EBD:
Daniel, nosso “Contemporâneo”
A
primeira lição do quarto trimestre apresenta como palavra-chave: providência.
Providência é ação pela qual Deus conduz os acontecimentos e as criaturas para
o fim que lhes foi destinado. Providência é a ação de Deus em governar a obra
criada, logo, providência corresponde com um decreto de Deus.
Daniel foi um jovem levado cativo para a
Babilônia, e no desenrolar histórico o jovem no império no qual foi conduzido
se transformou em um grande líder e tornou-se reconhecido como um grande
profeta de Deus. O profeta Daniel foi usado por Deus para revelar fatos que o alça
ao título de profeta contemporâneo, pois sua mensagem corresponde com fatos que
aconteceram, estão acontecendo e hão de acontecer.
O
livro de Daniel poderá ser dividia em duas partes: a narrativa e a
apocalíptica.
Na
narrativa (Daniel 1-6) os relados da obra correspondem com a vida de Daniel e com
relatos de pessoas próximas do profeta.
Já
na segunda parte, a apocalíptica, temas como as setentas semanas, o anticristo
e o prenúncio do tempo do fim, tornam-se centrais.
I – A HISTÓRIA POR TRÁS DO LIVRO DE
DANIEL.
1- A formação histórica de
Israel.
2- O governo teocrático.
3- O governo monárquico.
Comentário:
De Abrão ao povo israelita. O choro
pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã (Sl 30.5). Para o personagem
Abrão a noite não durou apenas uma média de doze horas, mas uma abrangência de
25 anos. Ao sair das terras de sua origem Abrão tinha 75 anos (Gn 12.4), e ao
ver o cumprimento da promessa possuía 100 anos de idade (Gn 21.5) isto indica
que quem tem promessa de Deus não morrerá sem que elas se cumpram. Assim de
Abraão veio Isaque e deste os doze patriarcas que entram no Egito em um número
de 75 pessoas (At 7.14).
A
escolha de Israel como nação em relação ao chamado de Abrão corresponde a
abençoar a todas as famílias da terra.
O
período monárquico vai de 1095 a.C até 975 a.C com a duração de 120 anos,
abrangendo os reinados de Saul, Davi e Salomão. Os escritos Bíblicos deste
momento histórico encontram se nos livros de 1º Samuel ao livro de 1º Reis.
Com
os reinados de Davi e Salomão este período passa a ser considerado como o
período da Idade de Ouro da história de Israel. A conquista de Jerusalém e a
construção do Templo faz deste período o auge da história do povo israelita.
Situação
pós-divisão do reino de Israel. Reino do
sul. Também conhecido como o reino de Judá, formado pelas tribos; Judá e
Benjamim. No total o reino do sul teve 20 reis em uma única dinastia. Com
duração aproximada de 350 anos. E teve como capital política e religiosa a cidade
de Jerusalém.
Dentre
os 20 reis do reino do sul poucos fizeram o que era reto aos olhos do Senhor,
dentre eles Ezequias e Josias (2 Re 18,3;22.2). Ao contrário da retidão destes líderes os
demais seguiram os maus caminhos do reino do norte e em destaque o rei
Manassés. Pelos pecados cometidos pelos reis e pelo povo do sul, Deus proferiu
através de Isaias o cativeiro de Judá (Is 6.11,12;39.6) e por meio de Jeremias
a duração do cativeiro (Jr 25.11,12).
Reino do norte.
Também conhecido como reino de Israel formado por dez tribos e teve como
primeiro rei Jeroboão. Em todo período histórico do reino do norte 19 foram o
número dos monarcas, porém não de uma mesma dinastia, mas de 9 dinastias
diferentes.
Jeroboão
por medo de perder a sua liderança fundou um falso sistema religioso, fazendo
dois bezerros de ouro e pondo os em Betel e em Dã (1 Re 12. 26-30). Portanto,
com Onri foi fundada a cidade de Samaria que mais tarde seria a capital
política do reino do norte.
Portanto,
no ano de 722 a.C o reino do norte tornou se cativo da Assíria (1 Re 17. 6,7).
II – OS FATOS QUE PROPICIARAM O EXÍLIO
NA BABILÔNIA.
1- O contexto político do
reino de Judá.
2- Israel no exílio
babilônico.
Comentário:
O
motivo do cativeiro. Nos dias do rei Josias o povo de Israel
vivenciou um profundo avivamento. Avivamento significa trazer a vida, ou seja,
alguém que perdeu os sentidos e por ação espiritual passa a ter de volta os
sentidos recobrados. Entretanto, em vinte e dois anos o Reino do Sul foi
destruído, isto, porque após a morte do rei Josias o povo degenerou-se
espiritualmente e moralmente. No governo de Josias o avivamento foi motivado
pela descoberta do livro da lei (2 Re 22.8) e também pelo apoio dos profetas
Jeremias (Jr 1-12), Sofonias (Sf 1.1) e Habacuque (Hb 1.2-4) com o objetivo
levar o povo a presença de Deus. Todavia a perca do temor ao Senhor e o
abandono da palavra de Deus levou o povo a destruição.
Etapas
do cativeiro. Em 606 a.C, Nabucodonosor invadiu o
território dos judeus. Iniciando nesta data o cativeiro de Judá. Para melhor
compreensão histórica notemos que o cativeiro dos judeus foi ocorrido em três
etapas.
a) a primeira etapa; no ano de 606 a.C, onde que os
tesouros do templo foram levados (2 Cr 36.7) e também a elite de Judá: o rei
Joaquim, os oficiais da corte e entre eles Daniel e seus três amigos (Dn 1.1-7).
b) segunda etapa; no ano de 597 a.C, Jerusalém foi pela
segunda vez invadida pelos babilônicos e desta vez foram conduzidos 10.000
homens para Babilônia entre eles Ezequiel (2 Re 24.14).
c) terceira etapa; no ano 586 a.C, pela terceira vez
Jerusalém é invadida e desta vez o templo e a cidade são destruídos ficando na
cidade apenas os pobres (2 Re 25.12).
Duração
do cativeiro. O cativeiro babilônico durou 70 anos, sendo
profetizado por Jeremias (Jr 25.12). Em setenta anos os judeus andaram errantes
em meio a um povo idólatra.
4.
Profetas do período do cativeiro. Os profetas posteriores são
classificados mediante o acontecimento do exílio. Ficando assim definidos:
profetas pré-exílicos, profetas exílicos e profetas pós-exílicos. Os profetas
do período do exílio são: Jeremias, Obadias, Ezequiel, Ageu e Zacarias.
Portanto, os capítulos 40 a 66 do livro de Isaías possuem características para
o período em análise.
Jeremias
ficou em Jerusalém enquanto o povo foi levado cativo, deste acontecimento
originou a obra Lamentações de Jeremias, em que o profeta enfatiza as
misericórdias do Senhor como causa da existência dos judeus (Lm 3.22). Enquanto
no meio dos príncipes Deus usava Daniel no meio da multidão Deus usava o
profeta Ezequiel.
III – DANIEL, O AUTOR E O LIVRO.
1- O homem Daniel.
2- A importância do livro.
3- A autoria e as
características do livro.
Comentário:
Daniel
é apresentado na sua própria obra com três características básicas: como homem
público, como homem de oração e como profeta.
Como
homem público Daniel se destacou pela sabedoria e pelo compromisso às
atividades assumidas.
Como
homem de oração em meio a uma afronta de inimigos para silencia-lo o profeta
continuou seu costume de orar a Deus diariamente e por três vezes ao dia.
Como
profeta Daniel entra no cenário como profeta que notificou a Israel a respeito
da libertação da nação dos seus inimigos.
Como
consideração final, cito a verdade prática: Daniel é
um exemplo de perseverança na fidelidade a Deus e de integridade moral,
estimulando-nos a confiar no projeto divino.