CEIFANDO CONFORME A
SEMEADURA
Texto: 1- Irmãos, se algum
homem chegar a ser surpreendido nalguma ofensa, vós, que sois espirituais,
encaminhai o tal com espírito de mansidão; olhando por ti mesmo, para que não
sejas também tentado.
2- Levai as cargas uns dos outros, e assim cumprireis
a lei de Cristo.
3- Porque, se alguém cuida ser alguma coisa,
não sendo nada, engana-se a si mesmo.
4- Mas prove cada um a sua própria obra, e
terá glória só em si mesmo, e não noutro.
5- Porque cada qual levará a sua própria
carga.
6- E o que é instruído na palavra reparta de
todos os seus bens com aquele que o instrui.
7- Não erreis: Deus não se deixa escarnecer;
porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará.
8- Porque o que semeia na sua carne, da carne
ceifará a corrupção; mas o que semeia no Espírito, do Espírito ceifará a vida
eterna.
9- E não nos cansemos de fazer bem, porque a
seu tempo ceifaremos, se não houvermos desfalecido.
10- Então, enquanto temos tempo, façamos bem a
todos, mas principalmente aos domésticos da fé. (Gálatas 6.1-10).
INTRODUÇÃO
O
apóstolo Paulo faz menção do crente espiritual, isto é, Paulo enfatiza aos
crentes da Galáxia que eles eram espirituais (v.1). Porém, cabe a nós buscar
nos escritos paulinos, assim como nos demais escritos do Novo Testamento sobre
os tipos de crentes existentes na igreja.
Outro
fator marcante que deverá ser estudado corresponde com a ação dos cristãos na
sociedade. Tais ações deverão ser focadas no auxílio em levar as cargas uns dos
outros, em que cada um prove seu labor, e por fim, fazer o bem a todos
principalmente aos domésticos da fé.
I – TIPOS DE CRENTES.
Paulo
escreveu aos Coríntios “ora, o homem
natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem
loucura; e não pode entende-las, porque elas se discernem espiritualmente. Mas
o que é espiritual discerne bem tudo, e ele de ninguém é discernido” (1 Co
2.14,15), conforme os versículos há três classes de pessoas: o natural, o
carnal e o espiritual. Porém, quando a temática é concernente aos cristãos fica
nítida a existência do crente carnal e do espiritual.
1- Crente Espiritual. Conforme os últimos
versículos estudados do capítulo anterior (Gl 5), percebe-se que o cristão
espiritual desenvolve as qualidades de autêntico servo de Deus. Sendo assim o
cristão é conhecido pelos frutos do Espírito e pelos frutos produzidos pelo
mesmo (Gl 5.22-26; Jo 15.16).
Dois
fatores são claros na vida do cristão espiritual. Em primeiro lugar, estes
foram regenerados por Deus, isto é, nasceram de novo, da água e do espírito (Jo
3.1-6). Em segundo lugar, os cristãos espirituais são guiados pelo Espírito
Santo (Rm 8.14), isto indica que os mesmos são filhos de Deus.
2- Crente Carnal. Porém, mesmo sendo
transformado pelo Espírito Santo o cristão é por natureza levado a inclinar
para o pecado, entretanto o espiritual saberá facilmente desviar de toda
aparência do mal (1 Tes 5.22). Mas, isto não ocorre com todos, pois há inúmeras
pessoas que deixam se levar por desejos carnais e abandonam de fato a fé em
Cristo.
O
principal perigo para os cristãos carnais é o de desviar da pura e sincera
devoção a Jesus, fato que os membros da igreja em Coríntios vivenciaram (1 Co
11.3). Desviar quer dizer morrer espiritualmente, isto é, separar de Deus. O
que é claro na vida dos crentes carnais é o menosprezo que os tais fazem da
Palavra de Deus.
Em
suma, a advertência para os cristãos carnais é voltar para Cristo, enquanto há
oportunidade, pois para ser cristão espiritual é necessário saber fazer
escolhas. E por mais que haja pessoas que ensine a verdade cabe a cada
indivíduo escolher a que rumo tomar. Por isso, é necessário que o crente se
esforce para vencer plenamente a natureza pecaminosa.
No
versículo 8 Paulo fala sobre o semear para a própria carne, frase que tem como
significado a busca pela satisfação própria, ou das concupiscências da carne que têm como efeitos a destruição.
II – ATITUDES DO
CRENTE ESPIRITUAL.
1- Dedicam com a
edificação dos membros da igreja de Cristo. Deus outorgou aos homens habilidades
ministeriais, a alguns o ministério apostólico, e outros para profetas, e
outros a evangelistas, e a outros pastores e doutores (Ef 4.11). Cinco
ministérios conforme a carta de Paulo aos irmãos em Éfeso, porém é permitido citar
que tais dons foram e são outorgados para que haja o aperfeiçoamento dos santos
e também a edificação dos mesmos (Ef 4.12).
Já
na carta escrita aos Romanos o apóstolo Paulo enfatiza o ministério de ensino
“se é ensinar que haja dedicação ao ensino” (Rm 12.7). Lembrando que o ensino
está relacionado com o ministério de doutores da carta aos Efésios.
2- Auxiliam os demais
cristãos no conduzir as cargas. João Calvino escreveu que o termo cargas no
presente texto (Gl 6.2) corresponde com fraqueza ou pecado. Aos cristãos
espirituais cabe instruir aos demais a viverem uma vida justa em toda a
maneira.
Não
corresponde no presente texto omitir ou ceder aos pecados cometidos por outros,
mas a função de aliviar as cargas. O profeta Isaias escreveu; “um ao outro ajudou
e ao seu companheiro disse: esforça-te” (Is 41.6).
3- Provam seu próprio
labor. As
conquistas próprias não poderão se comparar com as dos outros, pois o
sentimento de grandeza é despertado e o orgulho surge como inimigo ao
crescimento espiritual. Por isso, é fundamental que cada um prove o seu labor,
isto é, que o cristão se apresente perante Deus como servo fiel e útil (Lc
17.10).
Portanto,
cada cristão deverá exercer com dedicação o seu chamado. Isto indica que a
semente está sendo semeada para o Espírito, isto é, para a vida espiritual,
onde a ótica se prende para os céus e não para as coisas da terra.
O
cristão espiritual preocupa com as coisas do céu, enquanto que o carnal com as
coisas da terra.
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