Deus é Fiel

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terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Carta aos Romanos – O conhecimento da Lei


O conhecimento da Lei
Texto: 12- Porque todos os que sem lei pecaram, sem lei também perecerão; e todos os que sob a lei pecaram, pela lei serão julgados. 13- Porque os que ouvem a lei não são justos diante de Deus, mas os que praticam a lei hão de ser justificados. 14- Porque, quando os gentios, que não têm lei, fazem naturalmente as coisas que são da lei, não tendo eles lei, para si mesmos são lei; 15- Os quais mostram a obra da lei escrita em seus corações, testificando juntamente a sua consciência, e os seus pensamentos, quer acusando-os, quer defendendo-os; 16- No dia em que Deus há de julgar os segredos dos homens, por Jesus Cristo, segundo o meu evangelho. (Rm 2.12-16).
Para o apóstolo Paulo a existência da lei está associada com a presença da transgressão. Até existe um provérbio que enfatiza que “boas leis são provenientes de más condutas”. Por isso, sabe que as leis foram mediadas para que os hábitos maus fossem refreados. Nos escritos de Paulo aprende-se que a existência da lei estar associada à disciplina e a educação, pois pelo meio educativo os israelitas conheciam suas culpas. Portanto, a lei foi promulgada não por causa da obediência de alguns, mas por causa da desobediência de muitos. Porque a lei na sua instrução se aplica à corrupção humana.
Conceito de Lei
O termo lei tem sua definição do substantivo hebraico torá que significa instrução ou direção. Portanto, a palavra lei transmite a ideia de seta que corresponde com objeto indicador do caminho. A aplicação que se faz da lei é que a lei é uma seta que mostra o Caminho, isto é, a Torá indica para a pessoa de Jesus Cristo que é o Caminho que conduz o ser humano à salvação.
A lei é espiritual (Rm 7.14), pois a mesma é um reflexo moral de Deus. Por isso, a lei instrui, mas ao mesmo tempo a lei intensifica o pecado. A intensificação se dá por ser o indivíduo pecaminoso e apto para as coisas carnais.
A lei também direciona, isto é, o ser humano passa a realizar o que é conforme o querer de Deus. Porém, nas palavras de Jesus a lei e os profetas dependem de dois mandamentos. O primeiro, amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento (Mt 22. 37), e o segundo mandamento corresponde com o amor ao próximo (Mt 22. 39).
Em suma, o amor é a mais nobre de todas as leis; porém, os homens continuam mais a aprendê-la do que a pô-la em prática (CHAMPLIN, p. 759).
Os tipos de Lei ou os preceitos da Lei
Não existe mais de uma lei. O que existe são os preceitos da lei. E os preceitos da lei estão divididos em morais, cerimoniais e civis. Porém, com linguagem didática estes preceitos são definidos como os tipos de lei.
1- Lei moral. Os preceitos morais visavam à normalização das relações sociais, e têm como essência os dez mandamentos. Resumem-se em amar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a si mesmo. Cristo viveu este preceito quando Ele se entregou por toda a humanidade (Jo 3.16).
2- Lei cerimonial. Os preceitos cerimoniais visavam à normalização do sacerdócio levítico. Jesus cumpriu o sistema cerimonia da lei na sua morte (Mt 27.50,51).
3- Lei civil. Os preceitos civis visavam à normalização das normas jurídicas e a prática da vida social dos israelitas. Jesus transferiu os preceitos civis, ou valores jurídicos para a igreja.
Leis citadas por Paulo na epístola aos Romanos
Cerca de 70 vezes o termo lei aparece na epístola aos Romanos e com amplo significado. Na carta aos Romanos há sete tipos de leis citadas pelo o apóstolo.
1- Lei da Fé (Rm 3.27). Estar associada a imposições, ou seja, esta lei requer fé da parte dos que são chamados por Deus, também requer correta ação e é a lei da fé que os servos de Deus seguem.
2- Lei do marido (Rm 7.2). Se vive o marido a mulher estar ligada ao cônjuge. Morto o marido a mulher fica livre. Logo, o apóstolo Paulo faz desta ilustração a seguinte aplicação: morreu-se a lei, agora o cristão é livre para casar com a graça (RADMACHER; ALLEN; HOUSE, p.379).
3- Lei de Deus (Rm 7.21). O termo lei de Deus aparece sete vezes na Bíblia. Quatro destas no Antigo Testamento e estar associada com todo o Pentateuco (Js 24.26; Ne 8.8,18; Ne 10.29). Já no Novo Testamento aparece três vezes (Rm 7.22.25; Rm 8.7) onde há um contraste com a lei do pecado, logo a lei se associa com a ação divina que transforma e santifica o ser humano.
4- Lei do entendimento (Rm 7.23). Para Champlin esta é a porção mais nobre do homem, talvez em sua alma regenerada, ou pelo menos, da alma que já recebeu certa dose de iluminação espiritual. Essa lei combate a lei interior e corrupta (p.773).
5- Lei do pecado (Rm 7.23). Corresponde com a própria natureza do homem e impede este de fazer o bem. Logo, esta é a lei do homem carnal.
6- Lei da morte (Rm 8.2). Termo que se associa com o princípio do mal e com a lei de Moisés. O motivo desta se associar com a lei de Moisés estar na condenação proveniente da lei.
7- Lei do Espírito (Rm 8.2). Se a lei do pecado condena e leva o homem a morte, a lei do Espírito vivifica e conduz o homem à presença de Deus.
Portanto, no cumprimento da justiça da lei o ser humano deixa de andar segundo a carne. A justiça da lei se manifesta no amor de Deus outorgando aos homens a graça transformadora e libertadora, pois o cumprimento da lei é o amor (Rm 13.10).
REFERÊNCIA
CHAMPLIN. R.N. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. Volume 3. São Paulo: Hagnos, 2014.
RADMACHER, Earl D. ALLEN, Ronaldo B. HOUSE, H. Wayne. O Novo comentário Bíblico Novo Testamento. Rio de Janeiro: Editora Central Gospel, 2013.

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