A Ira de Deus
Texto: Porque do
céu se manifesta a ira de Deus sobre toda impiedade e injustiça dos homens que
detêm a verdade em injustiça. (Rm 1.18).
A
ira de Deus no presente texto da carta aos Romanos corresponde com o juízo de
Deus sobre aqueles que rejeitaram o conhecimento a respeito do Senhor. O termo
do céu se manifesta, indica ação presente, isto é, a ira de Deus se manifesta contra
o pecado e a rejeição da verdade (RADMACHER;
ALLEN; HOUSE, p.362).
Para entender os parágrafos que estão
inseridos em Rm 1. 18-32 é necessário desenvolver as seguintes divisões: o que
de Deus se pode conhecer, o juízo de Deus é um fato, a rejeição do conhecimento
de Deus é a causa do julgamento e, o resultado da rejeição é o aumento da
iniquidade.
O que de Deus se pode conhecer
O
que se pode conhecer de Deus se inicia com o conhecimento dos nomes que descrevem
os atributos da personalidade de Deus.
O
nome Deus quando usado e citado indica poder. Logo, o nome Deus indica que Ele
(Deus) é Todo Poderoso e tem poder absoluto. Já o nome Senhor quando citado
outorga ênfase ao amor de Deus.
1- O Poder pertence a Deus
1.1- O Poder sobre tudo.
Todas as coisas foram criadas por Deus, tal frase afirma que Deus controla
todas as coisas, e as controlam em plena ordem. A criação foi monitorada pela
ordem. A ordem é tão enfática ao poderio de Deus que se torna notável na
própria rotação da Terra, o que possibilita o dia ter 24 horas. A ordem natural
da vida, o nascer, crescer, reproduzir, envelhecer e morrer. Em suma, a ordem
indica que Deus é quem está no controle de todas as coisas, porque todas as
coisas foram criadas por Ele.
1.2- Poder sobre todos.
Davi era rei, porém o título não outorgava ao rei Davi poderes para se
apresentar como deus. O monarca era e continua sendo um modelo de discípulo,
pois o mesmo cita: Uma coisa disse Deus,
duas vezes a ouvi (Sl 62.11), isto é, Davi deu crédito à mensagem de Deus. Deus
tem poder sobre os reis da Terra. E perante Ele se dobrará todos os joelhos (Rm
14.11), logo, Deus tem poder sobre todos.
2- A Misericórdia pertence
ao Senhor. Misericórdia do substantivo – hesed
(transliteração do hebraico) - corresponde à benignidade, amor firme, graça,
misericórdia, fidelidade, bondade e devoção.
Já
o substantivo – eleos – presume necessidade por parte de quem a recebe, e
recursos adequados para satisfazer a necessidade daquele que a mostra.
Deus
age com misericórdia para com a vida daqueles que o busca. As misericórdias do
Senhor proporciona ao cristão a possibilidade de sonhar e lutar para que o
melhor de Deus se concretize.
O Juízo de Deus é um fato
Dentre
tantos tipos de juízos tratados na Bíblia, cinco merecem atenção: o julgamento
dos pecados dos crentes na cruz de Cristo (Jo 13.31); o julgamento das obras
dos crentes diante do Tribunal de Cristo (Rm 14.10); o julgamento das nações
vivas, na parousia de Cristo (Mt 25.32); o julgamento de Israel, na volta de
Cristo (Ez 20.33, Mt 19.28); e, o julgamento do Grande Trono Branco (Ap
20.11-15).
Porém,
na carta aos Romanos o apóstolo Paulo disserta a respeito da ação presente da
ira de Deus que se a manifestado sobre toda impiedade e injustiça dos homens.
Logo,
Deus os entregou às concupiscências do
seu coração (Rm 1.24), isto é, Deus os deixou a mercê de seus pecados.
Também
no que corresponde aos atos sexuais antinaturais Deus os abandonou (Rm 1.26),
ou seja, Deus por outorgar o livre arbítrio aos homens não força os indivíduos
a deixarem os atos vergonhosos. Porém, isto não define ser um abandono final de
Deus para com humanidade, porque Deus sempre dá oportunidade aos seres humanos
para que estes venham a enxergar toda maldade do pecado (RADMACHER; ALLEN; HOUSE, p.363).
E pela terceira vez o apóstolo Paulo fala do
abandono de Deus ao homem perverso, agora no que corresponde ao entregar aos
sentimentos perversos (Rm 1.28), que anteriormente o apóstolo chama de loucura
(Rm 1.22). Sentimento perverso indica uma mente totalmente destruída de
sensibilidade moral.
Rejeição do conhecimento de Deus
A
rejeição do conhecimento de Deus é a causa do juízo. As consequências para os
que rejeitam o conhecimento de Deus são graves. Na Antiga Aliança o profeta
Oséias lista as seguintes percas como consequências da rejeição do conhecimento
de Deus: povo destruído, povo rejeitado, ministério rejeitado e o abandono de
Deus para com os filhos daqueles que rejeitaram o conhecimento (Os 4.6).
Já
o apóstolo Paulo na Nova Aliança lista as seguintes situações: Deus os entregou
às concupiscências, Deus os abandonou às paixões infames e Deus os entregou a
um sentimento perverso (Rm 1. 24,26,28).
A rejeição humana para com o
conhecimento de Deus proporciona o aumento da iniquidade
Há
três divisões na explicação do aumento do pecado.
A
primeira explicação vem após a seguinte frase: Deus os entregou às concupiscências
do coração, e o pecado a ser citado é a idolatria. Que conforme a passagem é a
tentativa da mudança da verdade de Deus em mentira e, o honrar e servir mais a
criatura do que o Criador (Rm 1. 24,25).
Já
a segunda, vem após a frase: Deus os abandonou às paixões infames, e o pecado a
ser citado é a prática homossexual. Portanto, nem o AT, nem o NT, reconhecem a
homossexualidade como estilo de vida alternativo (RICHARDS, p.291).
Por
fim, Deus os entregou a um sentimento perverso (Rm 1. 29-32), estes tais são
dignos de morte, pois conhecem a justiça de Deus, mas praticam o que desagrada
a Deus.
Em
suma, o juízo de Deus sobrevirá no presente século e no século futuro para
aqueles que rejeitam e rejeitaram o conhecimento de Deus, portanto cabe aos
cristãos conhecer e prosseguir em conhecer o Senhor (Os 6.3).
Referência:
RADMACHER, Earl D. ALLEN, Ronaldo B. HOUSE, H. Wayne. O Novo comentário Bíblico Novo Testamento. Rio de
Janeiro: Editora Central Gospel,
2013.
RICHARDS. Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento.
Rio de Janeiro: CPAD, 2008.
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