.22). Enquanto no meio dos príncipes Deus usava Daniel no meio da multidão Deus usava o profeta Ezequiel. (REVISTA MANANCIAL, ANO 9, EDIÇÃO 28, p. 41, 42)

Origem das sinagogas

Por fim, Silva trata-se das sinagogas que teve como origem o presente período deturpado dos Judeus. Logo, as sinagogas tinham como funções a edificação espiritual do povo e como local de instrução para as novas gerações. Andrade associa o surgimento das sinagogas a Esdras:

Se a tradição judaica estiver correta, a maior realização de Esdras, como pedagogo, foi o estabelecimento das sinagogas durante o exílio judaico em Babilônia. Como estivessem os judeus longe de sua terra, distantes do Santo Templo e afastados de todos os rituais do culto levítico, Esdras, juntamente com outros escribas e eruditos, houveram por bem fundar uma escola que funcionasse como lugar de adoração, como local de instrução e alfabetização e como centro de preservação da cultura hebreia. (2022, p. 25) 

Referência

ANDRADE, Claudionor de. Teologia da educação cristã: a missão educativa da igreja e suas implicações bíblicas e doutrinárias. 6ª im. Rio de Janeiro: CPAD, 2022.

SILVA, Andreson Corte Ferreira da. Cronologia Bíblica. Revista manancial, Ano 9, ed. 28.