Deus é Fiel

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terça-feira, 1 de outubro de 2013

AS DUAS ALIANÇAS


AS DUAS ALIANÇAS

Texto: 21- Dizei-me vós, os que quereis estar debaixo da lei: não ouvis vós a lei?
22- Porque está escrito que Abraão teve dois filhos, um da escrava e outro da livre.
23- Todavia, o que era da escrava nasceu segundo a carne, mas o que era da livre, por promessa.
24- o que se entende por alegoria; porque estes são os dois concertos: um, do monte Sinai, gerando filhos para a servidão, que é Agar.
25- Ora, esta Agar é Sinai, um do monte da Arábia, que corresponde à Jerusalém que agora existe, pois é escrava com seus filhos.
26- Mas Jerusalém que é de cima é livre, a qual é mãe de todos nós; (Gálatas 4.21-26).
INTRODUÇÃO
Segundo João Calvino a doutrina possui dois aspectos distintos: a lei e o evangelho. No presente texto a lei está associada com a Aliança do Sinai que tem como referência a pessoa de Agar. Já o evangelho está associado com a Aliança da Graça tendo como referência no texto a pessoa de Sara.
I – A ALIANÇA DO SINAI.
1- Filhos para a servidão. Nos versículos acima citados há uma alegoria em que Agar é apresentada como escrava e Sara como senhora. Agar é apresentada como mãe de todos os que nasceram sobre o regime da lei. Pessoas que encontraram dificuldades para se aproximarem de Deus foram limitadas a livre acesso a presença do Senhor.
Um fato marcante é que a maioria dos acontecimentos da antiga aliança ocorreu no deserto. E o deserto é sinônimo de limite.
Limite em confiar. Logo após a travessia do mar vermelho que foi precedido pelo cântico de Moisés e pela dança de Miriam com as mulheres israelitas é revelado o primeiro limite de uma pessoa que estar no deserto o de confiar. Pela primeira vez é citado o que tornou presente na palmilhação dos israelitas no deserto (Ex 15.24), a murmuração, que neste caso foi com a seguinte pergunta: o que havemos de beber? Demonstração direta que o povo não confiava em Deus que os tirou do Egito.
Limite em participar. Já nos capítulos dezenove e vinte de Êxodo o povo israelita tem a oportunidade de ouvir a voz de Deus, porém os mesmos disseram a Moisés: Fala tu conosco, e ouviremos; e não fale Deus conosco, para que não morramos (Ex 20.19). O povo não conseguiu se relacionar com Deus que os tinha tirado do Egito. Logo o que impede o indivíduo relacionar com Deus é o pecado.
Limite em conquistar. De doze homens que foram enviados para espiar a terra de Canaã apenas dois continuaram crendo que a conquista seria real, pois quem tinha prometido era o criador dos céus e da terra. Mas os outros tiveram medo dos habitantes da terra que eram poderosos e gigantes, e cujas cidades eram fortes e grandes (Nm 13.28,33). O terceiro limite do povo israelita no deserto é o medo. Se Deus é por nós o que temeremos?
Limite em socializar. Corá, Datã e Abirão são exemplos de pessoas que não possuí habilidades para o relacionamento. Estes levantaram contra a liderança de Moisés, porém ao mesmo tempo estava levantado contra a direção de Deus (Nm 16.1-3). Pois, quem tinha escolhido e enviado a pessoa de Moisés para guiar o povo no deserto foi o Deus de Abraão, Isaque e de Jacó.
Limite em Ouvir. Os israelitas poderiam ouvir as palavras de Calebe “Subamos animosamente e possuamo-la em herança; porque, certamente, prevaleceremos contra ela” (Nm 13. 30). Deste episódio suje a seguinte pergunta: a quem estamos escutando? Os que creem na promessa? Ou os que têm medo dos gigantes?
2- A lei gerou discípulos. Dentre os discípulos gerados no período da lei podem ser citado os profetas e sacerdotes. Um dos oficiais de Deus no Antigo Testamento foram os sacerdotes. A missão principal do sacerdote era possibilitar a relação entre o homem e Deus. Ou seja, tinha como missão levar o homem até Deus por meio de sacrifícios e pela oração intercessora. Jesus em seu ministério foi Sacerdote perfeito, pois por meio da sua morte, Ele Jesus foi o próprio sacrifício oferecido ao Pai para a salvação de todos que creem.
No Antigo Testamento o homem deveria aproximar se de Deus através de um sacrifício e manter-se junto de Deus por meio da intercessão. O sacerdote era responsável pelo sacrifico e também pela intercessão. Logo, o sacerdote era o elo entre o homem e Deus. Ao contrário do profeta que era o elo entre Deus e o homem.
O profeta era o elo entre Deus e o homem, ou seja, o ministério profético corresponde à atividade de entregar a mensagem de Deus a quem lhe é direcionada. No Antigo Testamento a palavra de Deus foi direcionada a líder político (1 Sm 15.10-23), a líder religioso (1 Sm 2.27-36) e a profeta (1 Re 13.20-22) por meio do ministério profético.
II – A ALIANÇA DA GRAÇA.
1- Filhos para a liberdade. Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isso não vem de vós; é dom de Deus (Ef 2.8). Salvação é a liberdade provinda da ação divina em entregar o seu único filho para que os seres humanos venham a ter conhecimento da verdade e serem libertos pelo conhecimento da verdade do evangelho (Jo 8.32).
2- Os discípulos gerados da graça. O evangelho proporciona salvação a todos que se entregam a Cristo. E todos os salvos são discípulos do Senhor para propagarem a palavra da salvação. Por isso, a igreja primitiva era firmada em quatro pilares: “E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações” (At 2.42).
Doutrina dos apóstolos. Os apóstolos deram continuidade aos ensinamentos de Jesus, com isto a doutrina dos apóstolos trata se do que eles receberam do Senhor. Doutrina fala se de ensino transformativo. Práticas cristãs em que o amor deixa de ser um simples sentimento e passa a ser motivo de ações frutíferas.
Comunhão. O termo no seu original se define como participação e integração. A igreja primitiva vivenciava a necessidade de cada irmão, com isto participavam de suas dores e alegrias e se integravam no propósito de serem um como Jesus e o Pai.
No partir do pão. Indica que a igreja se alimentava em conjunto. Podendo descrever o suprir das necessidades de um para com os outros.
Nas Orações. A oração é além de tudo um diálogo entre o cristão e Deus. Na oração há demonstração de reconhecimento do cristão para com Deus como provedor, sustentador, pai, conselheiro e pastor.
Portanto, com a pregação do evangelho todos os que ouvirem a mensagem sagrada terão o livre arbítrio de escolherem se serão escravos do pecado ou livres pela graça. Cabe a igreja de Cristo não silenciar mediante os limites proporcionados pela perseguição do inimigo, mas em meio às dificuldades e obstáculos continuar firme no propósito de pregar o evangelho transformador.

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